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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLOGICA DO ESPIRITO SANTO

UNIDADE DE ENSINO DESCENTRALIZADA DE COLATINA


CURSO TÉCNICO EM INFORMÁTICA

CLEUMIR MARCOS BARTELLI


THIAGO LADISLAU
VANDERLEI SCARPATI

ESTRUTURAMENTO DE REDES

COLATINA
2009

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CLEUMIR MARCOS BARTELLI
THIAGO LADISLAU
VANDERLEI SCARPATI

ESTRUTURAMENTO DE REDES

Trabalho apresentado em cumprimento às


exigências da disciplina de Projeto de Redes
e Instalações do curso de Técnico em
Informática, do Centro Federal de Educação
Tecnologia do Espírito Santo, Unidade de
Ensino Descentralizada de Colatina, sob a
orientação do Prof. Allan Forzza.

COLATINA
2009

SUMÁRIO

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INTRODUÇÃO

Com os avanços tecnológicos e a comunicação de dados conseguiu-se atingir


níveis de altíssima velocidade e confiabilidade da entrega destes dados. Com o
passar dos tempos novas formas de transmissão vão sendo apresentadas, ao
Mundo da Comunicação, seja ela digital ou analógica, com intuito de avançar
ainda mais sua confiabilidade e velocidade.

Existem vários tipos de transmissão para que possamos nos comunicar, cada
um com suas vantagens, desvantagens e outras peculiaridades com as quais
teremos que conviver, dependendo cada um das necessidades de seu usuário.

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CABO COAXIAL

Fundamentos

O cabo coaxial foi um dos primeiro tipos de cabo usados em redes. Ele possui
dois fios, sendo um em malha que envolve o cabo em toda a sua extensão.
Essa malha funciona como uma blindagem, oferecendo uma excelente
proteção contra interferências eletromagnéticas.

O cabo coaxial mais utilizado, chamado coaxial fino ou10Base2, utiliza em suas
extremidades conectores chamados BNC.

O fato de esse tipo de cabo ser normalmente usado em uma topologia de rede
chamada topologia linear, onde o segmento inteiro da rede deixa de funcionar
caso o cabo se parta ou apresente mau contato, em conjunto com o fato de ser
mais caro que o par trançado, fez com que esse tipo de cabo esteja cada vez
mais em desuso.

Vantagens

• Sua blindagem permite que o cabo seja longo o suficiente.

• Permite o uso de redes multi-canal (broadband).

• Mais barato que o par trançado blindado.

• Melhor imunidade contra ruídos e contra atenuações do sinal que o par


rançado sem blindagem.

Desvantagens

• Por não ser flexível o suficiente, quebra e apresenta mau contato com
facilidade.

• Pelo mesmo motivo é difícil de passá-lo através de conduítes,


dificultando a instalação da rede no ambiente de trabalho.

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• Normalmente utilizado em topologia linear, onde caso o cabo quebre ou
aprsente mau contato, o segmento inteiro da rede deixa de funcionar.

• Mais caro que o par trançado sem blindagem

• Cada rede requer um cabo com impedância diferente.

O fato deste tipo de cabo ser utilizado em topologia de rede chamada topologia
linear, onde o segmento inteiro da rede deixa de funcionar caso o cabo se parta
ou apresente mau contato, em conjunto dele ser mais caro que o par trançado,
fez com que esse tipo de cabo esteja cada vez mais em desuso.

Entretanto, ainda hoje existem aplicações para esse tipo de cabo. Ele é uma
solução barata para trechos de rede que estejam sob forte interferência
eletromagnética, já que o par trançado sem blindagem não possui qualquer tipo
de proteção contra interferências externas. No entanto, a fibra ótica vem
preenchendo cada vez mais esta lacuna deixada pelo par trançado, já que está
com um custo cada vez mais acessível.

Outro ponto que fez com que o cabo coaxial se tornasse obsoleto é a sua taxa
de transferência máxima: 10 Mbps. Hoje, os sistemas de par trançado operam
a 100 Mbps, ou seja, dez vezes mais rápido que o cabo coaxial.

Entretanto, pelo seu baixo custo, em redes pequenas, em casa ou em um


pequeno escritório, esse tipo de cabo ainda é usado, já que em redes
pequenas esta taxa de transmissão não chega a ser um incomodo.

Ruído e Atenuação

Interferências eletromagnéticas geram ruídos na transmissão.

Quando ocorre um ruído na transmissão, a informação que está sendo


transmitida é corrompida fazendo com que retransmissões sejam necessárias.

A malha existente no cabo coaxial o protege contra ruídos.

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Outro problema que ocorre na transmissão de sinal é a atenuação. O sinal, à
medida em que vai percorrendo o cabo, vai perdendo “força”, ficando mais
fraco. Por esse motivo, o cabo, seja ele de qual tipo for, tem um limite de
comprimento, pois ele não pode ser infinitamente longo. Por exemplo, o cabo
coaxial fino, possui um limite de comprimento de 185 metros.

O problema de atenuação é resolvido com uso de um dispositivo chamado


repetidor. O repetidor, é na verdade, um amplificador de sinal.

Tipos de Transmissão

O cabo coaxial pode ser usado em dois tipos de transmissão: Baseband (uni-
canal)e Broadband (multi-canal).

Em transmissões uni-canal, o meio usado para transferir apenas um canal de


transmissão de dados e a transmissão de dados é feita de forma digital. Esse é
o sistema mais utilizado por redes locais.Esse é um sistema unidirecional, logo,
a transmissão de dados em uma rede usando cabo coaxial utiliza transmissões
half-duplex.

Em Transmissões multi-canal, o meio é usado para transmitir simultaneamente


vários canais de dados, e a transmissão de dados é feita de forma analógica. Ë
como funciona o cabo que transmite o sinal de TV: neste cabo é possível
transmitirmos informações de vários canis simultaneamente.

As transmissões multi-canal são unidirecionais. Para poder transmitir dados


nas duas direções, há duas soluções: o uso de dois cabos, ou a divisão dos
canais ao meio, com a metade da velocidade máxima do canal cada, uma
metade será usada para transmissão e outra para recepção.

Tipos de cabos Coaxiais

Há vários tipos de cabos coaxiais no mercado, em redes locais, dois tipos de


cabos coaxiais são utilizados: Cabo coaxial fino, também chamado de
10Base2, e cabo coaxial grosso ou 10Base5. A diferença entre esses dois

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cabos é a espessura do cabo. Por conta dessa diferença o cabo coaxial grosso
é mais resistente a interferências eletromagnéticas e sofre menos com
atenuação.

Assim, 10Base2 significa que a taxa máxima de transmissão é de 10 Mbps, a


transmissão é do tipo baseband e o cabo é coaxial com comprimento máximo
de 200 metros, isto cabo coaxial fino. Já 10Base5 indica cabo coaxial com
comprimento de máximo 500 metros.

Cabo Coaxial Fino (10Base2)

O cabo coaxial fino também é conhecido por outros nomes, como 10Base2,
thinnet e cheapernet. Existem vários tipos de cabo coaxial fino, o usado em
redes Ethernet chama-se RG-58 e possui uma impedância de 50 ohms. O cabo
coaxial usado nas antigas redes ARCNet chama-se RG-62que possui
impedância de 93 ohms. Esse cabo era usado pela IBM na conexão de seus
terminais, como o IBM 3270. Os cabos RG-58 e RG-62 possuem o mesmo
aspecto; por isso, a melhor maneira de diferenciá-los é lendo o que há marcado
no cabo. O seu comprimento máximo é de 185 metros por segmento de rede e
possui um limite de 30 máquinas conectadas por segmento de rede, porém
esta distância pode ser aumentada usando um dispositivo chamado repetidor,
que passará a adotar cada segmento da rede como uma rede independente,
apesar de fazerem parte da mesma rede.

O cabo coaxial é tipicamente usado em redes Ethernet, usando uma topologia


conhecida como topologia linear onde todos os computadores da rede são
conectados pelo mesmo cabo.

Em redes usando cabo coaxial fio, a conexão de cada micro com o cabo da
rede é feita através de conectores BNC em “T” e a distância entre duas
máquinas na rede é de 0,5 metros.

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Cabo Coaxial Grosso (10Base5)

O cabo coaxial grosso é conhecido com thicknet, sendo que seu comprimento
máximo é de 500 metros por segmento.

Sua blindagem é dupla, ao contrário do cabo coaxial fino, o que o torna menos
flexível, dificultando o seu manuseio (a passagem do cabo dentro de conduítes,
por exemplo). Por isso este cabo é bem menos utilizado que o cabo coaxial
fino.

Antigamente, antes da fibra ótica se tornar tão acessível como é hoje, esse tipo
de cabo era utilizado para formar a espinha dorsal (backborne) da rede.
Atualmente esse tipo de cabo não é mais utilizado com esta finalidade, já que
ele, assim como cabo coaxial fino, possui taxa de transferência de 10 Mbps.

Em redes usando cabo coaxial grosso, a ligação entre cada micro é feita
através de um conector chamado “vampiro”. Esse conector faz dois furos no
cabo, estabelecendo contato com o núcleo e com a malha do cabo. Este
conector é ligado a um transceptor (transceiver), que por sua vez é ligado a
placa de rede do micro através de um cabo que pode chegar a ter até 15
metros.

O conector usado no transceptor é m conector de 15 pinos. Para conectar esse


dispositivo a placa de rede, é necessária a utilização de uma placa de rede que
possua uma porta AUI (Autachment Unit Interface), também chamada DIX
(Digital Intel Xerox).

A instalação do transceptor pode ser feita com a rede ativa, isto é, não é
necessário desligar a rede para instalar esse componente.

A distância entre cada transceptor no cabo coaxial grosso deve ser, no mínimo,
2,5 metros. Por este motivo esse cabo possui uma marcação a cada 2,5 metros
facilitando a orientação do técnico.

O revestimento externo do cabo coaxial grosso em geral é colorido (amarelo ou


laranja), com uma faixa preta a cada 2,5 metros para facilitar a identificação do
cabo da rede.

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Assim como o cabo coaxial fino, o cabo coaxial grosso necessita de uma
terminação resistiva de 50 ohms em cada uma das pontas do cabo. Em cada
uma das pontas do cabo coaxial grosso é instalado um conector coaxial
chamado de “N”, parecido com o BNC, porém seu encaixe é em forma de
rosca.

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PAR TRANÇADO

Fundamentos

O par trançado é o tipo de cabo de rede mais utilizado atualmente. Existem


basicamente 02 tipos de cabo par trançado: os sem blindagem chamado UTP
(Unshilded Twisted Pair) e os com blindagem, também chamados STP (Shilded
Twisted Pair). A diferença entre eles é justamente a existência de, no par
trançado com blindagem, um malha em volta do cabo protegendo-o contra
interferências eletromagnéticas.

O par trançado mais popular é o par trançado sem blindagem, que utiliza um
conector chamado RJ-45 e possui um ótima proteção contra ruídos através de
uma técnica chamada “cancelamento”. Através desta técnica, as informações
circulam repetidas em dois fios, sendo que no segundo fio a informação possui
a sua polaridade invertida.

Todo foi produz um campo eletromagnético ao seu redor quando um dado é


transmitido. Se esse campo for forte suficiente, ele irá corromper os dados que
estejam circulando no fio ao lado, acarretando o que chamados de “cross-talk”.

A direção desse campo eletromagnético depende do sentido da corrente que


está circulando no fio, isto é, se é positiva ou negativa. No esquema do par
trançado, como cada par transmite a mesma informação só que com a
polaridade invertida, cada fio gera um campo eletromagnético de mesma
intensidade, mas em sentido contrário. Com isso, o campo eletromagnético
gerado por um dos fios é anulado pelo campo eletromagnético gerado pelo
outro fio.

Além disso, como a informação é transmitida duplicada, o receptor pode


facilmente verificar se ela chegou ou não corrompida. Tudo o que circula em
um dos fios deve existir no outro fio com intensidade igual, só que com
polaridade invertida. Com isso aquilo que for diferente nos dois sinais é ruído e
o receptor tem como identifica-lo e elimina-lo facilmente.

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Esses dois fios são enrolados um no outro, o que aumenta a força dessa
proteção eletromagnética. Por isso esse tipo de cabo é chamado par trançado.
Os fios são agrupados de dois em dois e enrolados.

O par trançado tradicional utiliza dois pares, um para transmissão de dados


(TD) e outro para recepção de dados (RD). Como utilizam canais separados
para transmissão e recepção, é possível utilizar a comunicação full-duplex.
Com esse tipo de cabo. No cabo par trançado tradicional existe quatro pares de
fio. Dois deles não são utilizados.

A principal vantagem do par trançado, além de seu preço, é a sua flexibilidade


de instalação. Como ele é bastante flexível, ele pode ser facilmente passado
por dentro de conduítes embutidos em paredes, por exemplo. Prédios
comerciais mais modernos, inclusive já são construídos com instalação de
cabeamento de rede, normalmente utilizando par trançado. Juntamente com o
par trançado surgiu o conceito de cabeamento estruturado, que nada mais é do
que um sistema de organização do cabeamento da rede utilizado em redes que
possuam muitos micros. O cabeamento estruturado inclui tomadas de rede,
racks e armários.

Sua principal desvantagem é o limite do comprimento do cabo (100 metros por


trecho) e a baixa imunidade contra interferências eletromagnéticas (somente no
cabo sem blindagem). Mas na maioria dos casos do dia a dia esses dois
fatores não são tão importantes. Em um escritório ou mesmo em um prédio
comercial raramente a distância entre um micro e um aparelho concentrador é
maior que 100 metros. A interferência eletromagnética só será realmente um
problema preocupante em ambientes industriais, onde existam muito motores,
geradores, etc.

A taxa de transferência máxima padrão do par trançado é de 10 Mbps, a


mesma velocidade máxima do cabo coaxial. Esse tipo de cabo é chamado de
10BaseT. Atualmente o par trançado opera a 100 Mbps, chamado de
100BaseT ou Gigabit Ethernet.

O par trançado possui um limite de dois dispositivos por cabo.

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CATEGORIAS DE CABOS

Categorias 1 e 2
Estas duas categorias de cabos não são mais reconhecidas pela TIA
(Telecommunications Industry Association), que é a responsável pela definição
dos padrões de cabos. Elas foram usadas no passado em instalações
telefônicas e os cabos de categoria 2 chegaram a ser usados em redes Arcnet
de 2.5 megabits e redes Token Ring de 4 megabits, mas não são adequados
para uso em redes Ethernet.

Categoria 3
Este foi o primeiro padrão de cabos de par trançado desenvolvido
especialmente para uso em redes. O padrão é certificado para sinalização de
até 16 MHz, o que permitiu seu uso no padrão 10BASE-T, que é o padrão de
redes Ethernet de 10 megabits para cabos de par trançado. Existiu ainda um
padrão de 100 megabits para cabos de categoria 3, o 100BASE-T4 (que vimos
a pouco), mas ele é pouco usado e não é suportado por todas as placas de
rede.

A principal diferença do cabo de categoria 3 para os obsoletos cabos de


categoria 1 e 2 é o entrançamento dos pares de cabos. Enquanto nos cabos 1
e 2 não existe um padrão definido, os cabos de categoria 3 (assim como os de
categoria 4 e 5) possuem pelo menos 24 tranças por metro e, por isso, são
muito mais resistentes a ruídos externos. Cada par de cabos tem um número
diferente de tranças por metro, o que atenua as interferências entre os pares
de cabos.

Categoria 4
Esta categoria de cabos tem uma qualidade um pouco superior e é certificada
para sinalização de até 20 MHz. Eles foram usados em redes Token Ring de
16 megabits e também podiam ser utilizados em redes Ethernet em
substituição aos cabos de categoria 3, mas na prática isso é incomum. Assim
como as categorias 1 e 2, a categoria 4 não é mais reconhecida pela TIA e os
cabos não são mais fabricados, ao contrário dos cabos de categoria 3, que
continuam sendo usados em instalações telefônicas.
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Categoria 5
Os cabos de categoria 5 são o requisito mínimo para redes 100BASE-TX e
1000BASE-T, que são, respectivamente, os padrões de rede de 100 e 1000
megabits usados atualmente. Os cabos cat 5 seguem padrões de fabricação
muito mais estritos e suportam freqüências de até 100 MHz, o que representa
um grande salto em relação aos cabos cat 3.

Apesar disso, é muito raro encontrar cabos cat 5 à venda atualmente, pois eles
foram substituídos pelos cabos categoria 5e (o "e" vem de "enhanced"), uma
versão aperfeiçoada do padrão, com normas mais estritas, desenvolvidas de
forma a reduzir a interferência entre os cabos e a perda de sinal, o que ajuda
em cabos mais longos, perto dos 100 metros permitidos.

Categoria 5e
Devem suportar os mesmos 100 MHz dos cabos cat 5, mas este valor é uma
especificação mínima e não um número exato. Nada impede que fabricantes
produzam cabos acima do padrão, certificando-os para freqüências mais
elevadas. Com isso, não é difícil encontrar no mercado cabos cat. 5e
certificados para 110 MHz, 125 MHz ou mesmo 155 MHz, embora na prática
isso não faça muita diferença, já que os 100 MHz são suficientes para as redes
100BASE-TX e 1000BASE-T.

É fácil descobrir qual é a categoria dos cabos, pois a informação vem


decalcada no próprio cabo, como na foto:

Cabo cat 5E, certificado para o padrão EIA-568-B

Os cabos 5e são os mais comuns atualmente, mas eles estão em processo de


substituição pelos cabos categoria 6 e categoria 6a, que podem ser usados em
redes de 10 gigabits.

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Categoria 6
Esta categoria de cabos foi originalmente desenvolvida para ser usada no
padrão Gigabit Ethernet, mas com o desenvolvimento do padrão para cabos
categoria 5 sua adoção acabou sendo retardada, já que, embora os cabos
categoria 6 ofereçam uma qualidade superior, o alcance continua sendo de
apenas 100 metros, de forma que, embora a melhor qualidade dos cabos cat 6
seja sempre desejável, acaba não existindo muito ganho na prática.

Os cabos categoria 6 utilizam especificações ainda mais estritas que os de


categoria 5e e suportam freqüências de até 250 MHz. Além de serem usados
em substituição dos cabos cat 5 e 5e, eles podem ser usados em redes 10G,
mas nesse caso o alcance é de apenas 55 metros.

Para permitir o uso de cabos de até 100 metros em redes 10G foi criada uma
nova categoria de cabos, a categoria 6a ("a" de "augmented", ou ampliado).
Eles suportam freqüências de até 500 MHz e utilizam um conjunto de medidas
para reduzir a perda de sinal e tornar o cabo mais resistente a interferências.

Você vai encontrar muitas referências na web mencionando que os cabos cat
6a suportam freqüências de até 625 MHz, que foi o valor definido em uma
especificação preliminar do 10GBASE-T. Mas, avanços no sistema de
modulação permitiram reduzir a freqüência na versão final, chegando aos 500
MHz.

Uma das medidas para reduzir o crosstalk (interferências entre os pares de


cabos) no cat 6a foi distanciá-los usando um separador. Isso aumentou a
espessura dos cabos de 5.6 mm para 7.9 mm e tornou-os um pouco menos
flexíveis. A diferença pode parecer pequena, mas ao juntar vários cabos ela se
torna considerável:

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Cabo cat 6a, com o espaçador interno e comparação entre a espessura do
mesmo volume de cabos cat 5e e cat 6a

É importante notar que existe também diferenças de qualidade entre os


conectores RJ-45 destinados a cabos categoria 5 e os cabos cat 6 e cat 6a, de
forma que é importante checar as especificações na hora da compra.

Aqui temos um conector RJ-45 cat 5 ao lado de um cat 6. Vendo os dois lado a
lado é possível notar pequenas diferenças, a principal delas é que no conector
cat 5 os 8 fios do cabo ficam lado a lado, formando uma linha reta, enquanto no
conector cat 6 eles são dispostos em zig-zag, uma medida para reduzir o
cross-talk e a perda de sinal no conector:

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Embora o formato e a aparência seja a mesma, os conectores RJ-45
destinados a cabos cat 6 e cat 6a utilizam novos materiais, suportam
freqüências mais altas e introduzem muito menos ruído no sinal. Utilizando
conectores RJ-45 cat 5, seu cabeamento é considerado cat 5, mesmo que
sejam utilizados cabos cat 6 ou 6a.

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O mesmo se aplica a outros componentes do cabeamento, como patch-panels,
tomadas, keystone jacks (os conectores fêmea usados em tomadas de parede)
e assim por diante. Componentes cat 6 em diante costumam trazer a categoria
decalcada (uma forma de os fabricantes diferenciarem seus produtos, já que
componentes cat 6 e 6a são mais caros), como nestes keystone jacks onde
você nota o "CAT 6" escrito em baixo relevo:

Keystone jacks categoria 6

Categoria 7
Os cabos categoria 7, podem vir a ser usados no padrão de 100 gigabits, que
está em estágio inicial de desenvolvimento.

Outro padrão que pode vir (ou não) a ser usado no futuro são os conectores
TERA, padrão desenvolvido pela Siemon. Embora muito mais caro e complexo
que os conectores RJ45 atuais, o TERA oferece a vantagem de ser
inteiramente blindado e utilizar um sistema especial de encaixe, que reduz a
possibilidade de mal contato:

Conectores TERA

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O TERA foi cogitado para ser usado no padrão 10GBASE-T, mas a idéia foi
abandonada. Agora ele figura como um possível candidato para as redes de
100 gigabits, embora até o momento nada esteja confirmado.

Cabos de padrões superiores podem ser usados em substituição de cabos dos


padrões antigos, além de trazerem a possibilidade de serem aproveitados nos
padrões de rede seguintes. Entretanto, investir em cabos de um padrão
superior ao que você precisa nem sempre é uma boa idéia, já que cabos de
padrões recém-introduzidos são mais caros e difíceis de encontrar. Além disso,
não existe garantia de que os cabos usados serão mesmo suportados dentro
do próximo padrão de redes até que ele esteja efetivamente concluído.

Por exemplo, quem investiu em cabos de categoria 6, pensando em aproveitá-


los em redes de 10 gigabits acabou se frustrando, pois no padrão 10G a
distância máxima usando cabos cat 6 caiu para apenas 55 metros e foi
introduzido um novo padrão, o 6a. O mesmo pode acontecer com os cabos
categoria 7; não existe nenhuma garantia de que eles sejam mesmo
suportados no padrão de 100 gigabits. Pode muito bem ser introduzido um
novo padrão de cabos, ou mesmo que os cabos de cobre sejam abandonados
em favor dos de fibra óptica.

Continuando, temos também a questão da blindagem, que não tem relação


direta com a categoria do cabo. Os cabos sem blindagem são mais baratos,
mais flexíveis e mais fáceis de crimpar e por isso são de longe os mais
populares, mas os cabos blindados podem prestar bons serviços em ambientes
com forte interferência eletromagnética, como grandes motores elétricos ou
grandes antenas de transmissão muito próximas.

Outras fontes menores de interferências são as lâmpadas fluorescentes


(principalmente lâmpadas cansadas, que ficam piscando), cabos elétricos,
quando colocados lado a lado com os cabos de rede, e até mesmo telefones
celulares muito próximos dos cabos. Este tipo de interferência não chega a
interromper o funcionamento da rede, mas pode causar perda de pacotes.

No final de cada frame Ethernet são incluídos 32 bits de CRC, que permitem
verificar a sua integridade. Ao receber cada frame, a estação verifica se a soma

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dos bits bate com o valor do CRC. Sempre que a soma der errado, ela solicita
a retransmissão do pacote, o que é repetido indefinidamente, até que ela
receba uma cópia intacta. Sobre este sistema de verificação feito pelas placas
de rede (nível 2 do modelo OSI) ainda temos a verificação feita pelo protocolo
TCP (nível 4), que age de forma similar, verificando a integridade dos pacotes e
solicitando retransmissão dos pacotes danificados. Esta dupla verificação
garante uma confiabilidade muito boa.

Mesmo em uma rede bem cabeada, frames retransmitidos são uma ocorrência
normal, já que nenhum cabeamento é perfeito, mas um grande volume deles
são um indício de que algo está errado. Quanto mais intensa for a interferência,
maior será o volume de frames corrompidos e de retransmissões e pior será o
desempenho da rede, tornando mais vantajoso o uso de cabos blindados.

Desta forma, atualmente quando dizemos “par trançado” está implícito o uso de
cabo de categoria 5, que é o tipo de cabo mais utilizado atualmente.

O cabo par trançado categoria 5 possui um taxa de transmissão máxima de


100 Mbps. Dessa forma como as redes 1000BaseT funcionam, se elas utilizam
esse tipo de cabo?

O cabo par trançado categoria 5 possui um taxa de transmissão máxima de


100 Mbps. Dessa forma como as redes 1000BaseT funcionam, se elas utilizam
esse tipo de cabo?

Isso é possível por que o sistema Gigabit Ehernet utiliza um esquema onde os
quatro pares de fios são usados simultaneamente. Isto é, os quatro pares são
usado para transmitir pedaços de uma mesma informação. Cada par é
bidirecional e trabalha em modo de transmissão full-duplex,. O esquema de
modulação usado pelo Gigabit Ethernet, chamado de 4D-PAM5, permite que
vários dados possam ser enviado por vez, permitindo, assim, atingir a taxa de
transferência de 1000 Mbps.

O sistema de pinagem usado pelo cabo Gigabit é o seguinte:

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1000BaseT- Gigabit Ethernet

Pino Cor Função

1 BRANCO/ VERDE +BI_DA


2 VERDE -BI_CA
3 BRANCO/ LARANJA +BI_BD
4 AZUL +BI_DC
5 BRANCO/ AZUL -BI_DC
6 LARANJA -BI_BC
7 BRANCO/ MARRON +BI_BD
8 MARRON -BI_DD

Par trançado sem Blindagem (UTP)

O par trançado sem blindagem, também conhecido como UTP, é o tipo de cabo
mais usado por redes atualmente. A EIA/TIA, órgão norte-americano
responsável pala padronização de sistemas de telecomunicações, padronizou
os cabos do tipo par trançado em uma norma chamada 568. Nessa norma os
cabos são classificados em categorias de 01 a 05.

Par trançado com Blindagem (STP)

O par trançado com blindagem oferece uma proteção a mais contra


interferências eletromagnéticas, através de uma blindagem existente no cabo.
Esse tipo de cabo é também chamado de STP (Shilded Twistded Pair).

Existem dois tipos de par trançado blindado. O mais simples possui apenas
uma malha que protege os pares trançados. Sua impedância é de 100 ohms e,
portanto, não deixa de ser um cabo UTP com uma malha adicionada. Já o
segundo tipo apresenta um malha individual para cada par, além de uma malha
externa protegendo todo o conjunto. Esse cabo possui uma impedância de 150
ohms e é tipicamente usado pelo sistema de cabos das redes Token Ring.

O grande cuidado a se tomar quando trabalhamos com par trançado blindado é


de que sua blindagem, ao contrário do que ocorre no cabo coaxial, não tem
qualquer relação com o sinal que está sendo transmitido através do cabo. Com
isso a blindagem tem que ser aterrada nos dois pontos de conexão do cabo.
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Caso isso não seja feito a blindagem funciona como um antena, captando
ondas de rádio e acabando por gerar interferência eletromagnética no cabo.

Como fica fácil supor o par trançado blindado de 100ohms é usado em redes
Ethernet e Poe ser usado na substituição direta do par trançado sem
blindagem. Já o par trançado blindado de 150 ohms não pode ser usado em
redes Ethernet, sendo indicado para redes Token Ring. A IBM chama esse
cabo de Tipo 1. Ele consegue atingir taxas de transferências de até 100 Mbps.
Já o cabo Tipo 1ª é um cabo Tipo 1 que consegue operar com faixas de até
300 Mbps.

As redes Token Ring utilizam um conector diferente, chamado IBM Data


Connector ou simplesmente IDC que já são vendidos prontos.

Pinagem

O par trançado padrão utiliza apenas dois pares de fio, uma para transmissão
de dados e outro para recepção de dados. Acontece que o cabo par trançado
possui quatro pares de fios. Portanto, dois não são utilizados.

Para a correta identificação dos pares dentro do cabo os fios são coloridos:
verde, laranja, marrom e azul. Um dos fios dos pares é totalmente colorido e o
outro é branco com uma faixa colorida da mesma cor do fio com que fará par.

Pino-a-Pino

O par trançado possui um limite de dois dispositivo por cabo; logo, ele é usado
com dois conectores RJ-45, cada um conectado em uma das extremidades do
cabo. Os cabos par trançado normalmente utilizam um esquema de ligação
chamado pino-a-pino. Neste esquema, o pino 1 do primeiro conector é ligado
ao pino 1 do segundo conector, o pino 2 é ligado ao pino 2 e assim
sucessivamente até o oitavo pino.

Tudo seria muito simples se não houvesse diversas maneiras de se colocar os


fios em ordem no conector RJ-45. em princípio, basta ligar o pino 1 do primeiro

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conector ao pino 1 do segundo conector, o pino 2 do primeiro conector ao pino
2 do segundo conector e assim por diante até montar um cabo par trançado.

O problema todo é a falta de padronização. Cada técnico faria a padronização


ao seu modo, o que dificultaria a manutenção da rede no futuro. Por este
motivo foi criado um padrão de montagem que segue os seguintes parâmetros:

PADRÃO
Pino Cor Função

1 BRANCO/ VERDE +TD


2 VERDE -TD
3 BRANCO/ LARANJA +RD
4 AZUL NÁUUTILIZADO
5 BRANCO/ AZUL NÁUUTILIZADO
6 LARANJA -RD
7 BRANCO/ MARRON NÁUUTILIZADO
8 MARRON NÁUUTILIZADO

Esse esquema de fiação é derivado do padrão T568A do TIA/EIA, que é o


padrão perfeito na ligação dos fios do cabo par trançado no conector RJ-45.

As indicações T e R significam, respectivamente, Tip (ponta) e Ring (anel).


Essa nomenclatura, obsoleta por sinal, faz referência ao antigo padrão de
cabeamento telefônico utilizado antes da existência das centrais telefônicas
automáticas, onde uma telefonista fazia a ligação apenas encaixando o plugue
manualmente.

Cross-over

Os cabos par trançado fazem um ligação pino a pino entre os dispositivos que
esteja interligando, por exemplo, a ligação de um micro a um hub. Como vimos
anteriormente, um par de fios é usado para transmissão e outro é usado para
recepção de dados. O que acontece dentro do hub é que esse dispositivo
conecta os sinais que estão saindo do micro (TD) às entradas de dados das
demais máquinas (RD) e vice-versa, para que a comunicação possa ser
estabelecida. Esse esquema é chamado de “cros-over” (cruzamento). Sem o
cross-over dentro do hub a comunicação não seria possível, já que os micro

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tentariam transmitir dados para a saída de dados dos demais micros, e não
para a entrada como é o correto.

Em algumas situações pode ser que seja necessário interligar equipamentos


que não façam o cross-over. Por exemplo, se você quiser montar uma rede
com apenas dois micros usando um par trançado sem usar um hub, o cabo
pino a pino não funcionará, pois com ele você ligará a saída de dados de um
micro à saída de dados do outro micro. Nesse tipo de situação será necessário
o uso de um cabo cross-over, que faz o cruzamento externamente, ou seja no
próprio cabo.

Outro uso bastante comum do cabo cross-over é na ligação de dois hub’s. se


forem ligados dois hub’s usando pontas convencionais, que já façam o cross-
over, um cabo pino a pino irá anular o cruzamento, e os sinais de transmissão
do primeiro hub serão ligados aos sinais de transmissão do segundo hub, e
não às entradas de recepção, como é correto. O cabo cross-over, ou contrário
do cabo pino a pino, interliga a saída de dados do primeiro micro à entrada de
dados do segundo micro e vice-versa. A pinagem desse tipo de cabo para
redes 10BaseT e 100BaseT é a seguinte:

10BaseTe 100Base T- Cross- Over

Pino Cor Função

1 BRANCO/ VERDE 3
2 VERDE 6
3 BRANCO/ LARANJA 1
4 AZUL 4
5 BRANCO/ AZUL 5
6 LARANJA 2
7 BRANCO/ MARRON 7
8 MARRON 8

Em redes 1000BaseT a pinagem do cabo do cross-over, que é diferente, já que


todos os pares do cabo par trançado são utilizados, é a seguinte:

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1000BaseT- Cross-Over
Pino Cor Função

1 BRANCO/ VERDE 3
2 VERDE 6
3 BRANCO/ LARANJA 1
4 AZUL 7
5 BRANCO/ AZUL 8
6 LARANJA 2
7 BRANCO/ MARRON 4
8 MARRON 5

Montagem de Cabos Par Trançado UTP

A montagem do cabo par trançado sem blindagem é relativamente simples.


Além do cabo são necessários um conector RJ-45 de pressão para cada
extremidade do cabo e um alicate de pressão para esse tipo de conectores.

Este é o passo a passo para a montagem de cabos par trançado do tipo UTP.

1º - Passar o cabo pelos locais por onde ele irá ficar antes de instalar os
conectores RJ-45, lembrando-se sempre de deixar uma certa folga para
possível eventualidades.

2º - Desencapar aproximadamente 2,5 cm do cabo, removendo somente a


proteção externa deste.

3º - Desenrolar os fios que ficam para fora do cabo, deixando-os retos e não
trançados.

4º - Colocar os fios na ordem em que serão instalados no conector RJ-45. Os


pinos são contados da esquerda para a direita, com os contatos virados para o
técnico e com a parte onde o cabo entra apontada para baixo.

5º - Cortar cerca de 1,5 cm do invólucro do cabo utilizando um alicate de corte.

6º - No conector RJ-45 existe um pequeno tubo para cada fio onde este deve
ser inserido. Insira cada fio em seu tubo , até que este atinja o final do
conector.

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7º - Ao terminar de inserir os fios no conector RJ-45, basta inserir este no
alicate de pressão e pressioná-lo.

8º- Remover o conector do alicate e verifique se nenhum fio ficou frouxo ou


solto.

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CONCLUSÃO

A transmissão de dados possibilita que sistemas remotamente localizados ou


até mesmo integrantes de uma mesma LAN possam interagir entre si.

O crescimento das redes de computadores tem sido uma realidade e vem


acontecendo de forma muito rápida. As formas de acesso a dados também têm
mudado radicalmente, em que transações que antes eram feitas de formas
fixas e centralizadas, hoje podem ser feitas de formas rápida e distribuídas. A
cultura de utilização da informação também vem recebendo novas filosofias da
era digital. Com os avanços na transmissão de dados, está, hoje, muito mais
fácil trocar informações com pessoas ou empresas localizadas em qualquer
ponto do Planeta.

Isso tudo foi possível graças a esforços para combater problemas encontrados
durante as transmissões de informação e decorrentes dos meios físicos que
são utilizados, pois desafios surgem para que possamos superá-los e aprender
com eles.

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Referência Bibliográfica:

Livro: TORRES, Gabriel. Redes de Computadores: Curso Completo.

http://www.gdhpress.com.br/redes/leia/index.php?p=cap1-8 19:38hs

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