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A função renal é formada por um conjunto de órgãos que filtram o sangue, produzem
e excretam a urina - o principal líquido de excreção do organismo. É constituída por um par
de rins, um par de ureteres, pela bexiga urinária e pela uretra.
2.2 O RIM
O rim destaca-se no Sistema urinário por ser a unidade funcional do mesmo. Este é
um dos emunctórios destinados a manter a constância do meio interno. Pode-se dizer que a
função do rim é: "Cooperar na manutenção do regime estacionário do meio interior." É ele
que excreta a maioria dos subprodutos metabólicos do corpo - exclua gás carbônico e um
pouco de água que partem pelos pulmões. Eles também regulam a concentração da maioria
das químicas no plasma sangüíneo. Cada rim contém mais de 1 milhões de néfrons. Cada
néfron é uma unidade completa.
Para desempenhar esse papel, o rim exerce, entre outras, as seguintes funções, em
relação ao meio interno:
* Controle do volume hídrico;
* Controle do pH;
* Controle da osmolaridade.
Essa tarefa renal é feita através da Excreção e Reabsorção de vários íons, metabólitos
e substâncias exógenas, e principalmente, água.
Para excretar e reabsorver, o rim usa três processos bem delineados:
Filtração Glomerular ± Nessa etapa, o rim filtra do plasma sanguíneo todas as
substâncias de baixa massa molecular, retendo quase a totalidade das proteínas. Esse processo
se realiza no glomérulo.
Reabsorção Tubular ± Nessa etapa, o rim escolhe as substâncias que devem voltar, e
devolve essas substâncias ao meio interno. Esse processo se passa nas estruturas que vêm
após o glomérulo.
Secreção Tubular ± Nessa etapa, o rim expulsa substâncias que foram filtradas, mas
devem ser excretadas em quantidade maior do que a filtrada. É um mecanismo complementar
a da filtração. A secreção se dá em estruturas pós-glomerulares. A secreção é um mecanismo
importante nos processos de regulação do meio interno. Existem processos secretórios ativos
e passivos.
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O funcionamento do néfron, em linhas gerais, é bastante simples: O sangue entra pela
artéria aferente passa pelos capilares glomerulares, sai pela artéria eferente, e circula com
íntima proximidade com o setor urinário, dividindo seu fluxo entre os capilares peritubulares
, (por onde passa a maior parte) e pelos vasos retos . Em seguida os dois fluxos desembocam
na veia renal, voltando á circulação venosa geral. Ao passar pelo glomérulo, uma fração de
água, e pequenos solutos, passa pela membrana filtrante, deixando um sangue enriquecido em
proteínas, passar pela artéria eferente. Ocorreu a filtração.
O líquido filtrado é contido pela cápsula de Bowman, que é impermeável, e envolve o
glomérulo. Daí, o fluxo filtrado se desloca para os túbulos proximais, alça de Henle, e passa
aos tubos distais, e daí ao tubo coletor.
ou seja, a diferença entre a pressão arterial média nos capilares (60 mmHg) e a soma da
pressão da cápsula de Bowman com a pressão coloido-osmótica do plasma.
A membrana capilar glomerular tem poros de aproximadamente 30 angstroms de
diâmetro e, portanto, partículas de maiores dimensões, podem atravessar esses poros. Seu
peso molecular é da ordem de 80.000 a 90.000 daltons. A destruição normal de hemácias
produz uma pequena quantidade de hemoglobina livre no plasma sanguíneo.
Os glomérulos dispõem de um mecanismo especial capaz de manter essas pequenas
quantidades de hemoglobina livre em concentrações de aproximadamente 5%. Se a
destruição de hemácias aumenta e gera concentrações de hemoglobina elevadas (100-125
mg%), os mecanismos glomerulares de processamento da hemoglobina se esgotam e ocorre a
filtração para a urina. Como a hemoglobina filtrada não é reabsorvida, esse pigmento protéico
aparece na urina; é a hemoglobinúria. Portanto, quando a hemoglobina aparece na urina
significa que houve uma grande quantidade de destruição de hemácias.
Diversos fatores podem afetar a filtração glomerular. O fluxo sanguíneo renal
aumentado pode aumentar o coeficiente de filtração e a quantidade final de urina produzida.
O grau de vaso constrição das arteríolas aferentes dos glomérulos faz variar a pressão
glomerular e conseqüentemente a fração de filtração glomerular. O mesmo ocorre na
estimulação simpática neurogênica ou através de drogas simpáticas como a adrenalina, por
exemplo. O estímulo pela adrenalina produz constrição intensa das arteríolas aferentes, com
grande redução da pressão nos capilares glomerulares que podem reduzir drasticamente a
filtração do plasma e conseqüente formação de urina.
Os uratos são reabsorvidos em cerca de 85%, da mesma forma que diversos sulfatos, fosfatos
e nitratos. Como todos são reabsorvidos em muito menor proporção que a água, a sua
concentração aumenta significativamente na urina formada. A reabsorção nos túbulos renais
obedece à diferença de concentração das substâncias entre o espaço intersticial peritubular e
os vasos retos peritubulares.
A reabsorção de água é dependente da reabsorção de íon sódio, que é o soluto mais
reabsorvido nos túbulos renais. Existem ainda dois mecanismos de intercâmbio muito
importantes. O primeiro se refere à troca de íon sódio (Na+) pelo íon hidrogênio (H+), nos
túbulos, como parte dos mecanismos de regulação renal do equilíbrio ácido-básico. Quando
há necessidade de eliminar íon hidrogênio, os túbulos secretam ativamente o hidrogênio para
a luz, dentro do filtrado e, em troca, para manter o equilíbrio iônico absorvem o íon sódio. O
outro mecanismo de intercâmbio corresponde à reabsorção de íons cloreto (Cl-) quando há
necessidade de se eliminar ácidos orgânicos pelo mecanismo de secreção tubular. Os
mecanismos de transporte na reabsorção tubular podem ser ativos ou passivos, dependendo
da necessidade de utilizar energia celular para a sua realização. O sódio, a glicose, os fosfatos
e os aminoácidos estão entre as substâncias cujo transporte é feito com utilização de energia
celular, transporte ativo, enquanto o transporte da água, uréia e cloretos não necessitam
consumir a energia das células (transporte passivo).
sendo finalmente concentrada por expulsão ativa de água no túbulo coletor, pela ação do
ADH. Essa contracorrente recebe o nome de multiplicadora, porque a concentração cresce de
300 a 1.200, ou mesmo 1.400mOsm.
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