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Avaliação Textos Clássicos Filosofia Analítica.

Prof.º Dr. Rogério Corrêa.

Por: Juliano Gustavo Ozga.

1.1) Problema referente à teoria do juízo de Bradley (Francis Herbert Bradley (1846-
1924), filósofo inglês expoente do idealismo absoluto, um sistema que concebe o conjunto da
realidade como produto da mente e não como algo percebido pelos sentidos. Sua filosofia deriva
diretamente da obra do filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel.).

R.: Sobre a ocorrência de “recortado e fixado pela mente”, podemos inferir que todo o
processo que Bradley apresenta sobre a formulação de juízos perante uma idéia primária (com
conteúdo), seguirá “ad infinitum”, impedindo uma objetivação do conteúdo de minha idéia,
sendo necessária uma dependência posterior de outra idéia, o que expõe o problema do “recurso
ad infinitum” e o “problema da circularidade”.
Dessa forma, a teoria do juízo de Bradley sofrerá a consequencia de que: “parece
requerer a formulação de um número infinito de juízos psicológicos, antes que qualquer juízo
possa sequer ser elaborado. Mas uma tal formulação é impossível. Portanto, todo juízo é
igualmente impossível”. Para tentar resolver esse problema, Moore sugere que “a idéia usada
no juízo”, “tem que ser outra coisa que não uma parte do conteúdo de qualquer de minhas
idéias”.

1.2) R.: O argumento de Moore (ver R. Bibliográfica) expõe refere-se ao problema que
ocorre quando há a necessidade de que “recortado e fixado pela mente”, no qual “o conteúdo de
uma idéia, diz-nos Bradley, é aquilo que a idéia é”; é “um caráter que é diferente ou distinguível
daquele de outras” idéias, tratadas como “fatos mentais”.
Isso pressupõe a indagação de como é possível o recorte “de uma parte do caráter de
nossas idéias e atribuir aquela parte a algo a mais, a não ser que já saibamos, ao menos
parcialmente, qual é o caráter da idéia da qual recortaremos a parte em questão”.
O problema se encontra na necessidade de haver um juízo sobre determinada ideia
secundária (o recorte de uma parte do conteúdo principal), pressupondo “um juízo a respeito do
caráter da idéia primária em questão”, o que, de uma forma (em série) sucessiva, se torna
impossível, na concepção de Moore.

2.1) R.: Aqui podemos assinalar o problema da circularidade na teoria do juízo de Bradley,
ou seja, o círculo vicioso conseqüente dessa formulação.

2.2) R.: O argumento exposto por Moore sustenta que “a idéia usada no juízo é, de fato, um”
”significado universal”, o que irá resultar na explicação referente “a natureza do conceito, como
sendo um genus per se, irredutível a qualquer outra coisa. O conceito não é um fato mental nem
qualquer parte de uma fato mental. A identidade de conteúdo está pressuposta em qualquer
raciocínio e explicar tal identidade entre dois fatos, supondo ser aquele conteúdo uma parte de
algum terceiro fato, deve envolver um circulo vicioso”.
3.1) R.: Temos o conhecimento direto na situação “da qual estamos diretamente conscientes,
sem a intermediação de qualquer método de inferência ou de qualquer conhecimento de
verdades”, e isso demonstra que não nos é possível conhecer diretamente o objeto físico, e sim
os dados dos sentidos que constituem o objeto, o que posteriormente é expresso pelo fato de que
“os dados dos sentidos que constituem a aparência de minha mesa (objeto físico) são coisas das
quais tenho um conhecimento direto, coisas que me são imediatamente conhecidas, exatamente
como elas são”.

3.2) R.: Possuímos o conhecimento direto quando “na presença de minha mesa conheço
diretamente os dados dos sentidos (o que conheço diretamente) que constituem a aparência de
minha mesa: sua cor, forma, dureza, lisura, etc.; todas essas são coisas das quais tenho
imediatamente consciência quando estou vendo e tocando minha mesa”.
Isso, porém, não permite o conhecimento da própria cor, que “ao contrário do
conhecimento de verdades sobre ela, conheço a cor de modo perfeito e completamente quando a
vejo, e nenhum conhecimento adicional sobre ela é mesmo teoricamente possível”, o que
caracteriza o que posso conhecer de maneira direta.

3.3) R.: O conhecimento de uma mesa enquanto objeto físico “é obtido através do
conhecimento direto dos dados dos sentidos que constituem a aparência da mesa”, o que gera a
não possibilidade de duvidar dos dados dos sentidos, ao passo que é possível duvidar da
existência de uma mesa.
Esse conhecimento da mesa é denominado conhecimento por descrição pelo fato de que
a mesa é “o objeto físico que causa tais e tais dados dos sentidos”, pelo qual se descreve a mesa
por meio dos dados dos sentidos, o que necessita o “conhecer verdades que a conectem com as
coisas das quais temos um conhecimento direto”, do qual concluímos que “conhecemos uma
descrição e sabemos que há um objeto ao qual esta descrição se aplica exatamente, embora o
próprio objeto não nos seja conhecido”.

4) R.: A falácia referida por Moore e atribuída aos filósofos éticos é chamada “falácia
naturalista” devido ao fato de ocorrer consequentemente:
1- “Puede estar tratando de probar que El objeto de deseo no ES El placer. Pero si esto
ES todo, ¿ cuál ES su ética? La postura que sostiene es puramente psicológica”;
2- “Según ésta, La díscusión és, despues de todo, verbal. Cuando A dice “Bueno
significa placentero y B dice „Bueno significa deseado‟, podrén estar queriendo afirmar
simplemente que La mayoría de La gente há usado La palabra para lo que es placentero y para
lo que es deseado pespectivamente”.
O que posteriormente gera o fato de alguém definir o prazer como se se tratava de
algum objeto natural, se alguém dizer, por exemplo, que prazer significa a sensação de
vermelho e procede a deduzir disso que o prazer é uma cor, teríamos direito de rirmos dele e
desconfiar de suas futuras afirmações acerca do prazer.

5) R.: Objeto da Ética: “que hay um objeto del pensamiento, simple, indefinible e
inanalizable , com referencia al cual debe definirse”.
Isso se deve aos significados dos juízos éticos atribuídos ao objeto da ética.
6) R.: Devido ao fato de bom ser análogo ao conceito de amarelo; onde ambos não são
complexos, e sim noções de classe simples, a partir das quais se compõem as definições e delas
que já não é possível dar uma definição ulterior; não há mais o que definir de uma noção (não
há mais partes para ser decompostas), diferentemente das noções complexas como o conceito de
quimera, que pode ser decomposto em: animal com cabeça e corpo de leão, cabeça de cabra
“que Le crece em médio de La espalda y uma serpiente em lugar de cola”, o que é considerado
um objeto complexo.

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Referência Bibliográfica:

1- Moore, G. E. 1899: “The Nature of Judgment,” Mind 8, 176-93. Reprinted in


Moore 1993, 1-19;
2- RUSSELL, Bertrand. Os Problemas da Filosofia. Tradução: Jaimir Conte.
Título original: The Problems of Philosophy. Home University Library, 1912.
Oxford University Press paperback, 1959. Reimpresso em 1971-2.© Tradução:
Jaimir Conte. Florianópolis, setembro de 2005.;
3- MOORE, G. E. . Moore. Principia Ethica (Principios Éticos). São Paulo: Ícone.
1998.

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