You are on page 1of 2

A Pegada Ecológica calcula a pressão do ser humano sobre o planeta, medindo a rapidez com que

consumimos recursos naturais e produzimos resíduos, em comparação com a capacidade do planeta de


absorver esses resíduos e gerar novos recursos – denominada de biocapacidade.

Os dados mais recentes, de 2006, sobre a biocapacidade do planeta apontam para 2,1 hectares por
pessoa, enquanto nosso consumo já é de 2,7 hectares por pessoa. Isso quer dizer que estamos
consumindo cerca de 1,4 planeta e que a Terra precisa de 16 meses para repor o que usamos em 12. Se
continuarmos com um modelo de desenvolvimento como o que temos atualmente, em 2050, quando se
estima que seremos 9 bilhões de habitantes, teremos uma dívida ecológica de 24 meses, e ainda não se
tem certeza se o planeta, de fato, aguentaria uma pressão deste tamanho.

Vale considerar que estamos falando apenas de uma entre as 1,4 milhões de espécies existentes. Ou
seja, não adianta apenas calcular qual é a biocapacidade da Terra e o quanto podemos consumir. Há que
se pensar sobre o quanto de biodiversidade estamos dispostos a conservar. Jennifer Mitchel, diretora
da Global Footprint Network, diz que se trata de uma decisão sobre em que tipo de mundo queremos
viver. Isso sem contar que ainda será necessário deixar recursos suficientes para as gerações futuras.

A chamada Pegada de Carbono corresponde à metade da Pegada Ecológica e é o componente que cresce
mais rapidamente. E é onde podemos atuar de maneira mais intensiva para diminuir a sobrecarga sobre
o planeta. Até porque, o aumento de temperatura da Terra pode diminuir ainda mais o acesso a recursos
naturais.

A pegada ecológica de cada país é calculada a partir de mais de 5 mil dados reportados pelos próprios
países à ONU. “É uma medida conservadora, com a sobreestimação da biocapacidade dos países e uma
subestimação do consumo”, admite Jennifer Mitchel.

Hoje, os Emirados Árabes são o país que tem a maior pegada ecológica do mundo, consomem 9,6
hectares globais por pessoa. Os Estados Unidos vêem em segundo lugar, com 9,4 hectares globais por
pessoa. Se todos os habitantes do planeta tivessem o mesmo estilo de vida que os americanos, seriam
necessários 4,5 planetas para suprir todo o consumo.

A biocapacidade brasileira é a segunda maior do planeta – 7,3 hectares/pessoa, atrás apenas dos EUA.
No entanto, a pegada ecológica do Brasil é de 2,4 hectares por pessoa. Isso quer dizer que consumimos
menos do que nosso país tem capacidade de gerar, mas, em termos globais, superamos a biocapacidade
do planeta. A China, por outro lado, tem apenas 0,9 hectares de biocapacidade, mas consome 2,1
hectares/pessoa. Ou seja, os chineses estão na média do que o planeta pode aguentar, mas não suprem
os recursos que consomem em seu próprio território.

Ao longo do tempo, um país pode conseguir reduzir sua pegada ecológica e isso não implica em prejuízos
para seu desenvolvimento socioeconômico. O Brasil faz esse caminho. Em 1977, nossa pegada era de 2,8
hectares globais por pessoa e nosso IDH de 0,66. Dez anos depois, havíamos diminuído a pegada para
2,6, enquanto o IDH crescia para 0,71. Os dados de 2006 apontam uma pegada ecológica de 2,4 e um
IDH de 0,8. Outro exemplo disso é a Europa, que tem um IDH tão alto quanto o dos EUA e, no entanto,
metade da pegada de um americano.

Em uma escala IDH x Pegada Ecológica, realizada pela Global Footprint Network, Cuba é o país mais
sustentável do mundo, ou seja, tem um IDH alto e uma baixa Pegada Ecológica.

A ferramenta, é claro, tem suas limitações. A Pegada Ecológica só mede os recursos naturais renováveis
a cada ano e que estão na superfície do planeta, não mede água e nem recursos minerais. Também não
faz distinção entre uma área de floresta e outra utilizada pela agricultura. O que significa que se uma
região for desmatada para o plantio de soja, por exemplo, isso não será contemplado.

Os esforços da Global Footprint Network são para que todos os seres humanos satisfaçam suas
necessidades usando um planeta apenas, afinal, é exatamente isso que temos. Para tanto, além de
inovação tecnológica e investimento de recursos financeiros, será necessário também mudar hábitos de
consumo e reduzir o crescimento da população.

Daqui pra frente, cada vez mais, será impossível não considerar a limitação de nossos recursos naturais
na tomada de qualquer decisão que envolva o consumo destes. Pegada
Pegada Ecológica
A Pegada Ecológica é um indicador amplo da utilização de recursos naturais que destaca onde
a utilização de recursos excede os limites ambientais.

O cálculo da pegada Ecológica baseia-se em dois pressupostos muito claros:

• Nossa capacidade de estimar com uma precisão razoável os recursos que consumimos e a
quantidade de resíduos que produzimos;

• Que estes recursos e fluxos de resíduos podem ser convertidos em unidades de "área
bioprodutiva" necessárias para realizar as funções de produção de recursos naturais e
absorção de resíduos.

Utilizando essa equivalência de área, podemos expressar a quantidade de recursos naturais


que estamos utilizando, e comparar esta quantidade com a capacidade de regeneração do
planeta.

Desta forma, podemos estimar a natureza e a escala dos impactos ambientais de países,
regiões, cidades, organizações, produtos e serviços.

A Pegada Ecológica pode ser utilizada para elaborar diferentes cenários que contribuem para o
planejamento estratégico e análises de riscos de organizações.

A EcosSistemas oferece serviços de consultoria de análise da pegada ecológica de produtos e


organizações, assim como ministra palestras e cursos e presenciais e online.

O que compõe a Pegada?

A Pegada Ecológica de um país, de uma cidade ou de uma pessoa, corresponde ao tamanho das áreas produtivas
de terra e de mar, necessárias para gerar produtos, bens e serviços que sustentam determinados estilos de vida.
Em outras palavras,a Pegada Ecológica é uma forma de traduzir, em hectares (ha), a extensão de território que
uma pessoa ou toda uma sociedade "utiliza" , em média, para se sustentar.

Para calcular as pegadas foi preciso estudar os vários tipos de territórios produtivos (agrícola, pastagens, oceanos,
florestas, áreas construídas) e as diversas formas de consumo (alimentação, habitação, energia, bens e serviços,
transporte e outros). As tecnologias usadas, os tamanhos das populações e outros dados, também entraram na
conta.

Cada tipo de consumo é convertido, por meio de tabelas específicas, em uma área medida em hectares. Além
disso, é preciso incluir as áreas usadas para receber os detritos e resíduos gerados e reservar uma quantidade de
terra e água para a própria natureza, ou seja, para os animais, as plantas e os ecossistemas onde vivem,
garantindo a manutenção da biodiversidade.

You might also like