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1.

Introdução

Brincar é a atividade mais importante da vida da criança e é crucial para


seu desenvolvimento motor, emocional, mental e social; é a forma pela qual ela
se comunica com o meio em que vive e expressa ativamente seus sentimentos,
ansiedades e frustrações. Por meio do brinquedo, num evento em que é o
sujeito passivo, transforma-se em investigador e controlador ativos, e adquire o
domínio da situação utilizando a brincadeira e a fantasia (1).
A compreensão de brincar como necessidade básica é essencial ao
profissional que cuida da criança, inclusive no meio hospitalar, devendo ser
valorizada tanto quanto a higiene, a alimentação, a medicação ou o curativo (2).
O Conselho Federal de Enfermagem dispõe na resolução nº295/2004
sobre a técnica do Brinquedo/Brinquedo Terapêutico na assistência a criança
hospitalizada, competindo ao Enfermeiro que atua na área pediátrica, enquanto
integrante da equipe multiprofissional de saúde, a utilização da técnica do
Brinquedo/Brinquedo Terapêutico, na assistência á criança e família
hospitalizada, vigorando esta resolução desde 2004(3).
Uma criança quando hospitalizada pode vivenciar situações negativas
em seu estado físico como em seu estado emocional; desta forma, a utilização
do brinquedo terapêutico pode ser uma forma de minimizar os efeitos negativos
da doença e da hospitalização, proporcionando aumento das suas chances de
sobrevida e cura com qualidade de vida (2).
Assim, na sistematização da assistência de enfermagem a criança
hospitalizada o enfermeiro deve prever, prover e facilitar a participação da
criança nos diferentes tipos de brincadeira, além de participar dessa atividade;
essa participação torna-se importante para que a criança não o relacione
apenas a procedimentos desagradáveis e dolorosos e para que se estabeleça
uma relação de confiança e amizade entre eles(2). Proporcionando ainda a
criança hospitalizada a oportunidade de reorganizar a sua vida, seus
sentimentos e diminuir a ansiedade, podendo também ser utilizado para ajudá-
la a reconhecer seus sentimentos, assimilar novas situações, compreender o
que se passa no hospital e esclarecer conceitos errôneos, ajudando-a em sua
recuperação. É brincando que ela consegue imaginar, criar, extravasar
sentimentos positivos e/ou negativos (4).
A cada etapa de desenvolvimento seguem atividades lúdicas
relacionadas a faixa etária, fato que pede um brinquedo adequado. O não -
brincar é sinal de que algo não vai bem ao desenvolvimento infantil, significa
que existe algum bloqueio advindo provavelmente das primeiras relações
familiares, que, se não for resolvido pode refletir na aprendizagem escolar. As
investigações realizadas pela criança durante as brincadeiras são uma forma
de estabelecer um elo entre fantasia e realidade (3,4).
A interrupção do lúdico de uma criança provoca uma quebra no
desenvolvimento das atividades inerentes ao crescimento emocional, brincar é
um fator estruturante do desenvolvimento humano. É pela brincadeira que as
necessidades físicas e emocionais de cada etapa do desenvolvimento infantil
são expressas e satisfeitas (4).
Através do brinquedo, a criança inicia sua interpretação social, aprende
a conviver com os outros, a situar-se frente ao mundo que a cerca; ela se
exercita brincando. Brincando a criança desenvolve seu lado emocional e
afetivo, bem como algumas áreas de domino cognitivo, tais como a capacidade
de síntese e o jogo simbólico (4).
No que se diz respeito à criança doente, o brinquedo apresenta quatro
funções, a primeira é permitir liberar a raiva por meio da expressão, a segunda
é a repetição de experiências dolorosas a fim de compreendê-las, a terceira é o
estabelecimento de um elo entre o lar e o hospital e a quarta função é retrair-se
para readquirir controle. Essas quatro funções permitem a criança manipular o
seu mundo, bem como obter o controle da situação (4).
Para transformar um brinquedo em terapêutico, a enfermeira deve tecer
alguns objetivos, como diminuir estresse gerado pela hospitalização, utilizar o
brinquedo como instrumento educativo por meio de orientações, dar
oportunidade à criança e ao adolescente de brincar ou jogar, preparar a criança
e ao adolescente para procedimentos a serem realizados, ou melhorar o
relacionamento entre os profissionais de enfermagem e as crianças. Para que
o brinquedo seja significativo para a criança, é preciso que ofereça pontos de
contatos com a sua realidade, sendo a hospitalização a realidade vivenciada (6).
Torna-se um desafio para as enfermeiras inserirem em sua assistência à
criança o brinquedo terapêutico. Diante das inúmeras e rápidas atualizações no
sistema de saúde e a assistência centrada na doença, as enfermeiras precisam
de formação pertinente para introduzir essa estratégia de trabalho, a fim de
promover uma assistência centrada na criança e sua família, suprindo as
necessidades da criança.
O presente estudo é uma revisão da literatura acerca da criança
hospitalizada e o uso do brinquedo terapêutico, respaldadas pela seguinte
indagação: quais são os norteadores para as situações de utilização do
brinquedo terapêutico com as crianças hospitalizadas, buscando explorar os
conhecimentos existentes na literatura em relação a essa temática.

2. Objetivos

2.1 Identificar o conhecimento existente sobre a utilização do brinquedo


terapêutico na assistência a criança hospitalizada.
2.2 Identificar as estratégias relacionadas ao brinquedo terapêutico na
assistência a criança evidenciadas nas publicações analisadas.

3. Material e Métodos

A presente pesquisa é bibliográfica, desenvolvida a partir da busca


realizada nas bases de dados LILACS, BDENF, ADOLEC, PERIENF (base de
dados da Escola de Enfermagem da USP), com as palavras-chave:
enfermagem pediátrica, criança hospitalizada, jogos e brinquedos, utilizando-se
da lógica boleana and, de artigos de periódicos nacionais publicados nos
últimos dez anos.
Foram encontrados 20 artigos cujos resumos foram lidos em sua íntegra,
para selecionar artigos que exploravam a perspectiva da criança em relação à
utilização do brinquedo terapêutico durante a hospitalização e/ou aqueles que
apresentavam reflexões/ considerações sobre a perspectiva da criança/ família
frente à hospitalização e o uso brinquedo terapêutico e a assistência
profissional nestas situações. A amostra do presente trabalho é de um total de
13 artigos. Os artigos foram lidos em sua íntegra e analisados segundo
princípios da revisão sistemática. Foi utilizado para está análise dos artigos um
instrumento de coleta de dados (Anexo A), que nos permitiu extrair: dados
referentes à publicação (ano de publicação, periódico publicado e idioma),
dados referentes aos autores (número de autores, país de origem, área de
formação profissional, área de atuação profissional e nível acadêmico), dados
referentes à pesquisa (finalidade do estudo, tipo de estudo, natureza do estudo,
grau de recomendação, resultados encontrados e conclusão) e a categorização
das temáticas dos periódicos selecionados relacionados à utilização do
brinquedo terapêutico na assistência a criança.

4. Resultados e Discussão

Os artigos foram analisados segundo: ano de publicação, formação,


área de atuação, nível acadêmico dos autores, grau de recomendação e nível
de evidência e as temáticas dos periódicos selecionados relacionados criança
hospitalizada frente à utilização do brinquedo terapêutico.

7% 20%
20% 1998-1999
2000-2001
2002-2003
2004-2005
2006-2007

20% 33%

Gráfico 1 - Porcentagem de artigos publicados sobre o brinquedo


terapêutico na assistência a criança hospitalizada por biênio – São Paulo,
2008.

De acordo com o gráfico 1, identifica-se que as publicações acerca da


utilização do brinquedo terapêutico com as crianças hospitalizadas
prevaleceram entre os anos de 2000-2001(33%), 1998-1999, 2002-2003 e
2004-2005 cada um com 20%, sendo 2006-2007(7%).
Enfermeiros

100%

Gráfico 2 – Formação dos autores da publicação do brinquedo


terapêutico na assistência criança hospitalizada em porcentagem – São
Paulo, 2008.

No gráfico 2, com relação à formação dos autores dos artigos


percebemos na totalidade de 26 autores, dos 13 artigos selecionados a
formação corresponde à enfermagem (100%).

0% 7% 0% docência
Assistência
21%
Estudante
Docência/Assistência
Docência/estudante

0% Não idenificado
Outros
72%

Gráfico 3 - Área atuação dos autores das publicações referentes ao


brinquedo terapêutico na assistência criança hospitalizada em
porcentagem – São Paulo, 2008.

No que corresponde a área de atuação dos autores (gráfico 3), podemos


observar que em 72% desses correspondem à docência e 21% a estudantes
do curso de enfermagem. No que corresponde a área de atuação assistência,
docência assistência, docência/ estudantes e outros, observamos que não
apresentaram porcentagem.
7% 0% 18%
18% Graduando
Graduado
11%
Especialização
Mestrado
Doutorado
Não identificado
14% Outros
32%

Gráfico 4 – Nível acadêmico dos autores da publicação sobre o brinquedo


terapêutico na assistência criança hospitalizada em porcentagem – São
Paulo, 2008.

Em relação ao nível acadêmico dos autores (gráfico 4), observamos


maior distribuição no que corresponde ao mestrado (32%), seguido doutorado
e graduando (18% em cada), portanto sugere-se que a utilização do brinquedo
terapêutico, ainda restringe-se a área acadêmica.

0%
20%

7%

73%

A (Estudos experimentais e observacionais de melhor consistência)


B (Experimentais e observacionais de menor consistência)
C (Relatos ou Série de Casos)
D (Publicações baseadas em consensos e opiniões de especialistas.

Gráfico 5 - Grau de recomendação e nível de evidência acerca do


brinquedo terapêutico na assistência criança hospitalizada em
porcentagem – São Paulo, 2008.
De acordo com o grau de recomendação e nível de evidência (gráfico 5),
prevaleceram a publicações com grau de recomendação B com 73%, seguidos
do grau de recomendação D (20%) e grau de recomendação C (7%).
Os resultados de pesquisa dos 13 artigos de periódicos consultados
permitem o estabelecimento das seguintes temáticas: O brinquedo terapêutico
e suas funções, a experiência de assistir com o brinquedo terapêutico (criando
protocolos para a utilização do brinquedo terapêutico).

O brinquedo terapêutico e suas funções


Dos 13 artigos selecionados cinco deles apresentaram as definições e
funções do brinquedo terapêutico, classificando seus tipos quanto sua
utilização.
Torna-se importante compreender a diferença entre ludoterapia e brinquedo
terapêutico, pois a ludoterapia corresponde a uma técnica psiquiátrica usada
para tratamento de crianças com distúrbios emocionais, neuróticas ou
psicóticas, realizada em sessões conduzidas por psicólogos, médicos ou
enfermeiras psiquiatras, cujo objetivo é promover a compreensão, pela criança,
de seus próprios comportamentos e sentimentos; para tanto, o terapeuta deve
refletir à criança suas expressões verbais e não verbais e interpretá-las para
ela. As sessões ocorrem num meio ambiente muito bem controlado, levando de
trinta minutos à uma hora e podendo o tratamento se estender por meses. Por
sua vez o brinquedo terapêutico pode ser utilizado para qualquer criança
hospitalizada, por qualquer enfermeira, com o objetivo de permitir-lhe alguma
compreensão sobre as necessidades e sentimentos da criança; nesse caso,
apenas as expressões verbais da criança são refletidas à ela, não se devendo
tentar explicar as suas atividades. As sessões podem ser realizadas na
brinquedoteca, na cama da criança ou em qualquer outra área conveniente,
com duração de 15 a 45 minutos de duração (1,2).
O Brinquedo Terapêutico corresponde a um brinquedo estruturado que
possibilita a criança aliviar a ansiedade gerada por experiências atípicas a sua
idade, que costumam ser ameaçadoras e requerem mais do que recreação
para resolver a ansiedade associada; devendo ser usado sempre que a criança
tiver dificuldade em compreender ou lidar com a experiência, tem também a
função de auxiliar no preparo da criança para procedimentos terapêuticos,
assim como para que ela descarregue sua tensão após os mesmos,
dramatizando as situações vividas e manuseando os instrumentos utilizados ou
brinquedos que os representem (5). Para as faixas etárias de um a três anos, os
brinquedos mais adequados são bolas, livros, domino, giz de cera, massas de
modelar, pinturas de dedo, blocos para construção, marionetes, bonecos que
simulem os profissionais de saúde e a família, carrinhos, brinquedo para
empurrar, quebra-cabeça, instrumentos musicais, jogos de memória e alfabeto.
Esses brinquedos estimulam habilidades motoras finas e grosseiras, imitação,
entendimento de relações especiais e faz-de-conta. Os brinquedos ajudam as
crianças de três a cinco anos a compartilhar, seguir regras e se preparar para a
escola, entre os brinquedos destacam-se os jogos de tabuleiro, desafio, kits de
ciências, matemática e karaokê. Para a idade escolar, os brinquedos permitem
trabalhar a concentração, o pensamento estratégico, estimula a criatividade e
ajudam como reforço escolar (6).
A escolha de brinquedos seguros, úteis e adequados a idade é de
responsabilidade da enfermeira, que assiste uma criança, promovendo
habilidades neuropsicomotoras, alem de melhorar a qualidade de atendimento,
bem-estar e segurança infantil, sendo assim os brinquedos recomendados na
literatura mais comuns para menores de um ano são chocalhos, espelho,
brinquedo de berço, livros com som, mordedores, pano, brinquedos de puxar e
de formato diversos, esse brinquedos estimula, os sentidos e favorecem o
desenvolvimento motor (7).
Para crianças de 1 a 3 anos, os brinquedos mais adequados são
bolas, livros, domino, giz de cera, massas de modelar, pinturas de dedo, blocos
para construção, marionetes, bonecos que simulem os profissionais de saúde e
a família, carrinhos, brinquedo para empurrar, quebra-cabeça, instrumentos
musicais, jogos de memória e alfabeto. Esses brinquedos estimulam
habilidades motoras finas e grosseiras, imitação, entendimento de relações
especiais e faz-de-conta. Os brinquedos ajudam as crianças de 3 a 5 anos a
compartilhar, seguir regras e se preparar para a escola, entre os brinquedo
destacam-se os jogos de tabuleiro, desafio, kits de ciências, matemática e
karaokê. Para a idade escolar, os brinquedos permitem trabalhar a
concentração, o pensamento estratégico, estimula a criatividade e ajudam
como reforço escolar (7).
O brinquedo terapêutico pode ser classificado em três tipos: dramático ou
catártico, instrucional ou preparatório, capacitador de funções fisiológicas(7,8).
Brinquedo terapêutico dramático ou catártico: quando a criança pode
dramatizar experiências novas, difíceis de serem verbalizadas e, com isso,
tornar-se emocionalmente segura, o objetivo é permitir a descarga emocional
da criança, expressando os seus sentimentos, fantasias, desejos e
experiências vividas, exteriorizando as relações e papeis sociais internalizados
por ela, comunicando de maneira eficaz com o adulto, realizando crítica ao
meio e as relações familiares, passando do ser passivo para o ativo,
assumindo papeis sociais “fazendo-de-conta” de ser mãe, pai, profissionais,
fortalecendo o ego, conseguindo modificações de comportamento e
promovendo a “purificação da alma” (7,8). Pode ser aplicada às crianças a partir
de dois anos de idade quando normalmente já representam as vivencias
simbolicamente (7,8).
Brinquedo terapêutico instrucional ou preparatório: prepara a criança por
meio de uma brincadeira, para os procedimentos a qual será submetida, a fim
de promover suas compreensões do tratamento e clarear conceitos errôneos.
Permite à criança saber o que deve esperar e como deve participar durante o
procedimento; compreender a finalidade do procedimento; envolver-se na
situação em vez de ser tratada como objeto passivo; manipular o material da
experiência previamente e posteriormente; estabelecer relação de confiança no
adulto e profissional (7,8).
Brinquedo terapêutico capacitador de funções fisiológicas: a criança
participa de atividades com o intuito de melhorar seu estado físico, por
intermédio de brincadeiras engraçadas que reforçam e envolve seu próprio
cuidado, a meta é potencializar o uso das funções fisiológicas da criança, de
acordo com sua condição. Prepara a criança a utilizar plenamente as suas
capacidades fisiológicas dentro das suas possibilidades e aceitar as novas
condições de vida. Utilizam-se materiais ou equipamentos de brinquedo ou
real, contando uma história similar a sua situação, demonstrando e fazendo a
mesma, repetir varias vezes até conseguir domínio das suas funções (7).
A experiência de assistir com o brinquedo terapêutico
Foram identificados oito artigos que abordavam a experiência da utilização
do brinquedo terapêutico na assistência a criança hospitalizada e a criação de
protocolos institucionais para a utilização do mesmo em procedimentos
específicos.
O uso do brinquedo terapêutico na assistência de enfermagem a criança é
importante, pois pode facilitar uma resposta positiva da criança durante um
procedimento doloroso, após demonstração de comportamentos ou respostas
na brincadeira. Atualmente o brinquedo é amplamente reconhecido como uma
forma de comunicação universal das crianças, nesse sentido, o brinquedo
terapêutico ajuda na comunicação enfermeira – criança durante o preparo para
um procedimento doloroso (4).
A historia do ensino sobre o brinquedo como instrumento de intervenção de
enfermagem no cuidado à criança hospitalizada no Brasil, teve seu inicio entre
1967 e 1970, quando a Doutora Ester Moraes, docente da Escola de
Enfermagem da USP, introduziu na disciplina Enfermagem Pediátrica
atividades teórico - práticas relacionadas ao uso do brinquedo com crianças
hospitalizadas, tais como: entrevista com brincadeira, a dramatização das
experiências vivenciadas pela criança durante sua hospitalização e
demonstração dos procedimentos como sondagem, injeção intramuscular,
exames e outros que começaram a fazer parte do ensino e aprendizado na
assistência desenvolvida pelo aluno junto à criança no hospital (2).

Criando protocolos para a utilização do brinquedo terapêutico


Diante da atuação do enfermeiro com o brinquedo terapêutico e a
utilização desta tecnologia de cuidado identificamos três artigos que
abordavam a implantação de protocolos institucionais, com objetivo de
qualificar a assistência, tornando a utilização do brinquedo terapêutico uma
prática comum na assistência a criança hospitalizada.
A coleta de sangue é um procedimento relativamente comum no âmbito
hospitalar, ocasionando tensões para aquelas crianças submetidas a
tratamentos com agulhas. Externar seus medos e tensões em relação ao
tratamento constitui para a criança grande sofrimento, como estratégia para
experenciar seu sentimentos criou-se o protocolo para coleta de sangue, que
mostrou-se eficaz e que favorece a compreensão e controle das reações da
criança decorrentes da punção para coleta de sangue. Em outro estudo que
abordava a elaboração, implantação e aplicabilidade de um protocolo de
preparo a criança submetida à punção venosa, como estratégia para extrair
resultados que subsidiassem a implantação na assistência. O estudo
possibilitou as crianças externarem seus medos, compreender a necessidade e
técnica dos procedimentos, passando a relacionar melhor com outras crianças
e com a equipe de enfermagem, tornando-se mais colaborativas durante a
punção venosa (7).
Outro estudo que aponta a utilização do brinquedo corresponde ao
protocolo de preparo da criança submetida à medicação intratecal, em função
de ser uma “experiência ameaçadora e determinadora de medo do
desconhecido, da dor do procedimento em si e dos membros da equipe”. Os
resultados extraídos destes estudos apontaram o fortalecimento do vínculo
instituído entre o enfermeiro, a criança e sua família, permitindo o
extravasamento de seus sentimentos (8).
5. Conclusões

Quanto ao ano de publicações acerca da utilização do brinquedo


terapêutico com as crianças hospitalizadas prevaleceu o biênio de 2000-2001
com 33%. Podemos observar a redução gradativa de publicações sobre o BT
Com relação à formação dos autores dos artigos 100% correspondia a
enfermagem.
Quanto a área de atuação dos autores 72% correspondem à docência e
21% a estudantes do curso de enfermagem.
Em relação ao nível acadêmico dos autores observamos que 32%
correspondem ao mestrado, seguidos 18% de doutorado e 18% graduandos.
Quanto ao grau de recomendação e nível de evidência prevaleceram a
publicações com grau de recomendação B com 73%.
A analise dos artigos possibilitou a identificação de duas temáticas: O
brinquedo terapêutico e suas funções e a experiência de assistir com o
brinquedo terapêutico (criando protocolos para a utilização do brinquedo
terapêutico).
6. Considerações Finais

Houve um consenso em todas as publicações analisadas quanto a


importância do brincar e do brinquedo para a criança hospitalizada, bem como
o estabelecimento deste na assistência de enfermagem a criança. Podemos
observar que a utilização do brinquedo na assistência a criança não é comum
em todos os hospitais que atendem esta população, fazendo nos refletir a
cercar dos motivos que levam a enfermeira a não utilizar este recurso na
assistência. Seria a falta de recursos financeiros para aquisição dos
brinquedos? Ou o número insuficiente de funcionários para suprir todas as
atividades de enfermagem gerando sobrecarga de trabalho dificultando a
prática desta técnica? E para aquelas instituições com recursos para a
utilização do brinquedo, quais seriam os fatores que levam a sua subutilização?
Talvez a falta de conhecimento sobre os reais benefícios oportunados pelo
brinquedo e, portanto, a descrença em sua utilização. Será também que existe
preparo do profissional para esta prática na graduação?
No entanto ao assistir a criança com o brinquedo terapêutico, a
enfermeira favorece a modificação das atitudes da criança em relação a rotina
e os procedimentos hospitalares, elaborando os motivos da internação
hospitalar, expressando seus sentimentos , sendo mais ouvida e
compreendida, pois consegue através do brincar externar suas ansiedades e
sofrimentos.
Acreditamos que faz se necessário a implementação do brinquedo
terapêutico nas instituições de saúde infantil, a fim de realizar uma assistência
centrada na criança/família. Garantindo aos enfermeiros pediatras capacitação
e valorização desta prática pelas instituições pediátricas, para que a falta de
conhecimento não seja um empecilho nesta prática.
7. Referencias Bibliográficas

1 Martins M. Protocolo de preparo da criança pré-escolar para punção


venosa, com utilização do brinquedo terapêutico. Rev. Latino-am
Enfermagem. 9(2): 77-85, mar.2001.
2 Ribeiro C. A criança e o brinquedo no hospital [tese] São Paulo: Escola
de Enfermagem. Universidade de São Paulo. 2005
3 Brasil. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução n. 295 de 2004.
Dispõe sobre a utilização da técnica do Brinquedo Terapêutico pelo
enfermeiro na assistência à criança hospitalizada. Disponível em:
http://www,portalcofen.gov.br (acesso 25 de outubro de 2007).
4 Ribeiro P. Utilização do brinquedo terapêutico, como um instrumento de
intervenção de enfermagem, no preparo de crianças submetidas à coleta
de sangue. Rev. Escola de Enfermagem USP. 35(4): 420-8, 2001.
5 Maria E. O significado da medicação intratecal para a criança pré-
escolar, expresso em sua brincadeira. Rev. Paulista de Enfermagem.
22(3): 268-6 Set-Dez. 2003.
6 Castro A. Utilização do brinquedo terapêutico na assistência de
enfermagem à clientela. 2006. In: Instituto da Criança 30 anos. São
Paulo: Yendis, 25-45.
7 Ribeiro C. Mesa- redonda: o brinquedo e a assistência de enfermagem à
criança. Enfermagem Atual. 7-17. nov-dez. 2002.
8 Almeida F. Brinquedo terapêutico: comportamentos manifestados por
crianças em unidade de recuperação pós- operatória de cirurgia
cardíaca. Rev. Paulista de Enfermagem. 20(1): 5-13, jan-abr. 2001.
8. Anexo
Anexo A - Instrumento de Coleta de Dados

DADOS REFERENTES À PUBLICAÇÃO


Autores:____________________________
Título:__________________________________________________________
Periódico:___________________________ vol.______ n. ______p. _____
Ano de publicação:______________
Idioma:___________

DADOS REFERENTES AOS AUTORES:


Número de autores:_______ País de origem:_______

Área de formação profissional:


( ) Enfermagem ( ) Medicina ( ) psicologia ( ) Terapia Ocupacional
( ) Outros: ___________

Área de atuação profissional:


( ) docência ( ) assistência ( ) estudante ( ) docência/ assistência
( ) docência/estudante ( ) não identificado ( ) outros: _____________

Nível acadêmico:
( ) Graduando ( ) Graduado ( ) Especialização ( ) Mestrado
( ) Doutorado ( ) Não identificado ( ) Outros: _______________

DADOS REFERENTES À PESQUISA


Finalidade do estudo:
_____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________

Tipo de estudo:
_____________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

Método: ( ) quantitativo ( ) qualitativo

Graus de recomendação e força de evidência:


( ) A. Grandes ensaios clínico aleatórios e
metanálises (estudos experimentais e observacionais de melhor consistência)
( ) B. Estudos clínicos e observacionais bem desenhados
(estudos experimentais e observacionais de menor consistência)
( ) C. Relatos ou série de casos
( ) D. Publicações baseadas em consensos e opiniões de especialistas
Resultados

Conclusão do Artigo

Considerações do
Pesquisador

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