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Nome: ________________________________ N.º: ___ Data: 18/ 02/ 2011 Série: 3.º A
Professor: Paulo Tadeu de Oliveira Deusdeante Disciplina: Língua Portuguesa – Vanguardas Europeias
Grupo: Ian, Luiza, Renato, Ricardo, Tice.

1 – PRÉ-MODERNISMO
O Pré-Modernismo foi um importante período de transição na literatura brasileira, entre o
Simbolismo e o Modernismo; não foi uma escola literária. Essa fase de mudança apresentou diferentes
correntes de ideias e expressões artísticas. Produziu-se um farto material que mostrou ao leitor um Brasil
cheio de facetas.

Características
• Interesse pela realidade brasileira – denúncia
Graça Aranha – ES
Lima Barreto – RJ (subúrbio)
Monteiro Lobato – Vale do Paraíba – SP
Euclides da Cunha – Sertão da Bahia
• A ficção é a ferramenta para desvendar a realidade de modo crítico.
• Busca de uma língua mais simples e coloquial – principalmente Lima Barreto procura “escrever
brasileiramente”, com uma linguagem mais próxima do coloquial.

Autores
• José Pereira da Graça Aranha
Viveu em Espírito Santo por um período e lá pôde conhecer a realidade do imigrante alemão, que
serviu de inspiração para a escrita de Canaã. Um tema que sobressai nessa obra é a oposição desses
personagens, que se distanciam pelos interesses que os trazem ao Brasil.
• Suas Obras
Canaã (1902), A viagem maravilhosa (1929), Malazarte (1911), Ensaios, A estética da vida
(1920), Diversas conferências: Espírito Moderno (1925), Correspondência de Machado de Assis
e Joaquim Nabuco (1923), Futurismo: Manifesto de Marinetti e seus companheiros (1926), O
meu próprio romance (1931).

• Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha


Trabalhou para o jornal O Estado de S. Paulo, que o enviou para cobrir a revolta encabeçada por
Antonio Conselheiro. Ali, presenciou o confronto entre as forças do governo e o povo. A partir dos
acontecimentos que testemunhou, pode escrever sua obra mais importante:
Os Sertões
A terra: Euclides da Cunha expõe a teoria da ocorrência da seca, fundamentando-se em informações
sobre a frequência da repetição do fenômeno e a posição da região em relação à incidência do sol.
O homem: Euclides da Cunha retoma as bases deterministas para explicar a presença do homem no
sertão. Euclides da Cunha faz um histórico de Antonio Conselheiro, citando seus antecedentes
familiares. O autor constrói imbuído de fortes características que fazem dele um misto de fragilidade
e força.
A luta: Nessa parte da obra, Euclides da Cunha assume o papel de observador, fazendo tamanha a
exatidão dos pormenores. Ele delineia os contrastes entre o soldado e o sertanejo.

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• Suas Obras
Os Sertões (1902), Contrastes e confrontos (1906), Peru versus Bolívia (1907) Castro Alves e seu
tempo (1908), À margem da História (1909).

• Afonso Henriques Lima Barreto


Nasceu no Rio de Janeiro, no ano de 1881. Durante sua vida, sofreu com o preconceito racial, problema
também enfrentado pela personagem principal em seu primeiro livro publicado ( Recordações do
Escrivão Isaías Caminha). Entregou-se à depressão e ao alcoolismo. Foi internado por duas vezes, e em
1922 faleceu devido a um colapso cardíaco. Lima Barreto procurou mostrar em suas obras os
verdadeiros problemas do Brasil.
Recordações do Escrivão Isaías Caminha:
De um lado, Lima Barreto apresenta a imoralidade e a hipocrisia das camadas sociais mais altas da
sociedade carioca. Do outro, revela o jovem Isaías Caminha, culto e equilibrado, mas que vivencia
situações humilhantes por causa de sua cor enquanto tenta alcançar o sonho de estudar medicina.
Isaías chega ao Rio de Janeiro com uma carta de recomendação que o ajudaria a conseguir um
emprego. Por causa de sua cor e de sua condição de estudante, é acusado de furto no hotel onde se
hospeda. Acaba por passar fome, perambulando pela ruas do Rio de Janeiro, até que encontra um
emprego como contínuo (office-boy) no jornal O Globo.
Triste Fim de Policarpo Quaresma:
A obra mais importante de Lima Barreto conta a vida do major Quaresma, patriota extremado, que
procura exaltar de todas as maneiras os valores nacionais. É o típico funcionário público que cumpre
seus deveres, mas que ficou estacionado no tempo. Tem ideias um tanto mirabolantes para promover o
país, como tornar oficial a língua tupi-guarani e cultivar a terra sem adubo, a fim de provar que o
nosso solo é mais fértil.
A obra pode ser dividida em três partes:
1. Reforma cultural: A personagem é apresentada, assim como seu sentimento em relação às
questões do nacionalismo;
2. Reforma agrícola: Policarpo Quaresma se propõe a realizar uma reforma agrícola, e para isso
passa a viver em um sítio tentando cultivar sem o uso do adubo.
3. Reforma política: Quaresma se envolve com assuntos relativos à segurança nacional, oferecendo
seus serviços ao governo. No entanto, ao perceber os desmandos das autoridades, é por elas
acusado de subversão. Preso, ele finalmente descobre que a justiça não é uma realidade entre os
que deveriam zelar por sua aplicação.

• Monteiro Lobato
Nasceu em Taubaté, no ano de 1882. Dizia que era preciso explorar petróleo no Brasil para que o país
se desenvolvesse, e em 1936 lançou o dossiê O escândalo do petróleo. Por fazer severas críticas ao
governo de Getúlio Vargas, foi preso em 1941. Ao sair da cadeia, passou a denunciar as torturas e
maus tratos praticados pelo governo.
Usando linguagem simples, Lobato denuncia a realidade brasileira nos livros Urupês e Histórias de
Jeca Tatu.
Urupês contem vários contos e um artigo, quase todos passados na cidadezinha de Itaoca, no interior
de São Paulo. As histórias, geralmente, têm final trágico e algum elemento cômico. O último conto,
Urupês, apresenta a figura de Jeca Tatu, o caboclo típico e preguiçoso, que vive à base daquilo que a
vida lhe oferece. “Às vezes se dá ao luxo de um banquinho de três pernas para os hóspedes. Três
pernas permitem equilíbrio; inútil, portanto, meter a quarta, o que ainda o obrigaria a nivelar o chão.
Para que assentos, se a natureza os dotou de sólidos, rachados calcanhares sobre os quais se sentam?”

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