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Faculdade Municipal de Palhoça

Curso de Administração.
Disciplina de Ciência Política
Prof. Emerson Martins, Ms.
Acadêmico: Marcos Roberto Rosa

Roteiro de Pesquisa:
Obs.: este roteiro deve ser observado como um caminho para entender os principais conceitos, não
pretendendo abranger todos os pontos discutidos em sala e na Bibliografia indicada. Portanto, o
estudo dos textos em sua amplitude continua sendo de suma importância para o entendimento e
compreensão dos conceitos gerais e outros mais específicos.

Conceitos Gerais do Contratualismo:


1. O que é o Estado de Natureza?
É o estado em que viveria o homem antes do Contrato Social, onde prevaleciam os direitos
naturais à vida e a liberdade (segundo John Locke também à propriedade privada). O Estado de
Natureza seria de guerra, segundo Hobbes, onde todos lutavam contra todos para preservar seus
direitos (“O homem é o lobo do homem”) ou de paz, segundo Locke, mas que, por falta de um
árbitro que resolvesse os conflitos, tendia à guerra.
2. O que é o Contrato ou Pacto Social?
É o momento, ou ato, em que os indivíduos abrem mão de seus direitos individuais em favor de
um Estado que tem por principal objetivo a obtenção de privilégios civis (proteção da vida,
igualdade e propriedade privada). Os cidadãos, quando aderem ao Contrato Social, submetem-se
ao Estado para garantir seus direitos naturais e adquirir direitos civis, advindos da formação da
sociedade.
3. O que é o Estado Civil?
É o Estado formado pela adesão incondicional dos indivíduos ao Contrato Social. Este Estado
pode ser absoluto (segundo Hobbes) ou liberal (segundo Locke) e tem por principal objetivo a
proteção dos direitos naturais e a criação e proteção de direitos civis aos indivíduos que formarão
a sociedade civil.
4. Sobre a Teoria Liberal: No que consiste? Qual os objetivos? A que classes está ligada?
Conseqüências e antecedentes?
Consiste na idéia de que a propriedade privada é um direito natural, que não pode ser disposto
pelo Estado, após o Contrato Social. O objetivo é a proteção desta propriedade privada, a
formação da idéia de que os indivíduos devem usar o dom divino do trabalho para obter
propriedades e, desta forma, alcançar o reino dos céus. Está ligada à classe burguesa, que
almejava o poder e a glória desfrutada pela nobreza.

Tomas Hobbes
1. Explique a frase “o homem é o lobo do homem”, de Hobbes.
Hobbes busca ilustrar a forma que o homem vivia no estado de natureza, onde todos tinham
direito à vida e a liberdade e podiam usar de todos os artifícios a seu alcance para defender estes
direitos. Invariavelmente a defesa desses direitos levava a conflitos, onde todos viviam com
medo do que o outro poderia fazer consigo, principalmente com medo de morrer de forma
abrupta e violenta.
2. Para Hobbes, como viviam os homens no Estado de Natureza? E a que esta condição os leva?

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Vivam em estado de guerra permanente, onde todos usavam de qualquer artifício para manter
seus direitos. Esta condição levava a destruição (morte), pois todos vivam com medo de serem
atacados pelo próximo pois, num estado de guerra, a melhor defesa é sempre o ataque.
3. Qual característica natural dos indivíduos os leva à guerra?
Para Hobbes os homens são “tão iguais que”, onde não sabendo qual atitude seu semelhante
tomará, o mais prudente (racional) é atacar primeiro.
4. Quais as causas para a discórdia?
São três as causas principais de discórdia: a competição, a desconfiança e a glória. A primeira
leva os homens a atacar os outros tendo em vista o lucro, a segunda visa a segurança e a terceira
a reputação.
5. O que é o Direito Natural, para Hobbes?
Estar vivo e em liberdade, podendo utilizar-se de todos os meios para mantê-los (o que leva ao
estado de guerra).
6. Em que implica a afirmação de Hobbes de que o homem é o indivíduo? E ao que ele almeja?
Para Hobbes o homem é um indivíduo porque este é autônomo, livre (cada um responde por si).
A busca pelo honra (sucesso).
7. O que é a lei de natureza e qual sua importância no pensamento Hobbesiano?
Todos tem direito de viver em liberdade. Cada um pode, e deve, fazer o que for necessário para
manter sua vida.
8. Como nasce o Estado e qual sua relação com a sociedade, para Hobbes?
Nasce da necessidade de viver em paz, através do contrato social, onde todos abdicam de seus
direitos naturais em favor de um terceiro, o soberano, que está fora do contrato e, exercendo seu
poder absoluto, pode manter a paz entre seu povo. Sociedade e estado nascem juntos.
9. Como se configura o contrato social, para Hobbes?
É um acordo entre as partes onde o soberano irá estabelecer novas regras para proteção do grupo.
O soberano não participa do contrato social, somente os súditos.
10. Quais as características do Estado Civil defendido por Hobbes?
O Estado deve ser absoluto, o soberano deve ter poderes ilimitados (Estado = soberano), quem
elege é a maioria, ninguém pode se rebelar contra o Estado, o Estado Civil instaura o direito à
propriedade privada, que o Estado pode dispor da maneira que lhe aprouver).
11. Qual a analogia que Hobbes faz sobre o Leviatã e o Estado?
O Estado é uma hiperestrutura, terrível, que tem por objetivo proteger os indivíduos, que são
fracos e tendem a destruir-se no estado natural.
12. Quem é o soberano para Hobbes e qual sua relação com o contrato social?
O soberano pode ser uma única pessoa ou uma assembléia, escolhido pelo povo, que não faz
parte do contrato social e atua como defensor do contrato.
13. Como funciona o medo no Estado de Natureza e qual a relação entre o Soberano e o medo
quando já instituído o Estado Civil?

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O medo funciona como algo que nos coloca na defensiva e nos leva ao ataque (temos medo de
sermos atacados, então atacamos primeiro). O soberano não impõe o medo, somente dissimina a
idéia da volta ao estado de guerra.
14. Como Hobbes observa a relação ente igualdade e liberdade?
No estado de natureza éramos livres (ausência de oposições), no estado civil existe a igualdade,
não há liberdade ilimitada em nenhum momento.
15. Qual a visão de Hobbes sobre a Propriedade Privada?
A propriedade privada é um direito civil, instaurada pelo contrato social, podendo o Estado por e
dispor sobre ela.
16. Explique por que Hobbes é considerado um pensador maldito e que relação isso tem com a
burguesia?
Porque ele não coloca a propriedade privada como direito natural, como era o desejo da
burguesia, que almejava usar esta prerrogativa para justificar suas posses e alcançar status na
sociedade.

John Locke:
1. Caracterize o contexto sócio-político em que Locke desenvolveu seus conceitos?
No contexto da Revolução Gloriosa, após a revolução que levou Guilherme de Orange ao trono
da Inglaterra, fundando a primeira Monarquia Constitucional.
2. Qual a posição de Locke em relação ao absolutismo?
Locke era absolutamente contrário ao absolutismo, pois defendia o liberalismo (igualdade,
liberdade e direito à propriedade privada).
3. Para Locke, como viviam os homens no Estado de Natureza? E por que optam pelo Pacto Social?
Em paz, mas tendiam à guerra por causa dos conflitos sociais, por falta de um árbitro que
mediasse tais conflitos, esta é a principal razão para a adoção do Pacto Social.
4. Como nasce o Estado e como ele deve ser constituído, para Locke?
Nasce a partir do Contrato Social, com a aprovação unânime dos indivíduos que participarão da
sociedade civil.
5. O que era a monarquia constitucional, para Locke?
Era o sistema de governo que submetia o monarca, inclusive, ao peso da lei, limitava o poder do
soberano. As leis eram produzidas pelos comuns, que são passageiros, não hereditários.
6. Como se configura o contrato social, para Locke?
Como um acordo entre as partes, que abrem não de seus direitos naturais em favor de um
soberano (também participante do contrato) que irá atuar como um árbitro nos conflitos sociais.
7. Quais as características do Estado Civil ou também chamado Estado liberal defendido por
Locke?

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É o Estado criado a partir do Pacto Social, para defender os direitos primordiais (vida, liberdade e
propriedade privada), garantindo a liberdade de negociação e o direito irrevogável à propriedade
privada.
8. O que é o direito natural e quais são, para Locke?
São os direitos anteriores ao Pacto Social, aqueles que são inalienáveis ao indivíduo. Para Locke
são os direitos à vida, à liberdade e à propriedade privada.
9. Locke justifica a teoria da propriedade pelo trabalho. Explique ambos os conceitos.
Propriedade privada é um direito natural para Locke e o trabalho um dom divino (forma pela qual
o homem alcança o reino dos céus). A propriedade só vem com o trabalho árduo e o Estado
precisa garantir condições para que ambos possam ser usufruídos pelos homens.
10. O que é a teoria do valor, para Locke, e que influências tiveram no contexto teórico futuro?
Tudo que é produzido agrega um significado maior que antes, dependendo do trabalho aplicado.
Este conceito de Locke influiu Marx quando do desenvolvimento de suas teorias.
11. Por que se afirma que Locke era um defensor da rebelião?
Porque ele defendia o direito à manifestação das inconformidades percebidas contra seus direitos
civis.
12. Como Locke observava o absolutismo?
Locke era absolutamente contrário ao absolutismo, pois defendia o liberalismo (igualdade,
liberdade e direito à propriedade privada).
13. Por que podemos afirmar que Locke foi um defensor da liberdade e um dos fundadores da teoria
liberal?
Porque defendeu a propriedade privada, combateu o absolutismo, elevou o trabalho à condição
de dom divino e colocou sobre as leis a obrigatoriedade de garantir os direitos (naturais ou civis).
14. O que é sociedade política ou civil, para Locke?
Para Locke, política era sinônimo de Estado e civil de povo, a relação entre os dois gera os
princípios do contrato social.

Montesquieu
1. Que características da biografia de Montesquieu você destacaria?
Era um nobre, um barão, que buscou os motivos da duração da monarquia e visualizou a
ascensão da burguesia. Instrumentalizou os novos sistemas com as bases sólidas da monarquia
(visão científica da política). Aprimorou tecnicamente a teoria dos três poderes.
2. Como vive o homem no seu estado de natureza, para Montesquieu?
O homem vive em igualdade, sem guerra, e busca o Estado para obter estabilidade (segurança)
social. A discussão sobre quais eram os direitos naturais já havia sido esgotada, o que leva ao
Estado Civil é a necessidade das leis. Tem uma visão pessimista dos homens, que precisava ser
freado em suas aspirações.

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3. Como a noção de lei foi alterada por Montesquieu? E que conseqüências isso teve em termos
políticos e teóricos?
Até Montesquieu a idéia sobre as leis eram divididas em três exigências (momentos ou
dimensões): toda lei deve levar a uma ordem; é uma emanação de Deus (dever ser); deve supor
alguma autoridade. Montesquieu adotou o conceito de leis científicas, relações necessárias que
derivam da natureza das coisas (parafraseando Newton). Traz a política para fora do campo da
teologia e da crônica e a insere num campo propriamente teórico. As leis deixam de ser
transcendentais para serem imanentes à sociedade.
4. Diferencie Lei Positiva de Lei em geral.
Lei Geral rege as relações dos homens e as “coisas”. Lei Positiva é a usada para melhorar as
“coisas”, foram criadas pelo homem para reger as relações entre os próprios homens, regular os
desejos da sociedade.
5. Por que surge a necessidade do Estado e das Leis?
Para garantir a segurança social, igualdade jurídica e a liberdade de expressão, além da
propriedade privada.
6. Explique a teoria dos Três Governos.
Monarquia quando governa pela honra. Democracia funda-se na virtude. Despotismo é o governo
pelo medo.
7. Por que para Montesquieu a Monarquia era o “governo do presente”?
Porque quando ele era vivo a forma de governo presente e que ele não acreditava que perduraria
durante muito tempo.
8. Explique a teoria dos três poderes de Montesquieu.
Para Montesquieu os três poderes são necessários para que haja um sistema de freios e
contrapesos. Os poderes são o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, equânimes para manter o
sistema equilibrado, sendo o judiciário o reconhecido por Montesquieu como o mais fraco.
9. Como a teoria dos três poderes influencia ou mesmo cria as bases para a democracia moderna?
As idéias dos senados e assembléias levam a impressão que o povo está melhor representado do
que quando o governo era concentrado nas mãos de um único monarca.
10. O que é o sistema de freios e contrapesos criados por Montesquieu?
O poder deve controlar o poder para garantir que alguém de fora do poder não seja onerado por
quem o detém.
11. Explique a frase de acordo com a teoria de Montesquieu: “todo homem que tem poder é levado a
abusar dele”.
Para Montesquieu o homem tem uma sede incessante por poder, sempre quer mais do que possui,
que o leva à buscar cada vez mais poder e prestígio. Desta forma o homem nunca se satisfaz com
o poder ou a riqueza que acumulou, busca sempre mais, mesmo que para isso tenha que “invadir”
a zona de direito de outrem. Para frear esta busca frenética pelo poder Montesquieu propõe o
sistema de freios e contra-pesos, onde o poder deve limitar o poder para efetivar a liberdade.
12. Por que podemos afirmar que Montesquieu forneceu as bases para o constitucionalismo.

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Partiu dele a idéia dos três poderes, além do conceito de leis desenvolvido em sua teoria e da
premissa de equidade entre os poderes. Com base na análise feita por Montesquieu dos princípios
que tornaram possível a existência da Monarquia por tanto tempo ao longo da história foi que se
descobriu as bases para o novo sistema.
13. Reescreva e preencha o quadro abaixo de acordo com o que encontramos hoje no Brasil:
Poderes União (País) Estado Município
Legislativo Assembléia Federal e Assembléia Câmara
Senado Estadual Vereadores
Executivo Presidente Governador Prefeito
Judiciário STF TJ Juízes

Jean Jacques Rousseau


1. Em que medida Rousseau com seu discurso sobre a desigualdade poderia ter ofendido aos
poderosos? Explique a natureza dessa ofensa.
Rousseau propõe o exercício da soberania pelo povo como condição primeira para a sua
libertação pregando que, mesmo sob um regime monárquico, o povo pode manter-se como
soberano, desde que o monarca se caracterize como funcionário do povo.
2. Sabemos que para Rousseau “o homem nasce bom e a sociedade o corrompe”, seria o estado de
sociedade. Deriva justamente daí a necessidade do contrato. Explique estas afirmações.
Entre o estado de natureza e o estado civil existe o estado de sociedade, momento em que a
humanidade se corrompe, inventam a propriedade privada e entram em conflito, fazendo-se
necessário a suspensão dos direitos naturais e a instauração do Estado.
3. Como é que o povo se constitui como agente passivo e ativo a partir do Contrato Social e ainda
se torna também soberano, para Rousseau?
É passivo no sentido que deverá obedecer às leis, não possui os direitos individualmente, e ativo
pois o povo é quem deve fazer as leis, momento em que se torna soberano, pois as leis vem da
vontade geral.
4. O que é a vontade geral?
A submissão do governo às vontades gerais do povo, que produz as leis e são submetidos a elas,
decidindo, desta forma, o que é melhor para si. A vontade geral é confundida com o sentido de
“maioria”.
5. Qual a relação entre o soberano, no caso o povo, e o governo, no caso a máquina estatal?
A máquina estatal é o funcionário do povo, pois é passageiro e deve executar a vontade geral.
6. O que Rousseau pensa sobre a representatividade?
Que a representatividade não é a vontade geral, ela representa, normalmente, a vontade de alguns
pequenos grupos.
7. Para Rousseau há uma forma de governo melhor? Explique.

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Não, qualquer forma é boa, desde que seja participativa, vai depender do tamanho do território,
da tradição ou os costumes.
8. Qual o papel das leis, para Rousseau?
Garantir a vida e prolongar o bem estar do povo o máximo possível.
9. Por que podemos afirmar que a visão de Rousseau é pessimista em relação à história?
Porque ele acha que a história é fatídica e que toda a sociedade ( regime político) tende a
degeneração.

O Federalista
1. Pesquise sobre os principais fatos que rodeiam a proclamação da independência americana, em
1776. Especialmente as relações internas entre federalistas e confederalistas.
A independência dos Estados Unidos serviu como um ponto de referência no processo político e
econômico que resultou no fim o antigo regime. Por causa disso desenvolveu-se na América do
Norte um tipo de regime político renovado: a República, baseada na democracia representativa.
Os Estados Unidos teve origem com trezes colônias inglesas na América, isto a partir do século
XVII. Num período de dois séculos, foi reunido mais de 2 milhões de habitantes. Entre colônias
do Norte e do Sul havia grandes diferenças. Isto porque nas colônias do norte, a estrutura
administrativa era baseada em uma ocupação de pequenas propriedades e colonos livres; nas do
sul, era o oposto: grandes fazendas de produtos tropicais, cultivados por escravos africanos.
Mesmo com essas diferenças, e como conseqüência, os vários conflitos resultantes, não impediu
a formação de uma nação soberana e unificada.
As colônias do Norte e do Centro tiveram um desenvolvimento bem deferente das do Sul. Nestas
regiões predominavam as pequenas e medias propriedades. O trabalho era livre, exercido por
colonos que fugiram da Europa por motivos políticos ou religiosos.
Por causa do clima da região, os produtos agrícolas eram semelhantes aos cultivados na Europa,
isto gerava pouca lucratividade. Isso enfraqueceu o comércio com a metrópole, pois, não
havendo cargas que fossem e viessem da metrópole para colônia e vice e versa, o frete ficava
caro. Apesar de proibida a existência de manufaturas, os ingleses permitiriam aos colonos do
centro-norte uma certa autonomia econômica.
Manufaturas e policulturas trouxeram desenvolvimento econômico. O excedente logo passou a
ser comercializado com as colônias do Sul, abastecidas até então pela metrópole. A região Sul,
por ser mais próxima dos trópicos, passou a se especializar no cultivo de produtos como tabaco,
anil e algodão, destinados a exportação. O comércio de produtos tropicais dava muitos lucros
para a camada dominante. Essa forma de exploração também afetou a estrutura da propriedade e
das relações de trabalho. Ali predominavam a grande propriedade, a monocultura e o trabalho
escravo.
As atividades comerciais dos colonos do Norte ultrapassaram as fronteiras da nova Inglaterra.
Começam a surgir os triângulos comerciais. O de mais destaque foi o que envolvia a exportação
de peixe, gado e produtos alimentícios para as Antilhas. Lá, os colonos-comerciantes compravam
melaço, rum e açúcar. Em Nova York e na Pensilvânia, transformavam o melaço em mais rum,
que trocavam por escravos na África. Estes eram vendidos nas Antilhas ou nas colônias do Sul.

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Outro triangulo começava na Filadélfia, Nova York, com carregamentos trocados na Jamaica por
melaço e açúcar. Esses produtos eram levados para a Inglaterra e trocados por tecidos e
ferragens, que eram trazidos para a Filadélfia.
As leis inglesas de navegação não tinham como proibir o desenvolvimento das colônias do Norte,
isto porque estas leis não tinham como ser aplicadas. Mas quando o comercio colonial começou a
concorrer com o metropolitano, naturalmente começaram a surgir atritos que resultaram na
emancipação das treze colônias.
A reação da metrópole
O crescimento do comercio colonial começou a preocupar a Inglaterra, isto induziu a uma
mudança na política. Outro dado importante que contribuiu para a mudança: foi a Guerra dos
Sete Anos (1756-1763), entre ingleses e franceses. Como a Inglaterra venceu, ela se apossou de
grande parte do território colonial Francês.
Ao mesmo tempo, o Parlamento inglês decidiu aumentar as taxas e os direitos da Coroa na
América, para assim pagar parte dos custos da guerra. Esta medida tinha como objetivo também
punir os colonos, porque durante a guerra, eles aproveitaram para fazer negócios com os
franceses no Canadá e nas Antilhas e ainda cederam homens e recursos materiais aos inimigos.
George Grenville, primeiro-ministro inglês, decidiu colocar nas colônias uma força militar de 10
mil homens. O Parlamento também aprovou duas leis para arrecadar mais dinheiro as: Lei do
Açúcar (1764) e a Lei do Selo (1765).
» Lei do Açúcar: esta lei estabelecia novas taxas alfandegárias sobre grande quantidade de
produtos estrangeiros, entres estes estavam o melaço antilhano, que era importante para a
fabricação de rum e açúcar.
» A Lei do Selo: esta lei exigia que fossem colocados selos em documentos legais, contratos
comerciais, jornais e até em baralhos. Esta lei desagradou muito aos colonos, que protestaram, e
fizeram uma reunião em Nova York, em 1765, o Congresso da Lei do Selo, que, mesmo
afirmando serem fieis a Coroa, decidiram boicotar o comercio inglês. O resultado foi a
revogação desta lei e a redução das taxas sobre o melaço.
Havia problemas não só de ordem econômica, mas também intelectual, pois a elite norte-
americana e muitos dos colonos estavam sendo influenciados pelos ideais iluministas. Essas
pessoas tinham o sonho da formação de um novo país, independente e livre.
Os colonos continuaram a contestar o direito legislativo do Parlamento inglês, recusando-se a
cumprir a Lei do Aquartelamento (1765). Lei que exigia aos colonos que contribuíssem com
alojamento, comida e transportes para as tropas inglesas enviadas as colônias.
Em 1767, o novo primeiro-ministro, Charles Townshend, fez mais uma exigência: que os colonos
pagassem mais impostos sobre produtos importados. estes foram chamados Atos Townshed. A
resposta dos colonos foi o boicote as mercadorias inglesas. Por causa disso, em 1770, foram
abolidos os Atos Townshend, menos o imposto referente ao chá.
A crise teve o auge em 1773, porque a Lei do Chá dava o monopólio desse comercio a
Companhia das Índias Orientais. A Companhia transportaria o chá diretamente das índias para
América. Esta atitude deu grandes prejuízos aos colonos norte-americanos.
Mesmo assim o Parlamento ainda reagiu, pois em maio de 1774, o porto de Boston foi
interditado até o pagamento dos prejuízos; Massachusetts e Boston ficaram sob controle militar.

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Até 1763, o governo inglês tinha incentivado o povoamento a oeste das colônias, com o objetivo
de combater as pretensões de invasão dos franceses e espanhóis.
Como a situação não estava de agrado do governo inglês, este resolveu mudar sua política no
que diz respeito a ocupação das terras a oeste das treze colônias, já que a guerra dos sete anos
havia acabado e agora as terras estavam em seu poder. Então em 1763, o governo proibiu a
ocupação dessas terras por mais colonos norte-americanos. Então, em 1774, publicou o Ato de
Quebec, onde toda a região do Ohio e do noroeste passou a ser da província de Quebec (no atual
Canadá).
O resultado destas novas leis foi a falência dos primeiros colonos que, para pagar suas dívidas
tiveram de vender suas propriedades e avançar em direção ao Oeste em busca de novas terras.
Em 1764, teve a Lei da Moeda, que proibia a emissão de dinheiros na colônia, isto servia para
limitar a alta de preços dos produtos agrícolas e tornavam mais difícil a situação dos plantadores.
A Guerra de Independência Americana (1776-1783)
Os representantes dos colonos ficaram revoltados com as leis extremistas da metrópole, por isso
reuniram no Primeiro Congresso Continental de Filadélfia, realizado em setembro de 1774.
Este congresso não tinha caráter não-separatista, mas foi decido enviar uma petição ao rei e ao
parlamento inglês, com um pedido de revogação daquelas leis, em nome da igualdade de direitos
dos nortes-americanos.
O Segundo Congresso Continental de Filadélfia, em maio de 1775, já assumia posições
claramente separatistas. Em junho de 1776, a Virginia tomou a iniciativa de proclamar sua
independência, por publicar uma Declaração dos Direitos Humanos. Para chefiar a resistência,
foi nomeado George Washington. Em 4 de julho de 1776, quando estavam todos reunidos na
Filadélfia, os delegados de todos os territórios promulgaram a Declaração da Independência
redigida por Thomas Jefferson, com mudanças introduzidas por Benjamin Franklin e Samuel
Adams.
A Guerra de Independência iniciou em março de 1775, quando Boston foi tomada pelos norte-
americanos. Um problema enfrentado pelas forças rebeldes foi a falta de organização. Pois cada
região encarava a guerra de um ponto de vista. Por exemplo: Os colonos canadenses
permaneceram fiéis a Inglaterra. Os voluntários do exercito, alistados por um ano, quando vencia
o seu tempo abandonavam a luta para cuidar de suas colheitas. Os oficiais, geralmente eram
estrangeiros, e não se sentiam tão envolvidos no conflito.
A conseqüência foi a derrota em Nova York. Mas na Filadélfia os colonos ganharam novos
ânimos, quando venceram a batalha de Saratoga.
Na França, a monarquia francesa estava muito interessada nos acontecimentos na América, pois
eles colocavam em dificuldades sua grande inimiga, a Inglaterra.
Os norte-americanos tinham a certeza que somente com o apoio de alguma potência européia
teriam forças para enfrentar com sucesso as forças inglesas.
O resultado da batalha de Saratoga acabou por dar uma espécie de garantia à França de que seria
vantajoso para ela apoiar os norte-americanos, então em fevereiro de 1778, estabeleceu com o
Congresso norte-americano um tratado de amizade, aliança e comércio. Este acordo assegurava
aos rebeldes o apoio francês em homens, armas e dinheiros.

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Com a ajuda marítima francesa, a guerra estendeu-se até o Caribe e as Índias. Em 1779, La
Fayette conseguiu o envio para o território americano de 7500 franceses comandados pelo
general Rochambeau. Nesse mesmo ano, a França conseguiu o apoio da Espanha para entrar na
luta contra a Inglaterra. Em 1783, a Inglaterra sem mais nenhuma opção teve de reconhecer a
independência dos Estados Unidos da América pelo Tratado de Versalhes. As fronteiras do novo
país foram assim bem estabelecidas, a saber: ao noroeste, nos Grandes Lagos; a oeste, no rio
Mississipi.
Em 1787, foi proclamada a Constituição norte-americana. Baseada no espírito do Iluminismo, a
Carta Constitucional definia o Estado como Republica Federativa presidencialista, esta
estabelecia a existência de três poderes independentes: Executivo, Legislativo e Judiciário.
O chefe do executivo seria o Presidente da Republica, eleito pelo período de quatro anos por
representantes das Assembléias dos cidadãos( o povo).
Comporiam o Legislativo, ou Congresso: a Câmara dos representantes, com delegados da cada
estado proporcional ao número de sua população; e o Senado, com dois representantes por
estado. O congresso ficaria com a função de votar leis e orçamentos. Uma Corte Suprema
composta por nove juízes indicados pelo presidente resolveria os conflitos entre os estados e
entre estes e a União.
Fonte: http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/adrienearaujo/historia028.asp. Acesso em 09/06/2009.

2. Faça um pequeno esboço sobre a participação nos escritos e na política dos três autores, Publius,
de “o Federalista.
James Madison: autor de 29 artigos e considerado o pai da Constituição americana, foi fundador
do Partido Republicano e 4º Presidente dos EUA, em 1808.
Alexander Hamilton: escreveu 51 artigos e possuía uma postura ultra centralizadora, tendo suas
teses rejeitadas pela constituinte, foi o 1º Secretário do Tesouro e conselheiro de George
Washington.
John Jay: autor de 5 artigos e 1º Presidente da Corte Suprema.
3. Por que afirmamos que no “federalista” encontra-se a primeira teorização eminentemente
moderna de teoria política?
Fazem a primeira teorização eminentemente moderna no sentido de defender que a criação do
Estado não é o tema central de seus textos, romperam com a idéia da necessidade de discutir o
motivo da criação do Estado, mas, sim, a forma como o Estado se constitui. Além disso, pregam
o controle sobre os detentores do poder.
4. Qual o grande desafio teórico de “O Federalista”? E em que medida isso era um rompimento com
o pensamento moderno de teoria política?
Eles queriam instituir uma república democrática em um país com um território muito grande,
idéia que era repudiada pelo pensamento político anterior. Fundamentavam-se no argumento que
cada estado deveria ter uma constituição própria subjugada pela Constituição Federal, que
poderia atuar diretamente sobre todos os cidadãos.
5. Que inovação a constituição defendida pelos federalistas colocava em relação à aplicação das leis
aos estados da união e aos indivíduos.

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Cada estado da união poderia promulgar sua própria constituição, desde que não fosse contrária à
Constituição Federal. Esta, por sua vez, tinha o poder de impor suas leis diretamente aos
cidadãos, sem a necessidade de aplicá-las primeiro aos estados da federação.
6. Como fica a soberania dos Estados da união segundo a constituição de 1787.
Os estados da união eram soberanos, desde que não contrariassem as normas da Constituição
Federal, eles deviam obediência ao Estado Federal.
7. Quais eram as principais críticas dos antifederalistas à constituição federalista e em que conceitos
e autor eles se baseavam?
Suas principais críticas eram a respeito do tamanho (extensão territorial) do Estado que estava se
formando e baseavam suas criticam nas idéias defendidas pelos contratualistas (Montesquieu e
Rousseau) que defendiam a teoria que um Estado extenso deveria ser governado pelo regime
monárquico.
8. Explique a frase: “se os homens fossem anjos, não haveria a necessidade de governos”.
Se todos obedecessem às leis naturais (vida, liberdade e propriedade privada) sem instaurar o
estado de guerra o Estado perderia sua razão de existência, pois todos viveriam em harmonia.
9. O tema central de “O federalista” era o estabelecimento de controles bem definidos sobre os
detentores do poder. Em que sentido aqui os federalistas se aproximam de Montesquieu e em que
pontos se distinguem?
10. Para os federalistas a virtude era uma condição para a formação do Estado? Explique.
A ambição será incentivada para enfrentar a ambição. Os interesses pessoais serão associados aos
direitos constitucionais. Não há vestígios da teoria do governo misto ou de uma concepção onde
a liberdade seja resguardada por um povo virtuoso.
11. Que inovações os federalistas propuseram com o objetivo de moderar o poder.
A instituição do Senado e o reforço dos outros poderes, visto que o Legislativo concentra sob
suas responsabilidades grande parte do poder constituído (eles fazem as leis). Dá-se ao Executivo
o poder de veto e ao Judiciário o de interpretação final sobre o significado da Constituição.
12. Qual a diferença fundamental entre república e democracia, para os federalistas?
A coordenação dos diferentes interesses em conflito, que se caracteriza como a preocupação
central da legislação moderna.
13. Em que sentido a diferenciação entre república e democracia ajudaria na justificação de um
Estado como o proposto pelos federalistas?
No sentido de que a coordenação opõe-se a violência do conflito entre facções características das
democracias populares. Ante o bloqueio mútuo das partes, a coordenação aparece como a única
alternativa para a decisão dos conflitos, o interesse geral se impondo como a única alternativa.

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