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UNIVERSIDADE PAULISTA

TEREZINHA GOMES DE OLIVEIRA CAMARGO


RA: 0709640

MÉTODOS TÉCNICAS E RECURSOS UTILIZADOS PELOS PROFESSORES DAS


SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLINHA BILLY
GANCHO DE NOVA XAVANTINA-MT.

Nova Xavantina/MT.
2010

UNIVERSIDADE PAULISTA
TEREZINHA GOMES DE OLIVEIRA CAMARGO
RA: 0709640

MÉTODOS TÉCNICAS E RECURSOS UTILIZADOS PELOS PROFESSORES DAS


SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLINHA BILLY
GANCHO DE NOVA XAVANTINA-MT.

Monografia apresentada ao Curso de


Pedagógia da Universidade Paulista como
requisito final para a obtênção do titulo de
pedagogo, sob a orientação da Professor
coordenador Franco Bonetti.

Nova Xavantina/MT.
2010

TEREZINHA GOMES DE OLIVEIRA CAMARGO


RA: 0709640

MÉTODOS TÉCNICAS E RECURSOS UTILIZADOS PELOS PROFESSORES DAS


SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLINHA BILLY
GANCHO DE NOVA XAVANTINA-MT.

Trabalho de curso aprovado em ...../....../....., na Universidade Paulista pela Banca


Examinadora Constituída pelos professores:

_____________________________________
Prof. Dr.
USP

_____________________________________
Prof. Ms.
UNESP
_____________________________________
Prof. Ms.
UNICAMP
AGRADECIMENTOS

A Deus por estar sempre ao meu lado todos os instantes, sem ele
nada seria possível.
Á toda minha família que orou ao meu favor, em especial meu esposo
Ronaldo de Paula Camargo, que sempre me incentivou pra que seguissem
adiante.
As minhas colegas do curso de Pedagogia da UNIP, meus sinceros
agradecimentos pela amizade. Em especial Rosangela e Adriana que
estiveram do meu lado todos os instantes.
Meus agradecimentos a irmã Arminda de Paula Camargo, pela
oportunidade de estar concluindo esta faculdade.
Ao tutor e professor Welker que me auxiliou nas horas mais difíceis ao
longo desse curso.
A Escolinha Billy Gancho que oportunizou realizar esse estudo.
E a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a conclusão
deste curso, meus sinceros agradecimentos.
EPÌGRAFE

Os professores não são valorizados, não estão nos noticiários da TV,

Vivem no anonimato da sala de aula,

Mas são os únicos que tem o poder de causar uma revolução social.

Com umas das mãos eles escrevem na lousa, com a outra,

Movem o mundo, pois trabalham com a maior riqueza da sociedade:

A juventude.

Cada aluno é um diamante que,

Bem lapidado, brilhará para sempre.

Augusto Cury
CAMARGO, Terezinha Gomes de Oliveira. Métodos Técnicas e Recursos utilizados pelos
professores das séries iniciais do ensino fundamental da Escolinha Billy Gancho. UNIP.
Nova Xavantina/MT, 2010.

RESUMO

O projeto aborda os métodos técnicas e recursos utilizados pelos professores das séries
iniciais do ensino fundamental da Escolinha Billy Gancho. O presente trabalho teve como
objetivo verificar os métodos, técnicas e recursos didáticos utilizados pelos professores das
séries iniciais da escola em estudo e ainda Explicitar valores práticos dos fundamentos
teóricos e metodológicos utilizados na Educação desses alunos. O presente estudo
fundamentou-se através da metodologia de pesquisa bibliográfica e de campo. Optou-se por
utilizar a pesquisa qualitativa, pois essa fornece uma compreensão profunda de certos
fenômenos sociais, apoiados em pressuposto da maior relevância do aspecto subjetivo da ação
social, visto que foca fenômenos complexos e/ou fenômenos únicos. Para a coleta de dados
aplicou-se um questionário aos professores no ambiente escolar. A discussão foi feita de
maneira explicativa para estabelecer articulações entre os dados da pesquisa e os referenciais
teóricos do estudo, respondendo às questões da pesquisa com base em seus objetivos. Neste
ponto de vista, a preparação do professor e sua prática pedagógica com o devido respaldo
teórico-metodológico são de fundamental importância. Nesta abordagem, observa-se que
métodos, técnicas e recursos utilizados nas séries iniciais são de grande importância para a
aprendizagem da criança.

Palavras – Chave: Educação Infantil. Métodos. Técnicas. Recursos. Professores


CAMARGO, Terezinha Gomes de Oliveira. Methods and Techniques Resources used by
teachers of early grades of elementary schools Escolinha Billy Gancho. UNIP. Nova
Xavantina/MT, 2010.

ABSTRACT

The project addresses the technical methods and resources used by teachers of early
grades of Escolinha Billy Gancho. This study aimed to verify the methods, techniques and
teaching resources used by teachers of early grades of school in the study and still Explain
practical values of the theoretical and methodological approaches used in the education of
these students. This study was based through the methodology of literature search and field.
We chose to use qualitative research because it provides a deep understanding of certain
social phenomena, supported by the assumption of greater relevance of subjective aspect of
social action, as it focuses on complex phenomena and / or unique phenomena. To collect data
we applied a questionnaire to teachers in the school environment. The discussion was done in
an explanatory to establish links between research data and the theoretical study by answering
the survey questions based on your goals. In this view, the preparation of teachers and their
teaching practice because the theoretical and methodological support are essential. In this
approach, we observed that methods, techniques and resources used in the initial series are of
great importance for the child's learning.

Key - words: Early Childhood Education. Methods. Techniques. Resources. Teachers.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...............................................................................................................07
CAPÍTULO I ..................................................................................................................09
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..................................................................................10
1. O Referencial Curricular Nacional para A Educação Infantil ....................................11

1.2 Processo de Formação e a Atuação Do Professor .....................................................14

1.3 Prática de Ensino........................................................................................................17


1.4 Métodos e Técnicas Utilizadas Pelos Professores .....................................................20
1.5 Uma Nova Visão do Professor...................................................................................21
1.6 Os Quatro Pilares da Educação..................................................................................26
CAPITULO II .................................................................................................................28
METODOLOGIA............................................................................................................28
2. Tipo de Pesquisa ..........................................................................................................29

2.1 Área de Estudo ..........................................................................................................29

2.2 Instrumento de Coleta de Dados ...............................................................................31

CAPITÚLO III.................................................................................................................32

RESULTADOS ................................................................................................................32

3. Discussão ......................................................................................................................32

CONCLUSÃO .................................................................................................................38
Bibliografias .....................................................................................................................40
Apêndice ..........................................................................................................................43
Questionário.......................................................................................................................44

.
INTRODUÇÃO

O ser humano, em todas as fases de sua vida, está sempre descobrindo e aprendendo
coisas novas pelo contato com seus semelhantes e pelo domínio sobre o meio em que vive.
Ele nasceu para aprender, para descobrir e apropriar-se dos conhecimentos, desde os mais
simples até os mais complexos, e é isso que lhe garante a sobrevivência e a integração na
sociedade como ser participativo, crítico e criativo.
A esse ato de busca, de troca, de interação, de apropriação é que damos o nome de
educação. Esta não existe por si só; é uma ação conjunta entre as pessoas que cooperam,
comunicam-se e comungam do mesmo saber. (SISTO et al, 1996).
Durante muito tempo, o julgamento do professor foi o único critério segundo o qual se
avaliavam os alunos, e sua maior preocupação era verificar o que os mesmos aprenderam
diferente de como apreenderam e aplicaram tais conhecimentos em face da matéria ensinada.
A etimologia do termo “conhecimento” provém do latim “cognoscere”, que significa
“conhecer pelos sentidos, conhecer por experiência, saber.
Portanto, “o ato de conhecer se traduz numa relação entre dois termos correspondentes:
sujeito e objeto; não há conhecimento sem um sujeito que conhece ou sem um objeto
conhecido”. (VERBO, 1967).
A função do sujeito enquanto ser histórico e construtor de sua história consiste em
aprender o objeto, acolhê-lo, torná-lo presente; a do objeto, em deixar-se aprender, em
especificar o conhecimento, dando-lhe um conteúdo. Hoje, uma das questões decisivas para as
práticas pedagógicas é a consciência sobre o conhecimento construído na sala de aula. Muitas
vezes o termo conhecimento é compreendido como saberes acabados, prontos, e encerrado em
si mesmo, sem relação com sua produção histórica.
8

A maior preocupação do currículo escolar consistia na aquisição de conhecimentos e


habilidades por parte das crianças, conseqüentemente, a ação docente visava apenas o
desenvolvimento apenas do aspecto intelectual infantil.
O processo para uma aprendizagem eficaz depende de inúmeros fatores, dentre os
quais, os mais prementes são: o talento do professor, o tipo intelectual do aluno, as
oportunidades oferecidas pelo ambiente imediato da escola, perspectivas futuras de vida do
aluno.
O processo para uma aprendizagem eficaz depende de inúmeros fatores, dentre os
quais, os mais prementes são: o talento do professor, o tipo intelectual do aluno, as
oportunidades oferecidas pelo ambiente imediato da escola, perspectivas futuras de vida do
aluno.
A escola moderna, entretanto, não visa apenas instruir os alunos, tomando como base
uma “Educação Bancária” já citada por Paulo Freire, onde todos os conhecimentos devem ser
de certa forma depositada na mente das crianças até que as mesmas consigam incorporá-los. E
é por esse motivo que atualmente o principal objetivo é proporcionar com muita criatividade e
conhecimento pedagógico atualizado, o crescimento e o desenvolvimento de cada aluno em
particular, de modo que este se realize de acordo com suas possibilidades.
Para isso, o educador assume a responsabilidade de despertar interesse, gosto e estima
por coisas que irão contribuir ao desenvolvimento intelectual e social das crianças,
capacitando-as a formarem atitudes críticas e tentativas de resolução de problemas
envolvendo todo o seu grupo de convívio.
O Referencial Nacional para a Educação Infantil abre um maior espaço para que os
conteúdos sejam trabalhados em âmbitos gerais, processados de forma integrada e global
fazendo inter-relações entre diferentes eixos a serem desenvolvidos com as crianças, eixos
estes fundamentais ao seu desenvolvimento. Isto se deu através do Conselho Nacional da
Educação, pela Lei de Diretrizes e Bases Educacionais para a Educação Infantil.
O Educador, como mediador desse processo, tem como meta organizar os conteúdos de
forma que se tenham informações de diversas áreas, sem que se separem, estudando a questão
como um todo, olhando-a sob diferentes ângulos, ou seja, pontos de vista, diferentes, onde
será prontamente ressaltado o devido valor do respeito ao ouvir e tentar compreender uma
opinião oposta que venha a surgir no decorrer dessas ações educativas, que terão reflexos
extra-escola provavelmente.
9

Pode-se afirmar que a eficiência do ensino se traduz no progresso dos alunos. Os


professores, em todas as épocas, têm-se preocupado com a avaliação do trabalho escolar, e
agora, particularmente, direcionada aos docentes atuantes na Educação Infantil, sabendo o
nível de conhecimento das crianças no momento em que estas lhes são entregues, para
poderem determinar com convicção seus progressos depois de certo tempo; verificar a
quantidade de aprendizagem e o modo como ela vem se desenvolvendo com o intuito de saber
dosar e distribuir os trabalhos de aula, conhecendo e respeitando as habilidades e limitações
de cada criança (dentro de sua faixa etária), podendo proporcionar o auxílio que
individualmente necessitam.
É fundamental para que os alunos situem-se no mundo de hoje, o apoio de professores
também atualizados e que estejam preparados para administrar suas aulas dentro dos enfoques
como a interdisciplinaridade, inteligências múltiplas e formação de competências. Para que as
crianças consigam processar as inúmeras informações que lhes são transmitidas diariamente
pela mídia, sabendo construir suas reflexões, levando em conta aspectos envolvidos, e não
tomar para si uma opinião ‘da maioria’ como pessoal, sem argumentos. Por isso, o educador é
responsável pelo desenvolvimento da identidade e autonomia de seus alunos.
O presente trabalho teve como objetivo verificar os métodos, técnicas e recursos
didáticos utilizados pelos professores das séries iniciais do ensino fundamental da Escola
Billy Gancho e ainda Explicitar valores práticos dos fundamentos teóricos e metodológicos
utilizados na Educação desses alunos.
Para se ter uma melhor estrutura, esse estudo foi dividido em três capítulos sendo:
capítulo I, inicia com a contextualização do tema em estudo; capitulo II descreveu-se a
metodologia desenvolvida nesse estudo; capitulo III fez a análise e discussão dos dados
coletados.
10

CAPÍTULO I
FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA
1

1. O REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL


E SUA FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA

A Constituição Federal, em seu art. 227, determina:


É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao
adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação,
à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito,
à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo
de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade
e opressão.

Ao Estado, portanto, compete formular políticas, implementar programas e viabilizar


recursos que garantam à criança desenvolvimento integral e vida plena, de forma que
complemente a ação da família.
A Educação Infantil, embora tenha mais de um século de história, somente nos últimos
anos foi reconhecida como direito da criança, das famílias, como dever do Estado e como
primeira etapa da Educação Básica.
Contudo, as formas de ver as crianças vêm, aos poucos, se modificando, e atualmente
emerge uma nova concepção de criança como criadora, capaz de estabelecer múltiplas
relações, sujeito de direitos, um ser sócio-histórico, produtor de cultura e nela inserido.
Na construção dessa concepção, as novas descobertas sobre a criança, trazidas por
estudos realizados nas universidades e nos centros de pesquisa do Brasil e de outros países,
tiveram um papel fundamental. Essa visão contribuiu para que fosse definida, também, uma
nova função para as ações desenvolvidas com as crianças, envolvendo dois aspectos
indissociáveis:
educar e cuidar.
Tendo esta função, o trabalho pedagógico visa atender às necessidades determinadas
pela especificidade da faixa etária, superando a visão adultocêntrica em que a criança é
concebida apenas como um vir a ser e, portanto, necessita ser “preparada para”.
Diante do contexto abordado o Referencial abre um leque de oportunidades para
trabalhar a teoria construtivista e interacionista, basta apenas à escola cumpra seu papel que se
constitui em: Construir em espaço em que a criança possa compartilhar e confrontar com
outras crianças e com os adultos suas idéias do mundo físico, natural e social. Ampliar os
conhecimentos socialmente construídos da criança, partindo do que ela já sabe e objetivando
ensinar o que ela precisa aprender.
1
2

A convivência com outras pessoas é essencial para fortalecer os vínculos afetivos, de


troca e a auto-estima, além de aplicar gradativamente as possibilidades de comunicação e
interação social dos alunos de Educação Infantil.
Desta maneira, compreende-se que só há aprendizagem (aumento de conhecimento)
quando o esquema de assimilação sofre acomodação. E a mente aumente sua organização e
sua adaptação ao meio a fim de funcionar em equilíbrio.
Quando este equilíbrio é rompido por experiências não assimiláveis à mente se
reestrutura (acomodação) a fim de construir novos esquemas de assimilação e novo equilíbrio;
este processo reequilibrador é o fator preponderante na evolução, no desenvolvimento mental
e na aprendizagem (PIAGET, 1976, p.175).
Eis o motivo do papel do professor ser de fundamental importância no processo ensino-
aprendizagem, que pode ser de fundamental importância no processo ensino-aprendizagem,
que pode afetar a inteira capacidade de assimilação o aluno.
Dentro deste Referencial destacam-se os seguintes eixos de trabalho: Movimento, Artes,
Música, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade e Matemática. Estes eixos foram
escolhidos por constituírem uma parcela significativa da produção cultural humana, que
amplia e enriquece as condições de inserção das crianças na sociedade.
Tal Currículo deve influir na conformação de sentimentos e expectativas do aluno, e se
este Currículo não abordam assuntos que se referem à realidade do aluno, é bem provável que
este apresente um comportamento indisciplinado, que muitas vezes representa uma revolta
explícita contra o discurso escolar que colocou de lado a sua real necessidade.
Cabe, portanto, aos professores mobilizar estes conteúdos em torno das temáticas
escolhidas, de forma que os diversos eixos não representem continentes isolados, mas digam
respeito mãos diversos aspectos que compõem o exercício da cidadania.
Dentro do processo proposto, o professor tem um papel ativo, descobrindo e
experimentando diferentes formas de ensinar, a partir de seu contato e interação com os
alunos.
Pesquisar, realizar experiências, manipular objetos, participar da situação cotidiana,
fazer visitas, ir ao cinema, brincar, relacionar-se com outras pessoas, e muitas outras
atividades, podem representar momentos de aprendizagem. Por isso, o professor deve
embasar sua prática em atividades que sejam significativas para a criança considerando
sempre o que ela já sabe.
1
3

Além disso, o aluno deve obter conhecimento não apenas para ter na
cabeça muitas informações que, na maioria dos casos, nunca vai utilizar. O
conhecimento ideal é aquele que o transforma em um “cidadão do mundo”.
No entanto, para que isso aconteça, o papel do professor deve ser a de
um “facilitador de aprendizagem”, aquele que provoca no aluno um estímulo
que o faça aprender a aprender. (DELORS, 1998, p. 26).
Segundo FAZENDA (1995), a prática que possibilita o fundamento do saber é aquela
cuja natureza social se revela. Uma prática individual bem sucedida contextualiza-se em
determinada história de vida particular, que por sua vez é produzida em um determinado
espaço e num tempo historicamente determinado.
A história atual de uma determinada prática só pode ser revelada em sua complexidade
quando investigada em suas origens de tempo e espaço por isso, a importância fundamental de
que o pesquisador da prática investigue a mesma não só em sua ação imediata, tal como ela
aparentemente se revela, mas permite-se compreender os condicionantes históricos que a
determinaram.
14

O PROCESSO DE FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DO PROFESSOR

Segundo Geertz (1983), cita que todo e qualquer processo educacional formal começa
com a ação do professor em interação com os seus alunos, ele tem um papel importantíssimo
nos primeiros anos da vida escolar da criança, no ensino fundamental, além de ser um
referencial do conhecimento, ele é também um referencial afetivo do aluno, e suas atitudes
são valorizadas e imitadas como modelo de perfeição. Isto coloca sobre o profissional de
educação uma enorme carga de responsabilidade, quando que, muitas vezes, o mesmo ainda
não está preparado para suportá-la, ou seja, assumí-la como parte de seu ofício.
Não existem professores sem alunos e ensinar não é apenas transferir conhecimento,
mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção, aprenderem juntos. Para
ensinar precisamos aproximar o aluno dos objetos provocando curiosidades e pesquisas, pois
a pesquisa e o ensino andam lado a lado. O educador deve respeitar a bagagem de
conhecimentos do aluno, e ser critico.
A prática educacional deve ter beleza e decência formando homens e
mulheres capazes de decidir e de escolher. O professor deve se arriscar
ensinando; aceitar o progresso do aluno e principalmente rejeitar qualquer ato
discriminatório como: cor, classe social e outros. FREIRE (1996).

Segundo Freire (1996, p.12), “educar é construir, é libertar o ser humano das cadeias
do determinismo neoliberal, reconhecendo que a História é um tempo de possibilidades. É um
“ensinar a pensar certo” como quem fala “com a força do testemunho”. É um “ato
comunicante, co-participado”, de modo algum produto de uma mente “burocratizada”. No
entanto, toda a curiosidade de saber exige uma reflexão crítica e prática, de modo que o
próprio discurso teórico terá de ser aliado a sua aplicação prática.
Ensinar é algo profundo e dinâmico onde a questão de identidade cultural que atinge a
dimensão individual e a classe dos educandos, é essencial á “prática educativa progressista”.
Portanto, torna-se imprescindível “solidariedade social e política” para se evitar um
ensino elitista e autoritário como quem tem o exclusivo do “saber articulado”. E de novo,
Freire salienta, constantemente, que, educar não é mera transferência de conhecimentos, mas
sim, conscientização e testemunho de vida, senão não terá eficácia.

Igualmente, para “ele,” educar é como viver, exige a consciência do


inacabado porque a História em que me faço com os outros (“...) é um tempo
de possibilidades e não de determinismo”. No entanto, tempo de
possibilidades condicionadas pela herança do genético social, cultural e
histórico que faz dos homens e das mulheres seres responsável, sobretudo
quando “a decência pode ser negada e a liberdade ofendida e recusada”
(FREIRE 1996, p.62)
1
5

Com a introdução da prática interdisciplinar através de âmbitos e eixos na Educação


Infantil, resulta numa profunda transformação da Pedagogia, implicando também
modificações na formação de docentes que se tornem altamente capacitados e qualificados e
em constante aprimoramento de seus saberes e práticas pedagógicas, que assumirão como atos
de transmissão e relação de troca, onde o papel é de orientar e auxiliar quem está buscando o
caminho, porém sem o mostrá-lo como se fosse o único a ser seguido.
Por isso é importante enfatizar que, tão importante quanto investir na formação de
novos profissionais, é também investir na atualização dos profissionais que já estão fazendo o
ensino acontecer. Certos ou errados em suas concepções, eles estão, em toda a sua maioria,
revestidos de boa vontade em ensinar, e só por isso já seria válido oferecer-lhes novos
instrumentos para melhor aplicarem, trocarem e transmitirem conhecimentos.
E o momento de fazer tal atualização é agora, é imediato, pois quando se faz presente o
desejo de mudança de todos aqueles que estão comprometidos em melhorar a qualidade de
ensino para assumir uma nova postura perante o ensino, as ações deverão ser diárias, através
de criações de hábitos, pois uma prática só se transforma em rotina na medida em que vai
sendo exercitada. Não é uma transformação que acontece do dia para noite, mas são
alterações que vão permeando a prática tradicional aos poucos, até se transformar numa forma
válida de abordar o conhecimento humano.
É totalmente relevante trazer sempre à memória, que o papel da escola é formar
cidadãos transformadores, por esta razão, ela própria tem que ser um espaço de
transformação, o que, na nossa realidade, ela não tem sido. Não se pode negar que o lema
“escola para todos” ainda é uma ilusão, pois ela mesma é excludente, às vezes até
preconceituosa, por classe social, raça, sexo e ainda existe o preconceito contra crianças
portadoras de deficiências especiais.
Diante do contexto verificam-se mais do que nunca a extrema necessidade do professor
estar sempre buscando descobrir e elaborar, dentro de sua concepção de ensino, a forma mais
adequada para transmitir e ensinar os conteúdos propostos.
Tem-se optado, comumente, boas técnicas de ensino permeadas pela tecnologia como
um meio atraente e motivador para o ensino institucional, e que atualmente deve estar inserida
1
na prática pedagógica do professor, aqui entendida como o efetivo exercício profissional do
professor, dentro e fora da sala de aula.
Portanto, uma prática que também é social extrapola os muros da escola, vinculando-se
ao cotidiano do professor, do aluno e da Instituição Escolar, resultando numa ação integrada.
A Instituição escolar é concebida como um espaço social, um espaço de ações
alternativas que contribui para que haja transformações sociais positivas aos cidadãos.

A atuação docente pressupõe: Uma atitude de abertura por parte do educador,


não preconceituosa, onde todo o conhecimento é igualmente importante;
Alcançar o reconhecimento quanto à peculiaridade dos processos de
aprendizagem de educação Infantil; Buscar conhecimentos preconizados na
Lei e suas deliberações vigentes; Conscientização de que não existem
respostas prontas e acabadas, mas sim, uma permanente reflexão,
investigação e complexidade da práxis educativa à luz das teorias sócio-
histórica e sócio-interacionista. (ROSSINI 2005).

A ação pedagógica se dá pelo desenvolvimento da sensibilidade, de uma formação


adequada e necessária na arte de entender e esperar, e no desenvolvimento da criação e
imaginação.
Durante seu desenvolvimento, a criança, é influenciada pelas experiências sócio-
históricas e pelo mundo criado pelos adultos. Então o professor de Educação Infantil deve
entender que, utilizando de atividades diferentes seus alunos têm a oportunidade de expressar
suas emoções, sentimentos, pensamentos desejos e necessidades, aprendendo a lidar com os
diferentes tipos de linguagens (corporal, escrita, oral, musical e plástica).
Por essa razão, o espaço dedicado à Educação Infantil deve favorecer a interação da
criança com a realidade, oferecendo-lhe objetos e oportunidades que permitam a ela soltar sua
imaginação e representar o mundo real criativamente.
Assim, o professor deve ser capaz de construir vínculos baseados na confiança recíproca
e no respeito mútuo, estimulando o desenvolvimento da autonomia, tanto quanto possível,
sendo continente da ansiedade da criança, do professor e de mais membros da escola, assim
como na família. E sem dúvida alguma, para ser um “mestre de verdade”, é necessário ter
amor e sensibilidade pela Educação, qualidades que são primordiais para melhorar o ensino
em todo o País.
Segundo Rossini (2005), a escola e a família vão influenciar profundamente no
desenvolvimento das crianças em todos os aspectos: físicos, emocional, intelectual e social.
O professor-educador “polinizador” de mentes e almas tem talento, capacidade de
motivar-se e estimular a motivação dos que o cercam. É persistente diante dos obstáculos, não
17
se intimidando com as frustrações que a vida lhe apresenta. Sabe-se que “conhecimento só é
conhecimento quando se transforma em ação”.
1.3 PRÁTICA DE ENSINO
Durante muito tempo na história da educação brasileira a atividade do professor, esteve
dominada pelo modelo tradicionalista o qual preocupava-se apenas com a transmissão dos
conhecimento produzidos pela ciência ao longo da história da humanidade. Aos alunos cabia
a memorização, com base em questionários e livros didáticos, e a repetição dos conteúdos nas
provas realizadas, as quais tinham por objetivo central a promoção para séries posteriores. O
conhecimento científico era tomado como neutro e não se punha em questão a verdade
científica (BRASIL, 1997).
Nessa perspectiva, de acordo com Nunes (2003, p.25), ocorria à redução da
racionalidade prática à mera racionalidade instrumental, o que obrigava o docente a
incorporar as definições externas dos objetivos da sua intervenção, assumindo uma postura
passiva diante dos modelos curriculares elaborados por especialistas e dos conteúdos
apresentados nos livros didáticos.
A formação inicial dos professores era centrada na preparação de profissionais capazes
de transmitir conhecimentos já elaborados e dava profunda ênfase nos conteúdos específicos
de sua área de conhecimento, consagrando a separação entre teoria e prática (DOMINGUES,
1998, p.193).
Um estudo realizado por Nunes (2003, p.26), sobre o histórico do ofício docente no
Brasil, revela que somente na década de 1970 foi ficando cada vez mais evidente que a idéia
de capacitar o professor com uma linguagem científica e cultural, que assegurasse o
conhecimento de um conteúdo a ser ensinado, bem como dotá-lo de alguns componentes
psico-pedagógicos, para aprender a atuar em sala de aula, já não oferecia instrumentos
teóricos necessários para responder aos desafios do cotidiano escolar.
Segundo Rondina (2001, p.145), esses desafios envolviam a preocupação com
conteúdos das idéias dos estudantes em relação aos diversos conceitos científicos aprendidos
na escola.
A partir dos anos de 1980 (BRASIL, 1998), é que o conhecimento escolar deixa de ser
entendido como inquestionável passando a ser encarado como um processo. 1

Para Becker citado por Rondina (2001, p. 151), o aluno passa a ser o centro do processo
de ensino aprendizagem.
De forma geral, as idéias desses autores têm procurado demonstrar que o aluno
estabelece uma série de relações com o seu meio físico e social e que está interagindo com o
meio que vai além do espaço escolar.
Isto, certamente exige que o professor não mais assuma uma postura tradicional de
ensino, isto é, não mais considere o aluno, com base nos aspectos apenas da cognição, como
uma “tabula rasa” que vai interagir com objetos do conhecimento somente no contexto
da educação escolar (DELIZOICOV, 2002).
Compreende-se, então, a necessidade de conduzir os futuros professores, na sua
formação inicial, a partir das suas próprias concepções, a ampliar seus recursos e modificar
suas idéias e atitudes de ensino (CARVALHO, 2003 p.117).
A formação inicial do professor das series iniciais, já não pode mais ser reduzida ao
estudo e domínio de conteúdos e técnicas para serem utilizadas em suas futuras práticas de
ensino e até mesmo conduzindo estes a assumir uma, postura acrítica, frente aos problemas
sociais dos seus alunos e do meio onde a escola está inserida.
Segundo Freire (1996), não existe professores sem alunos e ensinar não é apenas
transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção,
aprenderem juntos. Para ensinar precisamos aproximar o aluno dos objetos provocando
curiosidades e pesquisas, pois a pesquisa e o ensino andam lado a lado.
O educador deve respeitar a bagagem de conhecimentos do aluno, e ser critico. A
pratica educacional deve ter beleza e decência formando homens e mulheres capazes de
decidir e de escolher. Ensinar exige que o professor faça o que fala, “faça o que manda e não
faça o que faço”. O professor deve se arriscar ensinando; aceitar o progresso do aluno e
principalmente rejeitar qualquer ato discriminatório como: cor, classe social e outros.
Construção é o ato de edificar, fazer algo por etapas; praticar a ação de construir, deixar
“marcas”. O processo de construção do conhecimento é algo que demanda altos esforços,
tempo, paciência e dialogo.
Nesse caso o processo de construção do conhecimento é algo abstrato em muitos
aspectos. Abstrato porque não conseguimos demonstrá-lo de forma pratica tangível. Torna-se,
em suma, experiência não demonstrável porque não é visível aos olhos, ao tato, em fim, a
construção do conhecimento exige competência tanto de ensinar quanto no aprender.
Mas a competência maior surge quando se exige do sujeito sua expansão, sua
qualificação no ato de ensinar e aprender. Ensinar é a ação de adultos sobre crianças, ou
indivíduos fazendo com que interiorizem conhecimentos, noções de mundo; é o ato de
disciplinar. É a competência de ajudar alguém construir ou praticar algo. A prática pedagógica
deve considerar os saberes produzidos no cotidiano.
19

Acredita-se que o grande desafio de uma ação docente inovadora é


desenvolver uma prática educativa atualizada que propicie aos alunos e
professores um processo conjunto para aprender de forma criativa,
dinâmica, corajosa e que tenha como fim a formação cidadã.
Portanto, a educação é muito mais do que transmitir conhecimentos e habilidade por
meio dos quais se atingem objetivos propostos.
O processo de educar exige que todos os sujeitos envolvidos no processo: crianças,
professoras e professores, pais, comunidade e outros profissionais; as instituições de
Educação Infantil assegurem e divulguem iniciativas inovadoras, que levem ao avanço na
produção de conhecimentos teóricos na área da Educação Infantil, sobre a infância e a prática
pedagógica; a reflexão coletiva sobre a prática pedagógica, com base nos conhecimentos
historicamente produzidos, tanto pelas ciências quanto pela arte e pelos movimentos sociais,
norteie as propostas de formação;
2

1.4 METODOS E TECNICAS UTILIZADAS PELOS PROFESSORES DAS SERIES


INICIAIS

Os métodos e técnicas de ensino são instrumentos que se colocam à disposição do


professor para a efetivação do processo de ensino.
Segundo Souza (2001, p.58), o método é um modo de conduzir a aprendizagem,
buscando o desenvolvimento integral do aluno, através de uma organização precisa de
procedimentos que favoreçam a consecução dos propósitos estabelecidos. A técnica, por sua
vez, é o conjunto de atividades sistematicamente organizadas, que tem por objetivo propiciar
ao aluno uma aprendizagem eficaz, contribuindo para seu aperfeiçoamento individual e/ou
grupal, ou seja, é a operacionalização do método.
Sabe-se que os conteúdos são instrumentos utilizados para se chegar aos objetivos
presentes em um planejamento, seja ele, bimestral, trimestral, semestral ou anual.
Deve-se ter em mente que os “objetivos de um plano de trabalho não são aquilo que se
vai dar ao aluno como atividade, mas sim o que se espera dele como resultado da
aprendizagem”. (NEGRINE apud MELLO; BRACHT, 1992, p.06).
Para Campos (1986, P.108), a compreensão e o uso adequado das técnicas motivadoras
poderiam resultar em interesse, concentração da atenção, atividade produtiva e eficiente de
uma classe, a falta de motivação poderiam conduzir ao aumento de tensão emocional,
problemas disciplinares, aborrecimentos, fadiga e aprendizagem pouco eficiente da classe.
Os estilos de aprendizagem são caracterizados por comportamentos
cognitivos, afetivos e psicológicos, e indicam como os aprendizes
percebem, interagem e respondem ao ambiente de aprendizado que os
estilos de aprendizagem podem ser apresentados em 4 dimensões gerais:
a) cognitiva – maneira pela quais os indivíduos processam a informação por
meio da percepção, pensamento, resolução de problemas, lembrança e
relações entre acontecimentos;
b) afetiva – vêem o aprendizado relacionado com a personalidade pessoal.
Deste modo, possui as seguintes características, atenção, emoção, motivação,
incentivo, curiosidade, frustração e ansiedade;
c) fisiológica – vêem o aprendizado conectado as características biológicas.
Por exemplo, os sentidos são utilizados;
e d) psicológica – vêem o aprendizado relacionado a “força interior” e a
individualidade de cada pessoa. CAMPOS (1986, P.108).

No processo de ensino-aprendizagem o método e técnicas de ensino utilizadas pelo


professor são de grande importância para o sucesso do aluno. Diferentemente da maioria das
outras profissões, a de professor requer para a sua atuação no campo profissional, de dois
2
1

tipos distintos de conhecimento: o conhecimento científico relacionada à área específica de


formação.
Na atualidade o foco da atuação educativa dirigida pelo professor, passou do ato de
ensinar para a o ato de fazer com que o aluno aprenda, ou seja, o professor não é pago para
ministrar aulas e sim, para fazer com que seus alunos aprendam da forma mais eficaz e
duradoura possível.
O ato de ensinar está relacionado a uma ação mecânica de transmitir saberes e
informações. Nesta forma de ensino os saberes são tratados de forma descontextualizada e
assimilados momentaneamente pelos alunos, para serem utilizados em avaliações imediatistas
que ocorrem no final de cada bimestre.
Fazer aprender está relacionado à educação como prática educativa, processo ensino e
aprendizagem, que leva o indivíduo a aprender a aprender, a saber, pensar, criar, inovar,
construir conhecimentos, participar ativamente de seu próprio crescimento (LANDIN, 1997,
p. 24).
Para fazer com que os alunos aprendam várias estratégias diferentes devem ser
utilizadas, pois é necessário considerar a individualidade de cada um e seu ritmo de
aprendizagem. Entre elas pode-se citar a contextualização dos conteúdos a serem trabalhados,
partindo principalmente dos conhecimentos empíricos que os alunos já têm para que eles
possam, junto com o professor, (RE) construir novos saberes e conhecimentos.
O profissional competente possui capacidades de auto-desenvolvimento reflexivo. A
lógica da racionalidade técnica opõe-se sempre ao desenvolvimento de uma práxis reflexiva.
(ZABALA, 1998, p.27)
No âmbito das relações intra-escolares, a prática educativa é também elemento
importante para a formação do professor.
Especificamente, a relação professor-aluno é educadora em diversos níveis:
no nível das relações humanas, onde indivíduos se relacionam na produção
de sua existência pela mútua comunicação e apropriação de bens intelectuais
e valores; no nível das relações culturais, onde o encontro da experiência e o
pensar espontâneo do aluno com a elaboração organizadora do professor
definem rumos para uma concepção crítica e unitária do mundo (GRAMSCI,
1995).

No nível das relações políticas, onde o aluno é portador da experiência popular,


podendo ser o elo mais imediato de ligação do professor com os interesses populares e
servindo-lhe de suporte para que seu trabalho mantenha o sentido de atendimento à
população.
2
2

Se a prática educativa é essencial ao processo de constituição do professor educador, ela


não deixa também de ser para ele um elemento de dúvida que pode distanciá-lo de seu ideal
de transformação da sociedade a partir da formação cidadã dos seus alunos, arrastando-o para
a monotonia da prática de ensino e desorientando-o com inúmeros pequenos e imediatos
problemas do cotidiano e da burocracia escolar.
Somente o educador que for capaz de discernimento crítico saberá como assumir sua
prática pedagógica como elemento positivo de educação. (SILVA, 1992, p. 42)

1.5 UMA NOVA VISÃO DO PROFESSOR


Na sociedade pós-moderna, esta nova visão social, as transformações estão acontecendo
de forma ultra-rápida em todos os setores sociais. A presença das redes eletrônicas no
processo de ensino e aprendizagem, este novo ambiente, nos faz pensar que a escola,
forçosamente, está exigindo novos profissionais para a educação.
O perfil vem se alterando porque a visão de mundo está mudando e os nossos
professores estão, hoje, insatisfeitos, descontentes, ansiosos, pela não compreensão das novas
necessidades sociais e do processo educacional. Ou seja, a sociedade mudou e a escola precisa
mudar e os professores precisam saber que ser professor, hoje em dia, exige qualidades
diferentes daquelas de vinte ou trinta anos atrás.
Chartier (2007) anunciou que o professor constrói suas práticas a partir do que está
sendo discutido no meio acadêmico e transposto para os textos do saber; nesse processo, a
partir de suas reinterpretações, considera o que é possível e pertinente para ser feito em sala
de aula. Nessa re-construção, as práticas escolares cotidianas são apropriações ativas, não
sendo consideradas como algo acabado e pronto.
Não se pode pensar, nos dias atuais, que nossos alunos são menos inteligentes,
responsáveis, mais imaturos ou menos preparados do que em outras épocas. O que temos de
lembrar é que o paradigma de mundo está se alterando rapidamente e que as tecnologias têm
contribuído para isto.
Assim, segundo Borges (1995), os professores deverão valorizar mais os alunos, ou
seja, ênfase no aluno e não na matéria como estão fazendo. É importante citar que isto não
significa dizer que o professor abandonará seus conteúdos, pois somente aqueles professores
que alcançaram um alto grau de conhecimento sobre seus conteúdos é que são capazes de se
libertarem dos mesmos, para efetivamente, dar atenção devida para as reais necessidades de
seus alunos.
O professor deverá valorizar seu aluno permitindo que o mesmo avance em sua jornada
do aprender, onde ele construa e reconstrua, elabore e reelabore seu conhecimento de acordo
com sua habilidade e seu ritmo e, neste contexto, o uso das redes poderá ampliar e
implementar o processo de ensino e aprendizagem.
Outro ponto a se considerar, ainda segundo o mesmo autor acima citado, é a questão do
professor como um transmissor de conhecimentos. A escola, na maioria das vezes, não
oferece condições para o professor produzir seu conhecimento e, desta forma, ou o professor
está na escola dando aula ou não está presente na instituição. Como conseqüência, do fato do
professor não ter tempo para elaborar seu material, acaba surgindo uma verdadeira cultura de
2
4

livros didáticos e manuais com perguntas e respostas prontas que dispensam os mestres do ato
de refletir e da produção do saber.
O professor através do uso das redes eletrônicas deve equilibrar os currículos e os
procedimentos metodológicos com os estilos de aprendizagem dos alunos, encontrando um
elo entre o processo cognitivo e emocional, bem como observar os modos de vida dos
estudantes, buscando, principalmente nos conceitos de flexibilidade e diversidade, um canal
direto com o mundo. Isso nos levará a uma ênfase maior na produção do conhecimento e não
apenas na transmissão. O professor, usando as redes, poderá gerar e gerenciar uma grande
quantidade de informação e conhecimento, trabalhando na pesquisa e na produção de novos
conhecimentos.
Da mesma forma, segundo Borges (1995), o eixo será deslocado da atividade oral para
as atividades de interação do aluno com o meio. Não é o discurso do professor que garante
autenticidade ao conhecimento. O professor privilegiará as atividades de interação em
laboratórios, visitas a museus, trabalho em grupo, projetos educativos, teatros, vídeos e,
principalmente, as experiências com pares distantes através da utilização das redes
eletrônicas.
Neste contexto, a Internet oferece uma aventura emocionante, excitante e prazerosa para
a interação das diferentes formas. O mesmo autor cita que, de uma maneira abrangente,
aprendemos cerca de 20% do que ouvimos, 30% do que vemos, 50% do que ouvimos e
vemos, 80% do que ouvimos, vemos e fazemos e 100% quando criamos, ou seja, quando
interagimos de forma ampla e abrangente, o resultado poderá ser surpreendente.
É através da prática colaborativa-interativa que o professor poderá tomar gosto pelo
pesquisar e estudar e as redes eletrônicas proporcionam essas atividades colaborativas com
pares distantes, em culturas diferentes e com diferenças étnicas. Isso é importante para que
aluno e professor possam criar um bom entendimento dos fenômenos e, assim, a ênfase estará
sobre a interação e não sobre a fala do professor.
Por fim, segundo Borges (1995), o enfoque do professor estará centrado em ser "aberto"
para aprender a cada momento. Ao professor caberá a tarefa de ensinar seus alunos tomar
decisões neste mundo marcado pela pluralidade de informações.
O certo ou errado numa época de tantas transformações, profundas mudanças, acaba
sendo uma questão de visão de mundo, porém, estar, "ser aberto" para aprender a cada
momento da vida, saber ver, analisar, fazer perguntas, poder perceber que o conhecimento,
cada vez mais, estará sujeito a transformações, será muito mais significativo neste novo
25

contexto. O professor auxiliará o aluno na coleta da informação (das redes), na análise e na


elaboração do conhecimento a partir dela e a ênfase não estará mais no "certo ou errado",
mas, em "estar aberto" para aprender.
Os professores, no uso das redes, têm à sua disposição um ambiente interativo,
moderno, desafiador e inovador e podem transformar o processo ensino-aprendizagem numa
aventura dinâmica. Depende de cada um buscar essa nova forma de conhecimento.

26

1.6 Os Quatro Pilares da Educação


Tedesco (1998), um dos grandes pensadores da educação no continente, alerta-nos para
o risco, pela primeira vez na História, de os elos entre as gerações se enfraquecerem. Isso
resulta do enfraquecimento dos grupos sociais primários, a começar pela família, que primeiro
e mais eficazmente transmitem e formam valores.
Esses elos frágeis entre as gerações abrem as portas para o esgarçamento do tecido
social, vez que as crianças e os jovens ficam sujeitos a interferências de todas as espécies,
inclusive da comunicação de massa. É aqui que entra a escola, como instituição socializadora,
absorvendo, quer queira, quer não, cada vez mais funções da família e caminhando. Com
limites cada vez mais estreitos da convivência familiar, ela se torna o local por excelência
onde pode ocorrer educação.
Mas que educação é necessária? A UNESCO reuniu alguns dos maiores luminares do
mundo na Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, que deu a lume o
relatório "Educação: um tesouro a descobrir". (DELORS et al, 1996).
Com efeito, o tesouro da educação, passados alguns anos, ainda não foi plenamente
descoberto, como sugerem as indagações acima, relativas a um conceito ampliado de
desenvolvimento e às suas implicações com valores, atitudes e comportamentos individuais e
coletivos. Todavia, tendo em mente reflexões como essas, a comissão destacou quatro pilares
que são as bases da educação, ao longo de toda a vida, para o século que já começou e até nos
surpreende com os seus percalços.
O primeiro deles é aprender a conhecer. Ao contrário de outrora, não importa tanto hoje
a quantidade de saberes codificados, mas o desenvolvimento do desejo e das capacidades de
aprender a aprender.
Compreender o mundo que rodeia faz com que o aluno torne, para toda a vida, "amigo
da ciência", dispor de uma cultura geral vasta e, ao mesmo tempo, da capacidade de trabalhar
em profundidade determinado número de assuntos, exercitar a atenção, a memória e o
pensamento são algumas das características desse aprender que faz parte da agenda de
prioridades de qualquer atividade econômica. Este é um processo que não se acaba e se liga
cada vez mais à experiência do trabalho, à proporção que este se torna menos rotineiro.
O segundo pilar é aprender a fazer. Conhecer e fazer, diz-nos o relatório, são, em larga
medida, indissociáveis. O segundo é conseqüência do primeiro. Em economias
crescentemente tecnificadas, em que ocorre a "desmaterialização" do trabalho e cresce a
importância dos serviços entre as atividades assalariadas e em que o trabalho na economia
informal é constante, deixa-se a noção relativamente simples de qualificação profissional.
2
7

Passa-se para outra noção, mais ampla e sofisticada de competências, capaz de tornar as
pessoas aptas a enfrentar numerosas situações e a trabalhar em equipe. Isso ocorre nas
diversas experiências sociais e de trabalho que se apresentam ao longo de toda a vida.
O terceiro pilar é aprender a viver juntos, desenvolvendo a compreensão do outro e a
percepção das interdependências, no sentido de realizar projetos comuns e preparar-se para
gerir conflitos.
Em contraposição à competitividade cega, a qualquer custo, do mundo de hoje, cabe à
escola transmitir conhecimentos sobre a diversidade da espécie humana e, ao mesmo tempo,
tomar consciência das semelhanças e da interdependência entre todos os seres humanos.
Para isso, não basta colocar em contato grupos e pessoas diferentes, o que pode até
agravar um clima de concorrência, em especial se alguns entram com estatuto inferior. É
preciso, para isso, promover a descoberta do outro, descobrindo-se a si mesmo, para sentir-se
na pele do outro e compreender as suas reações. E, além disso, tender para objetivos comuns,
trabalhando em conjunto sobre projetos motivadores e fora do habitual, cuja tônica seja a
cooperação. ABRAMOVAY e RUA (2002).
Por fim, o quarto pilar é aprender a ser. A Comissão reafirmou que a educação deve
contribuir para o desenvolvimento total da pessoa, isto é, espírito e corpo, inteligência,
sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, espiritualidade.
Cabe à educação preparar não para a sociedade do presente, mas criar um
referencial de valores e de meios para compreender e atuar em sociedades
que dificilmente imaginamos como serão. Este pilar significa que a educação
tem como papel essencial "conferir a todos os seres humanos a liberdade de
pensamento, discernimento, sentimentos e imaginação de que necessitam
para desenvolver os seus talentos e permanecerem, tanto quanto possível,
donos do seu próprio destino" (DELORS et al. 1996).

Ao mesmo tempo, segundo várias pesquisas, as violências reduzem o aproveitamento


dos alunos, levando-os, inclusive, por medo, desinteresse e outros motivos, a faltar à escola, a
afastar-se temporariamente dela e, mesmo, a evadir-se definitivamente. Cálculos desses
custos, quando existem, atingem apenas parte da ponta do iceberg, isto é, o vandalismo. É
difícil medir o que se deixou de aprender, assim como as marcas físicas e psicológicas das
vítimas, alunos, funcionários e professores. 2
CAPÍTULO II
METODOLOGIA

30
1. TIPO DE PESQUISA

O presente trabalho foi desenvolvido na escola na Escolinha Billy Gancho de Nova


Xavantina-MT. Para atingir os objetivos deste trabalho, aplicou-se um questionário a 04
(quatro) professores das séries iniciais do 1º ao 4ª ano do ensino fundamental, questionário
composto de 10 de perguntas.
Segundo Barros, (2001 p.30), a pesquisa científica é o produto de uma investigação cujo
objetivo é resolver problemas e solucionar dúvidas, mediante procedimentos científicos.
Sabe-se que a pesquisa cientifica distingue de outra modalidade qualquer de pesquisa pelo
método, pelas técnicas, por estar voltada para a realidade empírica e pela forma de comunicar o
conhecimento obtido.
O presente estudo fundamentou-se através da metodologia de pesquisa bibliográfica e
de campo. A pesquisa bibliográfica é um dos passos na construção de um documento de
investigação, após a escolha de um tema è necessário fazer uma revisão bibliográfica sobre o
assunto escolhido.
Tem como base fundamental conduzir o leitor a determinado assunto e à produção,
coleta, armazenamento, reprodução, utilização e comunicação das informações coletadas para
o desempenho da pesquisa.
A pesquisa bibliográfica diz respeito ao conjunto de conhecimentos humanos reunidos
nas obras estudadas. (MARCONI; LAKATOS, 2006, p. 188).
Segundo Barros, (2001 p.32), a pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de
conseguir informações ou conhecimentos a cerca de um problema, para o qual se procura uma
resposta ou uma hipótese, que se queira comprovar, ou ainda descobrir novos fenômenos ou 3
as relações entre eles.

Esse método de pesquisa auxilia no desenvolvimento e conhecimento das variáveis e na


autenticidade do estudo. Ressalta-se a importância da pesquisa bibliográfica na edificação de
um projeto de pesquisa. A organização da pesquisa bibliográfica foi realizada na biblioteca da
FASFA, com base em livros, periódicos científicos e sites da rede mundial de computadores
(Internet).
Nesse estudo optou-se por utilizar a pesquisa qualitativa, pois essa fornece uma
compreensão profunda de certos fenômenos sociais, apoiados no pressuposto da maior
relevância do aspecto subjetivo da ação social, visto que foca fenômenos complexos e/ou
fenômenos únicos. Nesse tipo de pesquisa pode-se utilizar a observação, entrevista,
questionários e outros. (MENGA, et al 1986 p. 23).
De acordo com Minayo, (1994, p. 22), a abordagem qualitativa aprofunda-se no mundo
dos significados das ações e relações humanas, um lado não perceptível e não captável em
equações, médias e estatísticas da pesquisa quantitativa.

1.1 Área de estudo

A área de estudo se localiza no Núcleo Com. Dom Bosco Escollinha Billy Gancho em
Nova Xavantina-MT.
O Núcleo com. Dom Bosco- Escolinha Billy Gancho nasceu da solicitação de alguns
membros da sociedade católica a Associação Irmãs da Mãe Dolorosa Ordem Terceira de São
Francisco, que em 1985 se dirigiram para Nova Xavantina com a intenção de trabalhar com a
educação indigna. Aceito o desafio a irmã Francisca e alguns membros da comunidade se
puseram a trabalhar em prol da idéia de constituir uma escola que trabalhasse a educação nos
moldes de Jesus Cristo, São Francisco de Assis e Dom Bosco.
Dentre as pessoas que colaboraram para a implantação da escola estão Aldeides Dias da
Rocha. (O nome da escola é em homenagem ao mestre de obras (srº José da Silva Magalhães)
também chamado José Jorge, por causa de seu irmão com quem ele se parecia) cujo apelido
era Billy Gancho, assim ele chamava todas as pessoas que trabalhavam com ele. O Billy
Gancho hoje é aposentado e mora na cidade de ribeirão das Neves, em Minas Gerais, foi um
dos maiores colaboradores para a construção da escola.
3
2

1.2 Instrumento de Coleta de Dados

Para a coleta de dados aplicou-se um questionário aos professores no ambiente escolar.


A utilização de questionários torna-se mais valiosa na realização de pesquisas com
enfoques mais descritivos e /ou qualitativos. (BARROS 2001, p. 57). Facilitando assim a
exploração do conteúdo a ser investigado, para obtenção de respostas frente aos problemas
levantados através de método a ser utilizado.
''O questionário deverá ser qualitativo onde o próprio questionado escreve suas
respostas sem intervenção de um pesquisador e fechado onde o entrevistador não pode
escrever suas respostas''. (RUDIO, 1986 p.71);
A discussão será feita de maneira explicativa para estabelecer articulações entre os
dados da pesquisa e os referenciais teóricos do estudo, respondendo às questões da pesquisa
com base em seus objetivos.

33
CAPÍTULO III
RESULTADOS

3
3. DISCUSSÃO

A fim de responder os objetivos propostos nesse estudo os dados foram coletados e


analisados.
Para melhor compreensão dos dados as analises foram divididas em quatro categorias e
os professores os quais responderam o questionário desse estudo foram nomeados como
professores: A= (1º ano); B= (2º ano), C= (3º ano) e D (4º ano), das séries iniciais do ensino
fundamental. As perguntas do questionário foram:
1) Sabe-se que as técnicas de ensino devem fazer com que o aluno goste da matéria que
está sendo ministrada. Que técnicas de ensino você utiliza em sala de aula?
A professor A= (1º ano), respondeu que: trabalha com o lúdico em todas as disciplinas,
através de: parlendas, brincadeiras, trava-línguas, musica, jogos e outros.
A professor B= (2º ano) e C= (3º ano): enfatizam que gostam de trabalhar com aula
expositiva, relacionando essa com a prática introduzindo jogos e brincadeiras relacionadas ao
conteúdo ministrado.
A professora D= (4º ano), respondeu que: trabalha a leitura, produção de textos, pintura,
roda de leitura, contação de histórias, manuseio dos materiais, visitas à biblioteca da escola, e
trabalhos em grupos, jogos interativos e enfatiza que trabalha muito com aula prática onde o
aluno aprende fazendo, principalmente pesquisas que envolvam construção de maquetes para
a feira de ciências e trabalho práticos relacionados a datas comemorativas.
Deve-se ter em mente que os “objetivos de um plano de trabalho não são aquilo que se
vai dar ao aluno como atividade, mas sim o que se espera dele como resultado da 35
aprendizagem”. (NEGRINE apud MELLO; BRACHT, 1992, p.06).
Em relação às questões:
2) O professor estimula a aprendizagem dos seus alunos quando deixa a didática
tradicional e adota outras técnicas?
( ) sim ( ) não
3) O professor deve observar e compreender as necessidades do seu aluno antes de
escolher as técnicas de ensino que utilizará em sala de aula?
( ) sim ( ) não ( ) as vezes
4) O sucesso e o insucesso no processo de aprendizagem são de responsabilidade exclusiva do
professor?
( ) sim ( ) não
5) A utilização de recursos didáticos, métodos e técnicas faz com que os alunos assimilem o
conteúdo com mais facilidade?
( ) sim ( ) não
Todos os professores questionados responderam que sim: O professor estimula a
aprendizagem dos seus alunos quando deixa a didática tradicional e adota outras técnicas. O
professor deve observar e compreender as necessidades do seu aluno antes de escolher as
técnicas de ensino que utilizará em sala de aula. A utilização de recursos didáticos, métodos e
técnicas fazem com que os alunos assimilem o conteúdo com mais facilidade.
Reportando-nos a (ANTUNES (2005), cabe ao professor criar as condições favoráveis
para que uma nova informação ao interagir com conceitos relevantes existentes na estrutura
cognitiva da criança seja efetivamente assimilada; transformando a informação em
conhecimento, ocorrendo assim a aprendizagem significativa.
Desde o nascimento o ser humano vai passando por fases na busca de construção do
conhecimento. A conquista do ser humano do símbolo passa por diferentes fases, tendo
origem nos processos mais primitivos da infância. A criança aprende pelo corpo, é através
dele que se relaciona com o meio circundante. É observando, olhando, conhecendo, tocando,
manipulando e experimentando que se vai construindo conhecimento.
Em relação à questão:
6) A sua escola proporciona formação continuada e/ou materiais necessários para o
desenvolvimento adequado de atividades recreativas junto a seus alunos?
Segundo os professores questionados a escola proporciona formação continuada a todos
os professores bem como oferece materiais necessários para o desenvolvimento adequado de
atividades recreativas junto a seus alunos.
7) Professora qual a importância dos recursos didáticos para os alunos das séries iniciais
em relação ao processo de alfabetização? 36

De acordo com as respostas dos professores questionados verifica-se: é de grande


importância a utilização de recursos didáticos nas séries iniciais, pois proporciona uma melhor
assimilação dos conteúdos trabalhados. É importante também segundo eles, trabalhar com
materiais concretos para que haja uma melhor assimilação. E as utilizações desses materiais
despertam a atenção e o interesse do aprendiz.
8) Professora quais são os objetivos principais a serem atingidos junto aos seus alunos
nas séries iniciais?
De acordo com os professores os principais objetivos a serem atingidos nas séries
iniciais são: levar o aluno a desenvolver integralmente, consciente de seus direitos obrigações
e principalmente que os alunos saiam das séries iniciais sabendo ler, escrever e interpretar.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, (9394/96), estabelece como
princípio e finalidade da educação escolar o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo
para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
9) No desenvolvimento das atividades lúdicas, você busca integrá-las com outras áreas
do conhecimento? Em caso positivo exemplifique:
De acordo com os professores, todas as atividades desenvolvidas visam atingir os
objetivos propostos para a assimilação do conteúdo. Ao integrarem as atividades lúdicas com
outras áreas do conhecimento possibilita promover um avanço no desenvolvimento intelectual
do aluno.
10) Professora no planejamento de suas atividades, você busca relacionar os jogos e
brincadeiras desenvolvidos pelos seus alunos em seu ambiente familiar e social?
De acordo com os professores o ideal nessa faixa etária é buscar concretizar e aproximar
as aulas, o máximo possível da realidade do aluno, facilitando assim, a sua compreensão e
aprendizagem. Segundo a professora do (A =1ª ano), ela busca resgatar as brincadeiras
antigas, que faziam nos tempos de crianças, mas os alunos não estão muito interessados eles
só falam em jogos de internet. Nas respostas dos professores percebe-se que possuem um
amplo conhecimento teórico sobre a importância de jogos e brincadeiras.
Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação das séries iniciais (1998),
“Cabe ao professor organizar situações para que as brincadeiras ocorram de maneira
diversificada para propiciar às crianças a possibilidade de aprender continuamente.
Após análises das questões pode-se perceber que os professores estão preocupados com
a qualidade do ensino e do conteúdo que ministram. Estão sempre procurando melhorar o
processo de transmissão do conhecimento a cada dia. 3
Observou planejamento nas atividades, os objetivos apresentavam clareza, a todo o
momento se resgatava valores e o conteúdo trabalhado era relacionado com outras disciplinas.
No processo de ensino-aprendizagem o método e técnicas de ensino utilizadas pelo
professor são de grande importância para o sucesso do aluno.
Fazer aprender está relacionado à educação como prática educativa, processo ensino e
aprendizagem, que leva o indivíduo a aprender a aprender, a saber, pensar, criar, inovar,
construir conhecimentos, participar ativamente de seu próprio crescimento (LANDIN, 1997,
p. 24).
Acerca do modo como esses materiais são trabalhados, percebe-se uma preocupação
muito grande com a compreensão do aluno quanto ao conteúdo veiculado pelo material,
manifestada em atividades de compreensão e interpretação, de certa forma, já inerentes à
prática de leitura nas escolas. O que varia, contudo, são os modos como essas atividades são
feitas: resumo, recortes, colagens, reescrita de textos, seminários, pesquisas, cartazes,
discussões, questionários, dramatização, elaboração de materiais e outros.
O trabalho coletivo, em grupos e em duplas, foi também citado, bem como a atividade
de reescrita. Há, também, a preocupação para com o momento inicial da leitura, feita de forma
variada: roda de leitura, contação de histórias, manuseio dos materiais, visitas à biblioteca da
escola, escolha do que querem ler, leitura diária de um livro, etc.
Algumas respostas dão pistas claras de que os professores estão em busca de algo que
seja atraente para o aluno, iniciando essa busca pelo planejamento das aulas a que muitos
fizeram referência:
Há formas individuais e coletivas. A forma de trabalhar dependerá do objetivo que
tenham, mas sempre há um momento de apreciação, para que possam interagir com o material
antes de passarmos ao objetivo específico. Com alguns materiais a apreciação é o primeiro e
único objetivo, é um momento em que faço "provocações" para escutar o que eles pensam,
vêem e lêem.
Outra forma é também questioná-los (oralmente ou escrito) para perceber se
compreenderam o assunto do texto, seu enredo, etc. Também pede que os alunos façam
leituras coletivas dramatizadas ou ilustrações (colagem, desenhos etc.). Outras vezes, pede
para que elaborem perguntas sobre o texto.
Também fazemos seminários: pequenos grupos se preparam com meu apoio e fazemos
"apresentações". Também trabalho com perguntas de opinião, nas quais valorizo a 38

argumentação e o respeito às diferenças, às idéias divergentes. Nesse momento não há o


"certo ou errado" há objetivo de consenso.
Os alunos aprendem muito mais rapidamente quando têm a exata noção do objetivo que
se pretende atingir, e neste ponto o professor precisa ser bastante claro em suas explicações e
estar sempre disposto a oferecer o máximo de suas possibilidades.
A perspectiva de transformação se caracteriza pela atitude de reflexão da realidade,
modificando a percepção que o indivíduo tem de suas experiências e do mundo que o cerca.
“Nessa perspectiva, o aluno é o sujeito do processo, como o principal agente de
mudança, ou seja, a realidade se transforma à medida que se modificam as percepções que o
aluno tem de suas experiências”, (FERREIRA, 1984).
Valorizar e oportunizar a participação ativa dos alunos durante o desenvolvimento das
atividades, o professor deve abandonar a postura de detentor do conhecimento, e abrir
possibilidades para novas interpretações e soluções de problemas não previstos (GTP, 1991).

Neste ponto de vista, a preparação do professor e sua prática pedagógica com o devido
respaldo teórico-metodológico são de fundamental importância.
Nesta abordagem, observa-se que métodos, técnicas e recursos utilizados nas séries
iniciais são de grande importância para a aprendizagem da criança.
É de fundamental importância que os professores responsáveis pela educação infantil ao
se planejarem, observem fatores relevantes como os que foram descritas neste trabalho e que
tenham consciência de que estão desenvolvendo atividades com crianças onde o lúdico é
presente em suas vidas por isso incluam brincadeiras que evidencie o jogo lúdico, pois os
mesmos são um meio de liberar tensões, fonte de prazer, alegria e busca o desenvolvimento
integral no processo educacional, contemplando assim os objetivos de um programa inovador
de educação para a educação infantil.

3
CONCLUSÃO

Devemos ter sempre em mente que a escola é uma instituição que trabalha com a
preparação para o futuro, deve estar sempre atualizada, buscando a produção e a cooperação
conjunta, que apontem para uma preparação qualificada para a vida no próximo século.
Como postura ética, o professor deve ser o facilitador da aprendizagem. Por meio dessa
reflexão percebe-se a importância de o professor aprender e dominar os saberes disciplinares e
curriculares e a partir de então reelaborá-los visando propiciar uma aprendizagem mais eficaz,
pois na medida em que possui maior experiência profissional passa a demonstrar
conhecimentos ou saberes mais consistentes capazes de atender às necessidades dos alunos.
A escola atual encontra-se cada vez mais heterogênea e composta por alunos
provenientes das mais variadas realidades sociais e culturais. Não há como conceber um
ensino na qual todos devam aprender de forma homogênea, mas onde cada aluno seja
respeitado em sua individualidade.
Os professores compreendem que sua prática está imersa num contexto social mais
amplo, englobando também os pobres, negros, índios, portadores de necessidades
educacionais especiais. Neste sentido, sua função vai muito além de “ensinar”, mas promover
um ambiente de respeito, tolerância e aceitação às peculiaridades e diferenças dos outros.
A função do professor transformador, questionador e encorajador do debate e da
investigação ganham nova dimensão com o uso das novas tecnologias existente nos dias de
hoje. Cabe aos professores estimular o pensamento cooperativo, engajando na busca de
explicações para os fenômenos que os cercam.
Ao tentarem explicar às idéias tomam consciência de suas próprias concepções. É 4
0
fundamental promover debates, em classe, com o objetivo de ressaltar o confronto de opiniões
com os dados e as contradições entre diferentes pontos de vista.
Espera-se que esse estudo possa contribuir para a forma de atuação dos professores ao
ministrar aulas nas varias disciplinas das séries iniciais do ensino fundamental e
principalmente, servir de parâmetros de comparação para se discutir à análise curricular do
processo ensino-aprendizagem atual.
Dado o exposto, espera-se que, com este trabalho, possa deixar contribuições, abrir ou
até mesmo ampliar caminhos já percorridos, porém agora vistos com a intenção de qualificar
e quantificar novos acréscimos de idéias e sugestões, resultando em futuras ações, almejando
a melhoria do processo de ensino-aprendizagem, em qualquer fase ou ciclo de ensino.

41
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4
APÊNDICE

QUESTIONÁRIO

Questionário destinado aos professores das séries iniciais (1º ciclo) quanto a pratica de
métodos, técnicas e recursos utilizados em sala de aula.
4) Sabe-se que as técnicas de ensino devem fazer com que o aluno goste da matéria que está
sendo ministrada. Que técnicas de ensino você utiliza em sala de aula?
__________________________________________________________________

__________________________________________________________________
5) O professor estimula a aprendizagem dos seus alunos quando deixa a didática tradicional e
adota outras técnicas?
( ) sim ( ) não
6) O professor deve observar e compreender as necessidades do seu aluno antes de escolher as
técnicas de ensino que utilizará em sala de aula?
( ) sim ( ) não ( ) as vezes
4) O sucesso e o insucesso no processo de aprendizagem são de responsabilidade exclusiva do
professor?
( ) sim ( ) não
5) a utilização de recursos didáticos, métodos e técnicas faz com que os alunos assimilem o conteúdo
com mais facilidade?
( ) sim ( ) não

6) A sua escola proporciona formação continuada e/ou materiais necessários para o


desenvolvimento adequado de atividades recreativas junto a seus alunos?
( ) sim ( ) não ( ) raramente
7) Professora qual a importância dos recursos didáticos para os alunos das séries iniciais em
relação ao processo de alfabetização?
___________________________________________________________________

8) Professora quais são os objetivos principais a serem atingidos junto aos seus alunos nas
séries iniciais?
___________________________________________________________________

9) No desenvolvimento das atividades lúdicas, você busca integrá-las com outras áreas do
conhecimento? Em caso positivo exemplifique:
___________________________________________________________________

10) Professora no planejamento de suas atividades, você busca relacionar os jogos e


brincadeiras desenvolvidos pelos seus alunos em seu ambiente familiar e social?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

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