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ESCRAVIDÃO NO BRASIL
que lhes eram desconhecidas e que foram trazidas pelos colonos europeus, como as doenças
venéreas e a varíola.
A escravidão no Brasil iniciou-se ainda na primeira metade do século XVI, com início
das atividades de produção de açúcar. Os colonizadores portugueses traziam os negros de suas
colônias estabelecidas no continente africano para utilizar como mão-de-obra escrava nos
engenhos.
O transporte de escravos era uma atividade altamente rentável na época. Os negros eram
tratados como simples mercadorias, sendo submetidos a péssimas condições de higiene e
conforto, amontoados nos porões dos navios negreiros. Durante a viagem entre a África e o
Brasil, muitos ficavam debilitados e acabavam morrendo.
Uma grande estrutura de controle dos escravos também foi criada, tanto no nível da
administração colonial quanto dos próprios senhores de escravos, com seus capitães-do-mato -
profissionais especializados na recaptura de escravos fugitivos - e outros agregados, além da
própria rede de informações informal que servia para controlar os fugitivos.
Veja também:
OS QUILOMBOS
Na ocasião em que Pernambuco foi invadida pelos holandeses (1630), muitos dos
senhores de engenho acabaram por abandonar suas terras. Este fato beneficiou a fuga de um
grande número de escravos. Estes, após fugirem, buscaram abrigo no Quilombo dos Palmares,
localizado em Alagoas.
Esse fato propiciou o crescimento do Quilombo dos Palmares. No ano de 1670, este já
abrigava em torno de 50 mil escravos. Estes, também conhecidos como quilombolas,
costumavam pegar alimentos às escondidas das plantações e dos engenhos existentes em regiões
próximas; situação que incomodava os habitantes.
Esta situação fez com que os quilombolas fossem combatidos tanto pelos holandeses
(primeiros a combatê-los) quanto pelo governo de Pernambuco, sendo que este último contou
com os serviços do bandeirante Domingos Jorge Velho.
A luta contra os negros de Palmares durou por volta de cinco anos; contudo, apesar de
todo o empenho e determinação dos negros chefiados por Zumbi, eles, por fim, foram
derrotados.
Veja também:
A suas atitudes como cidadão Bonifácio soma um ato político: entrega à Assembléia
Constituinte da qual fazia parte, para consideração, a sua famosa "Representação sobre a
Escravatura", a primeira manifestação pública a favor da abolição. O documento, de raciocínio
lúcido e palavras sábias, revela toda a miséria social produzida pela escravidão até então e todo
o atraso que ainda poderia produzir ao novo país que se formava, sugerindo os meios para
extinguí-la sem causar qualquer choque na economia. Infelizmente, a Representação de
Bonifácio bate de frente com a barreira do sistema político e dos interesses em jogo e, com
exceção dos Deputados paulistas, todos o repudiam violentamente. Pouco depois se dá a
dissolução da Assembléia Constituinte e a deportação dos irmãos Andradas a mando do
Imperador. A Representação sobre a Escravatura, apesar de ser um verdadeiro monumento de
civilização, contribuiu de forma decisiva para a decadência política de José Bonifácio.
A Representação de Bonifácio, apesar de não encontrar eco no meio político, foi uma
boa semente no campo fértil de sua terra natal. O santista José Feliciano Fernandes Pinheiro dá
liberdade a 300 escravos do Núcleo Colonial de S. Leopoldo, no Rio Grande do Sul, pertencente
ao governo. No interior de São Paulo, Nicolau Vergueiro, português naturalizado, é o primeiro a
importar trabalhadores livres para a agricultura no Brasil, criando uma sociedade de imigração e
colonização. Em 1827 chegam os primeiros colonos alemães e, em 1829, se forma a Colônia
Santo Amaro, perto da capital. Era o abolicionismo pacífico pregado por Bonifácio e que
acabaria por tornar São Paulo a primeira e mais rica Província do Brasil.
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Havia leilões públicos de lotes de escravos e seus preços variavam conforme a demanda
ou a caracterização do grupo, ou seja, a força de trabalho escravo, antes de começar a produzir,
já rendia muito á Coroa Portuguesa.
Não deve haver dúvidas sobre a ênfase em relação à formação de vínculos entre
senhores e escravos, vínculos responsáveis até por uma certa colonização do português pelo
negro, e é indispensável reconhecer que ele nunca deixa de destacar o ambiente violento e
despótico que cercava estes vínculos. Na verdade, este ambiente é realçado e detalhado a tal
ponto, concretizando-se em torturas, estrupos, mutilações e, sobretudo na cotidiana redução da
vontade do cativo à do seu mestre, que não podemos deixar de nos perguntar sobre o efetivo
significado de uma sociedade assim dividida entre o despotismo e a confraternização, entre a
exploração e a intimidade.
Os motivos que levam a Inglaterra ter interesse no tráfico de escravos é que obtêem
lucros no comércio de negros e que a fim desse comércio será de grande importância para a
implantação do sistema econômico que pretendem exportar para o Brasil - Império.
Sabendo que a Inglaterra foi o primeiro país a abolir a escravidão (1772) eles utilizaram
o trabalho escravos nas suas Colônias da América, além de escravizarem egípcios e hindus
durante muitos anos.
Em 1696, Portugal ensaia uma nova atividade no tráfico, mas perdido os franceses
controlam o tráfico de 1701 a 1713, pelo Tratado de Utrcht.
pelos escravos, sempre em alta, significava lucro para mercadores e governantes africanos que
negociavam escravos.
As pressões inglesas para acabar com o tráfico negreiro a partir do fim do século XVIII
se intensificaram ano a ano. Os ingleses começaram a se importar com o conceito de igualdade
após 1750. Isso porque, para ampliar o mercado consumidor de seus produtos manufaturados,
era necessário multiplicar também o número de trabalhadores.
Os ingleses foram condenados por essas atribulações, mas estavam amparadas por um
documento assinado em 1810. A finalidade do documento era em acabar com o tráfico e abrir o
campo para a repressão inglesa.
Em 1826, para reconhecer a independência, exigiu que o tráfico cessasse até 1830.
Como esta medida não foi adotada, passou a pressionar o governo. Por isso, em 07 de
Novembro de 1831, foi promulgado a primeira lei proibindo o tráfico negreiro. Essa lei tornava
livres todos os negros vindo da África, e ilegal o comércio de escravos. Mas não só não
comprida como o tráfico aumentou.
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Por isso, em Agosto de 1845, o parlamento inglês aprovou numa lei (Bill Aberdeen),
que declarava ilegal o tráfico de escravos africanos e determinava que seus infratores fossem
julgados pelos tribunais da marinha inglesa. Isso quer dizer que, de 1845 a 1852, os ingleses
capturaram e afundaram 105 navios nas costas brasileiras.
Em 1826, criou-se uma barreira de intolerância aos ingleses. Brasil criou uma barreira
de medo e ódio, porque, havendo o fim do tráfico, os ingleses dominariam o Brasil, como
dominaram Portugal. Mas, os ingleses sofriam com a oposição interna dos poderosos industriais
exportadores do norte, além de perderem com a baixa nas exportações.
Dessa maneira, a Inglaterra vai obrigar o Brasil a tornar o único caminho capaz de
enfrentar o seu imperialismo, quando decide que o tráfico não pode continuar.
A luta inglesa pelo fim do tráfico vai levar o Estado brasileiro à modernização.
Em 1850, a lei Eusébio de Queirós proibiu o tráfico de escravos. Como houvesse muito
contrabando de escravos, em 1854 a lei Nabuco de Araújo criou uma fiscalização mais severa e
estabeleceu pesadas penas aos traficantes.
O fim do tráfico vai levar o Império, as fazer as pazes com a Inglaterra, onde surgirão
relações com o capitalismo inglês, que permitirá uma modernização do país, aumentando o grau
de dependência ao seu imperialismo.
Em 1850, a Lei Eusébio proibiu o tráfico negreiro. Com o preço dos escravos subindo,
os produtores foram obrigados a encontrar alternativas mais baratas.
É dessa maneira que se afirma que o tráfico acabou, mas a escravidão continua.
A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA
As razões que configuram a crise estrutural do escravismo fizeram com que, a partir de
1871, o movimento abolicionista se organizasse em pequenos grupos de boêmios e intelectuais
influenciados por idéias liberais mais radicais. Mas, somente depois de 1880, segundo Nabuco,
é que o abolicionismo aparece como um movimento que apresenta uma proposta política. Como
vemos, a dinâmica radical anterior a esse movimento contra a escravidão partiu dos próprios
escravos, através da quilombagem.
Por outro lado, somando-se a esses fatores, na última fase da escravidão, a simples fuga
passiva dos escravos já era suficiente para desestabilizar o sistema ou condicionar
psicologicamente os membros da classe senhorial e outras camadas sociais em
desenvolvimento. Na fase do que chamamos escravismo tardio, a insegurança na compra de
escravos e a pouca rentabilidade do seu trabalho eram suficientes para que os investidores
transferissem seus capitais para a especulação.
Lei Saraiva-Cotegipe
Nas províncias de grande concentração de escravos como Rio de Janeiro e São Paulo, as
tensões entre senhores e abolicionistas aumentavam. Fato que contribuiu para que em 28 de
setembro fosse sancionada pelo imperador a Lei Saraiva-Cotegipe, conhecida também como Lei
dos Sexagenários, que concedia liberdade aos escravos com 60 anos ou mais (mas estes eram
obrigados a trabalhar para os senhores durante três anos ou até completarem 65 anos) e previa
um aumento do Fundo de Emancipação, destinado a promover a imigração.
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No dia 13 de maio de 1888, a assinatura da princesa Isabel deu vida a uma das mais
importantes páginas da nossa história. Ao promulgar a Lei Áurea, a regente, filha de D. Pedro
II, mostrou ao Brasil o sentido da liberdade e da igualdade entre os homens.
Na década de 1880, o Brasil era uma das últimas nações do mundo que mantinham a
escravidão. Apesar de alguns avanços, ainda havia no país cerca de 700 mil escravos. Então,
algumas das grandes vozes do império abraçaram a causa abolicionista. Homens como Joaquim
Nabuco, Castro Alves e José do Patrocínio queriam acabar com essa situação vergonhosa.
Já os donos dos escravos, que eram os grandes latifundiários, responsáveis por quase
toda a economia nacional, pressionavam para que a abolição não acontecesse, pois o trabalho
nas fazendas dependia dessa mão-de-obra.
Mas, a princesa Isabel, decidida em seus ideais de liberdade, abraçou a luta abolicionista
e fazia aparições públicas com uma camélia à mão, símbolo do movimento. Em 1871, assinou a
Lei do Ventre Livre, que declarava não-escrava toda criança negra nascida daquele dia em
diante.
Como regente, além da Lei Áurea, esteve à frente de alguns dos mais importantes
momentos políticos de sua época. Nas ausências do pai, sancionou (aprovou) leis relativas ao
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Veja também:
IEL/UNICAMP - A Abolição
http://www.unicamp.br/iel/memoria/Ensaios/LiteraturaInfantil/aboli%E7ao.htm
OUTROS LINKS
Abaixo, apresentamos uma relação de links para textos com informações sobre a
escravidão no Brasil:
Universia Brasil - 116 anos depois da abolição, negros ainda lutam por igualdade
http://www.universia.com.br/html/noticia/noticia_clipping_bcjeh.html