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Onde está Lydia?

Ver os outros como Matisse – Foi o repto lançado pela turma 6.º D da Escola
EB 2,3 António Dias Simões (Ovar) para assinalar no passado dia 21 de Março o
Dia Internacional da Luta Contra o Racismo através do tema alusivo à corrente
artística Fauvista, expondo num painel colectivo no Polivalente o trabalho dos
alunos, em que era explorada a expressão pictórica e o uso de cores muito
vivas, pouco naturais, de formas simples e planos lisos, exprimindo assuntos de
fácil leitura, que caracterizam a pintura de Henry Matisse que se destacava na
liderança desta corrente de artistas de vanguarda, ainda que a pintura Fauvista
tenha sido de vida curta.

Curiosamente ou ironicamente, a introdução da temática do Fauvismo hoje em


meio escolar, coincide com um tempo, que quase faz a apologia, pelo estado
das coisas a que chegamos aos vários níveis, incluindo na educação, do que era
então identificado como filosofia de tal corrente artística, cuja pintura não tinha
a intenção de ser crítico, ou seja, as cores não deviam estar de acordo com o
objecto representado, e na mesma linha não copiar literalmente a natureza.

Aliás, segundo estudiosos do Fauvismo, “se analisarmos o contexto histórico no


qual Matisse criou suas obras, poderemos constatar que o artista não colocou
nelas as tensões que a Europa sofria, o panorama cultural do começo do século
XX se desenhava ao mesmo tempo em que se deflagrava a I Guerra Mundial,
em 1914. O artista passou pelas duas grandes guerras mundiais e participou de
vários movimentos modernistas (entre eles o pontilhismo e o expressionismo),
mas ficou conhecido mesmo no Fauvismo, um movimento purista, onde o
artista utilizava a cor pura, sem contornos, apenas mostrando como a luz
influenciava a cor, qual a sua percepção sobre a cor, que deixava a percepção
da paisagem em segundo plano”. Relativamente às grandes transformações
sociais e políticas, os fauves não tinham nenhuma posição política definida.

Em pleno século XXI, quando os povos no Mundo continuam a ser peões no


xadrez do jogo de interesses das grandes potencias, em que a guerra se faz na
cobiça pelo domínio do petróleo ou de outros recursos naturais e de posições
geoestratégicas globais, em que as crises fomentadas pelo capital submetem os
mais fracos a políticas e planos de austeridade e recessivos potenciadores de
mais pobreza e exclusão social para salvar os grupos económicos e o sector
financeiro, cenário mesquinho de políticas ultra liberais perante o qual não se
pode ser neutro ou acrítico. A pesquisa sobre Matisse realizada por jovens
alunos do 6.º D, teve o mérito de poder despertar a comunidade escolar para
uma das vertentes artísticas da obra do pintor Henry Matisse ao conseguir
expor traços fundamentais da corrente do Fauvismo, abordando o tema da Luta
Contra o Racismo, com a mensagem Ver os outros como Matisse,
eternamente chamado de o deus da cor.

Sobre o movimento artístico do inicio do século XX Fauvismo, que surgiu em


1905 no qual o pintor francês Henry Matisse que nasceu a 31/12/1869 e morreu
aos 84 anos no dia 3/11/1954 teve particular destaque, nesta mensagem dos
alunos da EB 2,3 António Dias Simões, fazendo a ponte entre este tipo de arte e
uma causa como o Racismo, a interpretação das principais características deste
movimento que assim definem:

- as Cores puras e contrastantes

- a Linha distingue as Formas, pelo Contorno

- a Cor é mais importante que as Formas (expressividade da cor)

- a Arte liberta-se do “Real” (aparência exterior)

- todas as Formas são relevantes – tudo é possível pintar-se

Da minha parte, como mero assistente operacional do Agrupamento de Escolas


de Ovar só posso reconhecer a oportunidade proporcionada e despertada por
este trabalho dos alunos do 6.º D para pessoalmente poder adquirir um pouco
mais de informação e conhecimento cultural, com a liberdade de poder ser
crítico.

José Lopes (Ovar)

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