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Tecnologia - BRASIL

Mato Grosso do Sul, Quarta-Feira, 25 de Agosto de 2010. - 17h24m

Norte-americanos buscam informações sobre biocombustíveis brasileiros


Delegação de assessores parlamentares norte-americanos esteve na manhã de
ontem (24/10) na Sede da Embrapa, Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, em Brasília (DF), em busca de informações sobre a agricultura
brasileira e, em particular, sobre os programas de etanol e biodiesel. A delegação é
composta de assessores parlamentares de deputados e senadores dos estados
norte-americanos de Arizona, California, Carolina do Sul, Florida, Indiana, Nova
York, Utah e por técnicos das Comissões de Finanças, de Energia e de Relações
Internacionais do Senado.
A delegação foi recebida pelo Diretor Executivo da Embrapa, Kepler Euclides Filho,
e pelos Chefes da Secretaria de Relações Internacionais, Francisco Basílio de
Souza, da Assessoria Parlamentar, Cynthia Cury, do Centro de Estudos
Estratégicos e Capacitação, Beatriz da Silveira Pinheiro, e pelo Chefe Adjunto de
Comunicação e Negócios da Embrapa Agroenergia, José Manuel Cabral. Foram
apresentadas as áreas de atuação da Embrapa relativas a cooperação
internacional, treinamento e capacitação e pesquisas com agroenergia.
Os integrantes da missão norte-americana mostraram-se interessados em
conhecer a dimensão e a dinâmica do programa brasileiro de produção de etanol,
principalmente no tocante ao uso da terra e aos efeitos da produção de cana de
açúcar na produção de alimentos. O Diretor da Embrapa, Kepler Euclides, explicou
que nos últimos anos está havendo um grande esforço de pesquisa e inovação
para melhorar a utilização de pastagens na produção animal, de modo a permitir a
utilização mais eficiente de áreas que eram usadas na pecuária extensiva. “Por
outro lado, a utilização de sistemas integrados lavoura-pecuária-florestas permite
recuperar áreas degradadas para a produção de alimentos e biocombustíveis”,
afirmou o Diretor.
Na visita à Embrapa, a delegação americana estava acompanhada de
representantes dos Ministérios de Relações Exteriores (MRE), do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), da Secretaria de Comunicação da
Presidência da República (SECOM) e da Agência de Promoção de Exportações e
investimentos (APEX).
Os trabalhos com agroenergia
No contexto mundial, Estados Unidos e Brasil são os dois maiores produtores de
bioetanol. Juntos produzem cerca de 85 % de todo o etanol obtido por via
fermentativa, em termos globais. Os Estados Unidos é o principal fabricante, com
produção de cerca de 48 bilhões de litros neste ano de 2010, utilizando o milho
como matéria-prima. “No Brasil, o etanol, cuja produção deve chegar próxima de
30 bilhões de litros em 2010, é obtido a partir de cana-de-açúcar, num processo
que é o mais barato e de melhor balanço energético no mundo”, contextualizou
José Manuel Cabral em sua apresentação.
A legislação em vigor nos Estados Unidos prevê a utilização de cerca de 130
bilhões de etanol em 2022, com a exigência de que a maior parte desse volume
não poderá ser obtido do milho, como forma de diminuir as emissões dos gases
do efeito estufa e não causar problemas no suprimento de milho para alimentação
humana e animal. O etanol para viabilizar o aumento do consumo previsto deverá
ser obtido de “combustíveis avançados”, entre os quais se inclui o etanol de cana-
de-açúcar e o obtido a partir de matérias-primas lignocelulósicas.
Outras questões levantadas pela delegação norte-americana foram os aspectos
econômicos ligados à produção e comercialização de etanol e de biodiesel. A
renovação dos subsídios e incentivos e a manutenção de tarifa de importação
estão em discussão no Congresso Americano. Conhecer mais de perto a
realidade brasileira faz parte dos objetivos da missão de assessores
parlamentares.
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Nos Estados Unidos, os produtores de biodiesel recebiam, até dezembro de 2009,


um crédito tributário de US$ 1,0/barril. Esse subsídio não foi renovado pelo
Congresso Americano, o que fez a produção de biodiesel diminuir drasticamente
ao longo do ano de 2010. Essa discussão, ainda, esta em pauta no Congresso.
O etanol, por sua vez recebe diversos incentivos e subsídios diretos, que custarão
cerca de USS 6 bilhões ao Tesouro americano. Esses subsídios incluem um
crédito de US$ 0,45 /barril para as instalações que fazem a mistura do etanol à
gasolina, um crédito tarifário direto de US$ 1,01/ galão de etanol celulósico
produzido e um crédito de US$ 0,10/ galão de etanol produzido por pequenos
produtores. Além disso, ainda vigora uma tarifa de importação de US$ 0,54/galão
sobre o etanol importado do Brasil.
Cabral explicou que, no caso do etanol, os preços nos vários lugares do país são
diferentes, dependendo dos custos de produção e de transporte e do valor do
açúcar no mercado internacional. No caso do biodiesel, continuou, o preço é
regulado por um sistema de leilões efetuados periodicamente pela ANP (Agência
Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). “Mas não há subsídios,
sobretaxas, nem créditos tarifários em nenhuma das etapas de produção e de
comercialização dos biocombustíveis no Brasil”, enfatizou Cabral.
Também foram discutidas as diversas iniciativas de cooperação já existentes entre
instituições norte-americanas e brasileiras, nas áreas relativas a biocombustíveis e
agroenergia, desde a capacitação em programas de doutorado e pós-doutorado
até à realização de projetos conjuntos. Foi citado o Laboratório Virtual da Embrapa
no Exterior (LABEX), um projeto executado em parceria entre a Embrapa e o
ARS/USDA (Serviço de Pesquisa Agrícola, do Departamento de Agricultura norte-
americano) desde 1998 e que possibilitou, na área de agroenergia, a estadia de um
pesquisador da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS) na Universidade de
Nebraska por dois anos. Nesse período, foi estudada a composição de capins e
resíduos agrícolas para produção de etanol celulósico. “Outros temas estão em
estudo e no próximo ano, provavelmente, teremos mais pesquisadores em
instituições americanas”, informou Basílio de Souza.
Ao mesmo tempo, a Embrapa, o ARS e o DOE (Departamento de Energia dos
Estados Unidos) estão estruturando um projeto de cooperação em agroenergia,
abrangendo pesquisas com biomassa, com processos de conversão e com
sistemas integrados de produção. Até ao início do ano de 2011 o projeto estará
elaborado para execução ao longo do biênio 2011-2012.

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