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A PROTEÇÃO

INTERNACIONAL DOS
DIREITOS HUMANOS
Aspectos Gerais, Evolução Normativa e
Meios de Proteção

Antecedentes

 Declaração de Direitos do Bom Povo da Virgínia


(1776).
 Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
(1789).
 Século XIX: Constitucionalização dos Direitos
Humanos.
 Constituição Mexicana (1917).
 Declaração de Direitos do Povo Trabalhador e
Explorado (1918).
 Constituição do Reich Alemão (1919).

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Personalidade internacional do indivíduo

 Pessoa de DI é aquela que pode responder diretamente pela


violação de uma norma internacional, tem legitimação direta
para reclamar contra toda a violação da norma e tem capacidade
para assumir compromissos com outras pessoas do sistema
jurídico.
 Legitimidade ativa: reclama pela violação da norma.

 Legitimidade passiva: sofre a responsabilidade pelo


descumprimento da norma.

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Proteção do indivíduo antes de 1945

 Proteção diplomática.
 Proibição da escravatura.
 Convenção sobre a Escravatura, de 25/09/1926.
 Convenção OIT nº 29, sobre trabalho forçado, de
28/06/1930.
 Proteção de minorias.
 Formação do Direito Humanitário.

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A proteção Universal

 Carta da ONU:
 Propósito - estímulo ao respeito e proteção dos
DH: Preâmbulo e artigos 1,3; 55 c e 56.
 Confere competências à AG e ao CES para a
efetiva promoção: artigos 13, 1, b; 62; 68.
 Comissão de Direitos Humanos, criada em
1946 como órgão subsidiário do CES.
 Res. AG/ONU 60/251, de 15/03/2006 – cria o
Conselho de Direitos Humanos, como órgão
subsidiário da AG, em substituição à CDH.

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DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS


DIREITOS HUMANOS
 Adotada em 10/12/1948, pela Resolução 217(III), da
AG/ONU.
 8 abstenções: URSS, Bielorrússia,
Ucrânia,Tchecoslováquia, Polônia, Iugoslávia,
Arábia Saudita e África do Sul.
 Valor jurídico da Declaração:
 Originário – enuncia princípios jurídicos; resolução-
declaração da AG; apoio na adoção.
 Derivado – referida em outras declarações e tratados;
mencionada como referência para exigir o respeito aos
DH, quando não há convenção a ser aplicada; influência
no direito interno dos Estados.

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DECLARAÇÃO UNIVERSAL
Direitos inerentes à pessoa
 1º - Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e
direitos.São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação
umas às outras com espírito de fraternidade.
 2º - Capacidade de gozar os direitos e liberdades estabelecidos na
Declaração, sem distinção de qualquer espécie.
 3º - Direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
 4º - Proibição de escravidão ou servidão.
 5º - Proibição de tortura, tratamento ou castigo desumano ou
degradante.
 6º - Reconhecimento como pessoa perante a lei.
 7º - Igualdade perante a lei e igual proteção da lei; proteção contra a
discriminação.

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DECLARAÇÃO UNIVERSAL
Garantia da segurança
 8º - Recurso aos tribunais contra atos que violem os direitos
fundamentais garantidos pela Constituição ou pela lei.
 9º - Proibição de prisão, detenção ou exílio arbitrários.
 10 – Audiência justa e pública perante tribunal independente
para decisão de seus direitos ou deveres ou do fundamento de
qualquer acusação criminal.
 11 – Presunção de inocência e reserva legal.
 12 – Proteção contra interferência na vida privada, familiar, no
lar ou na correspondência e ataques à honra e reputação.
 14 – Asilo.
 Declaração sobre Asilo Territorial – Res. AG/ONU 2312(XXII), de
14/12/1967

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DECLARAÇÃO UNIVERSAL
Direitos relativos à vida política
 18 – Liberdade de pensamento, consciência e religião, mudar e
professar religião, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela
observância isolada ou coletiva, em público ou em particular.
 19 – Liberdade de opinião e expressão, de ter, procurar, receber
e transmitir informações e idéias, por quaisquer meios e
independentemente de fronteiras.
 20 – Liberdade de reunião e associação.
 21 – Participação política direta ou através de representantes,
acesso a serviço público, eleições periódicas, por sufrágio
universal, por voto secreto ou processo equivalente.

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DECLARAÇÃO UNIVERSAL
Direitos econômicos e sociais
 17 – Propriedade.
 22 – Segurança social e realização dos direitos econômicos, sociais e
culturais indispensáveis à dignidade e livre desenvolvimento da
personalidade.
 23 - Trabalho, condições justas de trabalho, remuneração justa e
satisfatória, organizar e participar de sindicato.
 24 - Repouso e lazer.
 25 – Padrão de vida adequado, segurança em caso de desemprego,
doença, invalidez, proteção à maternidade e à infância.
 26 – Educação; instrução gratuita nos graus elementares.
 27 – Participação na vida cultural da comunidade, fruição das artes e
participar do progresso científico e de seus benefícios.

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DECLARAÇÃO UNIVERSAL
Direitos relativos à vida jurídica e social
 13 – liberdade de locomoção e residência, de deixar qualquer
país, inclusive o próprio, e a este retornar.
 15 – Nacionalidade, proibição de ser arbitrariamente privado de
sua nacionalidade, nem do direito de mudá-la.
 Convenção para Reduzir os Casos de Apatrídia, 1954.

 Convenção sobre a Nacionalidade da Mulher Casada,

1957 (Brasil ratificou em 1968).


 Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas , 1954 (Brasil
ratificou em 1996).
 28 – Direito a uma ordem social e internacional em que os
direitos da Declaração possam ser plenamente realizados.

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Desdobramentos posteriores
na ONU
 Preparação e adoção de convenções que
enunciam direitos e estabelecem
mecanismos processuais e institucionais de
proteção.
 Ações baseadas na Carta e na Declaração
para a garantia e proteção dos DH quando
são vulnerados grave e sistematicamente.

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Proteção Convencional

 Pacto de Direitos Econômicos, Sociais e


Culturais (1966).
 Pacto de Direitos Civis e Políticos (1966).
 Protocolo Facultativo ao Pacto de Direitos
Civis e Políticos (1966).
 Segundo Protocolo Facultativo ao Pacto de
Direitos Civis e Políticos (1989).

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Artigo 1º dos Pactos de 1966


 1. Todos os povos têm o direito a autodeterminação. Em virtude desse
direito, determinam livremente seu estatuto político e asseguram
livremente seu desenvolvimento econômico, social e cultural.
 2. Para a consecução de seus objetivos, todos os povos podem dispor
livremente de suas riquezas e de seus recursos naturais, sem prejuízo
das obrigações decorrentes da cooperação econômica internacional.
Em caso algum, poderá um povo ser privado se seus próprios meios
de subsistência.
 3. Os Estados Partes no presente Pacto, inclusive aqueles que tenham
a responsabilidade de administrar territórios não-autônomos e
territórios sob tutela, deverão promover o exercício do direito à
autodeterminação e respeitar esse direito, em conformidade com as
disposições da Carta das Nações Unidas.
 Antecedentes:
 Res. AG/ONU 1514 (XV), de 14/12/1960 – Concessão de independência
aos povos e países coloniais.
 Res AG/ONU 1803 (XVII), de 14/12/1962 – Soberania permanente sobre os
recursos naturais.

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Pacto de Direitos Civis e Políticos

 Aplicação imediata a todas as pessoas que se encontram no território do


Estado e submetidas à sua jurisdição, sem discriminação por motivo de raça,
cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional
ou social, situação econômica, nascimento ou qualquer outra condição.
 Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação
Racial (1965).
 Convenção sobre a Eliminação da Discriminação contra a Mulher (1979).
 Declaração sobre a Eliminação de todas as Formas de Intolerância e discriminação
fundadas na Religião ou Convicções ( AG/ONU,Res. 36/55, de 25/11/1981).
 Protocolo Facultativo da Convenção sobre a Eliminação de todas a Formas de
Discriminação contra a Mulher (1999).
 Obrigação de resultado.
 Obrigação de respeitar e garantir.
 Cria o Comitê de DH – artigos 28 e segs.
 18 membros como mandato de 4 anos e que exercem as funções a título pessoal.

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Pacto de Direitos Civis e Políticos

 Compromisso de adotar medidas legislativas para


sua implementação.
 Garantia de recurso, no caso de violação, mesmo
se a violência for cometida por agentes do Estado.
 Garantia de que o direito será determinado pela
autoridade judicial, administrativa ou legislativa.
 Garantia de cumprimento da decisão que julgar
procedente o recurso.

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Pacto de Direitos Civis e Políticos

 Direito à vida.
 A pena de morte somente poderá ser aplicada nos casos
de crimes mais graves e desde que não esteja em conflito
com o Pacto nem com a Convenção para a Prevenção e
Repressão do Crime de Genocídio, de 1948.
 O condenado à morte tem direito a pedir indulto ou
comutação da pena. A anistia, o indulto e a comutação da
pena poderão ser concedidos em todos os casos.
 A pena de morte não deverá ser imposta a menores de 18
anos nem aplicada a mulheres grávidas.
 Segundo Protocolo Facultativo, destinado a abolir a pena de
morte (1989).
 CF, art. 5º, caput, XLVII, a).

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Pacto de Direitos Civis e Políticos


 Proibição de tortura.
 Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, desumanos ou
Degradantes (1984).
 Protocolo Facultativo à Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas
Cruéis, Desumanos ou Degradantes (2002).
 Convenção sobre os Direitos da Criança (1989), artigo 37.
 CF, art. 5º, III.
 Proibição de escravidão e tráfico de escravos.
 Proibição de servidão.
 Proibição de trabalhos forçados ou obrigatórios.
 Convenção sobre a Escravatura (1926), emendada pelo Protocolo de 1953.
 Convenção Suplementar sobre a Abolição da Escravatura, do Tráfico de Escravos e
Instituições e Práticas Análogas à Escravatura (CES/ONU,1956).
 OIT, Convenção nº 29, sobre Trabalho Forçado, 1939.
 OIT, Convenção nº 105, sobre a Abolição do Trabalho Forçado, 1957.
 OIT, Convenção nº 182, sobre as Piores Formas de Trabalho Infantil, 1999.
 CF, art. 5º, XLVII, c).

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Pacto de Direitos Civis e Políticos
 Direito à liberdade e segurança pessoais. Ninguém pode ser preso ou
encarcerado arbitrariamente.
 O preso deverá ser informado das razões da prisão e notificado das
acusações que lhe são imputadas.
 CF, art. 5º, LXII, LXIII.
 O preso deverá ser conduzido à presença de juiz, devendo ser julgado
em prazo razoável ou ser libertado.
 CF, art. 5º, LXVI, LXVIII.
 O preso tem o direito de recorrer a um tribunal para decidir sobre a
legalidade da prisão ou ordenar sua soltura.
 CF, art. 5º, LXVI, LXXVIII.
 A vítima de prisão ou encarceramento ilegais terá direito à reparação.
 CF, art. 5º, LXV, LXXV.

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Pacto de Direitos Civis e Políticos


 A pessoa privada de liberdade deve ser tratada com
humanidade e respeito à sua dignidade.
 CF, art. 5º, XLIX.
 As pessoas processadas devem ser separadas das condenadas
e receber tratamento distinto destas.
 CF, art. 5º, XLVIII.
 As pessoas processadas jovens devem ser separadas das
adultas.
 CF, art. 5º, XLVIII.
 Os delinqüentes juvenis deverão ser separados dos adultos e
receber tratamento condizente com sua idade e condição
jurídica.
 Convenção sobre os Direitos da Criança (1989), artigo 40.

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Pacto de Direitos Civis e Políticos
 Proibição de prisão por não cumprir obrigação contratual.
 CF, art. 5º, LXVII.
 Direito a permanecer no território de um Estado e escolher sua
residência.
 CF, art. 5º XV.
 Ninguém poder ser privado arbitrariamente do direito de entrar em seu
próprio país.
 Um estrangeiro só pode ser expulso em virtude de lei.
 Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados (1951).
 Protocolo sobre o Estatuto dos Refugiados (1966).
 Convenção para Reduzir os Casos de Apatridia (1961).
 Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas (1954).
 Declaração sobre os Direitos Humanos dos Indivíduos que não são
Nacionais do País em que vivem (AG/ONU, Res. 40/144, de 1985).

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Pacto de Direitos Civis e Políticos


 Direito à justiça. Todos são iguais perante os tribunais.
 CF, art. 5º, XXXV, XXXVII, LV.
 Direito à presunção de inocência.
 CF, art. 5º, LVII.
 Direito a recurso.
 CF, art. 5º, LV.
 Princípio da reserva legal.
 CF, art. 5º, XXXIX e XL.
 Reconhecimento da personalidade.
 Proibição e proteção da lei contra ingerência arbitrária ou ilegal na vida
privada, na família, domicílio ou correspondência.
 CF, art. 5º, X, XI, XII.

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Pacto de Direitos Civis e Políticos
 Direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião.
 Declaração sobre a Eliminação de todas as Formas de intolerância e
Discriminação Fundadas na Religião ou Convicções (AG/ONU, Res. 36/55,
de 25/11/1981).
 CF, art. 5º, IV, VI, VIII.
 Ninguém pode ser molestado por suas opiniões. Direito à liberdade de
expressão, de procurar, receber e difundir informações e idéias.
 CF, art. 5º, IV, V, XIV, XXXIV, LXXI.
 Proibida a propaganda em favor da guerra.
 Declaração sobre os Princípios Fundamentais Relativos à Contribuição dos
Meios de Comunicação de Massas ao Fortalecimento da Paz e à
Compreensão Internacional, à Promoção dos Direitos Humanos e à Luta
contra o Racismo, o Apartheid e a Incitação da Guerra (UNESCO, 1978).

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Pacto de Direitos Civis e Políticos


 Direito de reunião.
 CF, art. 5º, XVI.
 Direito de associação.
 CF, art. 5º, XVII/XX.
 Proteção à família.
 Pacto de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, art. 10.
 CF, arts. 203, 226.
 Direito ao casamento. Nenhum casamento será celebrado sem o
consentimento livre e pleno dos nubentes.
 Convenção sobre o Consentimento para o Casamento, a Idade Mínima para Contrair
Matrimônio e Registro de Matrimônios (1962).
 Recomendação sobre o Consentimento para o Matrimônio, a Idade Mínima para
Contrair Matrimônio e Registro de Matrimônios (AG/ONU, Res. 2018(XX), 1/11/65).
 CF, artigo 226.
 Proteção à criança.
 Convenção sobre os Direitos da Criança (1989).
 CF, arts. 227/228; Lei 8.069/1990.

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Pacto de Direitos Civis e Políticos

 Direitos políticos:
 Participar da condução dos assuntos públicos, diretamente
ou por meio de representantes livremente escolhidos.
 CF, arts.1º, par. único; 14.
 Votar e ser votado em eleições periódicas, autênticas,
realizadas por sufrágio universal e igualitário e por voto
secreto.
 CF, art. 14, §§ 1º/10.
 Acesso às funções públicas de seu país, em condições
gerais de igualdade.
 Convenção sobre os Direitos Políticos da Mulher (1953).
 Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra a Mulher (1979).

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Pacto de Direitos Civis e Políticos

 Igualdade perante a lei e igual proteção da lei, sem


qualquer discriminação.
 CF, artigo 5º, caput, I.
 Direito das minorias étnicas, religiosas ou
lingüísticas.
 Declaração sobre a Eliminação de todas das Formas de
Intolerância e Discriminação Fundadas na Religião ou
Convicções (AG/ONU, Res. 36/55, de 25/11/1981).
 Declaração sobre os Direitos das Pessoas Pertencentes a
Minorias Nacionais ou Étnicas, Religiosas e Lingüísticas
(AG/ONU, Res. 47/135, de 1992).
 Convenção sobre os Direitos da Criança (1989), art.30.

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Pacto de Direitos Civis e Políticos

 Artigo 4º permite a suspensão, diante “situações excepcionais


que ameacem a vida da nação e sejam proclamadas
oficialmente”.
 Não podem ser suspensos os seguintes direitos:
 à vida (artigo 6º);
 a não ser submetido à tortura (artigo 7º);
 a não ser submetido à escravidão e à servidão (artigo 8º, 1 e 2);
 a não ser preso por não cumprir obrigação contratual (artigo 11);
 a não retroatividade da lei penal (artigo 15);
 ao reconhecimento da personalidade jurídica (artigo 16);
 à liberdade de pensamento, consciência e religião (artigo 18).

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Pacto de Direitos Civis e Políticos

 Cláusula Facultativa – artigo 41


 Todo Estado Parte pode declarar a qualquer
momento que reconhece a competência do
Comitê para receber e examinar as
comunicações em que um Estado Parte
alegue que outro Estado Parte não vem
cumprindo as obrigações do Pacto.
 Reciprocidade.

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Cláusula Facultativa
Procedimento
 O Estado reclamante apresenta comunicação por escrito ao
outro Estado.
 No prazo de 3 meses a partir do recebimento da comunicação, o
destinatário deverá oferecer as explicações, inclusive sobre as
providências tomadas.
 Se no prazo de 6 meses do recebimento da comunicação inicial
a questão não estiver solucionada, qualquer dos Estados
envolvidos poderão submetê-la ao Comitê.
 Comissão de conciliação ad hoc – 5 membros designados com o
consentimento dos Estados envolvidos.

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PROTOCOLO FACULTATIVO AO PACTO DE


DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS

 Competência do Comitê para receber e conhecer comunicações


de indivíduos que se achem sob a jurisdição do Estado e que
aleguem ser vítimas de uma violação de qualquer dos direitos
previstos no Pacto.
 Condições de admissibilidade:
 não seja anônima;
 não constitua abuso de direito;
 não seja incompatível com o Pacto;
 não tenha sido submetida a outro procedimento de exame ou
solução internacional;
 tenham sido esgotados os recursos internos perante o Estado
reclamado.

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Segundo Protocolo Facultativo (1989)

 Abolição da pena de morte.


 Única reserva admissível: previsão de aplicação da
pena de morte em tempo de guerra e em
conseqüência de delito sumamente grave de
caráter militar.
 Estende a aplicação do artigo 41 do Pacto,
mediante as mesmas condições.
 Estende o procedimento de reclamações
individuais, previsto no Protocolo de 1966.
 A abolição da pena de morte não pode ser
suspensa.

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Pacto de Direitos Econômicos, sociais e


Culturais
 Aplicação paulatina, até o máximo dos recursos
disponíveis – obrigação de comportamento.
 Os países em desenvolvimento determinam em que
medida garantirão os direitos econômicos aos que
não são seus nacionais.
 Res. 1985/17, de 28/05/1985, do ECOSOC cria o
Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.
 18 Membros eleitos pelo ECOSOC, para uma mandato de
4 anos, com direito à reeleição. Devem ter competência
em DH e atuam a título pessoal.

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Pacto de Direitos Econômicos, Sociais e
Culturais
 Direito ao trabalho: direito de toda pessoa de ter a
possibilidade de ganhar a vida mediante um
trabalho livremente escolhido ou aceito.
 CF, art. 5º, XIII, art. 7º.
 Cada Estado deve tomar medidas para assegurar o
pleno exercício desse direito, incluindo a orientação
e formação técnica e profissional, a elaboração de
programas, normas e técnicas apropriadas para
assegurar um desenvolvimento econômico, social e
cultural constante e o pleno emprego produtivo.

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Pacto de Direitos Econômicos, Sociais e


Culturais
 Direito a condições de trabalho justas e favoráveis. Remuneração que
proporcione, no mínimo:
 Salário eqüitativo e remuneração igual por trabalho igual, sem qualquer distinção. As
mulheres deverão ter a garantia de condições de trabalho não inferiores às dos
homens e perceber a mesma remuneração que eles por trabalho igual.
 OIT, Convenção nº 100, sobre igualdade de remuneração, 1951.
 OIT, Convenção nº 111, relativa à discriminação em matéria de emprego e ocupação, 1958.
 Existência decente para o trabalhador e sua família.
 Segurança e higiene no trabalho.
 Igual oportunidade de promoção.
 Descanso, lazer, limitação razoável das horas de trabalho e férias periódicas
remuneradas, assim como remuneração dos feridos.
 OIT, Convenção nº 52, sobre Férias Pagas, de 1936, revista pela Convenção nº 132,
de 1970.
 CF, artigo 7º.

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Pacto de Direitos Econômicos, Sociais e
Culturais
 Direito de fundar e filiar-se a sindicato.
 CF, art. 8º.
 Direito dos sindicatos de formar federações e
confederações.
 Direito do livre exercício das atividades sindicais.
 OIT, Convenção nº 87, sobre a Liberdade Sindical e a
Proteção do Direito de Sindicalização, 1948.
 OIT, Convenção nº 98, sobre o Direito de Sindicalização e
de Negociação Coletiva, 1949.
 Direito de Greve.
 CF, art. 9º.
 Direito à previdência e seguro social.
 CF, arts. 7º, 201.

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Pacto de Direitos Econômicos, Sociais e


Culturais
 Conceder as mais amplas proteção e assistência possíveis às
famílias. Matrimônio por livre consentimento dos cônjuges.
 Convenção sobre o Consentimento para o Matrimônio, a Idade
Mínima para Contrair Matrimônio e o Registros dos Matrimônios
(1962).
 Recomendação sobre o Consentimento para o Matrimônio, a
Idade Mínima para Contrair Matrimônio e o Registros dos
Matrimônios (AG/ONU, Res. 2018 (XX), de 1/11/1965).
 CF, arts. 203, 226.
 Proteção à mulher por um período razoável antes e depois do
parto. Para as trabalhadoras, licença remunerada ou licença
acompanhada de benefícios previdenciários.
 OIT, Convenção nº 183, sobre a Proteção da Maternidade, 2000.
 CF, art.7º, XVIII.

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Pacto de Direitos Econômicos, Sociais e
Culturais
 Medidas especiais de proteção e assistência às crianças e adolescentes, sem
distinção de filiação ou qualquer outra condição. Proteção contra exploração
econômica e social. O emprego de crianças e adolescentes que lhes façam
correr perigo de vida ou, ainda, que lhes venham a prejudicar o
desenvolvimento normal, será punido por lei.
 CF, art. 7º XXXIII.
 Os Estados devem estabelecer limites de idade sob os quais fique proibido e
punido por lei o emprego assalariado da mão-de-obra infantil.
 Convenção sobre os Direitos da Criança, 1989.
 Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança Relativo à
Participação de Crianças em Conflitos Armados, 2000.
 Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança Relativo a Venda de
Crianças, a Prostituição Infantil e a Utilização de Crianças na Pornografia, 2000.
 OIT, Convenção nº 138, sobre a Idade Mínima, 1973.
 OIT, Convenção nº 182, sobre as Piores Formas de Trabalho Infantil, 1999.
 CF, art. 7º, XXXIII, art. 227, § 3º, I e II.

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Pacto de Direitos Econômicos, Sociais e


Culturais
 Direito de toda pessoa a um nível de vida adequado para si
próprio e sua família, inclusive alimentação, vestimenta e
moradia adequadas.
 Proteção contra a fome.
 Melhorar métodos de produção, conservação e distribuição de
gêneros alimentícios.
 Assegurar a repartição eqüitativa dos recursos alimentícios
mundiais.
 Declaração sobre o Progresso e o Desenvolvimento Social
(AG/ONU, Res. 2542(XXIV), de 11/12/1969).
 Declaração Universal sobre a Erradicação da Fome e Má-nutrição
(AG/ONU, Res. 3348 (XXIX), de 17/12/1974).
 Declaração sobre o Direito ao Desenvolvimento (AG/ONU, Res.
41/128, de 4/12/1986).
 Direito à alimentação (AG/ONU, Res. 61/163, de19/12/2006).

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Pacto de Direitos Econômicos, Sociais e
Culturais
 Direito à saúde física e mental.
 CF, art. 196.
 Diminuição da mortinatalidade e da mortalidade infantil, bem como o
desenvolvimento são das crianças.
 CF, art. 227, caput, §1º, I, II.
 Melhoria de todos os aspectos de higiene do trabalho e do meio
ambiente.
 CF, art. 7º, XXII.
 Prevenção e tratamento das doenças epidêmicas, endêmicas,
profissionais.
 CF, art. 7º, XXVIII, artigo 200.
 Criação de condições que assegurem a todos assistência médica e
serviços médicos.
 Declaração de Compromisso na Luta contra o HIV/Sida (AG/ONU, Res. S-
26/2, de 27/6/2001).
 CF, art. 196.

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Pacto de Direitos Econômicos, Sociais e


Culturais
 Direito à educação, que deve buscar o pleno desenvolvimento da
personalidade humana, o sentido da sua dignidade e o fortalecimento
do respeito aos direitos humanos e liberdades fundamentais.
 CF, arts. 205, 206.
 Deverá capacitar todas as pessoas a participar efetivamente de uma
sociedade livre, fortalecer a compreensão , a tolerância e a amizade
entre todas as nações e entre todos os grupos raciais, étnicos ou
religiosos e promover as atividades das Nações Unidas em prol da
manutenção da paz.
 Convenção Relativa à Luta contra as Discriminações na Esfera do Ensino
(UNESCO, 1960).
 Protocolo para Instituir uma Comissão de Conciliação e Bons Ofícios
Facultada a Resolver as Controvérsias em Relação à Convenção Relativa à
Luta contra as Discriminações na Esfera do Ensino (UNESCO, 1962).

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 40

20
Pacto de Direitos Econômicos, sociais e
Culturais
 A educação primária deverá ser obrigatória e acessível gratuitamente a
todos.
 CF, art. 208 e §§ 1º e 2º.
 A educação secundária em suas diferentes formas, inclusive a técnica
e profissional, deverá ser generalizada e tornar-se acessível a todos,
por todos os meios apropriados e, principalmente, pela implementação
progressiva do ensino gratuito.
 CF, art. 208
 A educação superior deverá tornar-se acessível a todos, com base na
capacidade de cada um, por todos os meios apropriados e,
principalmente, pela implementação do ensino gratuito.
 Convenção sobre os Direitos da Criança (1989), art. 28.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 41

Pacto de Direitos Econômicos, Sociais e


Culturais
 Fomento e intensificação da educação de
base àqueles que não receberam educação
primária ou não a concluíram.
 CF, art. 214, I e II.
 Desenvolvimento de uma rede escolar em
todos os níveis, implementação de um
sistema adequado de bolsas de estudo e
melhoria contínua das condições materiais
do corpo docente.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 42

21
Pacto de Direitos Econômicos, Sociais e
Culturais
 Respeito à liberdade dos pais ou tutores de
escolher para seus filhos escolas distintas das
criadas pelas autoridades públicas, sempre que
atendam a padrões prescritos ou aprovados pelo
Estado e de fazer com que seus filhos venham a
receber educação religiosa ou moral que esteja de
acordo com suas convicções.
 Nenhuma das disposições pode ser interpretada no
sentido de restringir a liberdade de indivíduos e
entidades de criar e dirigir instituições de ensino,
desde que observem os objetivos da educação e os
padrões mínimos prescritos pelo Estado.
 CF, art. 209.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 43

Pacto de Direitos Econômicos, Sociais e


Culturais
 O Estado que ainda não tiver garantido em seu
próprio território ou sob a sua jurisdição a
obrigatoriedade e a gratuidade da educação
primária, se compromete a elaborar e adotar, dentro
de dois anos, a partir da entrada em vigor do Pacto
para ele, um plano detalhado para a implementação
progressiva da educação primária obrigatória e
gratuita para todos.
 CF, art. 214.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 44

22
Pacto de Direitos Econômicos, Sociais e
Culturais
 Direito a:
 Participar da vida cultural.
 CF, art. 215.
 Desfrutar do progresso científico e suas aplicações.
 Declaração sobre a Utilização do Progresso Científico e Tecnológico no Interesse da Paz e
Bem-estar da Humanidade (AG/ONU, Res. 3384(XXX), de 10/11/1975).
 Beneficiar-se da proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de toda a
produção científica, literária ou artística de que seja autor.
 CF, art. 5º, XXVIII e XXIX.
 Os Estados deverão garantir o exercício desse direito, incluindo as medidas
necessárias à conservação, desenvolvimento e difusão da ciência e da cultura.
 Os Estados devem respeitar a liberdade indispensável à pesquisa científica e à
atividade criadora.
 A Partes no Pacto reconhecem os benefícios que derivam do fomento e do
desenvolvimento da cooperação e das relações internacionais no domínio da
ciência e da cultura.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 45

MECANISMOS DE CONTROLE

 Obrigatório: apresentação de relatório


 Direitos civis e políticos – artigo 40.
 Direitos Econômicos, Sociais e Culturais – artigos
16 e 17.
 Facultativo: procedimentos de reclamação
 Cláusula Facultativa – artigo 41 do Pacto de
Direitos Civis e Políticos.
 Protocolo Facultativo.
 Segundo Protocolo Facultativo

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 46

23
Conselho de Direitos Humanos
 Res. 60/251, AG/ONU, de 15/03/2006.
 47 Estados membros, eleitos de forma direta e individual pela AG, com
mandato de três anos, admitida uma única reeleição.
 A AG, por maioria de 2/3, poderá suspender os direitos de integrar o
Conselho de todo membro deste que cometer violações graves e
sistemáticas dos Direitos Humanos.
 Funções:
 Promover o respeito universal para a proteção de todos os DH e liberdades
fundamentais, sem distinção de qualquer tipo e de maneira justa e
eqüitativa.
 Ocupar-se de situações que violem os DH, incluídas as violações graves e
sistemáticas, fazendo recomendações a respeito.
 Guiar-se pelos princípios da universalidade, imparcialidade, objetividade e
não seletividade, diálogo internacional construtivo e cooperação a fim de
impulsionar a promoção e proteção de todos os direitos humanos, ou seja,
os direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais, inclusive o direito
ao desenvolvimento.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 47

Conselho de Direitos Humanos


 Funções:
 Promover a educação e aprendizagem sobre direitos humanos e
prestar assessoramento e assistência técnica.
 Servir de diálogo sobre questões temáticas relativas a todos os
direitos humanos.
 Formular recomendações à AG para seguir desenvolvendo o
direito internacional na esfera dos direitos humanos.
 Realizar um exame periódico universal, baseado em informação
objetiva e fidedigna, sobre o cumprimento por cada Estado de
suas obrigações e compromissos em matéria de direitos
humanos de uma forma que garanta a universalidade do exame
e a igualdade de tratamento em relação a todos os Estados.
 Contribuir, mediante o diálogo e a cooperação, para prevenir as
violações dos direitos humanos e responder prontamente a
situações de emergência em matéria de direitos humanos.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 48

24
Conselho de Direitos Humanos
 Funções:
 Assumir, examinar e, quando necessário, aperfeiçoar e
racionalizar todos os mandatos, mecanismos, funções e
responsabilidades da Comissão de Direitos Humanos a fim de
manter um sistema de procedimentos especiais, assessoramento
especializado e um procedimento de denúncia.
 Formular recomendações sobre a promoção e proteção dos
direitos humanos.
 Sede em Genebra, reunindo-se periodicamente ao longo do ano
com, no mínimo, três períodos de sessões, incluindo um período
principal com duração mínima de dez semanas. Os períodos de
sessões extraordinárias poderão ser solicitados por qualquer
membro do Conselho, com o apoio de um terço dos membros.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 49

Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e


Culturais
 Res. 1985/17, de 28/05/85, do CES.
 18 membros eleitos pelo CES, com mandato
de 4 anos.
 Exercem as funções a título pessoal.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 50

25
Alto Comissariado das NU para os
Direitos Humanos
 Res. 48/141(1993), da AG/ONU.
 Atua sob a direção e autoridade do
Secretário Geral, da AG, do CES e do
Conselho de DH.
 Principal responsabilidade pelas atividades
da Organização, na área de DH.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 51

Mecanismos Internacionais de Proteção –


Recurso à CIJ
 Convenção para a Prevenção e Repressão do
Crime de Genocídio(1948), art. IX. “As controvérsias
entre as Partes contratantes relativas à
interpretação, aplicação ou execução da presente
Convenção, bem como as referentes à
responsabilidade de um Estado em matéria de
genocídio ou de qualquer dos outros atos
enumerados no art. III, serão submetidos à Corte
Internacional de Justiça, a pedido de uma das
Partes na controvérsia”.
 Ver caso Bósnia-Herzegovina e Croácia X Sérvia e
Montenegro, junto à Corte Internacional de Justiça.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 52

26
Mecanismos Internacionais de Proteção –
Recurso à CIJ
 Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas
de Discriminação Racial (1965), art. 22: “As
controvérsias entre dois ou mais Estados-partes,
com relação à interpretação ou aplicação da
presente Convenção que não puderem ser dirimidas
por meio de negociação ou processos previstos
expressamente nesta Convenção, serão, a pedido
de um deles, submetidas à decisão da Corte
Internacional de Justiça, a não ser que os litigantes
concordem com outro meio de solução”.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 53

Mecanismos Internacionais de Proteção –


Recurso à CIJ
 Convenção sobre Todas as Formas de Discriminação contra a
Mulher (1979), art. 29: “As controvérsias entre dois ou mais
Estados-partes, com relação à interpretação ou aplicação da
presente Convenção, que não puderem ser dirimidas por meio
de negociação serão, a pedido de um deles, submetidas à
arbitragem. Se, durante os seis meses seguintes à data do
pedido de arbitragem, as Partes não lograrem pôr-se de acordo
quanto aos termos do compromisso de arbitragem, qualquer das
Partes poderá submeter a controvérsia à Corte Internacional de
Justiça, mediante solicitação feita em conformidade com o
Estatuto da Corte”.
 Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas
Cruéis, Desumanos e Degradantes (1984), art. 30.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 54

27
Mecanismos Internacionais de Proteção –
Recurso à CIJ
 Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados
(1951), art. 38: “ Qualquer controvérsia entre as
Partes nesta Convenção relativa à sua
interpretação ou à sua aplicação, que não possa ser
resolvida por outros meios, será submetida à Corte
Internacional de Justiça, a pedido de uma das
Partes na controvérsia”.
 Protocolo sobre o Estatuto dos Refugiados (1966),
art. IV.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 55

Procedimentos Convencionais de
Garantias dos Direitos Humanos
 Procedimentos de informação.
 Procedimentos quase-contenciosos.
 Procedimentos jurisdicionais.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 56

28
Procedimentos de Informação
 Não compreende qualquer controvérsia ou acusação concreta de violação dos
DH, por parte de possível vítima ou outro Estado.
 Exame de relatório apresentado pelo Estado informando as providências
adotadas em seu direito interno para a garantia dos compromissos assumidos.
 São examinados por procedimentos públicos e as conclusões não são vinculatórias
para o Estado.
 Investigação de ofício, de caráter confidencial, em situações de amplas e
sistemáticas violações dos DH. Pode incluir inspeção in loco, com o
consentimento do Estado. O Comitê apresenta ao Estado observações e
sugestões, sem caráter obrigatório. Pode ser publicado no relatório anual do
órgão: sanção pela vergonha.
 Convenção contra a Tortura, art. 20.
 Protocolo Facultativo à Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra a Mulher (1999), arts. 8º e 9º. O art. 10 admite que o Estado, ao
ratificar ou aderir ao Protocolo, não aceite a competência do Comitê.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 57

Procedimentos quase-contenciosos

 Analisam acusações concretas de violação de DH.


 O órgão de proteção não tem competência
decisória para resolver, em caráter obrigatório, se
houve ou não uma violação do tratado ou para
estabelecer as conseqüências, do ponto de vista do
Estado infrator e dos direitos das vítimas.
 Procedimento contraditório e confidencial.
 Relatório do Comitê previsto no tratado formula as
conclusões sobre os fatos denunciados e faz
recomendações sobre a solução da controvérsia,
salvo se houver solução amistosa entre as partes.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 58

29
Procedimentos quase-contenciosos

 Queixas estatais:
 Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação Racial (1965), arts. 11 a 13.
 Pacto de Direitos Civis e Políticos (1966), art. 41 (cláusula
facultativa).
 Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou
Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes (1984), art. 21
(cláusula facultativa).
 Segundo Protocolo Facultativo ao Pacto de Direitos Civis e
Políticos (1989), art. 4º estende a aplicação do art. 41 do
Pacto, salvo se o Estado se manifestar contrariamente.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 59

Procedimentos quase-contenciosos
 Queixas e comunicações individuais.
 Permitem a apresentação de denúncias de violações de direitos de que são titulares a
uma instância internacional.
 Grande número de denúncias.
 Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial
(1965), art.14 (cláusula facultativa).
 Protocolo Facultativo ao Pacto de Direitos Civis e Políticos (1966).
 Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis,
Desumanos ou degradantes (1984), art. 22 (cláusula Facultativa).
 Segundo Protocolo Facultativo ao Pacto de Direitos Civis e Políticos (1989), art.
5º estende o sistema de denúncia estabelecido do Protocolo Facultativo de
1966, salvo se o Estado se manifestar contrariamente.
 Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de todos os
Trabalhadores Migratórios e seus Familiares ((1990).
 Protocolo Facultativo à Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra a Mulher (1999).

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 60

30
Procedimentos quase-contenciosos

 Queixas e comunicações individuais.


 Requisitos:
 Identificação do denunciante e sua condição de
possível vítima.
 Esgotamento dos recursos internos.
 Exclusão de denúncias abusivas ou incompatíveis
com o tratado.
 O assunto não deve ter sido apresentado a outras
instâncias internacionais.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 61

Procedimentos Jurisdicionais

 Corte Interamericana de Direitos Humanos.


 Corte Européia de Direitos Humanos.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 62

31
Mecanismos Institucionais Específicos de
Proteção
 Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação Racial (1965), arts. 8º e segs.
 Comitê sobre a Eliminação da Discriminação Racial: 18 peritos, com
prestígio moral e reconhecida imparcialidade, eleitos pelos Estados-
partes, com mandato de 4 anos, que exercerão as funções a título
pessoal.
 Os Estados-partes devem enviar ao Secretário Geral da ONU, para
exame do Comitê, um relatório sobre as medidas legislativas,
judiciárias, administrativas que adotarem para tornarem efetivas as
disposições da Convenção: no prazo de um ano, a partir da entrada em
vigor da convenção e, posteriormente, a cada 4 anos e toda vez que o
Comitê solicitar. Denúncia formulada por um Estado contra outro
Estado ao Comitê: procedimento previsto nos arts. 11 e segs.
 Cláusula Facultativa: art. 14 – apresentação de reclamações de
indivíduos ou grupos.
 Brasil: Decreto 4.738/2003.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 63

Mecanismos Institucionais Específicos de


Proteção
 Convenção contra a Tortura e outras Tratamentos ou Penas Cruéis,
Desumanos ou Degradantes (1984), art. 17 e segs.
 Comitê contra a Tortura: 10 peritos de elevada reputação moral e
reconhecida competência em matéria de direitos humanos, que
exercerão a funções a título pessoal, com mandato de 4 anos, com
direito à reeleição.
 Recebe relatórios dos Estados, atua de ofício, recebe denúncia de um
Estado contra outro Estado e recebe reclamações individuais.
 Protocolo Facultativo à Convenção contra a Tortura e outros
Tratamentos ou Penas Cruéis, desumanos ou Degradantes (2002).
 Cria Sub-Comitê de Prevenção da Tortura e outros Tratamento ou Penas
Cruéis, Desumanos ou Degradantes: 10 membros. Após a 50ª ratificação ou
adesão, o Sub-Comitê passa a ter 25 membros. Atuam a título pessoal com
mandato de 4 anos, admitida a reeleição. Publica seus relatórios.
 Sistema de visitas regulares efetuadas por órgãos nacionais e internacionais
independentes a lugares onde pessoas são privadas de sua liberdade.
 Brasil: Decreto 6085/2007.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 64

32
Mecanismos Institucionais Específicos de
Proteção
 Convenção sobre os Direitos da Criança (1989).
 Comitê integrado por 10 especialistas de reconhecida
integridade moral e competência nas áreas cobertas pela
Convenção.
 Mandato de 4 anos, admitida a reeleição.
 Os Estados apresentam relatório através do Secretário Geral
das NU, dentro de 2 anos, a partir da entrada em vigor da
Convenção e, posteriormente, a cada 5 anos.
 Apresentação de Relatório relativo ao Protocolo Facultativo
Referente à Venda de Criança, à Prostituição Infantil e à
Pornografia Infantil (2000) e ao Protocolo Facultativo Relativo ao
Envolvimento de Crianças em Conflitos Armados (2000)

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 65

Mecanismos Institucionais Específicos de


Proteção
 Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra a Mulher (1979).
 Comitê sobre a Eliminação da Discriminação contra a Mulher: 23
peritos, com prestígio moral e competência na área abarcada
pela Convenção, que exercem a função a título pessoal, com
mandato de 4 anos.
 Os Estados apresentam relatório através do Secretário Geral das
NU, no prazo de um ano, a partir da entrada em vigor da
Convenção e, posteriormente, a cada 4 anos e toda vez que o
Comitê solicitar.
 Protocolo Facultativo à Convenção sobre a Eliminação de Todas
as Formas de Discriminação contra a Mulher (1999).
 O Comitê passa a receber reclamações individuais.
 Brasil: Decreto 4316/2002.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 66

33
Mecanismos Institucionais Específicos de
Proteção
 Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de
Todos os Trabalhadores Migratórios e seus Familiares (1990).
 Comitê de Proteção dos Trabalhadores Migratórios e suas
Famílias.
 10 membros, ao entrar em vigor a Convenção e 14, a partir da
ratificação ou adesão do 40º Estado.
 Peritos de grande integridade moral, imparciais e de reconhecida
competência. Mandato de 4 anos, com direito à reeleição.
 Os Estados apresentam relatório um ano após a entrada em
vigor da Convenção e, posteriormente, a cada 5 anos ou quando
solicitado.
 Analisa comunicações de um Estado contra outro Estado
(cláusula facultativa, art. 76).
 Analisa reclamações individuais (cláusula facultativa, art. 77).

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 67

Conferência Mundial sobre Direitos


Humanos(Viena, 1993)
 Declaração e Programa de Ação
 5. Todos os direitos humanos são universais,
indivisíveis, interdependentes e inter-relacionados. A
comunidade internacional deve tratar os direitos humanos
de forma global, justa e eqüitativa, em pé de igualdade e
com a mesma ênfase. Embora particularidades nacionais e
regionais devam ser levadas em consideração, assim
como diversos contextos históricos, culturais e religiosos, é
dever dos Estados promover e proteger todos os direitos
humanos e liberdades fundamentais, sejam quais forem
seus sistemas políticos, econômicos e culturais.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 68

34
UNIVERSALIDADE

 Os DH são expressão da dignidade de todos


os indivíduos, devendo ser aceitos e
respeitados por todos os Estados.
 Carta da ONU, artigo 55, c
 “respeito universal e efetivo dos DH e das
liberdades fundamentais para todos, sem
distinção de raça, sexo língua ou religião”.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 69

UNIVERSALIDADE

 As diferenças culturais e religiosas ou as


desigualdades econômicas não devem ser
barreiras à universalidade dos DH.
 A universalidade DH não é incompatível com
a cooperação regional para sua salvaguarda.
 A universalidade e a imperatividade dos DH
são indissociáveis.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 70

35
INDIVISIBILIDADE E
INTERDEPENDÊNCIA
 Direitos Civis e Políticos – obrigação de
resultado.
 Direitos Econômicos, Sociais e Culturais –
obrigação de comportamento: disponibilidade
de recursos.
 Os DH estão unidos por vínculos
indissolúveis que formam um conjunto
indivisível e interdependente.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 71

Constituição Brasileira

 Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada


pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e
do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos:
 I – a soberania;
 II – a cidadania;
 III – a dignidade da pessoa humana;
 IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
 V – o pluralismo político.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 72

36
Constituição Brasileira
 Art. 4º. A República Federativa do Brasil rege-se mas suas
relações internacionais pelos seguintes princípios:
 II – prevalência dos direitos Humanos.
 Art. 5º
 § 2º. Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.
 § 3º. Os tratados e convenções internacionais sobre direitos
humanos que forem aprovados, em cada Casa d9 Congresso
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais.
 § 4º. O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 73

Constituição Brasileira

 Art. 109. Aos juízes federais compete processar e


julgar:
 V-A – as causas relativas a direitos humanos a que se
refere o § 5º deste artigo;
 § 5º. Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos,
o Procurador da República, com a finalidade de assegurar
o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados
internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja
parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de
Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo,
incidente de deslocamento de competência para a Justiça
Federal.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 74

37
Tratados em que o Brasil é parte:

 Pacto de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966),


Decreto 591/1992;
 Pacto de Direitos Civis e Políticos (1966), Decreto 592/1992;
 Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as
Formas de Discriminação Racial (1965), Decreto 65810/1969;
 Declaração Facultativa à Convenção (art. 14), Decreto
4738/2003.
 Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação Contra a Mulher (1979), Decreto 4377/2002;
 Protocolo Facultativo à Convenção sobre a Eliminação de Todas
as Formas de Discriminação Contra a Mulher (1999), Decreto
4316/2002;

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 75

Tratados em que o Brasil é parte:

 Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos


ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes
(1984), Decreto 40/1991;
 Convenção sobre os Direitos da Criança (1989),
Decreto 99719/1990;
 Protocolo Facultativo Relativo ao Envolvimento de
Crianças em Conflitos Armados (2000), Decreto
5006/2004.
 Protocolo Facultativo Relativo à Venda de Crianças, à
Prostituição Infantil e à Pornografia Infantil (2000), Decreto
5007/2004.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 76

38
Tratados em que o Brasil é parte:

 Convenção sobre a Escravatura (1926), Decreto 66/1965;


 Protocolo para Modificar a Convenção sobre a Escravatura
(1953), Decreto 58563/1966;
 Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados (1951), Decreto
50215/61;
 Protocolo sobre o Estatuto dos Refugiados (1966), Decreto
70946/72;
 Convenção sobre os Direitos Políticos da Mulher (1953), Decreto
52476/63.
 Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de
Genocídio (1948), Decreto 30822/52.
 Estatuto do Tribunal Penal Internacional (1998), Decreto
4388/2002.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 77

Sistema Interamericano de Proteção

 Carta da OEA
 Preâmbulo: “Certos de que o verdadeiro sentido
da solidariedade americana e da boa vizinhança
não pode ser outro senão o de consolidar neste
Continente, dentro do quadro das instituições
democráticas, um regime de liberdade individual e
de justiça social, fundado no respeito dos direitos
essenciais do homem; ...”
 Art. 3, L) “Os Estados americanos proclamam os
direitos fundamentais da pessoa humana, sem
distinção de raça, nacionalidade, credo ou sexo;”

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 78

39
Sistema Interamericano de Proteção

 Carta da OEA, art. 106: “Haverá uma Comissão Interamericana de


Direitos humanos que terá por principal função promover o respeito e
a defesa dos direitos humanos e servir como órgão consultivo da
Organização em tal matéria.
Uma Convenção Interamericana sobre os Direitos Humanos
estabelecerá a estrutura, a competência e as normas de
funcionamento da referida Comissão, bem como as dos outros órgãos
encarregados de tal matéria”.

 Comissão Interamericana de Direitos Humanos: criada, em 1959, na V


Reunião de Consulta de Ministros da Relações Exteriores, como órgão
técnico e consultivo. O Protocolo de Buenos Aires de reforma da Carta
(1967) inclui a Comissão como um dos órgãos principais e
permanentes da Organização (art. 53, e).

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 79

Sistema Interamericano de Proteção

 Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem (1948).


 Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José),
1969.
 Brasil: Decreto 678/1992; Decreto 4.463/2002, reconhece a competência da
Corte Interamericana de Direitos Humanos, sob reserva de reciprocidade
(art. 62).
 Protocolo Adicional à Convenção Americana sobre Direitos Humanos
em Matéria de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (Protocolo de
San Salvador), 1988.
 Brasil: Decreto 3321/1999.
 Protocolo à Convenção Americana sobre Direitos Humanos Relativo à
Abolição da Pena de Morte, 1990.
 Brasil: Decreto 2754/1998.

1/4/2008 Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo 80

40
Sistema Interamericano de Proteção

 Convenção Interamericana sobre a Concessão dos Direitos Civis à Mulher,


1948.
 Brasil: Decreto 31643/52.
 Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura, 1985.
 Brasil, Decreto 98386/89.
 Convenção Interamericana sobre o Tráfico Internacional de Menores, 1994.
 Brasil: Decreto 2740/1998.
 Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a
Mulher, 1994.
 Brasil: Decreto 1973/1996.
 Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência, 1999.
 Brasil: Decreto 3956/2001.
 Convenção Interamericana sobre o Desaparecimento Forçado de Pessoas,
1994.

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Comissão Interamericana de DH

 Base legal: Carta da OEA e Convenção Americana


de Direitos Humanos (arts. 34/51).
 7 membros eleitos, a título pessoal, pela
Assembléia Geral da OEA, a partir de lista proposta
pelos Estados (cada Estado pode indicar até 3
candidatos, pelo menos 1 deve ser nacional do
indicante).
 Não pode haver mais de um nacional de um mesmo
Estado.
 Mandato de 4 anos, com uma única reeleição.

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41
Mecanismo Convencional de Proteção

 Convenção Americana sobre Direitos


Humanos.
 Protocolo Adicional à Convenção sobre
Direitos Humanos em Matéria de Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais (art.19,6):
direitos sindicais e direito à educação.

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Mecanismo Convencional de Proteção

 Exame de relatórios periódicos pela


Comissão.
 Denúncias estatais: cláusula facultativa
(art.45), mediante reciprocidade.
 Petições individuais, de grupos de pessoas
ou entidades não governamentais: art. 44.

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42
Mecanismo Convencional de Proteção

 Requisitos das petições/comunicações (art.46):


 Esgotamento dos recursos internos.
 Prazo de 6 meses, a partir da data em que o prejudicado
tenha sido notificado da decisão.
 A reclamação não estiver em análise em outro processo
internacional.
 Petição individual, de grupo ou organizações deve conter
nome, nacionalidade, profissão domicílio e a assinatura
da(s) pessoa(s) ou do representante da entidade que
apresentar a petição.

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Mecanismo Convencional de Proteção

 A Comissão não admitirá a petição ou comunicação


que:
 Não preencher os requisitos do art.46.
 Não expuser os fatos que caracterizem violação dos
direitos garantidos pela Convenção.
 Pela exposição do peticionário ou do Estado, for
manifestamente infundada a petição ou comunicação ou
for evidente sua total improcedência.
 Reprodução de petição ou comunicação anterior, já
examinada pela Comissão ou por outro organismo
internacional.

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43
Procedimento da Comissão
 Pronunciamento prévio sobre a admissibilidade: Grupo de Trabalho.
 Solicitação de informações ao Estado denunciado, com prazo fixado.
 Transcorrido o prazo assinalado sem resposta do Estado, verifica se existem ou
subsistem os motivos da petição ou comunicação.
 Se não existirem ou não subsistirem, arquiva.
 Se subsistirem:
 Examina o assunto e, se necessário, procede a uma investigação.
 Coloca-se à disposição das partes para uma solução amistosa que, se bem sucedida, elabora
relatório.
 Se não houver solução: elabora relatório sigiloso dirigido aos Estados envolvidos, fazendo
proposições e recomendações.
 Três meses após à remessa do relatório, se não houver solução ou o o caso não tenha sido
submetido à Corte, pela Comissão ou pelo Estado interessado, a Comissão emite, pela maioria
absoluta de seus membros, sua opinião e conclusões, fixando prazo para que o Estado adote
medidas para remediar a situação.
 Transcorrido o prazo, a Comissão decide, por maioria absoluta, se as medidas fora m adotadas
e se publica ou não seu relatório.

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Corte Interamericana de DH

 7 juízes, nacionais de Estados-membros da OEA,


eleitos pela maioria absoluta dos Estados-partes na
Convenção Americana sobre DH, na Assembléia
Geral da Organização.
 Mandato de 6 anos, com uma única reeleição.
 É admissível o juiz ad hoc.
 Quorum: 5 juízes.
 Somente Estados-partes e a Comissão submetem
caso à Corte.
 Competência: contenciosa e consultiva.

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Competência Contenciosa

 O assunto deve ter sido submetido à Comissão.


 Declaração de reconhecimento da competência (art. 62).
 Mesmos requisitos de admissibilidade da Comissão.
 Só Estados e a Comissão são competentes.
 Novo Regulamento (2001) admite que o denunciante ou a vítima
apresente alegações autônomas no processo.
 Adoção de medidas provisórias.
 A decisão, que deve ser fundamentada, é definitiva e inapelável.
 Divergência sobre sentido ou alcance da sentença: até 90 dias
após a notificação da sentença.

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Competência Consultiva

 Interpretação da Convenção e outros


tratados relativos aos DH.
 Compatibilidade entre leis dos Estados e
tratados de DH
 Qualquer Estado membro ou órgão da OEA
pode solicitar parecer.

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