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A ENTRADA DE CRIANÇAS (NA PRIMEIRA INFÂNCIA) EM CRECHES E A

INFLUENCIA NO SEU DESENVOLVMENTO

THE ENTRY OF CHILDREN (IN INFANCY) IN DAY NURSERY AND ITS


INFLUENCE IN DEVELOPMENT

Ana Laura de Oliveira Taveira¹


André Luís Caravieri Oliveira¹
Maria Clara Del Bianco Borges Campos¹
Taciene Aparecida Vilela¹
Ana Paula Barbosa Indiano de Oliveira²

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RESUMO

Esse artigo trata-se de um problema muito freqüente na vida de mães trabalhadoras que
tem a duvida se coloca ou não a criança ainda na primeira infância em creches e quais
as influencias no desenvolvimento cognitivo, físico e psicossocial dessas crianças.

ABSTRACT

This article is a very common problem in the lives of working mothers has a doubt
arises whether or not the child still in infancy in nurseries, and the influences on
cognitive development, physical and psychosocial these children.

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Palavras-chave: Criança; creches; desenvolvimento; físico; cognitivo; psicossocial.

Key words: Child; kindergartens; development, physical, cognitive, psychosocial.

1
¹ Graduandos do Curso de Psicologia da Universidade de Franca.
² Professora Orientador da Universidade de Franca, Doutora em Serviço Social

INTRODUÇÃO:

A entrada de crianças ainda na primeira fase, em instituições como creches, é um tema


muito pesquisado hoje em dia devido ao número cada vez maior de mulheres que
trabalham fora de casa. Não podendo parar de trabalhar elas optam por colocar seus
filhos em instituições de cuidados diários.
Essa decisão é ainda muito questionada por varias mães. Existe ainda um medo
de deixar a criança ainda com poucos meses, ou nos primeiros anos, passar tanto tempo
longe do apoio seguro da mãe.
Nosso objetivo foi conhecer quais as influências que acontecem no
desenvolvimento da criança ao entrar ainda na primeira infância nas instituições de
cuidados diários; e se essas influências são positivas ou negativas.
É interessante ressaltar que as influências não são imediatas, elas aparecem em
longo prazo, por todo desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial da criança.

METODOLOGIA:

Neste trabalho usamos tanto a pesquisa de campo, quanto a pesquisa


bibliográfica.
A pesquisa bibliográfica vai abranger a leitura, a análise e interpretação dos
livros, periódicos, textos legais, documentos mimeografados ou xerocopiados, etc. Todo
material recolhido será submetido a uma triagem, a partir da qual será possível
estabelecer um plano. Trata-se de uma leitura atenta e sistemática que se fará
acompanhar de anotações e fichamentos que serviram de fundamentação teórica do
estudo. Assim, foi possível conhecer as diferentes contribuições cientificas disponível
sobre o projeto, ajudando na definição dos objetivos, na construção de hipóteses, na
fundamentação da justificativa e elaboração do resultado final do projeto.
A pesquisa de campo procedeu na observação dos fatos e fenômenos
exatamente como ocorre no real, à coleta de dados referentes ao mesmo e na análise e
interpretação desses dados, com base na fundamentação teórica consistente, objetivando
compreender e explicar o tema pesquisado. Auxilia em nossa pesquisa principalmente

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pelos estudos de indivíduos (instituição), com o objetivo de compreender os mais
diferentes aspectos de uma determinada realidade.
REVISÃO DE LITERATURA
O aumento da força do trabalho feminino nas ultimas décadas foi notável e
rápida. Em 1972, apenas 24% das mulheres americanas já trabalhavam fora e tinham
filhos com menos de um ano. Em 1988 esse número já era mais que o dobro.
Atualmente, a maioria das mulheres trabalha fora e é por conta disso que elas
têm que deixar seus filhos com outros cuidadores, como casas de parentes e centros de
cuidados diários (creches).
A entrada dessas crianças em instituições de cuidados diários tem influências no
seu desenvolvimento físico, cognitivo e psicossociais. E existem influências tanto
positivas como negativa.
Para o Psicólogo clinico e Psicanalista Vitor Guerra (2008), esse tipo de
instituição como creches, é muito importante para o desenvolvimento da criança, desde
que a instituição saiba trabalhar com a cultura e a linguagem familiar com o bebê, saber
socializar, dedicar afeto, e procurar ver a criança sob o seu ponto de vista.
Segundo Hellen Bee (Ciclo Vital -1997), os dois tipos de cuidados se diferem
sistematicamente. Nas creches, por exemplo, existe a maior estimulação para
enriquecimento cognitivo, ao passo que com as famílias que não, a original, isso não
acontece. Um atendimento diário intensivo é cognitivamente mais enriquecedor, em
especial no primeiro ano de vida, parece estimular o desenvolvimento intelectual da
criança. E essas intervenções estimulantes na parte cognitiva são importantes no
desenvolvimento da linguagem e do vocabulário.
As crianças de baixa renda que são atendidas em creches costumam apresentar
Q.I. (s) significativamente mais altos do que crianças nas mesmas condições, criadas em
casa.
As crianças menores de um ano que freqüentam instituições de cuidado diário
tendem a ter melhor desempenho na idade escolar, do que aquelas que nunca
freqüentaram.
Estudos feitos na Suécia confirmam um efeito positivo de adolescentes com 13
anos, que passou a maior parte da sua primeira infância em centros de cuidados diários,
tem uma melhor performace escolar.
Outro fator importante a se levar em conta sobre o desenvolvimento cognitivo da
criança, é a qualidade da instituição. Se ela tiver poucos alunos por professores, se haver

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mais de um professor por sala. Esses fatores levam ao melhor desenvolvimento na
linguagem, levando as crianças obterem maior nota nos testes de compreensão
lingüística e prontidão para a escola (Papalia, 2006).
A principal missão das instituições é concentrar-se na educação e na estimulação
do desenvolvimento cognitivo da criança na fase de primeira e segunda infância.
No desenvolvimento social da criança, ambos os sistemas de cuidados oferecem
oportunidades de socialização com crianças da mesma faixa etária. A criança que é
cuidada sozinha na própria família, essa socialização já não ocorre.
As crianças que passam por instituições de cuidados diários, tendem a ter mais
amigos e serem mais populares, mas positivas quando comparadas com crianças que
sempre foram criadas em casa.
Socialmente, as crianças que estão no maternal são mais reforçadas pelos
educadores com comportamentos sociais positivos, e obtém, respostas mais amistosa e
cooperativas apresentadas pelas crianças, ao mesmo tempo em que são desestimuladas
com a inatividade social, a ponto de essas respostas se enfraquecerem até
desaparecerem.
Segundo os estudos realizados no Instituto de Educação de Londres em 2002,
ambientes pré-escolares – como creches – podem ajudar as crianças a desenvolverem o
“traquejo social” necessário para enfrentar a vida no futuro.
Sobre o aspecto psicológico que acaba influenciando a parte orgânica. Dos 6
meses aos 2 anos de idade, aproximadamente, a criança passa pela chamada fase de
ansiedade e separação. É um processo de individualização em que a criança começa a se
reconhecer como pessoa e a se identificar com os outros. Por isso nessa fase é
importante que haja um afastamento da mãe. “A criança deve aprender a se sentir
tranqüila ao saber que a mãe não está ali mais que volta logo” (Drª. Maria Clara
Barbosa 2005).
No aspecto de separação dos pais, pesquisadores afirmam que antes do 18
meses, a criança sofre mais. A essa idade é o momento em que estão firmando o apego
seguro com os pais e o rompimento pode causar sofrimento, mas algumas crianças
reagem de maneira diferente, umas têm mais facilidade com a separação e outras com
mais dificuldade. As crianças que passam mais tempo em instituições de cuidado diário,
tendem a apresentar menos envolvimento com a mãe.

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Levando em conta a idade do ingresso da criança em instituições, crianças a
partir dos 18 meses de vida não evidenciam perda no apego seguro dos pais.
Às vezes, as características da família, e da instituição operam juntas, “uma
assistência de qualidade pode ajudar a compensar uma maternagem insensível” (Papalia
– Desenvolvimento Humano 1997).
Descobertas sobre o impacto no atendimento diário na personalidade da criança
são ainda mais variados.
Pesquisadores acreditam que crianças que entram na primeira infância em
instituição de cuidados diários tendem a ser mais agressivas com os pais e com os
professores. De maneira alternativa, alguns pesquisadores do assunto interpretam essa
agressividade não como um sinal de desvio ou falta adaptação, e sim como um sinal de
que as crianças nas instituições de cuidados diários, aprendem a pensar mais por si
mesma por isso são menos dóceis.
Existem argumentos que revelam que o problema está na qualidade do cuidado,
e não no cuidado em si. Esses problemas com agressividade têm que ser observados
pelos pais e pelos educadores da instituição, afinal isso pode refletir dificuldades nas
crianças. Os educadores têm a difícil tarefa de enfrentar os problemas de personalidade
e de conduta das crianças.
Se tratando de higiene mental, a instituição deve orientar-se no sentido de
cultivar no aluno a segurança interna, as expressões de afeto. O educador deve ter
consciência que assume um papel importante na vida emocional da criança
Ao atingir esse grau mais alto da interação social da criança dentro da creche, ela
estará madura para ter participação efetiva na pré-escola ou nos grupos de brinquedos
que são formados por elas. As amizades que se formam nessa fase pré-escolares são
geralmente casuais, instáveis e muito passageiras.
No desenvolvimento físico de crianças que entram na primeira infância na
creche, não parece se diferenciar muito das que nunca freqüentaram. O que é
significantemente aparente é no caso das doenças. Segundo a pediatra Drª. Maria Clara
Barbosa, quanto mais cedo o bebe entra na creche, maior a probabilidade de contrair e
de desenvolver doenças.
Segundo uma pesquisa feita pela prefeitura de São Paulo, em 2005. As crianças
a entrarem nas creches com poucos meses de vida, ainda tem poucas defesas orgânicas e
ficam expostas a uma overdose de vírus e bactérias que costumam desenvolver doenças.

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Quanto mais cedo à criança entra na creche, mais chance essa criança tem de
desenvolver doenças, em geral nos bebes mias novinhos.
Os bebes criados em instituições de cuidados diários, mesmo tendo uma boa
alimentação e cuidados higiênicos adequados, tem menor resistência a enfermidades e
desenvolvimento mais lento que os bebes criados com a própria família. Outro fator
que deve ser levado em conta na hora de se pensar em colocar o filho na
creche é a amamentação. "O leite materno é a principal fonte de defesas do
organismo do neném. Muitas vezes, ao entrar na creche, a criança, além de
encarar uma avalanche de microorganismos, fica sem sua proteção natural
proporcionada pelo leite da mãe", diz a pediatra Dr. Maria Clara.
A maioria das crianças chega a creches por motivos que envolvem problemas de
carência material da família. Proteção, alimentação adequada, asseio, livros,
brinquedos, acesso à saúde e à educação são os fatores positivos no desenvolvimento
das crianças carentes. Para as crianças de baixa renda, o mais viável é que as mães
optem pela creche. Afinal lá a criança vai receber todos os tipos de cuidados que lhe são
necessários.
É fundamental que as creches acolham não só as crianças, mas também suas
famílias, para que assim possa conhecer melhor o universo desses pequenos indivíduos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com essa pesquisa concluímos que existe sim influencia no desenvolvimento da criança
que entra na primeira infância em instituições de cuidados diários – creches.
Essas influências são vistas nas pesquisas bibliográficas em um âmbito tanto
positivas como negativas ao passo que na pesquisa de campo o que observamos foi que
as influências foram muito mais positivas.
Foram comprovadas todas as hipóteses, e atingimos todos os objetivos
propostos. Acreditamos que as justificativas foram validas, afinal essa pesquisa foi de
muita importância para o nosso crescimento como universitário na área de Psicologia
Infantil.

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REFERENCIAS
PAPALIA, E. DIANE, OLDS W. SALLY, FELDMAM D. RUTH. Desenvolvimento
humano. 8 ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.

GUERRA, V. Psicólogo ressalta importância das creches no desenvolvimento das


crianças. Disponível em: http://www.direito2.com.br/asen/2008/nov/20/psicologo-
ressalta-importancia-das-creches-no-desenvolvimento-das> Acesso em: 24 maio 2009.

BARBOSA, M. “Síndrome da Creche” atinge os bebês cada vez mais cedo.


Disponível em: http://www2.prefeitura.sp.gov.br/noticias/ars/spmb/2005/02/0007
Acesso em: 24 maio 2009.

BEE, Helen. Trad. Regina Garcez. O Ciclo Vital. Porto Alegre - Artmed, 1997.

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