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De olho na pesquisa

Cão que ladra … às vezes morde

Fabio Beltrão (fabio@gsmd.com.br), sócio-diretor da GS&MD –


Gouvêa de Souza

A licença poética do título acima, uma brincadeira com a expressão


original talvez tão antiga quanto os próprios cães, nos lembra do
quanto o mercado para animais de estimação vem crescendo no
país, tomando uma dimensão para a qual ninguém mais pode
fechar os olhos.

Com esse mercado amadurecendo no que diz respeito a produtos e


serviços cada vez mais segmentados e sofisticados, além do varejo
cada vez mais especializado, o consumidor vem, ano a ano,
alterando seus hábitos de consumo, modificando alguns conceitos
considerados bem arraigados.

O consumo de ração, por exemplo, antes considerado pelos


consumidores apenas como um complemento alimentar, vem
tornando o produto parte essencial da dieta dos animais, deixando
cada vez mais de lado o velho hábito de alimentar os animais
domésticos com restos de refeições.

Mas para que o mercado possa adequar toda essa nova oferta de
produtos e serviços de acordo com os interesses do consumidor, o
mercado PET precisa se profissionalizar também quando se fala em
informações sobre o mercado e, principalmente, sobre esse “novo”
consumidor.

Enquanto o mercado americano, considerado o mais maduro do


mundo, incentiva a produção de informações de todo gênero,
disponibilizando tanto dados de fabricantes quanto de varejistas e
principalmente, como é de praxe em outros segmentos, avaliando
profundamente as mudanças ocorridas na relação do consumidor
com produtos/serviços e com seus animais, no Brasil essas
informações ainda são bem escassas, e muitas vezes não muito
confiáveis.

Com mudanças ocorrendo em uma velocidade difícil de


acompanhar, as informações sobre os hábitos dos consumidores
para esse mercado se tornam cada vez mais importantes.
Entretanto, salvo algumas empresas, principalmente fabricantes
(em geral multinacionais) que fazem algum tipo de avaliação, o
mercado vive praticamente das informações fornecidas pelas
entidades patronais e associações de classe, que trazem conteúdo
ainda básico sobre o mercado, de forma genérica, sem nenhum
aprofundamento com relação ao consumidor e seus hábitos,
processos de compra ou relação direta com seus animais.

É necessário que iniciativas como a que a GS&MD – Gouvêa de


Souza vem tomando no sentido de estudar e analisar com
profundidade o mercado PET, visando se tornar uma referência
confiável para quem quer ampliar seus negócios em um mercado
que cresce a taxas de dois dígitos, se propaguem também entre
todos os envolvidos na cadeia, principalmente os fabricantes e as
principais redes varejistas. Para esse segmento, quem ficar parado
na frente do cão que ladra, vai acabar sendo mordido por ele.

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