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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de

Mato Grosso - IFMT


Curso superior de Licenciatura em química
6º Semestre

GUIA DE ESTUDO DA DISCIPLINA

ANÁLISE INSTRUMENTAL

Eucarlos de Lima Martins

2010
“O planejamento de longo prazo não lida com decisões futuras, mas com o futuro de decisões
presentes.”
Peter Drucker
Sumário

Apresentação

Unidade I - Fundamentos da Análise Instrumental

1. Objetivos da Unidade
2. O que é análise instrumental?
3. Análise clássica × Análise Instrumental
4. Princípios da análise química
5. Propriedades da Luz
6. Espectro eletromagnético
7. Prefixo para unidades de medidas

Unidade II - Métodos espectroscópicos de análise

1. Objetivos da unidade
2. Espectroscopia de absorção molecular - Espectrofotometria
3. Espectroscopia de absorção atômica - EAA
4. Espectroscopia por emissão atômica - EEA

Unidade III - Métodos eletroanalíticos e cromatográficos


1. Objetivos da unidade
2. Potenciometria
3. Condutimetria
4. Cromatografia
Apresentação

Este guia tem por objetivo trazer a você um material didático que apresente os
principais tópicos sobre análise instrumental, seus fundamentos, métodos, aplicações e
limites. De posse deste guia você terá acesso às orientações necessárias para a compreensão
dos processos analíticos que utilizam equipamentos tecnológicos em análise química, com
enfoque quantitativo. No entanto, o uso deste guia não dispensa a utilização de outras fontes
de informação, tais como artigos científicos, livros, etc.

Talvez você esteja se questionando... “como iremos estudar ANÁLISE


INSTRUMENTAL à distância?” E está é realmente uma boa questão e que precisa de
resposta prática e direta. Nesta disciplina, temos que trabalhar conceitos poucos explorados
anteriormente tais como espectroscopia de absorção atômica, cromatografia,
espectrofotometria, entre outros. Devido a certa complexidade do conteúdo desta disciplina e
visando favorecer uma aprendizagem consistente e dinâmica, sugiro algumas dicas de
estudos:

a) Organize seu tempo. Escolha o melhor horário e um ambiente tranqüilo para estudar,
pois isso irá favorecer a sua concentração;
b) Utilize este guia de estudos, pois nele você encontrará todas as principais informações
para a disciplina numa linguagem simples e objetiva;
c) Acompanhe os prazos de entrega das atividades e não deixe que estes se acumulem;
d) Procure estudar em outras fontes além deste guia, tais como livros, Internet, e-books,
artigos, etc;
e) Utilize as mídias disponíveis para a disciplina. Elas foram elaboradas para te auxiliar;
f) Participe dos fóruns, chats ou outros veículos de comunicação.

ok... Mas o que é necessário para eu aprender análise instrumental? Dedicação e estudo!!!
Unidade I - Fundamentos da Análise Instrumental

1. Objetivos da Unidade
 Construir o conceito de análise instrumental;

 Demonstrar as vantagens e desvantagens da análise instrumental frente aos métodos


clássicos de análise;

 Compreender o raciocínio seqüencial das análises químicas.

2. O que é análise instrumental?


Você já sabe que a química é uma ciência experimental, pois ela se baseia no processo
de observação e repetição de um dado fenômeno químico ou físico. A partir destas
observações conceitos teóricos são construídos, na tentativa de correlacionar informações,
organizar as idéias e, conseqüentemente, aprofundar a compreensão do meio em que vivemos.

Devido à extensa quantidade de conhecimento relacionada à química, suas áreas foram


descritas sob temas específicos, tais como:

• Química Geral
• Química Orgânica
• Química Inorgânica
• Bioquímica
• Química Tecnológica
• Físico-química
• Química Analítica
• Nanotecnologia

A química analítica é a responsável pelo estudo, desenvolvimento e aplicação de


métodos de análise.
Você já leu as informações sobre a qualidade da água que você usa? Se não, leia no
verso da sua conta de água. A Tabela 1 apresenta os parâmetros de qualidade da água tratada
que constam nesta conta.

Tabela 1. Padrões de qualidade da água tratada em atendimento ao Decreto nº 5.440 de


04/05/2005 (Conforme apresentado em conta de água – SANECAP)
Parâmetros Significado sanitário Padrão de qualidade Exigência
Ocorre devido a VMP da
Turbidez 1,0 a 5,0 U.T
partículas em suspensão. Portaria 518/04
Utilizado para medir a 6.0 a 9.5 Recomendação
pH acidez. da portaria
518/04
Ocorre devido a 5.0 a 15.0 UH VMP da
Cor aparente partículas dissolvidas na Portaria 518/04
água.
Produto químico 0.2 a 5.0 mg/L VMP da
Cloro residual utilizado para eliminar Portaria 518/04
vírus e bactérias da água.
Utilizado como Ausência em 100% das VMP da
indicador de amostras Portaria 518/04
Coliformes
contaminação por
termotolerantes
bactérias de origem
animal de sangue quente
VMP: Valor máximo permitido

Turbidez, cloro residual, cor aparente são parâmetros de qualidade da água obtidos por
técnicas da química analítica. Já a determinação de coliforme termotolerantes é determinada
por técnicas microbiológicas.

Química analítica é o estudo de técnicas para identificação e quantificação das


substâncias.

E a análise instrumental? Onde ela entrou nessa discussão?

Se você pesquisar na internet ou em um livro de metodologias analíticas, verá que a


turbidez é determinada utilizando-se o turbidímetro, um aparelho que mede a quantidade de
material em suspensão numa amostra de água. Em outras palavras, esta é uma análise
instrumental, pois foi utilizado um aparelho (recurso tecnológico) para a determinação de uma
espécie química.

Análise química instrumental: É a parte da química analítica que se utiliza dos


recursos tecnológicos e clássicos disponíveis para realizar as determinações analíticas. Ex:
espectroscopia de absorção atômica, espectrofometria, potenciometria, turbidimetria, além
dos recursos clássicos disponíveis.

Numa análise química onde não são utilizados instrumentos tecnológicos específicos
nas determinações analíticas, dizemos que se trata de um método clássico de análise.

 Análise química clássica: Procedimentos ou técnicas analíticas onde são utilizados


recursos clássicos, não tecnológicos, geralmente simples. Ex: cubetas, balanças, funis,
pipetas, etc.

3. Análise clássica × Análise Instrumental


Ambos os métodos clássicos ou instrumentais de análise química possuem suas
vantagens e desvantagens (Tabela 2).

Tabela 2. Principais vantagens e desvantagens dos métodos clássicos e


instrumentais de análise química.

Tipo de análise Vantagens Desvantagens


- Materiais simples - maior tempo de análise
- Equipamentos de baixo custo - Maior geração de resíduos
Clássica
- Procedimentos de baixa - Menor precisão e exatidão
complexidade dos resultados obtidos
- Rapidez analítica - Custo elevado dos
- Automatização da análise equipamentos
Instrumental
- Maior precisão e exatidão dos - Calibração dos
resultados equipamentos
Adaptado de Cienfuegos & Vaitsman (2000).
A escolha de qual método aplicar dependerá da disponibilidade de recursos. Para
exemplificar a escolha de uma metodologia analítica, vamos planejar uma análise de cloro
residual da água tratada.

Partiremos da seguinte questão: Como confirmar se a concentração de cloro residual


na água tratada esta correta?

Para responder a esta questão, será necessário encontrar as respostas para os


questionamentos abaixo:

 Onde encontrar a metodologia de análise?


 Está é uma análise quantitativa ou qualitativa?
 Tenho os recursos necessários para realizar uma análise clássica ou instrumental;
 Como coletar a amostra para a análise?
 Onde se deve coletar a amostra?
 Qual forma química do cloro (Cl-, Cl2, ClO2-, etc) a ser analisado?

Você observou que para responder estas questões são necessários conhecimentos
específicos, e isso exige pesquisa. Portanto, o primeiro passo é buscar informações sobre a
análise desejada, conhecer seus fundamentos, limitações, cuidados analíticos, cálculo dos
resultados, etc. Assim, na busca de informações sobre a análise de cloro residual, vamos fazer
uma pesquisa no Google. Digite os termos de busca: análise de cloro residual.

- Você encontrou informações úteis?

? - Que outras fontes de pesquisa sobre métodos analíticos poderiam


ser utilizados?

4. Princípios da análise química


Para qualquer análise química clássica ou instrumental, há sempre um princípio básico
que poder ser uma reação específica, a absorção da luz pela amostra, a condutividade da
solução, etc. Para exemplificarmos, vamos utilizar os dados da análise de cloro residual, visto
anteriormente. O texto abaixo foi extraído de um artigo técnico sobre cloro, fornecido pela
PoliControl:
Método DPD – Colorimétrico

Princípio

O DPD (N,N-dietil-p-fenileno-diamina), em solução ácida, dissolvido na amostra pré-


alcalinizada com fosfato, forma um tampão de pH na faixa de 6,2 a 6,5. O DPD, na
ausência de íons iodeto, reage com cloro livre, produzindo uma coloração róseo-
avermelhada. A adição de Iodeto de Potássio atua cataliticamente acelerando a reação
de cor entre o DPD e as cloraminas, tornando-se possível a determinação do cloro
total. Nesta reação, a intensidade da cor varia proprocionalmente à concentração do
cloro presente, respeitando a Lei de Beer.

(Policontrol, 2007)

Você entendeu qual o princípio da análise de cloro pelo método DPD? Leia
novamente e anote as informações:

1 – A solução de DPD é ácida;

2 – A amostra é pré-alcalinizada com fosfato (ânion de um sal cuja hidrólise é


alcalina);

3 – A solução de DPD é dissolvida na amostra;

4 – Na ausência de íons iodeto, o DPD reage com cloro livre, produzindo uma
coloração róseo-avermelhada, que é quantificada com base da Lei de Beer.

Observe que existe uma seqüência de passos a serem seguidos. Cada passo tem uma
função específica, mas o ponto culminante foi a formação da cor róseo-avermelhada. Quanto
mais intensa for a coloração, maior a concentração de cloro da solução ou água tratada. Isto
por que “...nesta reação, a intensidade da cor varia proporcionalmente à concentração do
cloro presente, respeitando a Lei de Beer” (Harris, 2005, p. 402)

Portanto, o princípio da análise de cloro pelo método DPD é a quantificação do


complexo colorido produzido pela reação do DPD com cloro livre. Ainda nos resta uma
questão muito importante:

Como se pode medir com precisão a intensidade da coloração róseo-avermelhada na


análise de cloro por DPD?
Existe algum aparelho utilizado para quantificar a intensidade da coloração de uma
solução? Sabemos que quanto maior a intensidade da coloração de uma solução (quanto mais
escura), menor será a quantidade de luz irá atravessá-la (Figura 1). Independentemente da
coloração, quanto maior a intensidade da cor, maior será a absorção da luz pela amostra.

Luz
incidente

Amostra

Figura 1. Absorção da luz por uma amostra.

A menor quantidade de feixes à direita da amostro, indica que houve a absorção da


luz.

Uma solução é colorida devido a presença de algum componente químico presente


nesta. Por exemplo, uma solução de sulfato de cobre é azul devido à presença de íons cobre e,
mais intensa será a coloração azul quanto mais íons cobre estiverem na solução. Você
conhece o permanganato de potássio? Ele é vendido na forma de comprimidos em qualquer
farmácia para tratamento de feridas. Ao dissolvê-lo em água, a solução resultante é rósea
escura. Quanto mais água adicionarmos, estaremos diluindo a solução, conseqüentemente,
estaremos diminuindo a coloração rósea. Pelo exposto acima, podemos prever que:

 Quanto mais intensa for a coloração azul da solução de sulfato de cobre, maior é a
concentração de íons cobre;
 Quanto maior a concentração de íons cobre (maior intensidade da cor azul), menor a
quantidade de luz atravessará a solução;
 O mesmo ocorre com o permanganato. Portanto:
[MnO4-] = Absorção da luz

Note que, se medirmos a quantidade de luz absorvida por um solução, podemos prever
a sua concentração. É isso que está enunciado na Lei de Lambert-Beer (ou apenas Lei de
Beer):
A concentração é proporcial à absorbância

Bem, uma coisa puxa outra... mas este será o tema da próxima unidade! Por agora o
importante é revisarmos alguns tópicos de física aplicada que serão úteis nas unidades
seguintes.

5. Propriedades da Luz
A luz ou radiação eletromagnética pode ser descrita tanto em termos de onda com em
termos de partícula, conhecido como princípio dual da radiação eletromagnética. As ondas
eletromagnéticas consistem em campos magnéticos e elétricos oscilantes perpendicularmente
orientados (Figura 2). Para descrever a luz, são utilizados os termos comprimento de onda (λ),
freqüência (ν) e energia (E). As relações matemáticas entre estas variáveis são:

c = λν (Eq. 1)

E = hν (Eq. 2)

onde: c é a velocidade da luz no vácuo (3×108 m s-1) e h é a constante de Plank, cujo valor no
Sistema Internacional (SI) é 6,627×10-34 J.s

Figura 2. Propriedade da radiação eletromagnética (UERJ, 2010).

Comprimento de onda (λ): é a distância de uma crista à outra ou um vale ao outro numa
onda eletromagnética. A unidade por ser qualquer que indique distância, tais como Km, m,
cm, mm, µm, nm, etc. No entanto, é mais comum o uso das unidades µm, nm.
Frequência (ν): Indica a periodicidade da onda, ou seja, a quantidade de ciclos ou voltas por
unidade de tempo. Ex: uma onda possui freqüência de 10 Hz (ou s-1), significa que esta onda
tem uma periodicidade de 10 ciclos ou voltas num tempo de 1s.

Energia (E): Indica a energia associada à onda eletromagnética, sendo comum o uso das
unidades Joule (J) e caloria (cal). 1 cal = 4,18 J.

6. Espectro eletromagnético
O espectro eletromagnético é constituído pelo conjunto de radiações eletromagnéticas,
classificadas quanto ao comprimento de onda, freqüência e energia (Figura 3).

Figura 3. Classificação das radiações eletromagnéticas. Adaptado de Wikimedia (2010a).

Você notou que o espectro visível é estreito (400 nm a 600 nm) se comparado às
outras radiações eletromagnéticas? Isto demonstra o quão pouco “vemos” ao nosso redor. A
região à esquerda do espectro visível, composto pelos raios gama, raios X e ultravioleta (UV)
são àquelas de maior freqüência, portanto mais energéticas. Por este motivo são também
perigosas por serem capazes de causar alterações na matéria.

 Exercício resolvido
1. Qual a energia associada a uma radiação eletromagnética com comprimento de onda
de 250 nm? Dado: n (nano) =10-9

Resolução:
como c = λν e E = hν
temos
c
ν=
λ
substituindo a equação acima na equação da energia
hc
E=
ν
hc
substituindo os dados do exercício na fórmula E = , temos
ν
6,627 × 10 −34 Js × 3 × 10 8 ms −1
E= = 7,9524×10-19 J
250 × 10 −9 m

7. Prefixo para unidades de medidas


Você deve ter notado que para caracterizar a radiação eletromagnética foram utilizados
valores numéricos elevados e/ou minúsculos, como por exemplo, 2,5×109 m e 2,5×10-9 m.
Para simplificar a escrita ou até mesmo a compreensão da dimensão desses valores,
freqüentemente usamos prefixos que simplificam a escrita e visualização destes números
(Tabela 3)

Tabela 3. Principais prefixos utilizados.


Prefixo Nome Valor
T Tera 1012
G Giga 109
M Mega 106
K Quilo 103
m Mili 10-3
µ Micro 10-6
n Nano 10-9
p Pico 10-12
Vamos simplificar os valores 2,5×109 m e 2,5×10-9m? Sabemos que o termo 109
significa 1.000.000.000, ou seja um bilhão. Pela Tabela 3, o prefixo mais próximo à este valor
é G (giga, 109), portanto,

2,5×109 m, como 109= G

2,5Gm (dois vírgula cinco giga metros)

Para o valor 2,5×10-9m

n = 10 −9 temos

2,5 nm (dois vírgula cinco nanômetros)

Resumo da Unidade I

A análise química quantitativa é a parte da química que objetiva a determinação de um


analito numa amostra. Esta análise pode ser realizada por um método clássico ou
instrumental, dependendo da disponibilidade de recursos, tempo, quantidade de amostra, etc.
Numa análise química instrumental, há sempre a utilização de um ou mais equipamentos na
determinação direta do analito. A especificidade do equipamento resulta, geralmente, num
ganho de produtividade no laboratório, maior precisão analítica e maior rapidez de análise.
Algumas das desvantagens da análise instrumental são o seu custo elevado e necessidade de
mão de obra altamente qualificada.

Termos importantes

Análise instrumental Espectrofotometria


Análise química Freqüência
Analito Lei de Beer ou Lambert-Beer
Comprimento de onda Radiação eletromagnética
Energia Turbidez
Espectro eletromagnético
Questionário

1) Diferencie a análise química clássica da análise instrumental.


2) Qual o objetivo principal da química analítica?
3) Qual o enunciado da Lei de Beer?
4) Faça uma pesquisa sobre equipamentos ou métodos que se baseiam no princípio da Lei
de Beer.
5) O que é analito?
6) Cite uma vantagem e uma desvantagem da química analítica instrumental que você
considera importante.

Problemas

1) O comprimento de onda de uma radiação eletromagnética cuja freqüência é 3 × 1017 Hz é:


a) 10 × 10-5 m
b) 10 × 105 m
c) 1 × 10-9 m
d) 1 × 109 m
e) 1 × 107 m

2) Faça os cálculos necessários e complete a tabela abaixo.

Comprimento de onda (nm) Freqüência (Hz ou s-1) Energia (J)


200 nm
1,7×1016
7×10-19
600 nm

3) O comprimento de onda de uma radiação eletromagnética cuja energia é 3,1 × 10-19 J vale:
a) 641,3 µm
b) 0,6413 nm
c) 6,413 nm
d) 64,13 µm
e) 0,641µm

4) O comprimento de onda de uma radiação eletromagnética cuja energia é 9,1 × 10-19 J é:


a) 218,5 nm
b) 540,2 nm
c) 910,6 nm
d) 670,9 nm
e) 350,1 nm
5) A energia de uma radiação eletromagnética cujo comprimento de onda é 500 nm é
aproximadamente:
a) 4,0 × 10-19 J
b) 3,8 × 10-19 J
c) 4,5 × 10-18 J
d) 5,0 × 10-17 J
e) 6,0 × 10-19 J

6) Dada a equação E=hf, onde E é a energia de uma radiação eletromagnética em Joules (J),
h é a constante de Plank e f é a freqüência da radiação (s-1), a unidade da constante de
Plank é:
a) J-1s b) J.s c) J s-1 d) J.m e) m/s

7) Dada a tabela abaixo, assinale a alternativa que apresenta a ordem crescente de


classificação de energia:

a) vermelho> amarelo> violeta Cor Comprimento de onda (nm)


b) amarelo > azul > vermelho
c) violeta > verde > laranja violeta 390 - 455
d) amarelo > violeta > verde azul 455 - 492
e) laranja > verde > amarelo verde 492 - 577
amarelo 577 - 597
laranja 597 - 622
vermelho 622 - 780

8) Transforme os números abaixo em notação científica e utilize os prefixos adequados.


a) 1.000.000 m
b) 2.546 m
c) 0,0000003 m
d) 5,0 × 10-13 J
e) 5 µm
f) 600 nm
g) 450
Unidade II - Métodos Espectroscópicos de análise

1. Objetivos da unidade
 Apresentar e discutir os fundamentos dos principais métodos espectroscópicos de
análise;

 Favorecer a compreensão e aplicabilidade dos métodos espectroscópicos.

2. Espectroscopia por Absorção Molecular – Espectrofotometria

2.1. Introdução

O que é espectrofotometria? Antes de responder a esta pergunta observe que este


termo é composto por três partes principais: espectro, foto e metria. Na língua portuguesa,
essa composição de termos menores para compor um conceito mais amplo é extensamente
utilizada. Assim, se conhecermos o significado dos termos componentes da palavra que
estamos analisando, podemos saber do que se trata a espectrofotometria, mesmo sem
conhecermos o conteúdo teórico por trás.

Analise, a palavra espectro indica algo complexo, variação, amplitude de ação, etc.
Foto significa luz e metria obviamente faz referência à medida. Portanto, temos três
componentes: medida, luz e espectro. Pelo estudo da física, sabe-se que a luz branca pode ser
decomposta num “espectro” de cores diferentes, chamado de espectro da luz. Agora é com
você:
O que significa espectrofotometria?
É a medida ou quantificação da luz ou radiação eletromagnética. Mas qual a sua
aplicação em análise química? Você se lembra que na unidade anterior vimos que a medida da
absorção da luz por uma amostra é proporcional à sua concentração? A espectrofotometria é o
nome utilizado para descrever a técnica que utiliza a luz para medir a concentração de uma
espécie química.

2.2. Espectrofotômetro UV-Vis

Este equipamento realiza a quantificação da radiação eletromagnética (luz) que


atravessa a amostra acondicionada em seu interior num recipiente chamado cubeta (Figura 4)
Monocromador Detector

Fonte Luminosa Cubeta

Figura 4. Visão esquemática de um espectrofotômetro.

A lâmpada utilizada como fonte luminosa é de filamento de tungstênio (W), para


emissões na faixa da luz visível (Vis) e infravermelho e deutério (2H) para emissões na faixa
da radiação ultravioleta (UV). Devido à presença de ambas estas lâmpadas no aparelho, as
análises podem apresentar valores de absorbância para intervalos de comprimento de onda
desde o UV até ao Vis.

O monocromador consiste num sistema óptico para seleção de comprimento de onda,


de modo que luz que atravessa a amostra seja monocromática. Um prisma ou rede de difração
decompõe a luz visível (policromática) em diversas radiações, que conhecemos como arco-
íris. Mas como selecionamos um comprimento de onda específico? Por meio de um anteparo
com uma fenda posicionada de maneira que a luz de comprimento de onda específico passe
por ela enquanto os outros comprimentos de onda ficam retidos.

2.3. Absorção de Luz pela amostra

Quando uma molécula absorve luz, a energia da molécula aumenta. Por este motivo,
quando a luz é absorvida por uma amostra, a energia radiante do feixe de luz diminui (Figura
5). A energia radiante, P, é a energia por segundo por unidade de área do feixe de luz. Numa
análise química por espectrofotometria ou colorimetria, quantifica-se a intensidade da luz (P)
que passa pela amostra.

P0P0 P1

Luz
incidente

Amostra
Figura 5. Absorção de luz por uma amostra.

Observe que P1<P0, o que indica que parte da radiação eletromagnética (luz) foi
absorvida pela amostra. Portanto, ser fizermos a razão entre P1/P0 teremos a fração de luz que
atravessa a amostra, sendo denominada de transmitância (T). A transmitância apresenta
valores que variam entre zero (0) e 1 ou zero e 100%.

P1
T= (Eq. 3)
P0

Outra unidade importante na espectrofotometria é a absorbância. Sabemos que a


quantidade de luz que atravessa uma amostra é mensurada como transmitância. Disto advém
uma questão, podemos fazer referência à quantidade de luz absorvida pela amostra? Sim, e
chama-se absorbância (A). As relações matemáticas entre a transmitância e a absorbância
estão apresentadas pelas Equações 4 e 5.

1
A = log (Eq. 4)
T

ou A = 2 − LogT % (Eq. 5)

 Exercício resolvido

1. Num experimento utilizando-se um espectrofotômetro, uma amostra transmitiu 60%


da luz incidente. Qual a absorbância desta amostra?

A = 2 − LogT %
A = 2 − Log 60
A = 2 − 1,77815 => A = 0,22185

2.4. Lei de Lambert-Beer

Na Unidade I foi dado um exemplo do uso da luz numa análise química. Vamos
relembrar?

“... uma solução de sulfato de cobre é azul devido à presença de íons cobre e, mais intensa
será a coloração azul quanto mais íons cobre estiverem na solução. Você conhece o
permanganato de potássio? Ele é vendido na forma de comprimidos em qualquer farmácia
para tratamento de feridas. Ao dissolvê-lo em água, a solução resultante é rósea escura.
Quanto mais água adicionarmos, estaremos diluindo a solução, conseqüentemente, estaremos
diminuindo a coloração rósea. Pelo exposto acima, podemos prever que”:

 Quanto mais intensa for a coloração azul da solução de sulfato de cobre, maior é a
concentração de íons cobre;
 Quanto maior a concentração de íons cobre (maior intensidade da cor azul), menor a
quantidade de luz que atravessará a solução;
 O mesmo ocorre com o permanganato. Portanto:

[MnO4-] = Absorção da luz

Pelo exposto acima concluímos que a concentração é proporcional à quantidade de luz


absorvida pela amostra. E é exatamente isso que enuncia a Lei de Lambert-Beer (ou apenas
Lei de Beer):
Princípio da espectrofotometria: A concentração é proporcional à absorbância

Em termos matemáticos temos a expressão dessa lei,

A = εbc (Eq. 6)

onde A é medida da absorbância, ε é a absortividade molar da solução num comprimento de


onda específico, b indica o caminho óptico em centímetros (largura da cubeta utilizada) e c é a
concentração molar da solução.

 Exercício resolvido

2. Qual a concentração de MnO4-1 em mol L-1 de uma solução com absorbância de 0,345
à 500nm utilizando uma cubeta de 1 cm? A absortividade molar a 500 nm é 10.000
mol-1L cm-1?

Resolução:

A = εbc

Substituindo os valores temos,


0,345 = 10.000 × 1 × c
então
10.000 × 1 × c = 0,345
0,345 0,345
c= => => 3,45 × 10 −5 molL−1
10.000 × 1 10.000 × 1

A absorbância da solução é uma medida experimental, realizada utilizando um


espectrofotômetro. Através da leitura da absorbância de soluções cujas concentrações são
conhecidas (padrões) se obtém a absortividade molar. A absortividade molar nada mais é que
o valor da absorbância quando a concentração da solução for igual 1 molL-1.

Padrão analítico: Solução cuja concentração do analito é conhecida

 Exercício resolvido

3. Se a absorbância de uma solução padrão de CuSO4 com concentração de 0,00025 mol


L-1 foi 0,150 à 540 nm utilizando-se uma cubeta de 2 cm, qual a absortividade molar
do composto neste comprimento de onda?

Resolução:

A = εbc

Substituindo os valores temos,


0,150 = ε × 2 × 0,00025
então
ε × 2 × 0,00025 = 0,150

ε = 3,0 × 10 2 ou 300 mol −1 Lcm −1

2.5. Curva de calibração

Pelo que você observou até agora neste capítulo, podemos determinar a concentração
de uma analito, comparando a leitura (absorbância) de uma solução padrão (concentração
conhecida), com a leitura de uma amostra, cuja concentração se pretende determinar. A
questão é que podemos ter mais de um padrão analítico numa análise, no intuito de minimizar
o erro analítico.
Como faremos a comparação dos padrões com a amostra? Vamos utilizar um artifício
matemático chamado Método dos Mínimos Quadrados. Como este cálculo é extenso e foge
do escopo desta disciplina, faremos estes cálculos utilizando uma calculadora científica ou
com o auxílio do Excel®. O detalhamento da entrada de dados nestas ferramentas será
disponibilização pelo professor na forma de tutorial.

 Exercício resolvido

4. Qual a concentração de fósforo (PO4-3) para uma amostra cuja absorbância foi 0,458?
Os padrões analíticos para a confecção da curva de calibração são apresentados na
tabela abaixo.

Padrões P (mg L-1) Absorbância


0 0,002
1 0,201
2 0,399
3 0,602
4 0,810
Resolução:

Observe que a equação A = εbc tem semelhança matemática com y = mx + b . Onde

y indica variável dependente (absorbância), m é o coeficiente angular da reta (fator


que representa a relação entre a absorbância e a concentração), x é a variável
independente (concentração) e b é o coeficiente linear

Entre com os valores de x (concentração) e y (absorbância) na calculadora ou Excel e


siga os passos do tutorial para a obtenção da equação de reta. O resultado é,

y = 0,2017 x − 0,0006 ou A = 0,2017Conc − 0,0006


Sendo A = absorbância e Conc = concentração.
Como a absorbância da amostra é 0,458
A = 0,2017Conc − 0,0006
0,2017Conc − 0,0006 = A
0,2017Conc = A + 0,0006
A + 0,0006
Conc =
0,2017
0,458 + 0,0006
Conc = = 2,2737 mg L-1
0,2017
3. Espectroscopia por Absorção Atômica - EAA

3.1. Introdução

Você notou que o título deste capítulo apresentou um termo já conhecido? Absorção.
Mas...o que significa absorção atômica? Vejamos, quando falamos em absorção, estamos
fazendo referência à absorção da luz pela amostra, como visto no capítulo 2 ao tratarmos
sobre espectrofotometria. Na espectroscopia por absorção atômica, a luz emitida por uma
fonte luminosa é absorvida pelos átomos de metais no estado fundamental presentes na
chama. Estes átomos são provenientes da amostra e, quanto maior a concentração do metal,
maior a quantidade de luz absorvida, portanto maior a absorbância da amostra.

Princípio do método: A absorbância é proporcional à concentração de átomos no


estado fundamental presente na chama.

Qual a aplicação da espectroscopia por absorção atômica? Análise de metais. Em tese,


todos os metais conhecidos podem ser analisados por este método. A especificidade deste
método permite que concentrações muito baixas de um metal sejam quantificadas, sendo por
isso, um método importante em instituições de ensino superior e pesquisa, públicos ou
privados. O principal fator que impede o amplo uso desta técnica é o elevado custo, ficando
acima dos R$ 250.000,00.

3.2. Espectrômetro de Absorção Atômica

Como funciona este equipamento? Já sabemos qual é o princípio - a medida da


absorção da luz por átomos no estado fundamental presentes na chama e provenientes da
amostra líquida. Observe o esquema apresentado na Figura 6. Analise semelhança deste
esquema com o esquema de um espectrofotômetro. Quais as diferenças e semelhanças?

Queimador
Monocromador Detector

Fonte Luminosa
Amplificador

Amostra Leitura

Figura 6. Visão esquemática de um espectrômetro de absorção atômica - EAA.


Fonte luminosa: constitui-se de uma lâmpada de cátodo oco, fabricada do mesmo material do
qual se deseja analisar. Assim, se queremos analisar mercúrio (Hg), qual lâmpada devemos
utilizar? Uma lâmpada de cátodo oco de mercúrio. Existem também lâmpadas fabricadas de
diferentes elementos químicos, sendo chamadas de lâmpadas multielementares.

Queimador: Aparato de metal onde a amostra juntamente com o combustível é queimada. A


mistura da amostra com o combustível é feito no interior do nebulizador, peça logo abaixo do
queimador, cuja função é aspirar a amostra misturando-a com o combustível, na forma de fina
névoa.

Monocromador: Sistema óptico composto de rede de difração, lentes e espelhos, que


objetiva separar um comprimento de onda específico, no caso da EAA, a radiação magnética
proveniente da lâmpada de cátodo oco.

Detector: Sistema eletrônico de recepção e conversão da radiação luminosa recebida em


energia elétrica. O sinal elétrico gerado é amplificado e a seguir apresentado de forma
adequada ao operador do equipamento, absorbância no caso.

3.3. O Processo de atomização na EAA

Já vimos que o princípio da EAA é a leitura da absorção da luz emitida pela lâmpada
de cátodo oco por átomos no estado fundamental presentes na chama. Mas neste momento,
vamos aprofundar um pouco mais neste assunto. Por que o átomo encontra-se no estado
fundamental na chama? Antes de respondermos esta questão, observe o que ocorre com uma
solução salina numa chama.

Na+1(aq) + Cl-1(aq) NaCl (s) NaCl (g) Na (g) + Cl(g) Na* (g)

Figura 7. Processo de atomização num EAA.

Esse processo é mais comum do que se imagina. Como? Alguma vez você já observou
o que ocorre com a chama do fogão ao cair um pouco da água do cozimento do arroz? A
chama, que inicialmente era azul clara fica amarelo-alaranjada... ou laranja-amarelada... bem,
o fato é que muda de cor de maneira perceptível! Os passos descritos na Figura 6 é a
explicação para o fenômeno da mudança na cor da chama.

Em outras palavras, parte da solução de cloreto de sódio ao “cair” na chama, tem seu
conteúdo de água vaporizado, restando apenas o cloreto de sódio sólido (NaCl(s)). Como este
processo é praticamente instantâneo, o NaCl(s) ao receber mais energia da chama que
dependendo da temperatura, poderá sublimar o sal levando-o ao estado gasoso (NaCl(g)). Este,
com o acréscimo de energia sofre o processo de atomização (Na(g) + Cl(g)). O sódio atomizado
poderá ainda ao absorver mais energia da chama e passar para o estado excitado (perda de
elétrons), sendo que ao sair da chama, este elétron retorna para o orbital ocupado
anteriormente. Neste processo o átomo perde energia na forma de luz, cujo comprimento de
onda depende da quantidade de energia absorvida e da posição do elétron excitado. Por este
motivo, o bário (Ba) emite luz de cor verde, o lítio (Li) na cor vermelha, etc.

 Exercício resolvido

5. Se a absorbância de um padrão de Hg+2 com concentração de 1,5 µmol L-1 foi 0,124
pelo método da EAA, qual a concentração de mercúrio em uma amostra cuja leitura de
absorbância foi 0,0947?

Resolução:

Conforme a lei de Lambert-Beer, a absorbância é proporcional á concentração do


analito na amostra, assim:

1,5 µmol L-1 0,124


x µmol L-1 0,0947

1,5 × 0,0947
x=
0,124

x = 1,14556 µmol L-1 ou aproximadamente x = 1,15 µmol L-1


4. Espectroscopia por Emissão Atômica - EEA

3.1. Introdução

Você compreendeu qual o princípio da EAA? Se a resposta for positiva, você já


entendeu 99% da EEA. Isto porque a diferença fundamental entre estes dois métodos é que na
EEA a propriedade da matéria medida é a emissão dos átomos excitados ao retornarem para o
estado fundamental.

Princípio do método: A medida da emissão eletromagnética (luz) por átomos


excitados pela chama é proporcional à concentração do analito (metal).

Em tese, este método funcionaria para todos os metais constantes na tabela periódica.
No entanto, a sua aplicação prática é comum apenas para os metais alcalinos, principalmente
para o Li, K e Na. Isto porque a energia de ionização destes elementos é baixo, o que explica
a elevada emissão destes. Elementos como o mercúrio (Hg) exigem grande quantidade de
energia para causar a excitação, conseqüentemente a emissão atômica, daí a sua análise ser
realizada por EAA.

3.2. Espectrômetro de Absorção Atômica (fotômetro de chama)

Como funciona este equipamento? Como já foi dito, este é semelhante ao


espectrômetro de absorção atômica, sendo a principal diferença a ausência de lâmpada de
cátodo oco.

Queimador
Monocromador Detector

Amplificador
Amostra
Leitura

Figura 8. Visão esquemática de um Fotômetro de Chama.


As informações referentes aos blocos que constituem o esquema apresentado na Figura 8 são
os mesmos apresentados no capítulo anterior.

 Exercício resolvido

6. Numa análise para determinação de potássio (K+), a medida da emissão deste elemento
para uma amostra de água mineral foi 44,5. Em comparação com os padrões analíticos
para determinação deste elemento em amostras de água, determine a concentração de
potássio na amostra de água mineral.

Padrões K (mg L-1) Emissão relativa


0 0,0
5 25,0
10 51,2
15 74,6
20 102,3
Resolução:

Como temos vários padrões, é necessário encontrar a equação de reta. Neste caso,
x representa a concentração e y representa a emissão dos átomos de potássio na
amostra. Através do tutorial disponibilizado, encontramos os coeficientes angular e
linear.
y = 5,084 x − 0,22 ou Emissão = 5,084Conc − 0,22
Como a emissão da amostra foi 44,5
Emissão = 5,084Conc − 0,22
5,084Conc − 0,22 = Emissão
Emissão + 0,22
Conc =
5,084
44,5 + 0,22
Conc = = 8,796 mg L-1 ≈ 8,8 mg L-1
5,084
Resumo da Unidade II

Os métodos espectroscópicos podem ser considerados como uma aplicação da


radiação eletromagnética em análises química para a quantificação de substâncias químicas.
Neste contexto, a espectroscopia de absorção atômica apresenta-se como um método
extremamente confiável de análise de metais, sendo em tese, capaz de ser utilizado para a
análise de praticamente todos os elementos metálicos conhecidos. A absorção da radiação
emitida por uma lâmpada de cátodo oco por átomos no estado fundamental presente na chama
constitui o fundamento deste método. Já na espectroscopia de emissão atômica, a
quantificação de íons metálicos é realizada em função da emissão de radiação eletromagnética
pelo analito (metal). Outro método bastante difundido devido à boa precisão e baixo custo é a
espectrofotometria, utilizado tanto para determinação de compostos orgânicos quanto
inorgânicos. Neste método, a absorção da luz UV e Vis é utilizada para quantificar a presença
de um determinado analito.

Termos importantes

Absorção atômica Lâmpada de cátodo oco


Analito Lei de Beer ou Lambert-Beer
Cubeta Monocromador
Curva de calibração Padrão analítico
Emissão atômica Queimador
Equação de reta Radiação eletromagnética
Espectrofotometria Rede de difração
Espectroscopia Ultravioleta – UV

Questionário

1) Qual o princípio dos seguintes métodos analíticos?


a) Espectrofotometria.
b) Espectroscopia de emissão atômica.
c) Espectroscopia de absorção atômica
2) Diferencie as técnicas EAA e EEA.
3) O que significa dizer que um átomo está no estado fundamental?
4) De maneira sucinta, descreva a origem atômica da luz.
Problemas

1) O enunciado “...a concentração de uma solução é proporcional a absorvância.” é melhor


expressado pela:

a) Lei dos gases ideais


b) 3º Lei de Newton
c) Lei de Lambert-Beer
d) Lei de Thyndall
e) Lei de Russel

2) Se uma amostra transmite 90 % da luz incidente, esta tem absorbância de:


a) 0.125
b) 1.880
c) 2.000
d) 0.046
e) 0.987

3) Uma série de padrões de potássio forneceu as intensidades de emissão a 404,3 nm, mostras
na tabela a seguir. Determine a concentração de potássio na amostra desconhecida.

Amostra (µg L-1) Emissão relativa


Branco 0
5,0 124
10,0 243
20,0 486
30,0 712
Amostra desconhecida 417

4) 0,267 g de um composto com massa molar de 337,69 g mol-1 foram dissolvidos em 100,0
mL de etanol. Então 2,00 mL foram diluídos para 100,0 mL. O espectro desta solução exibiu
um máximo de absorbância de 0,728 a 438 nm em uma cubeta de 2,00 cm. A absortividade
molar do composto é:
a) 3021 M-1 cm-1
b) 2302 M-1 cm-1
c) 3500 M-1 cm-1
d) 2205 M-1 cm-1
e) 4009 M-1 cm-1

5) O Esquema abaixo representa de forma genérica o fundamento do método óptico de


análise. Qual dos seguintes métodos instrumentais baseia-se neste fundamento?

a) Cromatografia
b) Espectroscopia de Absorção atômica
c) Colorimetria
d) Coulometria
e) Espectrofotometria

6) A absorção de radiação por átomos no estado fundamental constitui-se o fundamento do


método:

a) Cromatografia gasosa
b) Espectroscopia de Absorção atômica
c) Turbidimetria
d) Colorimetria
e) Espectrofotometria

7) A figura ao lado apresenta um exemplo de curva de calibração. O valor do coeficiente


linear (b) da equação de reta é:

a) 0,2
b) 0,0
c) 0,4
d) 0,1
e) 0,3

8) Para a quantificação de compostos químicos por métodos instrumentais de análises é


requisito obrigatório:

a) Padrões analíticos
b) Várias amostras
c) Diluição da amostra
d) Computador
e) Ácidos minerais

9) A curva de calibração constitui-se numa maneira eficiente de quantificar um analito pela


comparação da resposta do aparelho (medida) para uma dada concentração. Analise os itens
abaixo:

1- concentração é a variável dependente


2 - absorbância é a variável independente
3 - concentração é a variável independente
4 - absorbância é a variável dependente

Sobre o uso da equação de reta assinale a alternativa correta:

a) 1 e 2 estão corretas
b) 3 e 4 estão corretas
c) 1 e 4 estão corretas
d) 2 e 4 estão corretas
e) nenhuma das alternativas

10) Para análise de metais pesados qual é o método mais indicado?

a) Espectroscopia de absorção atômica


b) Turbidimetria
c) Potenciometria
d) Espectroscopia de emissão atômica
e) Cromatografia a gás

11) 0.460 g de um composto com massa molar de 340,0 g mol-1 foram dissolvido em 100,0
mL de água destilada. Então 2,00 mL foram diluídos para 150,0 mL. O espectro desta solução
exibiu um máximo de absorbância de 0,828 a 438 nm em uma cubeta de 3,00 cm. A
absortividade molar do composto é:
a) 3021 mol-1 cm-1 L
b) 1530 mol-1 cm-1 L
c) 3500 mol-1 cm-1 L
d) 2205 mol-1 cm-1 L
e) 4009 mol-1 cm-1 L

12) A absortividade molar do complexo formado entre o bismuto (III) e a tiouréia é 9,32×103
L cm-1 mol-1 a 470 nm. Calcule a faixa de concentração permitida para o complexo se a
absorbância não deve ser menor que 0,10 nem maior que 0,90 quando as medidas forem feitas
em cubetas de 1,00 cm.

13) A absortividade molar de soluções aquosas de fenol a 211 nm é 6,17×103 L cm-1 mol-1.
Calcular a faixa de concentração permitida de concentração de fenol que pode ser usada se a
transmitância deve ser menor que 80% e maior que 5% quando as medidas forem feitas em
cubetas de 1,00 cm.

14) Julgue as alternativas abaixo se falsa (F) ou verdadeira (V):


( ) Na equação de Lambert-Beer, o caminho óptico é representado por ε.
( ) Para uma leitura de A = 0,1254 a transmitância correspondente é 64,92.
( ) Quanto maior a absortividade molar, maior a sensibilidade analítica na determinação.
( ) A espectroscopia de absorção atômica é o método mais indicado para análise de metais.
( ) Os padrões analíticos são essenciais em análise instrumental.
( ) A concentração mantém uma relação logarítmica com a transmitância
( ) Se uma amostra absorve 40% da luz incidente, observa-se absorbância de 2,22185.
( ) Se uma amostra apresenta uma absortividade molar igual a 6,1×104 mol-1 cm-1 L, uma
solução de concentração igual a 1 mol/L apresenta absorbância superior a 60.000

15) Uma amostra em uma célula de 3,0 cm transmite 65% de um feixe de luz incidente (λ =
610 nm). Se a solução tem concentração de 1,5×10-10 mol L-1, a absortividade molar vale:
a) 4,157×10-8 mol-1 cm-1 L
b) 4,157×108 mol-1 cm-1 L
c) 1,87×10-11 mol-1 cm-1 L
d) 1,87×1011 mol-1 cm-1 L
e) 18,7×10-12 mol-1 cm-1 L

16) 50 g de um sal foram dissolvidos em um balão volumétrico de 1000 mL. 50 mL desta


solução foram transferidos para um balão de 500 mL. Foram retirados 20 mL desta solução e
transferidos para um balão de 250 mL. 20 mL desta solução foram transferidos para um balão
de 200 mL e diluída acrescentando H2O (solvente) até o menisco. A leitura em espectrômetro
de absorção atômica revelou absorbância de 0,1115. Qual o teor (%) de ferro (Fe) no sal
utilizado?

Concentração (mg L-1) A


0,00 0,020
4,20 0,291
8,01 0,585
12,05 0,875
16,02 1,150

17) Se numa análise de potássio (K+1) por fotometria de chama, um padrão deste elemento a
30 mg L-1 apresenta uma emissão de 55, qual a concentração de uma amostra que apresenta
emissão de 33?

18) Uma amostra em uma célula (cubeta) de 1,0 cm transmite 75,0% de um feixe de luz
incidente (510 nm). Se a concentração da solução for de 0,075 g mol-1, a absortividade molar
(M-1 cm-1) vale:
a) 1.0×l0-4 M-1 cm-1
b) 1.67 M-1 cm-1
c) 10.000 M-1 cm-1
d) 4,4 M-1 cm-1
e) 890 M-1 cm-1
Unidade III - Métodos eletroanalíticos e
cromatográficos

1. Objetivos da unidade
 Apresentar os conceitos fundamentais dos métodos eletroanalíticos e cromatográficos;

 Discutir a aplicabilidade dos métodos eletroanalíticos e cromatográficos;

2. Potenciometria

2.1. Introdução

Quantas vezes já ouvimos dizer que o limão é ácido, ou que um suco desta fruta está
ácido? A faixa de pH, que varia de 0 a 14, nos indica o quão ácido ou básico uma solução
está... mas como é feita a medida do pH? A resposta para esta pergunta é geralmente bem
diversa. No entanto, antes de estudarmos como é feita esta determinação, outra pergunta
precisa ser respondida – O que pH?

2.2. O que é pH?

É comum os livros didáticos apresentarem esta resposta: “pH é a medida do potencial


hidrogeniônico de uma solução”, daí o termo potenciometria. Outros preferem utilizar uma
linguagem matemática:

pH = − log[ H + ] (Eq. 7)

As explanações acima estão corretas para a definição de pH. No entanto, uma


informação é geralmente omitida a título de simplificação, aquela o pH indica a atividade do
íon hidrogênio. A atividade pode ser definida como a concentração efetiva de íon em solução.
Vejamos, suponha que um aluno faça uma solução de ácido acético a 0,25 mol L-1. Qual o pH
desta solução?

pH = − log[0,25]

pH = 0,602
Se este cálculo estivesse correto, ao você utilizar um pouco de vinagre no seu almoço,
provavelmente isto causaria uma úlcera no estômago ou outros efeitos causados por ácidos
muito fortes. Mas isso ocorre com o vinagre? Certamente que não. Mas qual a explicação para
isso? Bem, se o ácido acético não causa os efeitos citados anteriormente é porque ele não é
um ácido forte, mas sim um ácido fraco. Uma das características dos ácidos fracos que estes
não estão completamente dissociados na solução aquosa. No caso do ácido acético, apenas 5%
das moléculas estão dissociadas, a maior parte (95%) permanece na forma não-dissociada.
Assim, o valor da acidez visto e conseqüentemente o pH será maior que 0,602, pois é
influenciado apenas pelos hidrogênios dissociados.

O exposto acima indica claramente que o pH de uma solução tem relação estreita com
o comportamento de um composto neste meio. Isto seria um problema, se não fosse o
eletrodo indicador de pH.

2.3. Eletrodo indicador de pH

O termo eletrodo já indica que se trata de uma medida elétrica, mas o que é eletrodo
indicador de pH? Existem vários tipos de eletrodos: eletrodo de calomelano saturado, eletrodo
de íon seletivo, eletrodos de referência, etc. No entanto o mais importante é o eletrodo
indicador de pH (Figura 9). Essencialmente se trata de uma célula eletroquímica, ou seja, um
dispositivo eletroquímico sensível à presença do íon hidrogênio.

Solução de KCl saturada com AgCl


Contatos elétricos de AgCl(s)

Membrana de vidro

Figura 9. Visão esquemática do eletrodo indicador de pH.

O eletrodo indicador de pH é constituído de um membrana semi-permeável aos íons


hidrogênios, os contatos eletroquímicos de fios de prata com contatos elétricos em AgCl. O
princípio de funcionamento deste equipamento é a variação do potencial elétrico devido à
diferença de potencial elétrico causada pelos íons hidrogênio (Eq. 8),
[ H + ]conc.
E = E a + 0,0591 × Log (Eq. 8)
[ H + ]dil .
onde E= é o potencial de assimetria dado em volts (V) e Ea representa o potencial residual
parasita. O eletrodo ao ser introduzido na amostra inicia as trocas de íons para o interior do
deste se a concentração externa for maior que interna. Esta diferença de concentração causa
uma diferença de potencial (ddp) e conseqüentemente uma pequena corrente elétrica, que é
capturada pelo peagâmetro (pH meter) onde é expressado em termos de pH.

2.4. Eletrodo íon-seletivo

Neste caso, trata-se de um eletrodo que é sensível a uma espécie iônica específica. O
princípio de funcionamento deste é o estabelecimento do equilíbrio de troca iônica na
superfície de uma membrana seletiva a íons. No entanto, outros íons podem ser capazes de se
ligarem ao mesmo sítio e interferirem no resultado da análise.

Este método de análise é expressivamente utilizado para análise de íons fluoreto em


solução. Pela simples calibração do eletrodo íon-seletivo de flúor e sua inserção numa
amostra de água tratada, tem a quantidade deste elemento.

 Exercício resolvido

7) Numa análise físico-química de água, foi determinado por potenciometria o pH,


obtendo-se pH igual 6,0. Qual a concentração de íons hidrogênios nesta amostra?

Resposta:

pH = − log[ H + ]

6,0 = − log[ H + ]

− log[ H + ] = 6,0

log[ H + ] = −6,0

[ H + ] = 10 −6, 0 = 0,000001 mol L-1

3. Condutimetria
3.1. Introdução

Um dos experimentos químicos mais realizados no ensino médio é a demonstração da


condutividade elétrica de solução aquosas de NaCl (Figura 10). Ao dissolver o NaCl(s) em
água, temos a dissociação destes dois elementos, formando assim o Na+1 e o Cl-1, sendo estes
elementos os responsáveis pela condutividade da solução. Você já pensou em usar essa
propriedade condutora da solução para quantificar o teor de sal presente nela?

Bateria

Figura 10. Experimento para a verificação da condutividade de uma solução salina (NaCl).

A condutividade de uma solução é usada como uma das possibilidades de analisar a


matéria. A medida da condutividade de uma solução chama-se condutância, e pode ser
determinada por medidas diretas e relativas.

Como são feitas as medidas diretas?

Consiste na determinação da concentração de uma solução eletrolítica através de uma


única medida de condutância, que é limitada, face ao caráter não seletivo dessa propriedade.
Em outras palavras, todos os compostos iônicos em solução podem conduzir eletricidade,
logo este não é um método seletivo ou específico para uma espécie química. Uma alternativa
para este problema é a titulação condutométrica, onde é realizada a medida da condutância do
eletrólito de interesse, enquanto um de seus íons, pela titulação, é substituído por outro de
condutividade diferente.
3.2. Condutivímetro

Como é realizada a determinação dos valores de condutância de uma solução? O


primeiro passo é possuir o condutivímetro, que funciona de maneira semelhante ao
multímetro comercialmente conhecido. A interface do condutivímetro com uma solução
salina é dado pela célula de condutância (Figura 11).

Figura 11. Célula de condutância imersa numa solução salina

A célula de condutância é composta basicamente por duas placas de platina,


rigorosamente em paralelo e distanciadas de tal modo que defina uma coluna de solução
eletrolítica.

3.3. Resistência e condutância de soluções eletrolíticas

Para compreender melhor o que é condutância, é necessário relembrar o conceito de


resistência. Lembra-se? Achou que nunca mais precisaria disso de novo né!?

Vamos considerar uma célula hipotética formada por duas placas de platina planas e
paralelas com superfície A (cm2), recobertas com negro de platina, afastadas por uma
distância de d em centímetros. A resistência R (ohm) entre estas placas numa solução
eletrolítica é dada pela Equação 9,

1
R = ρ .d (Eq. 9)
A

onde ρ uma constante de proporcionalidade dado em ohm.cm e representa a resistência


específica da fração da coluna de solução que dependerá da temperatura. Na prática, ao invés
de serem usadas medidas de resistência eletrolítica de uma solução, é usada a condutância (L)
que é dada pelo inverso da resistência (Equação 10).

1
L= (Eq. 10)
R

Observe que as Equações 9 e 10 contém a resistência eletrolítica como fator comum


em ambas, estão vamos combinar as duas equações?

A
L= .d (Eq. 11)
ρ

O termo 1 -1
ρ é denominado condutância específica K, expressa em Siemens (S cm ).
O que torna este fator importante para tenhamos deduzido esta equação? A importância se
deve ao fato da condutância específica ser uma função da concentração de eletrólitos fortes na
solução, além de ter também relação com a temperatura.

4. Cromatografia

4.1. Introdução

Você já observou que a maioria dos métodos instrumentais possui nomes sugestivos
quanto à sua aplicação? Foi assim com a espectroscopia, condutimetria, etc, e não é diferente
para a cromatografia. Na verdade, o nome deste método de análise química deixa bem
evidente do que se trata.

Croma = cor

grafia = escrita

Mas como escrever com cor? Bem, observe a Figura 11 e tire suas próprias
conclusões.

Note que é gotejada uma mistura de dois compostos na parte superior da coluna. A
coluna está preenchida com uma substância sólida azul (fase estacionária) escura, enquanto
um solvente (fase móvel) percola pela coluna até sua saída na parte inferior. À medida que os
compostos “passam” pela coluna, há um diferente nível de interação entre o composto
amarelo e o laranja, tendo como conseqüência uma separação dos compostos.

Figura 12. Separação dos compostos orgânicos de uma mistura por cromatografia em coluna.
Adaptado de Wikimedia (2010a).

4.2. A coluna cromatográfica

Observe na Figura 12, que os compostos são separados dentro da coluna


cromatográfica, que nada mais é que um recipiente geralmente confeccionado de vidro, pela
interação do soluto (amostra) com a fase estacionária presente no interior da coluna. Entende-
se por interação entre os compostos amarelo e laranja com a fase estacionária, as forças
químicas ou físicas de interação da matéria. Desta maneira, se tivéssemos uma fase sólida
polar numa coluna cromatográfica, obteríamos maior interação se nela adicionássemos um
composto polar. Além disso, aumentando ou diminuindo a polaridade do solvente ou fase
móvel também obteríamos diferentes graus de separação de um composto.

Então, qual o princípio de análise por cromatografia? A separação de composto pela


sua interação com a fase estacionária e fase móvel.

Qual o objetivo da cromatografia? A separação de compostos presentes numa mistura.

4.3. Classificação da cromatografia

Devido ao fato da cromatografia ser essencialmente um método de separação, teremos


sempre duas fases principais:

Fase estacionária. Meio físico que propicia a separação dos compostos, sendo
geralmente um sólido ou gel.
Fase móvel. É a responsável pelo arraste dos compostos pela fase estacionária,
podendo ser gás ou líquido.

Devido ao processo de separação dos compostos, o estado físico da fase estacionária e


da fase móvel, têm-se diferentes tipos de cromatografia, como a cromatografia gasosa,
cromatografia líquida, eletroforese, cromatografia em coluna empacotada, cromatografia em
camada delgada, etc. Destas, as mais importantes são a cromatografia gasosa e a líquída.

4.4. Cromatografia gasosa

Esta é uma das técnicas de cromatografia mais utilizadas, pois permite a separação,
identificação e quantificação de um composto químico, mesmo em quantidades diminutas
como 1µg L-1.
5

2
1

Figura 13. Representação esquemática de uma cromatógrafo a gás. (LINDE, 2010).

São apresentados na Figura 13 os principais componentes de um cromatógrafo a gás, a


saber:

1- Cilindro de gás de arraste: He, N2, Argônio, etc. Geralmente trata-se de um gás
nobre ou com reatividade praticamente nula;

2- Válvula de alta pressão para controle da saída do gás;

3- Dispositivo de medida do volume de gás (cm3/minuto);

4- Sistema cromatográfico: Composto pela câmera de mistura da amostra com o gás


de arraste, coluna cromatográfica (empacota da ou capilar) e detector;
5- Computador: Armazena os dados obtidos pelo cromatógrafo.

4.5. Funcionamento de um cromatógrafo a gás

Qual a lógica de funcionamento de um cromatógrafo a gás? Como é injetada a


amostra? Como ocorre a separação dos componentes de uma mistura? Como é feita a
detecção do composto na saída da coluna cromatográfica? Estas são importantes questões,
pois tendo as respostas para elas, teremos realmente comprendido o processo analítico via
cromatografia. Não vou responder estas questões de maneira direta, mas te convido a
acompanhar a linha de raciocínio abaixo.

O primeiro passo é a preparação da amostra, sua extração e purificação segundo a


química clássica (filtração, decantação, etc). Uma vez estando a amostra pronta para a análise,
esta é injetada no cromatógrafo por meio de uma microseringa de vidro, cujos volumes são
extremamente pequenos (0 – 100 µL), normalmente 10 µL em se tratando da cromatografia
gasosa. Ao ser a amostra injetada no aparelho, está é instantaneamente vaporizada e misturada
com o gás de arraste. Controlando a temperatura e a velocidade do gás de arraste, os
diferentes componentes da amostras serão separados na coluna cromatográfica em função da
sua interação com a fase estacionária. Na saída da coluna cromatográfica é adaptado um
sensor que detectará a passagem de alguma substância, sendo esta informação armazenada no
computador, juntamente com a informação do tempo decorrido desde a injeção da amostra até
a detecção do composto na saída da coluna (Figura 14).
Figura 14. Cromatograma de uma análise em cromatógrafo a gás. (ABQ, 2010).

Os dois pontos mais importantes a serem observados na Figura 14 são os picos


cromatográficos que indicam a saída dos compostos paracetamol e cafeína e, o tempo de
retenção, que é o tempo em que a amostra de paracetamol e cafeína foram detectados na saída
da coluna cromatográfica. Para a quantificação dos compostos é utilizado o seguinte
princípio,

A concentração do analito é proporcional à área do pico cromatográfico

Assim, se tivermos uma solução padrão injetada num cromatográfo obteremos um


cromatograma, onde a relação entre a área do pico cromatográfico da amostra e a
concentração do padrão desta serão utilizados na confeção da curva de calibração.

4.6. Cromatografia líquida

A teoria explanada anteriormente sobre o princípio da cromatografia também são


válidas para a cromatografia líquida. No entanto alguns detalhes técnicos são diferentes como
o tamanho reduzido da coluna cromatográfica (empacotada), a alta pressão da fase móvel que
é líquida e a mistura de solventes para compor uma fase móvel mixta.

A cromatografia líquida pode ser dividida em duas partes:

Cromatografia planar. Cromatografia em camada delgada e em papel.

Cromatogafia em coluna. Realizada em coluna empacotada com silicagel, óxido de


alumínio ou celulose microcristalina, etc.

4.7. Detectores

O objetivo principal da cromatografia é a separação dos componentes de uma mistura.


No entanto, isso seria em vão se o equipamento não tivesse um sistema para detecção da
presença destes compostos.

Dependendo dos compostos à serem analisados, direntes tipos de detectores podem ser
utilizados. Veja alguns dos principais detectores:

Detector por ionização de chama - FID. Sensível para elementos como o enxofre,
fósforo e nitrogênio.
Espectrômetro de massa. Detector altamente sensível nas análises de compostos
orgânicos, que inclusive fornece dados para a caracterização do analito.

Arranjo de diodo. Utilizado em determinações orgânicas, principalmente na


cromatografia líquida, sendo necessária uma lâmpada que emita radiação ultravioleta.

Resumo da Unidade III

As análises químicas tem apresentado maior sensibilidade analítica nas determinações


de compostos químicos, tanto orgânicos como inorgânicos. Um exemplo é a determinação do
pH de uma solução, processo simples e rápido graças à potenciometria. Neste sentido, a
condutividade também tem importante contribuição, pois através de medidas de condutância,
pode-se determinar a pureza da água usada em diversos processos. Além disso, vários
sensores para chaves automáticas na indústria utiliza o mesmo princípio. A cromatografia é
um dos maiores trunfos da sociedade moderna em termos de análise química, pois permitiu a
rapidez de análise de compostos orgânicos em concentrações extremamente baixas.

Termos importantes

Analito Eletrodo íon-seletivo


Condutância Fase estacionária
Condutimetria Fase móvel
Condutivímetro Peagâmetro
Cromatografia Potenciometria
Eletrodo Titulação condutométrica

Questionário

1) Qual o princípio dos seguintes métodos analíticos?


a) Potenciometria.
b) Condutimetria.
c) Cromatografia
2) Qual a importância da potenciometria na determinação do pH?
3) Qual a importância da cromatografia?
4) Faça uma pesquisa e determine para que tipos de analitos os detectores
cromatográficos seguintes são sensíveis:
a. Conduvidade térmica
b. Ionização de chama
c. Captura de elétrons
d. Fotometria de chama
e. Nitrogênio-fósforo
f. Espectrômetro de massa

Problemas

1) Determine o pH de soluções cuja concentração de íons hidrogênio é:

a) 0,1 mol L-1


b) 0,001 mol L-1
c) 0,0680 mol L-1

2) Qual a condutância de uma solução sabendo-se que resistência desta é de 50 ohm?

3) Os dados a seguir foram obtidos quando um eletrodo seletivo para o íon Ca+2 foi
imerso em uma série de soluções-padrão cuja força iônica foi mantida constante em
2,0 M.

Ca+2 (mol L-1) E (mV)


3,38×10-5 -74,8
3,38×10-4 -46,4
3,38×10-3 -18,7
3,38×10-2 +10
3,38×10-1 +37,7

a. Construa uma curva de calibração e encontre a equação de reta.

b. Qual a concentração de cálcio em mol L-1 e mg L-1, numa amostra cuja leitura foi de -
22,5 mV
Bibliografia

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<http://www.abq.org.br/cbq/2006/trabalhos2006/4/imagens/5e61c8d
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CIENFUEGOS, Freddy; VAITSMAN, Delmo. Análise Instrumental. Rio de Janeiro, Ed.


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