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Definição
Trata-se de uma atividade que está dividida em duas linhas, podendo ser executadas juntas ou
não. Uma é a criação de gado comercial e a outra de gado elite, sendo que a primeira tem com
principal objetivo a produção de carne bovina de qualidade para a alimentação humana, além
de fornecer matéria-prima para a industria farmacêutica, de cosmético, de calçado, de roupas,
de rações, entre outras. Já a criação de gado elite tem como foco central à produção de
matrizes e reprodutores para a criação de gado comercial e elite.
Estatísticas
Rebanho
Produção/Abate
Consumo Interno
Exportações
Importações
Preço ao Produtor
População Brasileira
Tabela 1
Como se pode observar na tabela 1 o rebanho brasileiro vem crescendo nos últimos anos,
dando destaque para as regiões Norte e Centro-Oeste, pois são estas que mais tem
contribuído para o crescimento do rebanho nacional, devido principalmente ao preço da terra
mais acessível que nas regiões Sul e Sudeste, na qual o rebanho tem diminuído. Já a região
Nordeste tem se mantido constante.
Tabela 2
Como já analisado na tabela 1, a 2 mostra a mesma situação, podendo concluir que a pecuária
de corte nacional tem se deslocado para as novas fronteiras, isso é, tem migrado para as
regiões Norte e Centro-Oeste.
Tabela 3
Balanço das Exportações e Importações de Carne Bovina
(Em equivalente-carcaça)
Exportações Importações
Industrializada In natura Total Total
Ano Qtd1 US$/ Ton2 US$3 Qtd1 US$/Ton2 US$3 Qtd1 US$3 Qtd1 US$3
1990 149 946 141,0 100 930 93,0 249 234,0 255 176,2
1991 214 1027 219,8 121 1759 212,8 335 432,6 108 117,6
1992 318 885 281,4 124 2289 283,3 442 564,6 114 103,5
1993 322 937 301,5 129 2103 271,4 451 572,9 48 44,0
1994 274 1051 287,5 102 2620 268,1 376 555,6 86 111,7
1995 238 1230 292,8 49 3708 180,8 287 473,7 121 169,6
1996 219 1078 236,3 61 3204 194,3 280 430,6 139 175,7
1997 219 1059 231,8 68 2879 196,3 287 428,1 112 196,6
1998 265 1117 296,2 105 2632 276,6 370 572,8 79 156,4
1999 345 922 318,1 196 2266 443,8 541 761,9 42 71,1
1
Quantidades em milhares de toneladas de equivalente-carcaça
2
US$/Ton de equivalente-carcaça FOB
3
Valores totais em milhões de dólares (US$)
Para que uma empresa agropecuária, uma fazenda, tenha sucesso na sua atividade pecuária
ele deve adotar manejos correto capazes de aumentar a produtividade da fazenda e diminuir
perdas, tais como, índices reprodutivos baixos, número de mortes elevadas, lesões corporais
nos transporte dos animais, entre outros.
• Vacas solteiras;
• Vacas amojadas;
• Vacas descarte;
• Vacas com cria;
• Bezerros mamando;
• Bezerros desmamados;
• Novilhas;
• Novilhas em reprodução;
• Primíparas;
• Garotes;
• Touros e Rufiões;
• Aleijados e Guaxos;
Na ultima categoria os aleijados devem ter um tratamento diferenciado, visto que são animais
problemáticos na fazenda, devendo ficar em pastos pertos da sede, para que o peão veja
diariamente com eles estão, além de terem aguada e coxo de sal de fácil acesso. Já para os
guaxos, deve-se tentar colocá-lo em uma outra vaca (guaxeiras) e observar diariamente se
tanto o filho legitimo quanto o guaxo estão mamando corretamente e em igual proporção,
podendo ele ser desmamado mais cedo, ao redor de 5 a 6 meses de idade.
A Identificação
Deve ser feita a identificação dos animais (a fogo, tatuagem, brincos, correntes, nitrogênio
líquido, eletronicamente ou outro método qualquer) para que se possa ter controle de
repetições de cio, data da prenhez, provável data do parto, observações quando da
Inseminação Artificial, etc., tudo muito bem anotado em fichas.
Estas fichas constituem excelente instrumento de seleção, pois através delas identificaremos
os animais produtivos e improdutivos.
Vacas Amojadas
O estado nutricional da vaca no terço final da gestação é de suma importância, pois desta
condição, vai depender um parto de forma sadia e fácil, com bastante leite ao bezerro, e uma
rápida recuperação uterina, reduzindo, conseqüentemente o tempo de retorno ao primeiro cio
fértil no pós-parto.
A reposição da condição corporal de animais mal nutridos, por ocasião do parto, além de ser
onerosa, aumenta o intervalo entre partos, diminuindo a taxa de prenhes do rebanho.
Assim que nasce o bezerro deve-se observar se ele mama o colostro da vaca nas primeiras 6
horas de vida, pois este colostro e essencial para a vida futura do animal, caso isso não ocorra
ou pela vaca ter o teto grande ou pelo bezerro ser muito fraco deve-se conter a vaca e ajudar a
beber o colostro. Vacas com tetos grandes devem ser descartadas do plantel.
Tipos de Desmana
Essa prática é recomendada para períodos de escassez de forragem. Sua finalidade é reduzir
o estresse da amamentação e os requerimentos nutricionais da fêmea (principalmente de
novilhas), permitindo que estas recuperem seu estado corporal e manifestem o cio. Entretanto,
é necessário que esta prática ocorra dentro da estação de monta, possibilitando a reconcepção
imediata. Assim sendo, para a estação de monta de novembro a janeiro, ocorreriam duas
desmamas: em novembro e em janeiro.
Apesar da reduzida influência do leite sobre o ganho de peso de bezerros, após o terceiro mês
de lactação, quando estes já estão pastando e ruminando consideravelmente, a desmama
precoce pode prejudicar o desenvolvimento da cria e até causar mortes. Para que não ocorram
problemas dessa natureza, a EMBRAPA -Gado de Corte recomenda:
A remoção temporária do bezerro é uma técnica de fácil adoção e empregada para se melhorar
a fertilidade de rebanhos de corte. Consiste em separar o bezerro da vaca, por um período de
48 a 72 horas, a partir de 40 dias após o parto.
Desmama Tradicional
Em gado de corte deve ser feito entre 6 e 8 meses. Em ocasiões muito especiais, este pode ser
feito mais tardiamente ou antecipado (aconselhável com o uso de suplementação alimentar ao
bezerro), sem causar prejuízo ao seu desenvolvimento.
O início da lactação (onde há maior exigência nutricional) deve coincidir com épocas de
pastagens de boa qualidade. A desmama deve acontecer no início do período seco, onde
ocorre a redução das exigências nutricionais das vacas.
Quando do desmame, devemos fazer uma avaliação das vacas no sentido de descartar
aquelas que desmamaram os bezerros mais leves e que estão vazias (ou não), liberando
pastagens para outras categorias de animais, mantendo aquelas que possuem maior
"habilidade materna", ou seja, desmamam bezerros mais pesados.
Deve-se dar preferência ao desmame no final da estação das chuvas, início da estação seca,
quando as pastagens são de melhor qualidade. Desta forma com estação de monta de
Outubro/Novembro a Janeiro, a desmama aconteceria entre Janeiro/Fevereiro a Abril/Maio
(geralmente início da seca) do ano seguinte.
Pode não parecer esta ser a melhor época, mas com a utilização de pastos reservados e/ou
suplementação alimentar aos bezerros, pode ocorrer a manutenção de peso e até mesmo
algum ganho durante o período seco.
As fêmeas que perderem seus bezerros por doenças ou mesmo por acidentes devem ser, de
preferência, descartadas, pois assim estaremos aumentando a resistência genética ao
ambiente e suas intempéries.
Os animais devem ser pesados ao desmame após jejum de 12 a 24 horas, considerando para
análise da performance a informação do grupo contemporâneo (apenas comparar animais do
mesmo sexo e raça, nascidos na mesma época, manejados no mesmo lote/mesmo ambiente e
que receberam o mesmo tratamento) e influências paternas e maternas.
Podemos estabelecer como meta um peso ajustado ao desmame (205 dias) equivalente pelo
menos a 50% do peso adulto da vaca em reprodução para machos e 45% para as fêmeas (ex.:
no caso de vaca Nelore com 400 kg a bezerra deveria pesar 180 kg em regime de pasto).
Estresse na Desmama
O controle de ecto e endo parasitas assim como vacinações preventivas, devem ser realizadas
de forma menos estressante possível.
Em criações extensivas, para identificar a idade dos animais é comum a utilização da marca a
fogo, da idade dos animais, sendo a cara o local utilizado para o ano (carimbo do ano). Em
outras situações a marcação é feita na paleta, onde em cima é marcado o mês e, logo abaixo,
o ano de nascimento.
Castração
É um assunto muito polêmico (castrar ou não), quanto à época e o método a ser adotado. A
"castração" depende também do tipo de exploração pecuária, associado ao interesse particular
de cada criador ou associação de raças. A castração de machos normalmente ocorre na seca
onde a incidência de moscas e outros insetos ou parasitas é menor.
Para tanto, o criador deve procurar um Zootecnista ou um Veterinário para saber a melhor
época, em cada região, em cada raça ou cruzamento.
Com o advento de novos medicamentos de amplo espectro e longa ação, tornou-se possível
efetuar a prática de castração, sem maiores prejuízos e em qualquer época, uma vez que estes
produtos protegem os animais por maior período de tempo.
Segundo Coulter et al. (1991) a reprodução é 10 vezes mais importante que o melhoramento e
cinco vezes mais importante que a melhoria de carcaça. Assim comprovamos que a
reprodução animal (sistema de cria) é sem dúvida nenhuma uma das atividades de maior
importância para o sucesso da bovinocultura de corte, assim o manejo reprodutivo dos bovinos
tem como objetivo utilizar técnicas que visam a otimização do desempenho produtivo e
reprodutivo do rebanho de cria, de forma racional e econômica. Dessa forma devemos atentar
para cuidados essenciais como a sanidade do rebanho, as exigências nutricionais e o potencial
genético dos animais, além do manejo reprodutivo do rebanho.
Esses cuidados devem ser realizados para que o produtor obtenha de seu rebanho a plena
eficiência reprodutiva, ou seja, quanto maior for a eficiência das vacas menores serão os
custos por bezerro nascido sendo assim maiores os lucros para o produtor.
Existem muitas formas para medir a eficiência reprodutiva, dentre elas podemos citar as
seguintes:
Para que o manejo do rebanho de cria seja conduzido de forma eficiente é necessário que
todos os animais (vacas e crias) tenham sido identificadas. Assim a identificação dos animais e
o registro das ocorrências e manejo do rebanho (datas e pesos ao nascimento e à desmama,
mortes e abortos, diagnóstico de gestação, vacinações etc) contribuíram para avaliar o
desempenho reprodutivo de cada animal. Possibilitando a identificação dos animais que devem
ser descartados, ou seja, aqueles que com baixa produtividade, além de ajudar a estudar
mudanças no manejo para melhorar a eficiência do sistema de produção.
Estação de monta
O sistema de monta mais primitivo é aquele onde o touro permanece no rebanho durante todo
o ano. Porém esse sistema não é o mais adequado, pois os nascimentos se distribuem por
vários meses do ano, dificultando o manejo (controles zootécnico e sanitário, manejo nutricional
etc). Com a ocorrência de nascimentos em épocas inadequadas, o desenvolvimento dos
bezerros é prejudicado e a fertilidade das matrizes pode ser reduzida, devido a restrição
alimentar.
Com a redução da duração da estação de monta notamos também uma melhoria na fertilidade
e produtividade do rebanho, pois fica mais fácil de se identificar as matrizes de melhor
desempenho produtivo. No entanto, para alcançar essas metas, diversos fatores devem ser
considerados:
Época
No Brasil, a melhor época para o nascimento coincide com o período da seca. Assim, para
atender a esse requisito, o período recomendado para a monta deve ser de novembro a
janeiro. Neste caso, as parições ocorrerão de agosto a outubro e o terço inicial da lactação, que
apresenta as maiores exigências nutricionais, irá coincidir com o de maior oferta de alimentos
de melhor qualidade (estação das chuvas).
Duração
A meta ideal para a duração da estação de monta de vacas adultas deve ser de 60 a 90 dias.
Para novilhas esse período não deve ultrapassar a 45 dias, e tanto seu início como seu final
devem ser antecipados em pelo menos 30 dias em relação ao das vacas. Visando proporcionar
às novilhas , por estarem ainda em crescimento e lactação, tempo suficiente para a
recuperação do seu estado fisiológico e iniciar o segundo período de monta, junto com as
demais categorias de fêmeas.
No primeiro ano de implantação da estação esse período pode se estender de outubro a março
(seis meses) e nos anos seguintes ela deve ser ajustada gradativamente, até a obtenção do
período ideal. Deve-se tentar obter índices elevados de concepção no primeiro mês de
monta,para que as vacas tenham tempo suficiente para recuperar seu estado fisiológico, após
a parição, antes da próxima estação de monta.
Fertilidade de touros
Quanto a relação touro:vaca: as recomendações gerais são de 25 a 30 vacas para cada touro,
no entanto, os resultados mais recentes indicam que essa relação pode ser alterada para mais
de 40 vacas por touro. Os principais fatores que podem influir nessa relação são a idade, a
capacidade de monta, o libido, o estado sanitário e nutricional dos touros, o tamanho e
topografia das pastagens.
A avaliação da condição corporal das vacas, apesar de subjetiva, é uma ferramenta muito útil
no manejo reprodutivo, pois nos permite avaliar o estado nutricional do rebanho em
determinado período. Dessa forma é possível corrigir o manejo nutricional a tempo, para que os
animais tenham condições mínimas no momento desejado. Além disso existe alta correlação
entre a condição corporal ao parto e o desempenho reprodutivo pó-parto, ou seja, as fêmeas
que tiverem melhor condição corporal no terço final da gestação irão apresentar cio mais cedo.
Esta avaliação deve ser realizada na época da desmama (abril/maio), início do período da
seca, assim as fêmeas prenhes que estiverem muito magras (escore abaixo de 4) devem
receber uma suplementação para que atinjam escore 5 a 6 ao parto.
Essa suplementação é importante, pois no terço final da gestação são altas as exigências de
proteína e energia para o desenvolvimento do feto. A restrição alimentar nesse período irá
causar além de perda de peso uma diminuição nos índices de prenhez, devido ao
prolongamento do retorno a atividade reprodutiva pós-parto.
Sistemas de acasalamento
Na monta controlada o touro é mantido separado das vacas, quando uma fêmea é detectada
em cio é levada para junto do touro onde permanece até a cobertura. Esse método é bastante
utilizado quando se deseja conhecer a paternidade, ele também causa menor desgaste aos
touros, porém podem ocorrer erros na detecção dos animais em cio e também demanda mais
mão-de-obra e trabalho para separar os animais.
A monta a campo é o sistema mais utilizado na pecuária de corte, nesse caso os touros
permanecem junto ao rebanho durante toda a estação de monta diminuindo assim o trabalho
com detecção de cio e condução dos animais ao curral, porém impossibilita a identificação da
paternidade das crias, a análise do desempenho reprodutivo e aumenta o desgaste dos touros
devido ao número repetido de cobertura que uma mesma vaca recebe. No entanto essas
desvantagens são compensadas pela economia de mão-de-obra e a certeza de que a maioria
das vacas irá conceber durante uma determinada estação de monta.
Detecção de cio
O cio pode durar 24 ou 36 horas, porém o período em que a vaca aceita o touro geralmente
não ultrapassa 12 horas. As vacas geralmente modificam seu comportamento quando estão
em cio, tornam-se mais excitadas, montam nas outras vacas e também se deixam montar, os
lábios da vulva ficam umedecidos e ocorre uma ligeira descarga de muco vaginal.
A detecção do cio é um dos principais problemas para o processo reprodutivo, tanto pela monto
controlada como pela inseminação artificial, principalmente devido ao curto período de duração
do cio.
Assim para que ocorra o mínimo de erros possível o campeiro que irá realizar o trabalho de
detecção do cio deve estar habituado com os sinais de cio e deve realizar essa observação
durante o maior número de horas possível, no período da manhã e da tarde, para que
nenhuma vaca escape à observação e deixe de ser inseminada.
Identificadas as fêmeas vazias, estas devem ser descartadas antes do inverno, pois ainda não
perderam peso e esse descarte aumenta a disponibilidade de forrageiras para as fêmeas
prenhes. No entanto esse plano de descartes deve ser analisado com muitos cuidado, pois o
baixo índice de prenhez pode estar relacionado com alguma restrição alimentar, com a
fertilidade dos touros ou mesmo com a incidência de algumas doenças e não apenas com a
fertilidade das vacas.
Idade à desmama
A desmama pode ser definida como a separação definitiva do bezerro de sua mãe
interrompendo assim a amamentação e o estresse da lactação nas fêmeas. Em geral quando
as exigências nutricionais do rebanho são bem atendidas, a desmama é feita quando os
bezerros atingem de 6 a 8 meses de idade. Assim as vacas prenhes agora com menores
exigências nutricionais, poderão suportar melhor o período seco e chegar ao parto com boas
condições corporais.
Portanto, o uso estratégico da desmama tem como meta principal o fornecimento das
condições nutricionais necessárias para a recuperação do estado corporal das vacas prenhez,
sem prejudicar o desenvolvimento dos bezerros desmamados.
Você sabe quanto vale um couro cru? Se sua resposta for não, não precisa se preocupar, pois
essa é uma realidade na pecuária nacional: a desinformação a respeito do couro produzido no
Brasil.
O setor coureiro obteve saldo positivo de US$ 1,9 bilhão em 1996, US$1,9 bilhão em 1997,
US$ 1,7 bilhão em 1998 e US$ 1,9 em 1999, conseguindo ainda entre 1992 e 1999 um
superávit de US$ 14,69 bilhões. Já o saldo positivo de exportação/importação no setor de
carnes e laticínios foi de US$ 736 milhões em 1996, US$ 875 milhões em 1997 e US$ 858
milhões em 1998. O mercado cresceu, mas não se desenvolveu. E, principalmente no setor
couro, todos estão deixando de ganhar.
Durante a última década, o setor de curtumes remunerou o couro cru brasileiro pela metade do
valor recebido pelo produto americano. Isto aconteceu porque somente 5% dos couros
americanos apresentaram os defeitos abaixo descritos, que são encontrados em 93% dos
couros brasileiros:
O mercado remunerou a sub-qualidade oferecida com sub-preço. Quem perdeu foi o produtor.
Apesar da maioria achar que não, o produtor realmente recebe pelo couro de seus bois. Na
realidade, os frigoríficos utilizam, para definir o preço final a ser pago ao pecuarista pela arroba
do boi, uma somatória de cada item que compõe o aproveitamento bovino - e entre estes itens,
um é o couro (ver tabela 1).
Nos últimos 10 anos, o frigorífico americano recebeu, em média, US$ 48,10/couro enquanto
que o brasileiro recebeu apenas US$ 27,01/couro. O diferencial por perda de qualidade,
somente no couro, em relação ao americano, foi de US$ 21,09.
Para que todos possam ganhar, existe a necessidade urgente de trabalharmos em parceria. É
preciso reestruturar os pontos onde ocorrem perdas, promovendo, assim, um crescimento
organizado e saudável no mercado.
Por fim resta um dilema: é verdade que o produtor sempre produziu um couro de qualidade
ruim, mas também é verdade que o frigorífico nunca pagou a mais para quem produzisse um
com melhor qualidade. Acaba que dessa maneira o produtor não vai tentar melhorar o couro de
seus animais, esperando um melhor pagamento dos frigoríficos, e o frigorífico não paga mais
enquanto os produtores não melhorarem a qualidade de seu couro. Fica a pergunta: quem
deve tomar a iniciativa? Produtor ou frigorífico?
Nutrição Animal
Introdução à nutrição
A nutrição animal evoluiu bastante e assim adquiriu grande complexidade, devido ao constante
progresso das ciências que formam a sua base.
A alimentação correta contribui para a produção mais econômica, porque permite o melhor
aproveitamento dos alimentos ingeridos e reduz os desperdícios.
Não se deve esquecer, que uma ração perfeitamente equilibrada, para produzir o máximo
resultado, depende da influência exercida sobre os animais pelos fatores seguintes: condições
ambientais, capacidade genética, estado sanitário e manejo.
Fisiologia do rúmen
O rúmen pode conter cerca de 120 a 240 litros de material e é o local onde ocorre à
fermentação, com cerca de 150 bilhões de microorganismos em uma colher de chá deste
material, que consistem de bactérias, protozoários e fungos. As bactérias requerem uns
ambientes quentes, úmidos e sem oxigênio para se desenvolverem, situação normal do rúmen
com temperatura de 39°C e pH de 5,8 a 6,4.
Em bovinos adultos alimentados com forragem, quase todo açúcar solúvel e amido são
fermentados pelos microorganismos do rúmen. Animais alimentados com elevadas
quantidades de grãos, cerca de 50% do amido escapa à fermentação no rúmen e pode ser
digerido no intestino.
A proteína que chega ao intestino do ruminante pode ser proveniente de três fontes:
Lipídeos que chegam ao intestino delgado são principalmente ácidos graxos esterificados e
fosfolipídeos. Triglicérides que escapam a degradação ruminal e ácidos graxos esterificados de
origem microbiana são prontamente hidrolisados pela lípase pancreática, liberando ácidos
graxos livres, que são absorvidos no intestino delgado.
A absorção de água, minerais, nitrogênio e ácidos graxos voláteis ocorrem no intestino grosso.
As funções homeostáticas do intestino grosso envolvem balanço de eletrólitos, alguma
fermentação microbiana e armazenamento temporário de excreta. Os produtos não digeridos
são expelidos nas fezes, que incluem nitrogênio metabólico e bactérias e gorduras não
digeridas.
Conceitos Básicos
Para que o ruminante utilize os vários tipos de alimentos fornecidos, existem algumas regras
básicas para permitir um desempenho ótimo, estas estão relacionadas ao tamanho da partícula
do alimento, as frações de carboidratos estruturais e não estruturais, e as frações protéicas dos
vários alimentos.
Quando o pH é menor que 6,0 as bactérias celulolíticas são reduzidas, permitindo o aumento
de bactérias produtoras de propionato. Isto causa um decréscimo na relação
acetato/propionato e pode resultar em menor porcentagem de gordura.
As vacas comem o suficiente de uma ração balanceada para satisfazer suas necessidades.
Com rações de baixa digestibilidade a vaca não consegue ingerir os nutrientes necessários.
Se a densidade de energia da dieta for menor que 1,46 Mcal/kg de ELI, dificilmente ela terá a
energia que precisa. Rações contendo concentrados em excesso e pouco volumoso e fibra
efetiva podem deprimir o consumo, a produção de leite, o teor de gordura e afetar a saúde do
animal.
Uma ração balanceada deve ser de boa digestibilidade e consumo e deve ser estabelecida
para níveis viáveis de produção.
Carboidratos
Os carboidratos são a principal fonte de energia para o ruminante e podem ser divididos em
duas frações principais, carboidratos estruturais (CE) e não estruturais (CNE). O CE se refere
à parede celular e é analiticamente definido como fibra em detergente neutro(FDN), e
consistem de celulose, hemicelulose, lignina e uma porção de pectina. O CNE é analiticamente
definida como fibra em detergente acido (FDA) e consiste em celulose e lignina. Assim, quanto
maior seu teor no alimento menor é a digestibilidade.
_______% do CNE________________________
A quantidade de CNE e CE na ração têm efeito na produção e na ração dos animais se não
forem adequadamente balanceados. Se as forragens forem moídas muito finas, também
limitarão a efetividade da fibra diminuindo a motilidade ruminal.Para um funcionamento
adequado do rúmen, os níveis mínimos de forragem e de tamanho de partícula devem ser
considerados.
A falta de fibra na dieta pode reduzir a porcentagem de gordura no leite e causar problemas
metabólicos como a acidose ruminal. Por outro lado, a falta de CNE na dieta diminui a energia
disponível, reduz a síntese de proteína microbiana e deprime a digestão de fibra. Mas o
excesso de CNE também deprime a digestibilidade da fibra, a porcentagem de gordura do leite
e pode causar anormalidades do tecido do rúmen resultando em úlceras e abcessos do fígado.
Proteína
A maior parte das bactérias do rúmen usam amônia como fonte de nitrogênio, algumas utilizam
outros compostos nitrogenados como proteína intacta ou cadeias carbônicas de certos
aminoácidos para crescimento mais eficiente.
A absorção da amônia, não utilizada pelos microorganismos, pela parede ruminal depende do
pH ruminal e da concentração de amônia, é rápida com pH 6,5 ou maior e cai a 0 com pH4,5.
A proteína bruta é apenas uma medida do teor de nitrogênio dos alimentos e não indica se o
nitrogênio está na forma de aminoácido ou de não protéico, também não indica a
degradabilidade desse nitrogênio para uso pelos microorganismos do rúmen ou quanto escapa
a degradação.
% da PD______
Gorduras
Gorduras ou extrato etéreo usado como fonte de energia. Contém uma fonte de energia 2,25
vezes maior que as proteínas ou os carboidratos. Entretanto, os microorganismos do rúmen
não toleram níveis elevados de gordura na dieta.
O principal lipídio das forragens é o galactolipídeo, que envolve glicerol, galactose e ácidos
graxos insaturados. Sua concentração decresce com a idade da planta e com a proporção de
folhas e caule.
O caroço de algodão e a soja grão contém elevada porcentagem de ácidos graxos insaturados
e são vagarosamente digeridos liberando o óleo no rúmen permitindo maior hidrogenação
microbiana. O sebo é 50% saturado, relativamente inerte no rúmen devido seu elevado ponto
de fusão e baixa solubilidade no liquido ruminal, e mais acido oléico, podendo diminuir a
fermentação ruminal quando em quantidades elevadas.
Energia
O animal precisa de energia não só para mantença, mas também para produção, incluindo
crescimento, gestação e lactação. O excesso é armazenado como glicogênio no músculo e no
fígado, mas a maior parte como gordura.
O NDT (Nutrientes Digestíveis Totais) pode ser definido como a soma da proteína digestível,
fibra digestível, gordura digestível x 2,25 e extrativo não nitrogenado digestível. O NDT inclui as
perdas de energia através das fezes.
A EL (Energia Liquida) deve ser a medida usada no balanceamento de rações e inclui perdas
de energia através das fezes, urina, gases e calor.
Os alimentos, na generalidade, são consumidos pelos animais sobre formas complexas, e para
que possam ser absorvidos pelo organismo, devem passar por transformações, convertendo-se
em substâncias mais simples, tais transformações em conjunto constituem a digestão, de
acordo com sua natureza, são mecânicas e químicas.
Nutriente – É o constituinte dos alimentos de igual composição química geral, assim como
certas substâncias, que contribuem para manutenção da vida do animal: carboidratos, graxas,
proteínas, vitaminas, etc.
Nutriente Digestível – É a fração de um nutriente que pode ser digerida e aproveitada pelo
organismo. Aplicada a constituintes orgânicos dos nutrientes.
Alimentos – São substâncias que podem ser ingeridas, digeridas e assimiladas, contribuindo
assim para manutenção e a produção do animal. São produtos animais ou vegetais, bem como
seus subprodutos.
Dieta – É o que o animal ingere em 24 horas, capaz de cobrir ou não suas necessidades.
Alimentos Básicos – São grãos de cereais e seus subprodutos com menos de 16% de proteína
bruta e 18% de fibra e que formam a base das misturas comuns de farelos. Os alimentos
básicos são fontes concentradas de energia, são de baixo teor protéico, como o milho, arroz,
aveia, centeio, cevada e trigo, da mesma forma que seus subprodutos.
A principal diferença entre os alimentos básicos, do ponto de vista prático, esta no conteúdo em
energia digestível, inversamente proporcional à riqueza em fibra. Os alimentos básicos formam
quase 2/3 das rações dos bovinos.
Nas rações os suplementos são caracterizados pelo próprio uso, razão pela qual são
denominados integradores.
Tais produtos são misturas que fornecem concentrações de um ou mais nutrientes, destinados
a correção dos alimentos básicos e para o perfeito equilíbrio das rações.
Volumosos – Tem como característica principal o alto teor de fibra. Em muitos países, e
classificado como volumoso qualquer material para a alimentação do gado que contenha mais
de 18% de fibra bruta na base da matéria seca, incluindo pastos, silagens, fenos, palhas,
bagaços e cascas de certos grãos e sementes.
Suculentos – São alimentos ricos em água, razão de seu grande volume, mas cuja
porcentagem de fibra na matéria seca lembra mais os alimentos concentrados. As raízes e
tubérculos são volumosos aquosos, porem pobres em fibras e em nutrientes por unidade de
tempo.
- Engorda Invernada: principalmente no Brasil, o animal atravessa três épocas de bons pastos
e outras tantas de subnutrição por falta de verde, em conseqüência do clima subtropical e
chuvas periódicas.
- 1°- os bois são mantidos na invernada mas recebem diariamente alimentação suplementar
capaz de atender suas exigências.
- 2°- nos 2/3 iniciais do período de engorda, os bois permanecem na invernada e recebem
apenas suplementação mineral. No terço final do período passam a receber diariamente,
suplementação completa.
RAÇAS E CRUZAMENTOS
DE BOVINOS DE CORTE
Aula dada pelo Prof. Dr. Pedro Eduardo de Felício
Curso de Especialização em Tecnologia de Carnes
CTC/ITAL – 21/02/2002
Brucelose (zoonose)
Triconomose
Campilobacteriose (vibriose)
Definição: doença sexualmente transmissível (DST), infecta contagiosa
transmitida pelo macho durante a monta, causando esterilidade temporária
e aborto.
Etiologia: Vibrio fetus.
Sintomatologia: não apresenta, entretanto nos touros forma reservatório
no prepúcio e nas vacas causa aborto no 5º ao 6º mês de gestação, ciclos
estrais longos e irregulares (+ou- 25 dias).
Diagnóstico: presença de anticorpos no muco vaginal e sangue; no
macho, exame do sêmen pela técnica da fluorescência.
Profilaxia: idem a anterior
IBR
É uma doença importada, pode ser detectada na vagina que fica ulcerada
(pequenas feridas); causa aborto.
Observação:
Onfaloflebite (umbigueiro)
Pneumonia
Paratifo
Febre aftosa
Brucelose
Carbúnculo Hemático
Babeslose Anaplasmose
Verminoses
Free-martin
Definição: toda fêmea estéril oriunda de uma gestação gemelar, macho e fêmea nos quais
ocorre anastomose dos vasos coriônicos (divisão de vasos, ocorrendo troca de sangue entre
macho e fêmea). Ocorre anastomose em 95% dos casos dessa natureza em bovinos.
Etiologia: o hormônio masculino, testosterona vai anarquizar o processo de diferenciação da
fêmea.
Teoria celular: fêmea apresenta o cromossomo XX e XY.e
Sintomatologia: grande crescimento de pêlos na comissura vulvar inferior, clitóris muito
desenvolvido (hipertrofiado).
Diagnóstico: prova do tubo de ensaio (15cm de comprimento com 1cm de diâmetro):
penetração de 1/3 somente, é free-martin; penetração de mais de 1/3 é normal. Fazer a
cariotipagem, verificando os cromossomos.
Profilaxia: eliminar os produtos de gestação gemelar casal e avaliar os pais.
Observação: Na gestação gemelar casal é normal ocorrer aborto, ocorrer natimortos, retenção
da placenta em mais de 50% dos casos, causando metrite e parto distócico (parto difícil).
Hipoplasia testicular
Criptorquidismo
Definição: é quando o testículo não migra para a bolsa escrotal permanecendo na cavidade
abdominal.
Etiologia: Hereditária, porém alguns casos, segundo autores, são hormonais.
Sintomatologia: a) Unilateral (roncolho): somente um testículo na bolsa escrotal;
b) Bilateral ausência de testículos na bolsa escrotal.
Diagnóstico: exame da bolsa escrotal.
Profilaxia: eliminar os animais criptorquidicos unilaterais.
Observação: animais criptorquidicos apresentam baixa eficiência reprodutora e sêmen de baixa
qualidade.
Carrapato
Berne
Bicheira
Verminose
O estômago
O trato digestivo dos ruminantes adapta-se bem à digestão de celulose, o que não ocorre com
a maioria dos outros mamíferos. O estômago dos poligástibricos dá lugar a importantes
transformações dos alimentos.
O Abomaso é o verdadeiro estômago dos ruminantes, rico em glândulas que secretam HCL,
pepsina e grande quantidade de renina (lab-fermento) nos animais jovens, as proteínas iniciam
a sua digestão como também as gorduras e carboidratos.
Considerações Gerais
A máquina animal
Os animais, sob muitos aspectos, para seu funcionamento, dependem consideravelmente das
condições que a rodeiam. Seus melhores rendimentos dependem, extremamente, de seu
potencial e da capacidade de se adaptarem a essas condições circundantes. Para maiores
rendimentos deve-se:
- Conhecer suficientemente com respeito ao seu potencial e as condições que requerem para
melhor desempenho;
O tipo ideal pode ser definido como uma norma de perfeição que combina as características
físicas que contribuem para a utilização de um animal para o propósito específico.
- aparência geral;
- temperamento leiteiro;
- capacidade corporal;
- sistema mamário.
Desta forma podemos avaliar as diferentes regiões as quais devem apresentar as seguintes
características:
Deve revelar o aspecto de "feminilidade" da vaca leiteira e as partes que compõem são:
Cor
Dentro dos padrões da raça. Ex.: no caso da vaca holandesa, deve apresentar manchas
brancas e pretas claramente definidas;
Tamanho
Atingir o tamanho médio da raça. Ex: vaca holandesa em produção deve pesar
aproximadamente 600Kg de peso vivo (PV);
Chifres
Cabeça
Paletas
Fortemente unidas
Dorso
Anca
Larga e bem modelada, sem excesso de gordura, quase nivelada, implante da cauda suave e
nivelada com a linha dorsal;
Pernas e cascos
Osso plano e forte, de quartela pequena e forte com jarrete modelado, apresentando curvatura
natural, cascos redondos com talão profundo.
Pescoço
Cernelha
Aguda, costelas bem separadas com osso amplo, plano e profundo formando um aspecto de
"cunha" com o tórax do animal.
Flanco
Profundo e refinado, formando um aspecto de "cunha" com o corpo do animal, tendo como
base à cabeça.
Nádegas
Bem separadas e descarnadas, deixando espaço suficiente para o úbere e seus ligamentos.
Capacidade corporal
Costado
Ventre
Amplo.
Tórax
Sistema Mamário
Úbere fortemente implantado, bem balanceado, de grande capacidade e boa textura, indicador
de alta produção e grande vida útil, as partes que o compõe são:
Úbere
Quarto dianteiro
De comprimento moderado, amplitude uniforme desde a frente até atrás e fortemente aderido.
Quarto traseiro
Alto, amplo e ligeiramente arredondado, com boa uniformidade desde cima até a base e
fortemente aderida.
Tetas
Veias mamárias
- A cobertura natural a campo é a mais empírica que existe, pois o touro fica a vontade com
as vacas, ocorrendo excessivas coberturas em uma mesma fêmea e muitas delas em
momentos inadequados. Neste caso, a relação touro x vaca é de 1:25.
- A cobertura natural controlada é um sistema mais eficiente que o anterior, pois o touro fica
num piquete separado das vacas e a fêmea no cio é levada ao reprodutor para a cobertura. O
touro não executa grande número de coberturas em uma mesma fêmea, efetuando as
coberturas em momento adequado, permitindo manter-se no sistema uma relação touro x vaca
de 1:50. Neste sistema fica mais fácil controlar a fertilidade dos touros, além de se conhecer a
paternidade da progênie.
Serve também para a cobertura natural controlada. Neste momento, aumenta a probabilidade
de concepção. Por isso é fundamental que ocorra a detecção do cio. Os sintomas de cio são
modificações psicossomáticas na vaca.
Sintomas de cio
O ciclo estral dos bovinos é de 21 dias, tendo o cio duração de 14 a 18 horas; a ovulação
ocorre 12 a 14 horas após o término do cio, ficando o momento adequado para a cobertura no
1/3 final do cio (12 horas). O espermatozóide tem capacidade fecundante de no máximo 24
horas.
Ocorrendo o cio pela manhã, faz-se a cobertura na parte da tarde e vice-versa. O cio dos
Taurinos é mais longo do que o cio dos Zebuínos, por isso, quando se faz cobertura natural
controlada, coloca-se a fêmea zebu com o macho no período da manifestação do cio e reforça
a cobertura no período posterior (se a vaca zebu manifesta o cio pela manhã, coloca com o
macho pela manhã e novamente à tarde).
Rufião: é um touro vasectomizado, utilizado para marcar as vacas no cio ele permanece junto
com as vacas o tempo inteiro. O animal é provido de um "busal marcador" que risca a anca das
vacas montadas. Este sistema de detecção é mais fácil de trabalhar, mas ocorre a penetração
na vaca, podendo ocorrer transmissão de doenças. No caso do animal de elite, o rufião é
submetido a um desvio de pênis.
Na pecuária bovina, o macho é acasalado com um grande número de fêmeas. Por isto, o uso
de touros de baixa fertilidade, inférteis ou de qualidade genética inferior, pode acarretar sérios
prejuízos aos criadores, levando a um maior intervalo entre partos das vacas e ou produção de
filhos de baixa qualidade.
- evitar consangüinidade;
- melhorar a qualidade genética do rebanho;
- melhorar a eficiência reprodutiva do rebanho;
- fins comerciais (lucros).
- condição corporal;
- fertilidade;
- sanidade.
Condição corporal:
Fertilidade
- Comportamento sexual:
O reprodutor colocado junto a uma fêmea em cio permite as seguintes observações:
- Desejo sexual (libido): o desejo sexual é avaliado pelo tempo que o animal demora a se
exercitar e saltar. O salto deve ser imediato ou em até 20 minutos. E importante saber que os
machos da raça zebuína são por natureza mais vagarosos ou lentos. Cansaço ou esgotamento
devido ao manejo incorreto pode acontecer.
É interessante ressaltar que o comportamento sexual; deve ser observado a uma distância
regular do animal, pois, se o observador estiver muito perto, a sua presença poderá inibir o
touro. Por outro lado, se o observador estiver muito longe, pode-se comprometer a observação.
- Prepúcio: pus junto ao pênis de abertura pode indicar presença de infecção; crescimento
anormal dos tecidos junto ao orifício de entrada chamado de acrobustite (umbigueira). Nesses
casos não é indicada a compra, por necessitar de tratamento específico e longo tempo de
recuperação.
- Bolsa escrotal e testículos: na bolsa escrotal estão localizados os testículos. Sua pele não
deve apresentar ferimentos, queimaduras ou vermelhidão, que podem ser indicativos de
inflamação ou abscesso. Os testículos são responsáveis pela produção de espermatozóides,
sendo por isto, de fundamental importância no processo produtivo. Os dois testículos devem ter
pouca ou nenhuma variação de tamanho. Um testículo pode estar localizado um pouquinho
mais alto que o outro ou ligeiramente inclinado para trás. O animal deve demonstrar sinal de
dor quando se aperta ligeiramente está região. Algumas anormalidades podem ocorrer com os
testículos, sendo perfeitamente percebidas, e as mais importantes são a falta de um ou ambos
testículos, na bolsa escrotal, contra indicação a aquisição do animal.
- Mobilidade dos testículos: os testículos são normalmente móveis dentro da bolsa escrotal,
podendo-se através de pressão, fazer subir um de cada vez sem maiores dificuldades. Em
caso de aderência ou inflamações, esta mobilidade deixa de existir ou diminui, afetando o
mecanismo termorregulador dos testículos e, conseqüentemente, a produção e a qualidade dos
espermatozóides. Com relação à consistência deve ser firme, ou seja, não são duros nem
moles (duro = calcificado, atrofia, fibrosos; mole = degeneração testicular).
Ainda em relação ao tamanho dos testículos, é bom saber que ambos os testículos podem ter o
mesmo tamanho, embora menores que o tamanho normal. Em touros acima de 30 meses de
idade a medida do diâmetro da bolsa escrotal não deve ser inferior a 30cm.
Desse modo, qualquer alteração no trato genital do touro, independente de sua origem, resulta
em menor fertilidade ou mesmo esterilidade.
Sanidade
Avaliando a Matriz
Nº ......Nome.......................................Grau................Nascimento..../...../....
Pai .......................................Mãe ...............................Procedência............
Peso/nasc........kg Peso/210d.........kg Peso/365d........kg Peso/550d.........kg
Cobertura........./........../................. Artificial..................
Touro...................................Natural........................ TE.........................
Diagnóstico da estação .......................................... Macho....................
Cria........../........./........... Fêmea...................
Cobertura........./........../................. Artificial..................
Touro...................................Natural........................ TE.........................
Diagnóstico da estação .......................................... Macho....................
Cria........../........./........... Fêmea...................
Cobertura........./........../................. Artificial..................
Touro...................................Natural........................ TE.........................
Diagnóstico da estação .......................................... Macho....................
Cria........../........./........... Fêmea...................
Cobertura........./........../................. Artificial..................
Touro...................................Natural........................ TE.........................
Diagnóstico da estação .......................................... Macho....................
Cria........../........./........... Fêmea...................
Cobertura........./........../................. Artificial..................
Touro...................................Natural........................ TE.........................
Diagnóstico da estação .......................................... Macho....................
Cria........../........./........... Fêmea..................
Cobertura........./........../................. Artificial..................
Touro...................................Natural........................ TE.........................
Diagnóstico da estação .......................................... Macho....................
Cria........../........./........... Fêmea...................
Cobertura........./........../................. Artificial..................
Touro...................................Natural........................ TE.........................
Diagnóstico da estação .......................................... Macho....................
Cria........../........./........... Fêmea...................
Cobertura........./........../................. Artificial..................
Touro...................................Natural........................ TE.........................
Diagnóstico da estação .......................................... Macho....................
Cria........../........./........... Fêmea...................
Marca Vacina Data Data Data Data Data Data Data Data
AFTOSA
AFTOSA
Carbúnculo
Brucelose
RAIVA
Botulismo
Leptosp
Vermifucação
Vermifucação
Algumas informações devem ser obtidas com outras pessoas da fazenda, já que o vendedor
poderá colocar o interesse comercial acima da verdade. Caso o vendedor tenha grande
reputação torna-se desnecessário. Para conseguir tais informações algumas perguntas podem
ser formuladas:
4. Vacas que ele cobriu abortaram ou voltaram ao cio com intervalo maior que 30 dias?
- A resposta positiva pode sugerir presença de agentes infecciosos transmitidos pelos machos;
Ex: Trichomonas, Campilobacter, Micoplasma, etc.
Obs: mesmo tendo dois ou mais touro no rebanho, é costume o criador destacar o touro como
sendo o pai das melhores bezerras e novilhas ou vacas do rebanho, tendo em vista a
importância de se conhecer a produção de suas filhas.
No macho
Espermatogênese
É a produção de espermatozóides; ela ocorre nos testículos, que são as gônadas masculinas.
- A espermatogênese nos bovinos demora 65 dias para ocorrer
Hormônios
Na fêmea
O ovário é a gônada sexual feminina, também apresenta duas funções: ovogênica e endócrina.
Cio ou estro
A fêmea exterioriza a fertilidade através do cio ou estro, que são modificações psicossomáticas
no animal, detectadas pela aceitação do macho
O Ciclo compreende o inicio de um estro até o inicio do estro seguinte, sendo no caso da vaca
igual há 21 dias.
O estro tem duração média de 14 a 18 horas, sendo a ovulação 12 a 14 horas após o termino
do estro.
Hormônios
Controle hormonal: a glândula hipófise libera o hormônio FSH, o qual atua no ovário
promovendo o desenvolvimento do folículo e a produção do hormônio estrogênio, sob o efeito
do estrogênio a vaca manifesta o cio e a hipófise libera o hormônio LH, o qual promove o
rompimento do folículo (ovulação), na parede do ovário, onde ocorre a ovulação forma-se o
corpo lúteo, responsável pela produção do hormônio progesterona. Havendo a concepção, há o
desenvolvimento da gestação e posterior parição. Não havendo a concepção, o corpo lúteo
regride, iniciando um novo ciclo.
Fecundação
A fecundação ocorre no terço superior do oviduto; se a mesma não ocorrer até 6 horas após a
ovulação, o óvulo é envolto por uma camada lipóide, impedindo a concepção. O ovo caminha
do oviduto para o corno uterino, onde ocorrerá a nidação, que é a fixação do mesmo na
carúncula uterina para o desenvolvimento do feto.
Gestação
- A gestação tem duração de 9 meses.
- A placenta se desenvolve na sua totalidade nos primeiros meses da gestação, sendo que o
animal tem 2/3 do seu desenvolvimento no terço final da gestação. As exigências de nutrição
do animal são somente acrescidas no terço final da gestação, onde ocorre desenvolvimento
significativo do feto.
As funções da placenta
Parto
É a expulsão do feto após ele atingir o seu desenvolvimento animal; iniciando se o parto, o qual
leva normalmente cerca de duas horas; nascimento com as patas dianteiras na frente com a
cabeça repousando sobre elas.
Importante: Próximo ao parto deve ser feito apalpação, para verificar a posição do bezerro, que
deve ser com cabeça e patas juntas. Ele sugará o seu dedo.
Um manejo cuidadoso com as matrizes, alimentação adequada e boas intalações e higiene são
pontos basicos que asseguram a saúde dos bezerros.
Vaca
Para vaca seca, uma ração apropriada é essencial para manter a vaca saudável e diminuir a
incidência das doenças do período pós-parto. Fêmeas magras tem crias com baixo "peso ao
nascer" e por outro lado as excessivamente gordas poderão ter partos distócicos.
Com um mínimo de uma semana de antecedência da data de parição prevista, remova a vaca
para uma área já reservada para tal. Escolha uma baia bem ventilada ou um piquete
maternidade limpo e seco. Evite usar serragem como cama pois esta pode obstruir a boca e as
narinas do recém-nascido.
Ao nascer deve-se limpar a boca e as narinas do bezerro. A água fria estimula os reflexos de
visão e esfregá-lo com um pano seco e limpo estimula a respiração. Após secar o recém-
nascido mergulhe seu umbigo por completo no iodo para prevenir infecções.
Alimentação do bezerro
Ao nascer o bezerro não possui imunidade a doenças. Este é o motivo pelo qual ele precisa
tanto do colostro, que contem proteínas denominadas imunoglobulinas (anticorpos), absorvidas
diretamente através do intestino. Os anticorpos absorvidos darão proteção ao recém-nascido
contra infecções. A qualidade de colostro varia de uma fêmea para outra. Vacas com vacinação
completa e vacas adultas, em geral, produzem colostro de melhor qualidade do que as
novilhas, devido ao maior período de exposição a diversos agentes patogênicos de organismos
causadores de doenças.
O ideal é que 2 litros de colostro, seja fornecido nos primeiros quinze minutos pósparto, ou no
máximo uma a duas horas após o nascimento. A qualidade do colostro diminui
acentuadamente após a primeira ordenha.
Oito a doze horas mais tarde, forneça mais 2 litros do colostro, o segundo fornecimento
auxiliará a empurrar a primeira mamada do colostro do estornago para o intestino delgado,
permitindo dessa maneira além de um aumento na absorção de anticorpos a lavagem do
intestino evitando a aderência da bactéria Escherichia coli. Nas primeiras 20 horas de vida do
bezerro ele deve receber de 12 a 15% do seu peso vivo em colostro.
Animais recém-nascidos devem receber 2 litros de colostro 2 vezes ao dia,durante três dias, e
leite durante a primeira semana de vida. Após ter recebido colostro adota-se o fornecimento de
um dos seguintes alimentos líquidos: leite por completo ou substitutivos do leite.
Os substitutos do leite também estão sendo utilizados em larga escala. Devem ser constituídos
a base de leite ou de subprodutos do leite, conter 22% de proteína, 10-12% de gordura e
menos de 0,25% de proteína crua.
O bezerro poderá ser desmamado quando estiver ingerindo de 500 a 700g de ração por dia,
regularmente por uma semana. Água limpa e fresca deve estar à disposição.
Uma vez que o feno é digerido no rúmen, este precisa estar funcionando antes de fornecer a
forragem efetivamente. Inicie com feno quando o bezerro estiver com pelo menos três semanas
de idade e ingerindo algum tipo de grão. Deve-se estimular o consumo para acelerar o
desenvolvimento do rúmen.
Instalações
Basicamente deve ser limpa, seca e bem arejada, mas sem correnteza. Os bezerros devem ser
alojados em abrigos individuais, separados das vacas, pois os animais adultos são fontes de
vários agentes infecciosos.
As baias devem ser limpas, desinfetadas e forradas com uma cama de palhada. Recomenda-
se que permaneça vazia por uma semana entre um bezerro e outro.
As gaiolas individuais são estruturas únicas, de plástico ou madeira, abertas na frente. Assim
como qualquer outra instalação deve ter boa drenagem, uma cama seca e face voltada para o
sul. No período entre um bezerro e o próximo a ocupar a mesma gaiola, estas devem ser
limpas, desinfetadas e removidas para outro espaço.
A cada 6 meses todas a gaiolas devem ser removidas para uma área completamente nova, e o
espaço que estava sendo ocupado pelas mesmas deve ser limpo (carpido) de modo que o solo
fique exposto ao poder desinfetante do sol.
- Fornecimento
Manejo de novilhas
Equipe de Bovinocultura de Leite/FZEA-USP
Quando tem que responder por uma parcela considerável das exigências
diárias das novilhas, o volumoso pode se tornar um fator limitante ao
processo de crescimento se sua composição não for favorável. Não se
obtém crescimento rápido das novilhas através do uso de forragens de alta
qualidade. O volumoso deve apresentar de 60-75% de NDT, 10-13% de
Pb, de 0,3-0,65% Ca e de 0,22-0,32% P para ser utilizado sozinhos na
criação de bezerras. Quando se faz a introdução de concentrados, toma-se
fácil atender as exigências dos animais porque a composição teórica do
volumoso passa a ser mais fácil de ser atendida na prática deve-se dar
ênfase ao fato de que volumosos de qualidade muito baixa são
consumidos em quantidades reduzidas e que é de grande importância
garantir o consumo de matéria seca especificado. O fornecimento de
concentrado deve ser encarado como importante sob o ponto de vista de
fornecimento de energia e proteína e sobretudo de minerais. Sabe-se que
os bovinos não sabem como, quando ou porque devem consumir misturas
minerais, pois, trabalhos de pesquisas têm demonstrado que a ingestão no
cocho não segue um padrão regular.
O período seco deve durar 60 dias a fim de permitir uma boa regeneração
das células epiteliais desgastadas, um bom acúmulo de colostro e
assegurar um bom desenvolvimento do feto, bem como completar as
reservas corporais, caso estas ainda não tenham ocorrido.
Secagem
- Vacas que parem, ainda dando leite, produzem bezerros fracos e não
apresentam boas condições corporais no momento do parto;
- Boas condições corporais e sanitárias facilitam o parto e favorecem a
produção de leite na próxima lactação;
Procedimento
- Não ordenhar mais, mesmo se o úbere encher de leite, este fato não
ocasionará nenhum mal ao animal, pois o organismo da vaca absorverá o
leite. Entretanto, deve-se observar diariamente, para ver se o úbere está
avermelhado ou dolorido, coisa muito rara de acontecer. Na hipótese de o
úbere estar inflamado, deverá ser feita nova ordenha e repetida aplicação
de antibiótico;
Dinâmica ruminal
Utilização de aditivos
Aplicações
A escolha do sistema
Tipos de ordenha
-Manual
-Mecanizada: balde ao pé, RST cirduito fechado, Tandem, espinha de peixe, poligonal,
paralela ou rotatória.
Manual
Esse tipo de ordenha é largamente empregada no Brasil e é caracterizado por sua baixa
eficiência e pela produção de um leite com alto grau de contaminação.
Mecanizada
Balde ao pé: sistema mais barato que se conhece. Possui eficiência de 15 vacas/homem/ hora
com 2 baldes. No Brasil, devido à mão-de-obra ainda ser relativamente barata, é o sistema
mais indicado para propriedades, com até 50 animais. Existem 3 tipos de Balde de Pé: no
estábulo, na Sala de Ordenha e portátil.
Circuito fechado: também inidicado para rebanhos menores. Neste sistema, o leite no
momento da ordenha é transportado por tubo de PVC. A velocidade é de 8 vacas/hora/unidade.
Sistema de tandem: esse sistema foi desenvolvido para os rebanhos maiores, de até 80
animais. o sistema mais comum é o "4x4"; apresenta um rendimento de 22 a 32
vacas/homem/hora. O manejo neste sistema é individual e a entrada e saída das vacas são
controladas por meio de fotocélulas. Com o tandem um único profissional pode cuidar de 6 a 8
animais.
Paralela: é indicada para propriedades que contenham de 300 a 1.000 animais, em que cada
operador cuida sozinha de 12 a 30 unidades. Neste sistema as vacas ficam umas ao lado das
outras e de costas para o fosso.
Para obtenção de leite de melhor qualidade e para prevenir e/ou reduzir a níveis toleráveis as
infecções da glândula mamária do rebanho, uma vigilância constante deve ser dirigida ao
manejo e ordenhadores.
As instalações como sala de ordenha e curral de espera, por onde circulam os animais antes,
durante e após a ordenha, devem ser mantidas limpas e secas, para evitar a multiplicação de
microorganismos. Na limpeza diária, recomenda-se remover as fezes para evitar a proliferação
de moscas e lavar em seguida com água corrente de boa qualidade.
Mensalmente deve-se fazer, após a limpeza do local, a desinfecção com cal virgem ou
soluções à base de cresóis na concentração de 1%.
Com os utensílios
Os utensílios de ordenha, tais como baldes e latões devem ser limpos e desinfetados. A
limpeza é feita nos intervalos da ordenha, de preferência com água quente ou morna, utilizando
detergente biodegradável e desinfetante apropriado.
Uma solução de 5 a 10 ppm de cloro ativo (1ml de solução de hipoclorito de sódio, contendo
10% de cloro ativou de água), é eficaz após 5 a 10 minutos de contato.
Após serem lavados e enxaguados, os utensílios devem ser mantidos destampados e de boca
para baixo até secarem por completo.
Pré-lavagem: deve ser feita com água fria, e tem como finalidade remover os resíduos de leite
que se aderem ao equipamento;
Enxágüe final: é realizado com água fria em abundância, para remoção completa da solução
de limpeza, mantendo-se o conjunto funcionando por 5 minutos.
Uma vez por semana ou a cada 15 dias, inclui-se antes da lavagem principal um detergente
ácido, específico para ordenhadeiras mecânicas, além do detergente alcalino e em seguida,
enxagua-se com água.
Com os animais
Antes da ordenha: as tetas devem ser lavadas com água potável corrente, removendo-se a
sujeira e enxugando-as com toalha de papel descartável.
Realizar o teste da caneca de fundo preto, pois além de permitir a identificação dos casos de
mastite clínica em sua fase inicial, evita a contaminação do ambiente com os primeiros jatos de
leite.
Após a ordenha: as tetas devem ser imersas em solução à base de iodofor ou de iodo
glicerinado.
Estabelecer linha de ordenha quando for detectado algum animal com mastite, sendo que estas
deverão ser ordenhadas por último, desinfetar o canal da teta em solução de iodo glicerinado,
antes de aplicar o medicamento e massagear o quarto teto medicado para dispersar o remédio.
Anatomia de úbere
Canal galactóforo; Cisterna; Canais lactíferos; Tecidos Glandulares; Veias; Artéria; Gânglio
linfático.
- não amamenta;
- após a castração;
- na menopausa.
Fases de secreção (produção) da glândula mamária a produção do leite se inicia pela ação da
prolactina da hipófise anterior, que estimula diretamente as células produtoras do leite dos
alvéolos da mama. Leite é sangue transformado; nasce no úbere (composto por quatro
glândulas mamárias que transformam componentes sanguíneos em alimento). O úbere é
dividido em quatro partes, correspondendo cada uma a um teto. Vazio, o úbere pesa cerca de
15kg, podendo comportar até + ou- 40 kg de leite. Para cada litro de leite produzido, passa pela
glândula mamária cerca de 300 a 500litros de sangue, portanto, uma boa vaca leiteira deve ter
o úbere muito bem irrigado pela rede sanguínea.
Logo após o parto, a desinibição da hipófise anterior pela queda dos estrogênios e
progesterona circulantes, leva a um aumento abrupto da secreção de prolactina que, agindo
sobre a glândula mamária plenamente desenvolvida pelos hormônios da gestação, irá
promover a produção do leite. A manutenção da produção normal do leite, depende da
produção de prolactina, do hormônio de crescimento, pequena quantidade de estrogênio
presente , do funcionamento da tireóide, da supra renal e do sistema nervoso. E necessária
ainda uma alimentação adequada e ausência de doenças em geral.
A expulsão do leite
Ao se iniciar e durante o ato de mamar, a sensação táctil gera estímulos, que por via nervosa,
vão até o SNC (sistema nervoso central) estimulando o hipotálamo a produzir e a hipófise
posterior a liberar ocitocina para a circulação. Esta, na glândula mamária, provoca a contração
das células mioepiteliais dos alvéolos e a musculatura lisa dos dutos, propulsionando o leite ali
formado na cisterna da mama. A compressão dessas cisternas provoca a saída do leite.
Sob a ação o ocitocina, a canulação das cisternas faz o leite jorrar espontaneamente. Em
alguns casos, isto ocorre mesmo sem a canulação. A prolactina também é secretada sob
controle do arco reflexo descrito.
Produtividade
Equipe de Bovinocultura de Leite/FZEA-USP
Raça
Algumas raças são mais especilaizadas para produção de leite que outras, influênciando
principalmente quanto à qualidade e porcentagem de gordura.
Nutrição
A produção de cada animal é determinada pela sua genética e pelo ambiente. Portanto se um
animal for alimentado em demasia não produzirá mais leite do que a sua capacidade permite,
porém, uma alimentação deficiente, vai refletir numa produção bem abaixo do nível normal. Daí
a necessidade de uma alimentação balanceada.
Tempo de lactação
A época da lactação (tempo decorrido após a parição) influi muito sobre a composição do leite
de um animal. Atinge o pico de produção na lactação no segundo mês.
Variações climáticas
Com relação a influência do ambiente na produção de leite, o frio, vindo repentinamente diminui
a produção tanto do leite como em gordura.
Com o frio constante, as vacas produzirão mais ou menos o normal se forem bem alimentadas,
apenas a gordura será um pouco reduzida.
Prática de ordenha
O número de ordenhas influi na produção. Vacas de primeira cria têem em média um aumento
na sua produção de 50% quando são ordenhadas duas vezes ao dia ao invés de uma vez. E
quando são realizadas três ordenhas a produção pode ter um acréscimo de aproximadamente
15%.
Composição do leite
O leite é uma emulsão de glóbulos de gordura, estabilizada por substâncias albuminóides num
soro que contem em solução = um açúcar = a lactose, matérias protéicas, sais minerais, sais
orgânicos e pequenas quantidades de vários produtos, tais como: lecitina, uréia, ácido láctico,
vitaminas, enzimas, etc.
Higiene do leite
Com o objetivo de manter a qualidade do leite deve-se tomar alguns cuidados como: o colostro
assim como o leite de vacas com mastite ou que tenham recebido recentemente antibióticos
não deve ser utilizado;o leite deve ser armazenado em recipientes limpos ; não deve-se
misturar leites de diferentes ordenhas; e o leite deve ser resfriado de 4 a 5 ° C.