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Belém – PA
2009
ASTOLFO SACRAMENTO CUNHA JÚNIOR
Belém – PA
2009
C972i Cunha Júnior, Astolfo Sacramento
62 f.
Banca Examinadora
____________________________________________
Prof. Dr. Manoel Gionovaldo Freire Lourenço
____________________________________________
Prof. Flavio Freitas
_____________________________________________
Prof. Nelson Higino de Oliveira Filho
Conceito: ________________
Belém – Pará
2009
DEDICATÓRIA
Ao meu orientador, Prof. Dr. Manoel Gionovaldo Freire Lourenço, por me aceitar
como seu aluno e orientando, por sua imensa paciência e sua presteza e diversos
momentos que eu necessitei, sem ele esse trabalho não passaria de apenas uma
idéia.
Aos meus pais, por terem me apoiado em toda a minha vida em tudo que eu
precisei, pelo carinho atenção e segurança, sem eles eu nunca teria chegado aqui.
A minha Irma, pelo amor, carinho e paciência nos momentos difíceis, por me aturar
em momentos que ninguém mais faria e por está ao meu lado em todos os
momentos que eu precisei e que ainda precisarei.
A prof. Dra. Maria Lucia, pelos ensinamentos e conselhos que foram importantes do
inicio até o final do meu curso, pela sabedoria que fez eu ver o estudo e o
entendimento da ciência de outra forma.
Ao mestre Michel Menezes, pela amizade e ensinamentos que foram essenciais
para que eu tivesse a visão necessária para dar inicio a este trabalho.
Ao Meu amigo Thiago Brasil, por ser esse grande amigo que esteve ao meu lado em
todos os momentos difíceis do meu trabalho me dando apoio e me ajudando de
todas as maneiras.
A todos que de maneira direta ou indireta participaram da realização deste trabalho.
“Todas as lesões deixam a dor na memória, com
exceção da maior lesão, que é a morte, que mata a
memória juntamente com a vida.” (Leonardo da
Vinci, 1452-1519).
RESUMO
Introdução: O jiu-jitsu hoje é o esporte individual que mais cresce no país: possui
cerca de 350 mil praticantes com 1.500 estabelecimentos de ensino somente nas
grandes capitais, muitos esportistas excepcionais estão obrigados a dispensar mais
atenção e tempo na cura das enfermidades e dos traumatismos que na própria
atividade de treinamento e competição Objetivo: Definir a incidência de lesões
musculoesqueléticas em praticantes de jiu-jitsu das academias de Belém do Pará.
Metodologia: Neste estudo foram estudados 57 praticantes de jiu-jitsu de
academias de Belem do PA que possuíam lesões musculoesqueléticas
diagnosticada. Resultado: Após a análise dos dados foi observado que a média das
idades dos praticantes de jiu-jitsu é superior a media das idades dos praticantes de
outras modalidades de artes marciais. O Índice de massa corpórea dos
entrevistados está classificado segundo a Organização Mundial de Saúde como pré-
obesos e risco aumentado. Os atletas de jiu-jitsu na maioria possuem a graduação
de faixa azul e a minoria tem a de faixa preta. O tatame mais utilizado para a pratica
é o tipo lona, o mesmo represente uma relação com as lesões no joelho, o tatame
do tipo sintético que foi o menos utilizado apresenta um grande relação com a
lesões no tornozelos dos que praticam a modalidade. O tipo de lesão mais freqüente
foi entorse e as estruturas mais acometidas pelas lesões foram o joelho, ombro e
tornozelo.
Introduction: The Jiu-Jitsu is now the fastest growing sport in which individual
country, has around 350 thousand players with 1,500 educational institutions only in
major capitals, many exceptional athletes are required to pay greater attention and
time in the cure of diseases and trauma that in the activity of training and competition
Objective: the incidence of musculoskeletal injuries in practicing Jiu-Jitsu academies
of the Belém do Pará Methodology: This study investigated 57 jiujitsu practitioners
of the academies of the Belem PA Result: who had musculoskeletal injuries
diagnosed after the analysis of data was observed that the average age of practicing
Jiu-Jitsu is over the age of media practitioners of other forms of martial arts. The
body mass index of respondents are classified according to World Health
Organization as pre-obese and increased risk. The athletes from Jiu-Jitsu in the
majority have the graduation of the blue band and has a minority of black belt. The
tatami more used to the practice is the type canvas, this represents a relationship
with the knee injury in the tatami-type synthetic that was the least used has a great
relationship with lesions in the ankles of those who practice the sport. The most
frequent type of injury was sprains and structures were more affected by the knee
injuries, shoulder and ankle.
1 INTRODUÇÃO 21
2 REFERENCIAL TEORICO 22
3 OBJETIVOS 37
4 METODOLOGIA 38
5 RESULTADOS 40
6 DISCUÇÃO 49
7 CONCLUSÃO 51
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 52
APÊNDICES 55
1 – INTRODUÇÃO.
O jiu-jitsu hoje é o esporte individual que mais cresce no país: possui cerca de
350 mil praticantes com 1.500 estabelecimentos de ensino somente nas grandes
capitais. A Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu afirma que o Brasil, devido ao
grande crescimento e divulgação da arte, é a grande potência mundial no esporte.
Embora seja um esporte de expressão, a literatura científica sobre essa modalidade
é escassa, tendo apenas poucos autores e trabalhos nessa área. Embora alguns
trabalhos científicos tenham aparecido nos últimos tempos a respeito do Jiu-jitsu
entre eles estão pesquisas procurando descrever as características antropométricas,
fisiológicas e psicológicas dos atletas da modalidade, porém encontra-se longe de
alcançar o corpo teórico-científico adquirido por outras modalidades de luta como o
Judô e o Wrestling (estilo Greco-romano e Livre) (FRANCHINI, TAKITO, PEREIRA,
2003).
Historicamente o jiu-jitsu surgiu por volta de 2500 anos atrás, sendo praticado
por monges budistas que habitavam uma região situada entre a índia e a china,
naquela época os monges que possuíam biótipos físicos em sua maioria fracos,
desenvolveram técnicas de defesa que lhes permitissem desviar de ataques
provenientes de armas brancas utilizadas pelos seus agressores e por muitas vezes
conseguiam por defesa própria, ficas em melhor situação que seus oponentes
(GURGEL 2003).
Com o passar do tempo os irmãos Carlos e Hélio Gracie criaram seu próprio
estilo de Jiu-jitsu que utilizava menos força física e movimentos mais suáveis de
artes marciais, daí surgiu o jiu-jitsu brasileiro. (DUARTE, 2005).
Para (IDE 2004) O Jiu-jitsu desportivo abrange uma gama de seis técnicas
permitidas em competições. São elas:
1. Projeções.
2. Imobilizações.
3. Pinçamentos.
4. Chaves.
5. Torções.
6. Estrangulamentos.
Chaves
Torções
Estrangulamentos
Alem dos médicos da época que estudavam e tratavam as lesões, alguns dos
grandes nomes da historia, conhecidos freqüentemente por outras atividades e
realizações, mencionaram as lesões de alguma forma e lhes conferiram uma certa
proeminência em seu trabalho. O poeta grego Homero, em seu poema clássico
ilíada, escreveu com freqüência tanto sobre os traumatismos quanto acerca de seu
tratamento, descrevendo mais de uma centena de feridas e lesões especificas
(WHITING & ZERNICKE, 2001).
Segundo Kisner & Colby (1992), A lesão músculo esquelética pode ser
classificada levando-se em consideração as lesões de tecidos moles em:
1) Distensão – alongamento excessivo, excesso de exercício de uso do tecido
mole; tende a ser menos grave que uma entorse. Ocorre devido a trauma leve
ou traumas não usuais repetidos de grau mínimo. Esse temo é
freqüentemente usado como referencia especifica a algum grau de
comprometimento de unidade musculotendinea.
2) Entorse – sobrecarga grave, estiramento ou laceração de tecidos moles como
acasula articular, ligamento, tendão ou músculo. Esse temo é freqüentemente
usado em referencia especifica a lesão de um ligamento, e recebe a
graduação de entoese de primeiro grau (leve), segundo grau (moderado), ou
terceiro grau (grave).
3) Ruptura ou laceração entre músculos e tendão – se ruptura ou laceração é
parcial, ocorre dor na região da fissura quando o músculo é alongado ou
quando se contrai contra resistência. Se a ruptura ou laceração é completa. O
músculo não traciona o local lesado, de modo que alongamento ou contração
do músculo não causa dor.
4) Lesões tendíneas – tenossinovite é uma inflamação da bainha sinovial que
cobre um tendão, normalmente há crepitação ao movimento. Tendinite é a
formação de cicatriz ou deposição de cálcio em um tendão. Tenovaginite é
um espessamento da bainha tendinea.
5) Sinovite – inflamação da membrana sinovial; um excesso de liquido sinovial
normal dentro de uma articulação, geralmente devido a trauma ou doença.
6) Hemartrose – sangramento dentro de uma articulação, geralmente devido a
trauma grave.
7) Contusão - golpe direto, resultando em uma ruptura capilar, sangramento.
Edema e resposta inflamatória.
8) Bursite – inflamação de uma bolsa (bursa).
9) Gânglio – um balonamento da parede de uma cápsula articular ou bainha
tendínea.
10)Subluxação – deslocamento incompleto ou parcial que geralmente envolve
trauma secundário ao tecido mole vizinho.
11)Luxação – deslocamento de uma parte, geralmente as partes ósseas dentro
de uma articulação, levando a lesão de tecido mole, inflamação, dor e
espasmo muscular.
12)Síndromes por uso excessivo – sobrecarga repetida e/ou desgaste por fricção
em músculo ou tendão resultando em inflamação e dor.
Atletismo
Handebol
Judo
Futebol
3.1 - GERAL:
3.2 - ESPECÍFICOS:
A tabela 1 mostra que a média das idades dos praticantes foi de ± 27,63 anos e
desvio padrão de ± 4,61, o peso médio foi ± 85,5kg e desvio padrão de ± 14,24, a
altura teve como media ± 180,00cm e desvio padrão de ± 4,18 e o IMC dos
praticantes apresentou como media ± 26,50kg/m² e desvio padrão de ± 3,57.
180
160
140
Valores médios
86,5
120
100
80 26,5 27,63
60
40
20
0
Peso (kg) Altura (cm) IMC (Kg/m2) Idade (anos)
Tabela 2 - Demonstrativo dos objetivos que os praticantes buscavam com a pratica da
modalidade.
N % N %
37 64,91 20 35,08
A tabela 2 mostra que a maioria dos praticantes 64,91% tinha como objetivo dos
treinos o condicionamento físico, e a minoria 35,08% treinavam com o objetivo de
participar de competições na modalidade.
70%
60%
35,08%
50%
Percentual
40%
30%
20%
10%
0%
Condicionamento Ccompetição
Objetivos
Tabela 3 - Distribuição de praticantes de Jiu-Jitsu por graduação (faixa).
N % N % N % N %
A tabela 3 mostra a divisão dos praticantes por faixa onde a maioria 49,12% possuía
a graduação de faixa azul e a minoria 8,77% possuía a faixa preta.
50%
40% 29,82%
Percentual
30%
12,28% 8,77%
20%
10%
0%
Azul Roxa Maron Preta
Faixas
Tabela 4 - Demonstrativo dos praticantes de jiu-jitsu que utilizam a musculação
como medida preparatória para a modalidade.
Sim Não
N % N %
45 78,94 12 21,05
80%
70%
60%
Percentual
50%
40% 21,05%
30%
20%
10%
0%
Sim Não
musculação como medida preparatória
Tabela 5 - Distribuição da relação temporal da prática em anos e das horas/treino
semanais dos praticantes de Jiu-Jitsu
X 7,5 3,75
SD 4,47 1,3
Valores representam à média (x) ± (SD) desvio padrão dos anos de prática e horas/treino semanais.
A tabela 5 mostra a media de anos de pratica que foi ± 7,5 com desvio padrão de ±
4,47 e a media de horas de treino semanal foi de ± 3,75 com desvio padrão de ± 1,3.
7,5
8
7
Valores médios
6 3,75
5
4
3
2
1
0
Pratica (anos) Hora/Treino (Sem)
Relação temporal
Tabela 6 - Demonstrativo dos tipos de ambiente (tatames) de treino utilizado por
praticantes de Jiu-Jitsu.
Lona Sintético
N % N %
33 57,89 24 42,1
Valores representam percentual da divisão entre os tipos de piso utilizados pelos praticantes.
A tabela 6 mostra que a maioria dos praticantes 57,89% treina utilizando o piso de
lona em suas academias, enquanto a minoria utiliza o piso do tipo sintético com
42,1%.
60% 42,10%
50%
Percentual
40%
30%
20%
10%
0%
Lona Sintético
Tipo de Tatame
Tabela 7 - Distribuição dos principais tipos Lesões em praticantes de Jiu-Jitsu.
N % N % N % N %
50%
40%
30% 10,52%
20% 3,50% 5,26%
10%
0%
Entorse Luxação Fratura Sub-Luxação
Tipos de lesões
Tabela 8 - Distribuição das Leões músculo esqueléticas por seguimentos corporais
em praticantes de Jiu-Jitsu.
N % N % N % N % N % N %
Valores representam percentual da distribuição entre os seguimentos corporais mais lesionados entre
os praticantes.
A tabela 8 mostra que a estrutura mais acometida foi o joelho com 35,08% seguido
do ombro com 33,33%, a menos afetada foi o punho com 3,5% de incidência de
lesão.
40% 35,08%
33,33%
35%
30%
Percentual
25%
20%
12,28%
15% 8,77%
7,01%
10% 3,50%
5%
0%
Joelho Ombro Dedos/Mão
Seguimentos corporais
Tabela 9 – Distribuição do piso utilizado durante as lesões no MMII.
Joelho Tornozelo
Valores representam percentual entre a divisão do piso utilizado durantes as lesões nos seguimentos
do MMII.
A Tabela 9 mostra que nas lesões dos MMII, a relação do segmento corporal
lesionado com o ambiente de treino, o joelho teve estreita relação com o tipo de solo
(tatame de lona) 70%, e nas lesões do tornozelo o tipo de solo diretamente
relacionado foi o tatame sintético com 100% das lesões ocorridas neste ambiente de
treino.
100%
100%
70%
80%
Percentual
60%
30%
40%
0%
20%
0%
Lona Sintético Lona Sintético
Joelho Tornozelo
6 – DISCUÇÃO
Após a análise dos dados dos 57 praticantes de jiu-jitsu investigados neste estudo,
verificou-se que a idade média dos praticantes de jiu-jitsu com historia de lesão foi
de ± 27,63 anos. Idade esta superior a media das idades de outros praticantes de
lutas desportivas que ocorreram na faixa etária compreendida entre 13 a 19 anos
comforme o estudo de Vital et al. 2007.
Clebis e Natali 2001, explicam que o nível de uma lesão é determinado pela duração
e intensidade do exercício, ocorrendo desta forma que as atividades de resistência
ou de explosão produzem vários níveis de resposta celular e de lesão muscular.
Fato semelhante foi observado nosso estudo onde vimos que a media de anos de
pratica foi de 7,5 anos e as horas de treino semanal foram de 3,75 horas sinalizando
que as lesões podem estar associadas a longos períodos de treino.
A media das idades dos praticantes de jiu-jitsu é superior a media das idades dos
praticantes de outras modalidades de artes marciais.
O tatame mais utilizado para a pratica é o tipo lona, o mesmo represente uma
relação com as lesões no joelho, o tatame do tipo sintético que foi o menos utilizado
apresenta uma grande relação com as lesões no tornozelo dos que praticam a
modalidade.
O tipo de lesão mais freqüente foi entorse e as estruturas mais acometidas pelas
lesões foram o joelho, ombro e tornozelo.
REFERENCIAL BIBLIOGRAFICO
VAN MECHELEN, W.: HLOBIL, H.: KEMPER, H.C.G. Incidence, Severity, Aetiology
and Prevention of Sport Injuries. Sport Medicine. Vol. 14, 1990.
TIDBALL, J.G.. Inflamatory Cell Response to Acute muscle Injury. Medicine and
Science in Sport And Exercices. Vol. 27, 1995.
SMITH, L. L.. Acute inflamation: the inderlying mechanism in delayed onset muscle
soreness. Medicine and science in sport and exercices. Vol. 23, 1991.
NOSAKA, K, NEWTON, M. and SACCO, P.. Muscle Damage and Soroness After
Endurance Exercices of the Elbow Flexors. Medicine and science in sport and
exercices. Vol. 34, 2002.
MCCORMICK, K. M.. Contraction-Induced Injury Run Amok: Na Introduction.
Medicine and science in sport and exercices. Vol. 36, 2004.
GAMA, R.J. Manual de iniciação ao judô. Rio de Janeiro: Grupo Palestra Sport,
1986.
GAMA, R.J. Manual de iniciação ao judô. Rio de Janeiro: Grupo Palestra Sport,
1986.
.
Apêndices
APÊNDICE 1 – TCLE
Testemunha 1 : _______________________________________________
Nome / RG / Telefone
Testemunha 2 : ___________________________________________________
Nome / RG / Telefone
______________________________________
Manoel Gionovaldo Freire Lourenço
3223-4974 / 9997-2526
APÊNDICE 2 – PROTOCOLO DE PESQUISA
PROTOCOLO DE PESQUISA
NOME:
IDADE:
PESO: ALTURA:
ACADEMIA: FAIXA:
TIPO DE TATAME:
( ) LONA ( ) SINTÉTICO
MUSCULAÇÃO:
( ) SIM ( ) NÃO
JÁ APRESENTOU LESÕES?
( ) SIM ( ) NÃO
ONDE OCORREU?
( ) TREINO ( ) COMPETIÇÃO
EM QUAIS ARTICULAÇÕES:
( ) TORNOZELO ( ) DEDOS – PÉ
( ) COXA ( ) PERNA
TIPO DE LESÃO:
Declaração
___________________________________
Declaração
___________________________________
Declaração
___________________________________
Declaração
___________________________________