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O estudo do produto cartesiano serviu de base para aprendermos sobre

as relações. Estas agora são o alicerce para o estudo das funções, por isto, para
que você assimile melhor este conceito, é importante que você revise os tópicos
sobre produto cartesiano e relações.
As funções nada mais são que um tipo particular de relação que possuem uma
propriedade específica.

Para iniciarmos o estudo das funções vamos começar analisando a


relação , cujo diagrama de flechaspode ser visto ao
lado:
Observe que todos os elementos do conjunto A possuem uma flecha em direção a
um único elemento do conjunto B.
Em outras palavras, não há no conjunto A qualquer elemento que não esteja
associado a um elemento do conjunto B e os elementos de A estão associados a
apenas um elemento de B.
Por possuir tal propriedade, dizemos que esta relação é uma função f de A em
B representada por:

Domínio da Função
Ao conjunto A damos o nome de domínio da função.
O domínio é o conjunto de partida. Ele composto de todos os elementos do
conjunto de partida.
Neste nosso exemplo o domínio da função f é representado por D(f) = { -
3, 0, 3 }, ou seja, o domínio desta função contém todos os elementos do
conjunto A.
Como supracitado, para que tenhamos uma função, todos os elementos do domínio
devem estar associados a um e somente um dos elementos de B.

Contradomínio da Função
Ao conjunto B damos o nome de contradomínio da função.
O contradomínio é o conjunto de chegada. Ele composto de todos os elementos
do conjunto de chegada.
Em nosso exemplo o contradomínio da função f é representado
por CD(f) = { 0, 9, 18 }, isto é, o contradomínio desta função contém todos os
elementos do conjunto B.
Segundo o conceito de função não é necessário que todos os elementos
de B estejam relacionados aos elementos do domínio. Note que no conjunto B o
elemento 18 não recebe nenhuma flecha, isto é, não está relacionado a qualquer
elemento de A.
Uma outra coisa que deve ser observada é que em uma função os elementos
do contradomínio podem receber mais de uma flechada, se associando, portanto,
a mais de um elemento do domínio. Como exemplo temos o elemento 9 que está
associado aos elementos do domínio -3 e 3.

Imagem da Função
A imagem da função dependendo do caso é o próprio contradomínio, ou então é
um subconjunto seu.
Os elementos do conjunto imagem são todos os elementos
do contradomínio que estão associados a algum elemento do domínio. No
exemplo que estamos utilizando o conjunto imagem é representado
porIm(f) = { 0, 9 }, pois 0 e 9 são todos os elementos do CD(f) que estão
associados a algum elemento do D(f).
Em resumo para a função de exemplo temos:
Domínio da Função: D(f) = { -3, 0, 3 }
Contradomínio da Função: CD(f) = { 0, 9, 18 }
Conjunto Imagem da Função: Im(f) = { 0, 9 }
Nesta função exemplo o conjunto imagem é um subconjunto do contradomínio,
pois o elemento 18 de B não está contido no conjunto imagem, por não estar
associado a nenhum elemento do domínio.

Definição de uma Função


Esta função f de A em B, , é definida como:

Ou ainda como:

Veja também que representamos f(x) ou y em função de x. A variável f(x) ou y é


chamada de variável dependente, pois depende de x, já a variável x é chamada
de variável independente, pois independentemente dey, pode representar
qualquer elemento do domínio.
A definição da função leva em conta tanto o domínio quanto do contradomínio,
relacionando-os. O conjunto imagem Im(f), depende não só da regra de
associação, no caso f(x) = x2, como também do D(f) e do CD(f).

Omissão do Domínio e do Contradomínio na Definição de uma Função


É provável que em muitos livros e em outros sites você tenha encontrado a
definição de muitas funções, nas quais não foram feitas menções nem
ao contradomínio, nem ao contradomínio das mesmas.
É que nestes casos se assume que o contradomínio seja o conjunto dos
números reais, .
Mas qual será o domínio?
Isto depende da regra de associação em si, por isto vamos tomar como exemplo a
seguinte função:

O contradomínio é:
O domínio é o próprio conjunto dos números reais, desconsiderando-se os
elementos para os quais não seja um número real.
Como sabemos não existe um quociente real resultante da divisão por zero. Em
outras palavras, se x = 0, isto é, se o domínio considerar o elemento 0, não
existirá um elemento no contradomínio que possa ser associado a x, elemento este
que deve pertencer a Im(f). Pela definição de função todo elemento do domínio
deve possuir uma imagem.
Então devemos desconsiderar o número 0 e mais nenhum outro, pois a divisão
de 1 por qualquer outro número real produz um quociente real.
O domínio desta função pode então ser definido por:

Ou ainda pelo conjunto dos números reais desconsiderando-se o zero:

Logo a definição desta função poderia ser:

No caso da função é muito fácil de se identificar que x não pode ser igual
a 0, mas e no caso da função abaixo?

Bom, neste caso pelo mesmo motivo da função anterior o denominador da


fração não pode ser igual a zero, além disto o radicando no denominador não
pode ser negativo, pois não existe raiz quadrada real de número negativo,
então concluímos que 5x - 5 deve ser maior que zero. Então temos:

Isolando x no primeiro membro:

Portanto x deve ser maior que 1, pois se x for igual 1 teremos uma divisão por
zero e se x for menor que 1teremos um radical negativo. Podemos então definir o
domínio desta função por:

Desta forma podemos então definir assim esta função:

Não há como negar que é uma forma bem mais simples de se definir
esta função, é por isto que os livros costumam fazer assim.

Exemplos de Relação que não é Função

Observe o diagrama de flechas ao lado:


Ele não representa uma função de A em B, pois o elemento 2 do conjuntoA possui
duas imagens, -8 e 8, o que contraria o conceito de função.
Se apenas 8 ou -8 recebessem um flechada de 2, aí sim teríamos uma função.

Agora vejamos este outro diagrama de flechas a seguir:


Veja que não há nenhum elemento do domínio que fleche mais de um elemento
do contradomínio, mas ainda assim não estamos diante de umafunção. Por quê?
Simplesmente porque o elemento 5 do conjunto A não possui uma imagem em B.

Observe agora o seguinte gráfico no plano cartesiano:


Ele representa ou não uma função?
Como sabemos, em uma função cada elemento x dodomínio deve estar
relacionado a um único elemento ydo contradomínio, ou seja, deve possuir uma
únicaimagem.
Note, porém que neste gráfico os pontos (5, 1) e (5, 4), possuem a
mesma abscissa, o que significa dizer que o elemento 5 do domínio possui
duasimagens, ele flecha tanto o elemento 1, quanto o
elemento 4 do contradomínio, portanto tal gráfico não representa uma função.
Em resumo, levando-se em conta o domínio e o contradomínio da relação, se no
gráfico for possível traçar uma reta paralela ao eixo das ordenadas que passe por
mais de um ponto do gráfico, ou ainda que não passe por nenhum dos seus pontos,
então estaremos diante de um gráfico que não representa uma função.

Toda função na forma , com é denominada função


constante.
Em uma função constante qualquer que seja o elemento do domínio eles sempre
terão a mesma imagem, ao variarmos x encontramos sempre o mesmo valor k.

Gráfico da Função Constante


Para exemplificar vamos observar a função constante
representada graficamente no plano cartesiano:
Neste exemplo a constante k possui o valor -3.
Observe os pontos (-2, -3), (0, -3) e (4, -3) que destacamos no gráfico da
função.
Em cada um destes pontos distintos temos uma abscissa diferente, no entanto
todos os três possuem a mesmaordenada.
Isto vale para qualquer ponto do gráfico desta função, pois qualquer que seja o
valor de x, o valor de y sempre será igual a -3, já que y não depende de x,
pois y não faz parte da lei de formação da função, que é meramente a
constante -3.
Assim como este gráfico é, o gráfico de qualquer função constante definida de
em sempre será uma reta paralela ao eixo x, que passa pelo ponto (0, k), que
neste nosso exemplo é o ponto (0, -3).

Diagrama de Flechas da Função Constante

Agora vamos analisar o diagrama de flechas desta função:


O conjunto da esquerda representa o domínio da função, assim como o conjunto
da direita representa o seu contradomínio.
Note que todos os elementos do domínio apontam para um mesmo elemento
do contradomínio, pois independentemente do elemento do domínio,
a imagem é constante, ou seja, é sempre a mesma.
Todas as flechas lançadas do conjunto de partida acertam o mesmo elemento
do conjunto de chegada.

Aqui no Matemática Didática já estudamos as relações e também um tipo


especial de relação chamada de função. Agora baseados nestes conhecimentos
vamos estudar sobre funções inversas.

Vamos começar analisando o diagrama de flechas ao lado, referente à relação


de A em B:
Como podemos observar esta relação se enquadra no conceito de função, pois não
existe elemento de A que não esteja associado a algum elemento de B e todos os
elementos de A estão associados a um único elemento de B.
O conjunto A é o domínio da função é o conjunto B é o seu contradomínio.
Agora vamos fazer o seguinte:

Vamos inverter os conjuntos, fazendo com que o conjunto que eradomínio passe
a contradomínio e vice-versa, invertendo assim a relação. Tais mudanças podem
ser observadas neste novo diagrama de flechas:
E agora? A relação de B em A também está de acordo com o conceito de função?
Obviamente que não! Primeiro porque o elemento 4 de B não está associado a
qualquer elemento de A e segundo porque o elemento 2 de Btem duas imagens
em A.

Agora vejamos o diagrama de flechas desta outra relação que também representa
uma função:
Temos uma função porque não existe em A, elemento que não esteja associado
em B e todos os elementos de A se associam a apenas um elemento de B.
Assim como fizemos no caso anterior, vamos inverter a posição dos conjuntos, de
sorte que o conjunto que era domínio passe acontradomínio e o conjunto que
era contradomínio passe a domínio.
Podemos ver o resultado destas mudanças neste diagrama de flechas:
Veja que agora a relação de B em A está de acordo com o conceito de função.
Mas quando ao invertermos a relação deixaremos de ter uma função ou não?
Para que a inversão resulte também em uma função, na função original não pode
haver no contradomínio qualquer elemento que esteja associado a mais de um
elemento do domínio, ou seja, a função precisa ser injetora, pois se não for,
quando invertermos os conjuntos, os elementos que recebiam mais de uma flecha
irão agora disparar mais de uma flecha, como acontece no caso do elemento 2 do
conjunto Bda primeira relação de exemplo.
Além disto na função original não pode haver no contradomínio qualquer elemento
que não esteja associado a nenhum elemento do domínio, isto é o conjunto
imagem deve coincidir com o contradomínio e, portanto, a função
será sobrejetora. Na primeira relação de exemplo o elemento 4 do conjunto B não
recebe nenhuma flechada e portanto não enviará nenhuma flecha também, quando
invertermos a relação.
Ora se para ser inversível, além de injetora a função também precisa
ser sobrejetora, então para que exista a função inversa de uma função, é preciso
que ela seja uma função bijetora.

Determinando a Função Inversa de uma Função


A função inversível que vimos acima é definida por:

Já vimos que f(x) também pode ser expresso por y, então em consequência disto a
função pode ser definida por:

Para obtermos a função inversa desta função primeiramente na regra de associação


iremos trocar x por y e vice-versa. Então teremos:

Agora vamos isolar y no primeiro membro:

A definição da função inversa, já com a relação invertida, será então:

Ou ainda:

Outro Exemplo de Função Inversa


Vejamos a definição da função abaixo:

Que também pode ser definida por:


Como podemos ver no gráfico ao lado, no plano cartesiano esta função é
representada por uma reta.
Esta função é injetora, pois não há dois valores reais distintos, que atribuídos
a x venham resultar em um mesmo valor de y, ou de f(x). Em outras palavras
estamos dizendo que em D(f) não existem dois elementos distintos que tenham a
mesma Im(f), ou seja, cada elemento da imagem é flechado por um único
elemento do domínio.
Esta função é sobrejetora, pois não existem elementos do contradomínioque
não estão associados a algum elemento do domínio, isto é, o conjunto imagem é
o próprio contradomínio.
Se a função é simultaneamente injetora e sobrejetora, então ela também
é bijetora e por isto admite a função inversa.
Como explicado acima, vamos obtê-la substituindo x por y e vice-versa,
isolando y no primeiro membro:

Portanto a definição da função será:

Ou ainda:

Neste outro gráfico temos no plano cartesiano a representação destas duas


funções:
Em vermelho temos a representação gráfica da função e em azul representamos
graficamente a sua função inversa.

Exemplos de Funções que Não Admitem a Função Inversa


Vamos analisar a função definida abaixo:

Para identificarmos que esta função não admite a função inversa basta
compreendermos que ela não é umafunção sobrejetora.
Se ela fosse sobrejetora todos os elementos do contradomínio estariam
associados a pelo menos algum elemento do domínio, mas isto não acontece para
todos os elementos do contradomínio.
Note que o número 0, que pertence ao contradomínio da função, não pertence
ao conjunto imagem, pois não há qualquer número do domínio que esteja
associado a ele, afinal de contas qual é o número real que dividindo o
número 1 resultará em 0?
Como o conjunto imagem difere do contradomínio, esta não é uma função
sobrejetora.
Agora vamos analisar esta outra função assim definida:
Esta é uma função do 2° grau e graficamente podemos assim representá-la no
plano cartesiano:
Esta função não é injetora, pois há infinitos pares de elementos distintos do
seudomínio que possuem a mesma imagem.
Para qualquer valor de x diferente de 0, existe um elemento de valor -x com a
mesmaimagem de x, por exemplo, note que os elementos 1 e -1 possuem a
mesma imagem:

Como os elementos 1 e -1 do domínio flecham o mesmo


elemento 3 do contradomínio, esta função não éinjetora.
Ainda observando este gráfico podemos notar que nem ao menos sobrejetora é
esta função.
O conjunto imagem desta função é:

Isto porque todos os números reais menores que 2 pertencem ao seu


contradomínio, mas não à sua imagem. Portanto a função não é sobrejetora.

Depois de conhecermos o conceito de função, estudaremos agora como classificá-


las.
Se você não sabe do que se tratam os símbolos D(f), CD(f) e Im(f),
convém revisar a simbologia utilizada ao trabalharmos com funções, ela será
necessária para uma boa compreensão desta matéria.
Estudaremos os três tipos de função que são: Sobrejetora, injetora e bijetora.

Função Sobrejetora

Vamos analisar o diagrama de flechas ao lado:


Como sabemos o conjunto A é o domínio da função e o conjunto B é o
seu contradomínio.
É do nosso conhecimento que o conjunto imagem é o conjunto formado por todos
os elementos do contradomínio que estão associados a pelo menos um elemento
do domínio e neste nosso exemplo, todos os elementos de B estão associados a
pelo menos um elemento de A, logo nesta função o contradomínio é igual
ao conjunto imagem.
Classificamos como sobrejetora as funções que possuem o contradomínio igual
ao conjunto imagem.
Note que em uma função sobrejetora não existem elementos
no contradomínio que não estão flechados por algum elemento do domínio.
Nesta função de exemplo temos:
Domínio: D(f) = { -2, -1, 1, 3 }
Contradomínio: CD(f) = { 12, 3, 27 }
Conjunto Imagem: Im(f) = { 12, 3, 27 }
Esta função é definida por:

Substituindo a variável independente x, de 3x2, por qualquer elemento de A,


iremos obter o elemento de B ao qual ele está associado, isto é, obteremos f(x).
Do que será explicado a seguir, poderemos concluir que embora esta função
seja sobrejetora, ela não é uma função injetora.

Função Injetora

Vejamos agora este outro diagrama de flechas:


Podemos notar que nem todos os elementos de B estão associados aos elementos
de A, isto é, nesta função o conjunto imagem difere docontradomínio, portanto
esta não é uma função sobrejetora.
Além disto podemos notar que esta função tem uma outra característica distinta da
função anterior.
Veja que não há nenhum elemento em B que está associado a mais de um
elemento de A, ou seja, não há em Bqualquer elemento com mais de uma
flechada. Em outras palavras não há mais de um elemento distinto de A com a
mesma imagem em B.
Nesta função temos:
Domínio: D(f) = { 0, 1, 2 }
Contradomínio: CD(f) = { 1, 2, 3, 5 }
Conjunto Imagem: Im(f) = { 1, 3, 5 }
Definimos esta função por:

Veja que não há no D(f) qualquer elemento que substituindo x em 2x + 1, nos


permita obter o elemento 2 doCD(f), isto é, o elemento 2 do CD(f) não é
elemento da Im(f).

Função Bijetora

Na explicação do último tipo de função vamos analisar este outrodiagrama de


flechas:
Do explicado até aqui concluímos que este é o diagrama de umafunção
sobrejetora, pois não há elementos em B que não foram flechados.
Concluímos também que esta é uma função injetora, já que todos os elementos
de B recebem uma única flechada.
Esta função tem:
Domínio: D(f) = { -1, 0, 1, 2 }
Contradomínio: CD(f) = { 4, 0, -4, -8 }
Conjunto Imagem: Im(f) = { 4, 0, -4, -8 }
Esta função é definida por:

Ao substituirmos x em -4x, por cada um dos elementos de A, iremos encontrar os


respectivos elementos de B, sem que sobrem elementos em CD(f) e sem que haja
mais de um elemento do D(f) com a mesma Im(f).
Funções que como esta são tanto sobrejetora, quanto injetora, são classificadas
como funções bijetoras.

O Plano Cartesiano foi criado pelo matemático René Descartes. Como ele
associava a geometria à álgebra, esta foi a forma que ele criou para representar
graficamente expressões algébricas.
A sua utilização mais simples é a de representarmos graficamente a localização de
pontos em um determinado plano. Através dele também podemos representar um
segmento de reta ou um triângulo, por exemplo.
O plano cartesiano é composto de duas retas perpendiculares e orientadas, uma
horizontal e outra vertical.
Damos no nome de eixo x ou eixo das abscissas à reta horizontal. À vertical
denominamos de eixo y ou eixo das ordenadas.
A orientação positiva das retas é representa por uma seta como podemos ver na
figura mais abaixo.

Representação de Pontos no Plano Cartesiano


A representação de pontos neste plano é feita através de pares ordenados, onde
o primeiro número se refere àabscissa e o segundo a ordenada.
O ponto P1(3, 2) tem abscissa 3 e ordenada 2, no qual o símbolo (3,
2) representa um par ordenado. O pontoP2(2, 3) tem abscissa 2 e ordenada 3. É
importante frisarmos que os pontos P1 e P2 são pontos distintos, poisem um par
ordenado a ordem dos números é relevante.

Dois pares ordenados (a, b) e (c, d) são iguais se e somente sea = c e b = d.


Na figura ao lado vemos a representação do ponto P(-6, 5).
Ao ponto localizado no cruzamento de ambos os eixos damos o nome de origem
do sistema de coordenadas cartesianas, representado por O(0, 0).

Quadrantes do Plano Cartesiano


Vemos nesta figura que o eixo x e o eixo y dividem o plano em quatro regiões. A
região do canto superior direito é o primeiro quadrante, a região à sua esquerda,
do outro lado do eixo y é osegundo quadrante. Abaixo deste temos o terceiro
quadrante e à sua direita, ou seja, abaixo do primeiro temos o quarto
quadrante.
Os quadrantes são dispostos em sentido anti-horário.

Sinal da Abscissa e da Ordenada de um Ponto


Todos os pontos no primeiro quadrante possuem abscissa e ordenada positivas.
Exemplo: P1(3, 5).
No segundo quadrantes todos os pontos possuem abscissa negativa e ordenada
positiva. Exemplo: P2(-4, 2).
Todos os pontos no terceiro quadrante possuem abscissa e ordenada negativas.
Exemplo: P3(-7, -1).
No quarto quadrante todos os pontos possuem abscissa positiva e ordenada
negativa. Exemplo: P2(8, -3).

Exercícios Práticos
Embora os conceitos aqui expostos sejam bastante simples, é bom que você
pratique um pouco para verificar se os assimilou de fato.
Abaixo lhe propomos algumas tarefas que você deve realizar.
Na figura abaixo, ou melhor, dizendo, no aplicativo abaixo, ao movimentar o mouse
serão exibidas no topo algumas informações. No canto esquerdo serão mostradas
as coordenadas do ponto onde se localiza o mouse, na forma de fracionária, no
canto direito a mesma representação é feita na forma decimal. No centro temos o
quadrante onde se localiza o ponto.
O mouse se movimenta de décimo em décimo.
Para começar basta que você clique na figura e movimente o mouse para o ponto
em questão.
Quando encontrar o ponto, clique novamente para bloquear a movimentação. Para
localizar um outro ponto, clique outra vez.
Vamos lá!

Localize os Pontos:
P(-6, 5)
Origem do sistema
P(3, 3/5)
P(41/2, -7)
P(-5,5, -3,3)

Em Quais Quadrantes se Encontram os Pontos?


P(3, 3)
P(-3, -3)
P(-3, 3)
P(3, -3)
P(0, 0)
P(-1, 0)
P(0, -2)
Note que os três últimos pontos não se encontram em nenhum quadrante, pois eles
estão localizados sobre o eixo x, o eixo y, ou sobre a origem do sistema.

Quando estudamos o plano cartesiano vimos também o conceito de par


ordenado. Agora com base nestes conceitos estudaremos o produto cartesiano.
O produto cartesiano de dois conjuntos A e B são todos os pares ordenados (x,
y), sendo que x pertence ao conjunto A e y pertence ao conjunto B.
Vamos tomar como exemplo os seguintes conjuntos A e B:

O produto cartesiano de A por B, representado por é igual a:

Note que segundo a definição de produto cartesiano, todos os elementos de


são pares ordenados em que o primeiro elemento pertence ao conjunto A e o
segundo ao conjunto B.

Representação em um Diagrama de Flechas

Também podemos representar através de uma diagrama de flechas.


Repare que de cada elemento de A parte uma seta para cada elemento de B:
No total são 9 flechas, uma para cada par ordenado resultante do produto
cartesiano de A por B.

Representação no Plano Cartesiano

Uma outra forma de representação é através do sistema de coordenadas


cartesianas.
Veja que graficamente localizamos no plano cartesiano todos os nove elementos
de :
Os elementos de A e B estão representados respectivamente nos eixos x e y.
Finalmente também podemos representar por:

A cartesiano B é o conjunto dos pares ordenados (x, y), tal que x pertence
a A e ypertence a B.
Denomina-se equação do 1° grau com uma incógnita, qualquer equação que
possa ser reduzida à forma ax = b, onde x é a incógnita e a e b são números
reais, com a ≠ 0. a e b são coeficientes da equação.
Equações do 1° grau podem possuir mais de uma incógnita. Como exemplo, temos
as equações do 1° grau com duas incógnitas, que são quaisquer equações que
podem ser reduzidas a uma equação equivalente da forma ax + by = c,
com a ≠ 0 e b ≠ 0. Neste caso, além de a e b, temos também c como coeficientes
da equação.
Utilizamos equações do 1° grau com uma incógnita na resolução de problemas tal
qual o seguinte:
"Se eu tivesse o dobro da quantia que eu possuo, com mais dez reais eu poderia
comprar um certo livro que custa cem reais. Quantos reais eu possuo?"
Inicialmente iremos expressar este mesmo problema em linguagem matemática.
Para isto vamos chamar a quantia que eu possuo atualmente de x. Este é valor
procurado.
Ao referir-me ao dobro da quantia, matematicamente estou me referindo a 2x, ou
seja, ao dobro de x.
O dobro da quantia mais dez reais será expresso matematicamente como 2x + 10.
Finalmente devemos expressar que o dobro da quantia mais dez é igual a cem, logo
a expressão inteira será:2x + 10 = 100.
Basicamente substituímos o texto em português pelos seus respectivos operadores
matemáticos.

Resolução de equações do 1° grau com uma incógnita


Para solucionarmos a equação 2x + 10 = 100 iremos recorrer aos conceitos
de equações equivalentes, princípio aditivo da igualdade e princípio
multiplicativo da igualdade, vistos no tópico Equação. Resumindo, iremos obter
equações equivalentes sucessivamente através da aplicação destes princípios, até
que a raiz da equação seja encontrada.
Primeiramente vamos lembrar que o oposto de um número real é igual a este
mesmo número com o sinal trocado. O oposto de 2 é igual a -2. Obviamente o
oposto de -2 voltará ao número 2 inicial. Note ainda que a soma de um número
pelo seu oposto sempre resultará em 0.
Precisamos também lembrar o que vem a ser o inverso de um número real
diferente de zero. De antemão sabemos que um número real diferente de zero
multiplicado pelo seu inverso resultará sempre em 1.
Segundo este conceito, o inverso de 2 é 1/2, já que 2 . 1/2 = 1. Obviamente o
inverso de 1/2 é 2 pelo mesmo motivo.
O inverso de 3/5 é 5/3, pois 3/5 . 5/3 = 1.
Simplificando, se a for um número real inteiro e diferente zero, o seu inverso
será 1/a. No caso de frações, o inverso multiplicativo da fração a/b será b/a,
com a e b diferentes de zero.
A partir deste conceito podemos começar a solucionar a equação.
Vejamos:

A ideia é deixarmos a incógnita x isolada no primeiro membro à direita do sinal de


igualdade e a raiz no segundo membro, à esquerda. Gradualmente iremos
passando os números do primeiro membro para o segundo membro.
Para passarmos o número 10 no primeiro membro, para o segundo membro,
iremos recorrer ao princípio aditivo da igualdade. Vamos subtrair 10 dos dois
membros da equação:

Ao subtrairmos 10 nos dois membros da equação, na verdade estamos somando o


oposto de 10, que é -10 em ambos os membros como vemos abaixo, de sorte que
o 10 saia do primeiro membro, pois como já vimos, ao somarmos um número real
ao seu oposto o resultado sempre será igual a zero:

Ao realizarmos as operações chegaremos à equação:

Que é equivalente a:

Para tirarmos o coeficiente 2 do primeiro membro, iremos recorrer ao princípio


multiplicativo da igualdade, dividindo ambos os membros por 2:

Na verdade o que estamos fazendo é multiplicando ambos os membros pelo inverso


multiplicativo do coeficiente 2que é 1/2, para que ele saia do primeiro membro, já
que será reduzido ao número 1. Na realidade o cálculo seria este:
Realizando os cálculos em qualquer um dos dois casos encontramos a raiz
procurada:

Passando para o outro lado


Depois de adquirido tais conhecimentos, podemos ver uma forma mais simples de
solucionarmos este tipo de equação. Vejamos:

A ideia agora é passar o termo 10 do primeiro para o segundo membro. Como ele
está sendo somado, passará para o outro lado sendo subtraído, já que a subtração
é a operação inversa da adição:

Que se resume a:

Passamos agora o coeficiente 2 para o segundo membro. Como ele está


multiplicando, do outro lado ele estará dividindo. Isto porque a divisão é a operação
inversa da multiplicação:

Realizando a divisão encontramos a raiz 45 encontrada anteriormente:

Apenas a título de verificação, vamos substituir a incógnita x por 45 para


confirmarmos que este valor torna a equação verdadeira:

Resumo
Este método que acabamos de estudar resume-se em isolar a incógnita no primeiro
membro, passando progressivamente cada um dos coeficientes para o segundo
membro. A passagem é feita passando o termo para o outro lado, invertendo-se a
operação que é realizada sobre o mesmo:
• Se for adição, passa a subtração;
• Se for subtração, passa a adição;
• Se for multiplicação, passa a divisão;
• Se for divisão, passa a multiplicação.
Na verdade tais inversões nada mais são que uma forma simplificada de utilização
dos princípios aditivo e multiplicativo da igualdade, como visto inicialmente.

Exemplo de problema envolvendo a utilização de equação do primeiro grau


O perímetro de um terreno retangular é de 200m. O terreno tem de largura 28m
a menos que o seu comprimento. Qual é a área deste terreno?
Chamemos de x o comprimento do terreno, então x - 28 será a medida da sua
largura. Sabemos que o perímetro de uma figura retangular é igual ao dobro da
soma do seu comprimento com a sua largura. Matematicamente temos:
2 . (x + x - 28) = 200
Resolvendo a equação temos:

Então já temos que o comprimento do terreno é de 64m. Como de largura ele tem
28 metros a menos que isto, então ele tem 36m de largura.
Como sabemos, a área do terreno será obtida multiplicando-se a medida do seu
comprimento, pela medida da sua largura, portanto:
A área deste terreno é de 2304m2.

Uma equação é uma sentença matemática formada por uma igualdade composta
por expressões matemáticas contendo ao menos uma incógnita. Cada uma das
expressões da igualdade contém coeficientes e incógnitas. Os coeficientes são os
valores determinados. As incógnitas são os valores desconhecidos que dependendo
do valor que assumam, podem tornar a equação verdadeira ou falsa.
Uma equação pode possuir inúmeros coeficientes e incógnitas.
A igualdade -8x - 4 = -2x + 14 é um exemplo de equação.
A expressão à esquerda do sinal de igualdade é chamada de primeiro membro. Já
a expressão à direita do sinal de igualdade é chamada de segundo membro.
No termo -8x do primeiro membro, o número -8 é um coeficiente e a letra x é uma
incógnita.
O termo 14 do segundo membro, por exemplo, é um termo constante, pois não
varia em função de qualquer incógnita.
Raiz de uma equação
A igualdade 3x - 5 = x + 15 é uma equação verdadeira quando x = 10, pois neste
caso ambos os lados da expressão resultarão no mesmo valor 25, já
que 3 . 10 - 5 = 10 + 15, ou seja, 25 = 25. Neste exemplo o número10 é
a raiz ou solução da equação, pois ao substituir a incógnita torna a equação
verdadeira.
Conjunto Universo
O conjunto universo contém todos valores possíveis para as incógnitas. É
indicado pela letra U.
Dada a equação 2x + 4 = 0, tendo sido determinado que a incógnita x só pode
assumir os valores -2, 0 e 2, temos então que o conjunto universo desta equação
é:
U = { -2, 0, 2 }.
Conjunto Verdade ou Conjunto Solução
O conjunto verdade ou conjunto solução é o conjunto dos valores de U que são
raízes da equação, ou seja, são os valores que ao substituírem as incógnitas
tornam a equação verdadeira. Indica-se por V ou S.
Para a equação 2x + 4 = 0, cujo conjunto universo é U = { -2, 0, 2 }, temos que
destes três elementos apenas o elemento -2 torna a equação verdadeira, pois 2 .
(-2) + 4 = 0, temos então que o conjunto verdade ou solução é:
V = { -2 } ou S = { -2 }.
Equações equivalentes
Duas equações são ditas equivalentes se possuírem a mesma raiz.
3x - 5 = x + 15 e
3x = x + 20 são equações equivalentes, pois em ambas, caso
troquemos x por 10, a igualdade será verdadeira.10 é raiz de ambas as equações.
Por isto são equivalentes.
Princípio aditivo da igualdade
Adicionando-se ou subtraindo-se um mesmo número aos dois membros de uma
igualdade, ainda teremos uma igualdade.
Tomando-se como exemplo a igualdade 3x - 5 = x + 15, utilizada anteriormente
acima, se somarmos o número 5em ambos os seus membros teremos a
igualdade 3x - 5 + 5 = x + 15 + 5, que é equivalente a 3x = x + 20. Observe
que a raiz ou solução desta equação é igual à raiz da equação original, ou seja,
para que a igualdade seja verdadeira, ainda é preciso que x continue sendo igual
a 10.
Observe que se subtrairmos x dos dois membros da equação 3x = x + 20 ainda
continuaremos com uma igualdade:
3x - x = x + 20 - x, que é equivalente a 2x = 20.
Atente ao fato de que a raiz da equação 2x = 20 também é igual a 10,
pois 2 . 10 = 20.
Princípio multiplicativo da igualdade
Multiplicando-se ou dividindo-se os dois membros de uma igualdade por um mesmo
número diferente de zero, ainda teremos uma igualdade.
Se dividirmos ambos os membros da equação 2x = 20 por 2, teremos a
equação 2x : 2 = 20 : 2, que é equivalente à equação x = 10, cuja raiz
obviamente é igual a 10.
Para um maior aprofundamento no assunto, veja também os demais tópicos
relacionados.
Qualquer sentença matemática que possa ser reduzida à forma ax4 + bx2 + c = 0,
com a, b e c pertencente ao conjunto dos números reais, sendo que a ≠
0,denomina-se equação biquadrada na variável x.
Resolução de equações biquadradas
A resolução de uma equação biquadrada ax4 + bx2 + c = 0 pode ser efetuada nos
seguintes passos:
Começamos substituindo, na equação inicial, x2 por y, assim como x4 por y2, desta
forma temos:
ay2 + by + c = 0
Solucionamos a equação do segundo grau obtida, para identificarmos as suas
raízes y1 e y2:
Substituímos os valores de y na expressão x2 = y para finalmente obtermos as
raízes da equação biquadrada.
Para y1 temos:

Para y2 temos:

O conjunto verdade da equação biquadrada será:

Exemplo de resolução de uma equação biquadrada


Encontre as raízes da equação biquadrada: 3x4 - 102x2 + 675 = 0
Conforme explicado, na equação vamos substituir x4 por y2 e também x2 e y,
obtendo então a seguinte equação do segundo grau:
3y2 - 102y + 675 = 0
Resolvendo a mesma temos:

Substituindo os valores de y na expressão x2 = y obtemos as raízes da equação


biquadrada:
Para y1 temos:

Para y2 temos:

Assim sendo:
As raízes da equação 3x4 - 102x2 + 675 = 0 são: -5, -3, 3 e 5.

Denomina-se equação do 2° grau, qualquer sentença matemática que possa ser


reduzida à formaax2 + bx + c = 0, onde x é a incógnita e a, b e c são números
reais, com a ≠ 0. a, b e c são coeficientes da equação. Observe que o maior índice
da incógnita na equação é igual a dois e é isto que a define como sendo uma
equação do segundo grau.
Equação do 2° grau completa e equação do 2° grau incompleta
Da definição acima temos obrigatoriamente que a ≠ 0, no entanto podemos ter b =
0 e/ou c = 0.
Caso b ≠ 0 e c ≠ 0, temos uma equação do 2° grau completa. A sentença
matemática -2x2 + 3x - 5 = 0 é um exemplo de equação do 2° grau completa,
pois temos b = 3 e c = -5, que são diferentes de zero.
-x2 + 7 = 0 é um exemplo de equação do 2° grau incompleta, pois b = 0.
Neste outro exemplo, 3x2 - 4x = 0 a equação é incompleta, pois c = 0.
Veja este último exemplo de equação do 2° grau incompleta, 8x2 = 0, onde
tanto b, quanto c são iguais a zero.
Resolução de equações do 2° grau
A resolução de uma equação do segundo grau consiste em obtermos os possíveis
valores reais para a incógnita, que torne a sentença matemática uma equação
verdadeira. Tais valores são a raiz da equação.
Fórmula Geral de Resolução
Para a resolução de uma equação do segundo grau completa ou incompleta,
podemos recorrer à fórmula geral de resolução:

Esta fórmula também é conhecida como fórmula de Bhaskara.


O valor b2 -4ac é conhecido como discriminante da equação e é representado
pela letra grega Δ. Temos então que Δ = b2 -4ac, o que nos permitir escrever a
fórmula geral de resolução como:

Resolução de equações do 2° grau incompletas


Para a resolução de equações incompletas podemos recorrer a certos artifícios.
Vejamos:
Para o caso de apenas b = 0 temos:

Portanto para equações do tipo ax2 + c = 0, onde b = 0, podemos utilizar a


fórmula simplificada para calcularmos as suas raízes. Observe no
entanto que a equação só possuirá raízes no conjunto dos números reais se
.
Para o caso de apenas c = 0 temos:

Portanto para equações do tipo ax2 + bx = 0, onde c = 0, uma das raízes sempre
será igual a zero e a outra será dada pela fórmula .
Para o caso de b = 0 e c = 0 temos:

Podemos notar que ao contrário dos dois casos anteriores, neste caso temos
apenas uma única raiz real, que será sempre igual a zero.
Discriminante da equação do 2° grau
O cálculo do valor do discriminante é muito importante, pois através deste valor
podemos determinar o número de raízes de uma equação do segundo grau.
Como visto acima, o discriminante é representado pela letra grega Δ e equivale à
expressão b2 - 4ac, isto é:Δ = b2 - 4ac.
Discriminante menor que zero
Caso Δ < 0, a equação não tem raízes reais, pois :

Discriminante igual a zero


Caso Δ = 0, a equação tem duas raízes reais e iguais, pois :

Discriminante maior que zero


Caso Δ > 0, a equação tem duas raízes reais e diferentes, pois :

Conjunto Verdade de equações do 2° grau


A partir do estudado acima, podemos esquematizar o conjunto verdade das
equações do segundo grau completas e incompletas como a seguir:
Para o caso das equações completas temos:

Para o caso das equações incompletas onde somente b = 0 temos:

Para o caso das equações incompletas onde somente c = 0 temos:


E no caso das equações incompletas onde tanto b = 0, quanto c = 0 temos:

Exemplo de resolução de uma equação do segundo grau


Encontre as raízes da equação: 2x2 - 6x - 56 = 0
Aplicando a fórmula geral de resolução à equação temos:

Observe que temos duas raízes reais distintas, o que já era de se esperar, pois
apuramos para Δ o valor 484, que é maior que zero.
Logo:
As raízes da equação 2x2 - 6x - 56 = 0 são: -4 e 7.

Como já explicado no tópico Equação, equação do 1° grau com duas


incógnitas, é qualquer equação que possa ser reduzida à forma ax + by = c,
onde x e y são incógnitas e a, b e c são números racionais,
com a ≠ 0 e b ≠ 0.a, b e c são coeficientes da equação.
Como também já explicamos no referido tópico, a resolução de problemas
de equação do 1° grau com uma incógnita, resume-se a isolarmos a incógnita no
primeiro membro, obtendo assim a raiz da equação no segundo membro.
Abaixo temos um exemplo de um problema envolvendo uma equação do 1° grau
com duas incógnitas:
"Em minha sapateira tenho sapatos meus e de minha esposa. A sapateira tem
capacidade para o armazenamento de 20 pares de sapatos e no momento está
lotada. Quantos pares são meus e quantos são de minha esposa?"
Assumindo que a incógnita x represente os meus pares de sapato e
que y represente os pares dela, podemos montar a seguinte equação:
x + y = 20
Resolução de equações do 1° grau com duas incógnitas
Antes mesmo de qualquer explicação você pode intuir que a
equação x + y = 20 admite várias soluções.
x = 5 e y = 15 é uma das possíveis soluções, já que a soma
de 5 com 15 totaliza 20, o que torna a equação verdadeira.
Como a representação de sapatos é realizada pelo conjunto dos números naturais,
já que não faria sentido termos sapatos fracionários ou negativos, por exemplo,
temos uma solução para qualquer valor de x entre 0 e 20inclusive, desde
que y seja igual a 20 - x, por exemplo, se x = 8, então y = 12.
Matematicamente podemos fazer a seguinte representação:
S = {x, y ∈ N | x ≤ 20, y = 20 - x}
Com x e y sendo números naturais, temos 21 soluções possíveis para este
problema, no entanto se não houvesse a restrição para números fracionários ou
negativos, teríamos infinitas soluções, pois qualquer que fosse o valor arbitrado
a x, bastaríamos subtrair tal valor de 20, para encontrarmos o correspondente
valor de y que tornasse a equação verdadeira, por exemplo, se arbitrarmos -
30 a x, temos que y = 50, pois 20 - (-30) = 50.
Regra geral para a resolução de equações do primeiro grau com mais de
uma variável
Para que você possa obter uma solução para uma equação do primeiro com duas
ou mais incógnitas, você deve atribuir um valor aleatório a todas as incógnitas,
exceto a uma. Os valores atribuídos devem estar contidos no conjunto universo da
equação. A partir daí você terá uma equação do primeiro grau com uma incógnita,
cuja solução irá compor a solução da equação original, se o valor encontrado
estiver contido no conjunto universo da equação.
Veja este exemplo:
2x + 3y - z = 40 , sendo que o conjunto universo é: U = {x, y, z ∈ N}
Como as incógnitas são números naturais, segundo o seu conjunto universo, só
podemos atribuir valores inteiros e positivos às variáveis, ou então o número 0.
Podemos então arbitrar 10 a x e 20 a y, para então encontrarmos o valor de z.
Vejamos:

Como 40 ∈ N, então uma dentre as infinitas soluções seria: S = {10, 20, 40}
Agora observe o que aconteceria se tivéssemos arbitrado 3 a x e 5 a y:

Note que -19 não é um número natural, portanto {3, 5, -19} não está contido no
conjunto universo desta equação e por isto não pode ser sua solução.

Na página onde foi tratado o tema Relações entre Coeficientes e Raízes em


Equações do 2° Grau, foi comentado que as relações de Albert Girard, em
alguns casos, nos permitem obter mentalmente as raízes de uma equação do
segundo grau, mas como assim? Vamos estudar o tema, através da utilização de
alguns exemplos.
Observe a seguinte equação:
x2 - 5x + 6 = 0
Agora me diga: Quais são os dois números que somados totalizam 5 e que
multiplicados resultam em 6?
É muito provável que mentalmente você tenha identificado rapidamente que os dois
números procurados são 2 e3, pois 2 + 3 = 5 e 2 . 3 = 6.
Mas de onde surgiu a questão "Quais são os dois números que somados
totalizam 5 e que multiplicados resultam em 6?"?
Segundo Girard, vimos que x2 - Sx + P = 0, onde S representa a soma das
raízes da equação e P representa oproduto destas raízes.
Neste nosso exemplo S está sendo representado pelo coeficiente 5, assim
como P está sendo representado pelo coeficiente 6, por isto me referi a 5 como
sendo a soma das raízes e a 6, como sendo o seu produto.
Para conferência, vamos aos cálculos pelo método tradicional:

Como não poderia deixar de ser, as raízes encontradas são exatamente 2 e 3.


Vamos a outros exemplos para que você tenha uma melhor compreensão do
assunto e elimine qualquer possível dúvida.

Exemplos de Identificação Mental das Raízes de uma Equação do 2° grau


Encontre as raízes da equação do segundo grau x2 - 6x + 5 = 0.
Podemos nos perguntar: "Quais são os dois números cuja soma é igual a 6 e cujo
produto é igual 5?".
Sem qualquer esforço podemos chegar a 1 e 5. Conferindo através da fórmula
temos:

Portanto 1 e 5 são as raízes da equação x2 - 6x + 5 = 0.


Encontre as raízes da equação do segundo grau x2 + 2x - 8 = 0.
Podemos nos perguntar: "Quais são os dois números cuja soma é igual a -2 e cujo
produto é igual -8?".
Neste caso, com um pouquinho mais de esforço, já que há o envolvimento de
números negativos, chegamos a -4 e2, pois -4 + 2 = -2 e -4 . 2 = -8. Conferindo
via fórmula:

Portanto -4 e 2 são as raízes da equação x2 + 2x - 8 = 0.


Encontre as raízes da equação do segundo grau 4x2 - 12x + 8 = 0.
Neste outro exemplo temos uma situação um pouco diferente. Note que nos casos
anteriores, o coeficiente a era sempre igual a 1, o que simplificava a utilização
deste artifício, mas neste caso ele é igual a 4.
Segundo Girard a soma das raízes é dada por:

E o produto é dado por:

Assim sendo, para S temos:

E para P temos:

Podemos então nos perguntar: "Quais são os dois números cuja soma é igual a 3 e
cujo produto é igual 2?".
Facilmente chegamos a 1 e 2, pois 1 + 2 = 3 e 1 . 2 = 2. Conferindo via fórmula:

Portanto 1 e 2 são as raízes da equação 4x2 - 12x + 8 = 0.


Quais as raízes da equação x2 + 4x + 12 = 0.
Para finalizar este tema, vamos resolver este último exemplo.
Veja que por mais que você se esforce em descobrir quais são os números que
somados totalizam -4 e que multiplicados dão 12, jamais conseguirá encontrá-los
dentre os números reais, simplesmente porque eles não existem. Sabe por quê?
Calculemos então o discriminante da equação:

Como Δ = -32, isto é, como o discriminante da equação é negativo, a mesma não


possui raízes reais.
Portanto a equação x2 + 4x + 12 = 0 não possui raízes reais.
Como pudemos perceber, dependendo de nossas habilidades com os números, este
é um recurso que podemos utilizar, sempre que possível, nos casos onde facilmente
encontramos as raízes, só de "bater os olhos" na equação. Em outros casos é
melhor procurarmos um outro método mais adequado.
Com um pouco de treino, este é um recurso que pode nos ajudar bastante na busca
pelas raízes de equações do segundo grau.

Através de estudos o matemático Albert Girard definiu relações entre as equações


do segundo grau e suas raízes. Estas relações nos permitem obter a equação
original a partir de suas raízes, assim também como em alguns casos podemos
obter mentalmente as raízes de algumas equações, através da utilização destas
relações.
Raízes de uma Equação do 2° grau
Abaixo temos as raízes de uma equação do segundo grau genérica:

Como já visto em outra página deste site, só existirão raízes reais para a equação,
desde que Δ ≥ 0, pois não existe raiz quadrada real de um número negativo.
Soma das Raízes de Equações do 2° grau
Sendo x1 e x2 raízes de uma equação como definido acima, temos que a soma
destas raízes será:

Logo a soma das raízes será dada por:

Produto das Raízes de Equações do 2° grau


Assim como no caso da soma, o produto das raízes x1 e x2 será:

Sabemos que Δ = b2 -4ac. Substituindo-o na equação temos:


Portanto o produto das raízes será dado por:

Construção de Equações do 2° grau a partir de suas Raízes


Através da fórmula geral de resolução, também conhecida como fórmula de
Bhaskara, partimos de uma equação e chegamos às suas raízes. Agora, com base
nas relações de Girard, veremos como a partir das raízes, chegarmos à equação.
A forma reduzida deste tipo de equação é ax2 + bx + c = 0. Realizando a divisão
de ambos os membros por atemos:

Como supracitado nesta página:

E:

Chamemos de S a soma das raízes ( S = x1 + x2 ) e de P o seu produto ( P = x1 .


x2 ). Substituindo na equação temos:

Portanto a equação x2 - Sx + P = 0, onde os coeficientes S e P representam


respectivamente a soma e o produtodas raízes, nos permite reconstruir a equação
que possui estas raízes.

Exemplo
Para a fixação dos conceitos, tomemos uma equação, identifiquemos as suas raízes
e a partir delas, através das relações de Girard cheguemos à equação novamente.
Parta da equação do segundo grau x2 - 5x - 24 = 0, encontre as suas raízes e a
partir delas reconstrua a equação original.
Em primeiro lugar vamos encontrar as raízes da equação x1 e x2:

Note que pudemos encontrar duas raízes reais e diferentes para equação,
justamente porque Δ > 0. Veja que nesta equação o valor de Δ é 121.
Agora que já conhecemos as suas raízes, através das relações de Girard iremos
reconstruir a equação original.
Para a soma das raízes temos:

Para o produto das raízes temos:

Reconstruindo temos:

Portanto partimos da equação x2 - 5x - 24 = 0, encontramos as suas raízes


reais x1 = 8 e x2 = -3 e a partir da soma e do produto delas, reconstruímos a
equação original.

Quando tratamos as equações do 1° grau com duas variáveis vimos que a


equação x + y = 20 admite infinitas soluções, pois se não houver restrições como
as do exemplo na página em questão, podemos atribuir qualquer valor a x, e para
tornar a equação verdadeira, basta que calculemos y como sendo 20 - x.
A equação x - y = 6 pelos mesmos motivos, em não havendo restrições, também
admite infinitas soluções.
Como as equações x + y = 20 e x - y = 6 admitem infinitas soluções podemos nos
perguntar:
Será que dentre estas soluções existem aquelas que são comuns às duas equações,
isto é, que resolva ao mesmo tempo tanto a primeira, quanto à segunda equação?
Este é justamente o tema deste tópico que vamos tratar agora.
Métodos de Resolução
Há vários métodos para calcularmos a solução deste tipo de sistema. Agora
veremos os dois mais utilizados, primeiro o método da adição e em seguida
o método da substituição.

Método da Adição
Este método consiste em realizarmos a soma dos respectivos termos de cada uma
das equações, a fim de obtermos uma equação com apenas uma incógnita.
Quando a simples soma não nos permite alcançar este objetivo, recorremos
ao princípio multiplicativo da igualdade para multiplicarmos todos os termos de
uma das equações por um determinado valor, de sorte que a equação equivalente
resultante, nos permita obter uma equação com uma única incógnita.
A seguir temos outras explicações que retratam estas situações.

Quando o sistema admite uma única solução?


Tomemos como ponto de partida o sistema composto pelas duas equações abaixo:

Perceba que iremos eliminar o termo com a variável y, se somarmos cada um dos
termos da primeira equação com o respectivo termo da segunda equação:

Agora de forma simplificada podemos obter o valor da incógnita x simplesmente


passando o coeficiente 2 que multiplica esta variável, para o outro lado com a
operação inversa, dividindo assim todo o segundo membro por 2:

Agora que sabemos que x = 13, para encontrarmos o valor de y, basta que
troquemos x por 13 na primeira equação e depois isolemos y no primeiro membro:

Escolhemos a primeira e não a segunda equação, pois se escolhêssemos a


segunda, teríamos que realizar um passo a mais que seria multiplicar ambos os
membros por -1, já que teríamos -y no primeiro membro e não y como é preciso,
no entanto podemos escolher a equação que quisermos. Normalmente iremos
escolher a equação que nos facilite a realização dos cálculos.
Observe também que neste caso primeiro obtivemos o valor da variável x e em
função dele conseguimos obter o valor de y, porque isto nos era conveniente. Se
for mais fácil primeiro encontrarmos o valor da segunda incógnita, é assim que
devemos proceder.
Quando um sistema admite uma única solução dizemos que ele é um sistema
possível e determinado.

Quando o sistema admite uma infinidade de soluções?


Vejamos o sistema abaixo:

Note que somando todos os termos da primeira equação ao da segunda, não


conseguiremos eliminar quaisquer variáveis, então vamos multiplicar os termos da
primeira por -2 e então realizarmos a soma:

Veja que eliminamos não uma das variáveis, mas as duas. O fato de termos
obtido 0 = 0 indica que o sistema admite uma infinidade de soluções.
Quando um sistema admite uma infinidade de soluções dizemos que ele é
um sistema possível e indeterminado.
Quando o sistema não admite solução?
Vejamos este outro sistema:

Note que se somarmos os termos da primeira equação com os da segunda,


também não conseguiremos eliminar nenhuma das variáveis, mas agora veja o que
acontece se multiplicarmos por 2 todos os termos da primeira equação e
realizarmos a soma das equações:

Obtivemos 0 = -3 que é inválido, este é o indicativo de que o sistema não admite


soluções.
Quando um sistema não admite soluções dizemos que ele é um sistema
impossível.

Método da Substituição
Este método consiste em elegermos uma das equações e desta isolarmos uma das
variáveis. Feito isto substituímos na outra equação, a variável isolada pela
expressão obtida no segundo membro da equação obtida quando isolamos a
variável.
Este procedimento também resultará em uma equação com uma única variável.
O procedimento é menos confuso do que parece. A seguir veremos em detalhes
algumas situações que exemplificam tais conceitos, assim como fizemos no caso do
método da adição.

Quando o sistema admite uma única solução?


Para nos permitir a comparação entre os dois métodos, vamos utilizar o mesmo
sistema utilizado no método anterior:

Vamos escolher a primeira equação e isolar a variável x:

Agora na segunda equação vamos substituir x por 20 - y:

Agora que sabemos que y = 7, podemos calcular o valor de x:

Quando o sistema admite uma infinidade de soluções?


Solucionemos o sistema abaixo:

Este sistema já foi resolvido pelo método da adição, agora vamos resolvê-lo pelo
método da substituição.
Por ser mais fácil e gerar em um resultado mais simples, vamos isolar a
incógnita y da primeira equação:

Agora na outra equação vamos substituir y por 10 - 2x:

Como obtivemos 0 = 0, o sistema admite uma infinidade de soluções.

Quando o sistema não admite solução?


Novamente vamos solucionar o mesmo sistema utilizado no método anterior:
Observe que é mais viável isolarmos a variável x da primeira equação, pois o seu
coeficiente 2 é divisor de ambos coeficientes do primeiro membro da segunda
equação, o que irá ajudar nos cálculos:

Agora substituímos x na segunda equação pelo valor encontrado:

Conforme explicado anteriormente, o resultado 0 = -3 indica que este sistema não


admite soluções.

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