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Nove de Fevereiro de 2011

N esse assunto, a intenção é mostrar como os dirigentes percebem sua


responsabilidade e comprometimento com a construção do futuro da sua empresa,
assim como ressaltar a importância da estratégia nas agendas pessoais de cada
membro da organização.
Começa-se descrevendo o comportamento não somente dos dirigentes, mas de todos os
profissionais envolvidos no planejamento organizacional.
Explanaremos o resultado de uma analise externa das ferramentas gerenciais mais utilizadas
no mundo, comprovando que o planejamento estratégico é trabalho praticamente obrigatório
nas empresas competitivas de hoje.

PLANEJAMENT
O AULA 01: MOTIVAÇÃO
ESTRATÉGICO
Planejamento Estratégico – Aula 01: Motivaçã o

Planejamento: “Conjunto de providências a serem tomadas para a situação em que o


futuro tende a ser diferente”.
Steiner estabelece as cinco dimensões do planejamento, cujos aspectos básicos são:

1. Assunto Abordado: Que pode ser produção, pesquisa, novos produtos,


finanças, marketing, instalações, recursos humanos, etc.
2. Elementos do Planejamento: Propósitos, objetivos, estratégias, políticas,
programas, orçamentos, normas e procedimentos.
3. Tempo do Planejamento: Longo, médio ou curto prazo.
4. Unidades Organizacionais: Onde o julgamento é elaborado, pode ter
planejamento corporativo, de subsidiarias, de grupos funcionais, de divisões,
de departamentos, de produções, etc.
5. Características do Planejamento: Podem ser representadas por
complexibilidade ou simplicidade, qualidade ou quantidade, planejamento
estratégico ou tático, confidencial ou publico, formal ou informal, econômico
ou caro.

Essas dimensões permitem visualizar a amplitude do assunto planejamento.


O Planejamento não pode ser confundido com previsão, projeção, predição,
resolução de problemas ou planos, pois:

 Previsão corresponde ao esforço para verificar quais serão os eventos que


poderão ocorrer, com base no registro de uma série de probabilidades;
 Projeção corresponde à situação em que o futuro tende a ser igual ao
passado, em sua estrutura básica;
 Predição corresponde à situação onde o futuro tende a ser diferente do
passado, mas a empresa não tem nenhum controle sobre seu processo e
desenvolvimento;
 Resolução de Problemas corresponde a aspectos imediatos que procuram
tão somente a correção de certas descontinuidades e desajustes entre a
empresa e as focas externas que lhe sejam potencialmente relevantes;
 Plano corresponde a um documento formal que se constitui na consolidação
das informações e atividades desenvolvidas no processo de planejamento; é
o limite da formalização do planejamento, uma visão estratégica do
planejamento, uma decisão em relação custo versus beneficio deve ser
observada.

O processo de planejar envolve um modo de pensar com indagações sobre o que


fazer, como, quando, para quem, por que, por quem e onde.
O propósito do planejamento pode ser definido como o desenvolvimento de
processos, técnicas e atitudes administrativas, as quais proporcionam uma situação viável de
avaliar as implicações futuras de decisões presentes em função dos objetivos empresariais que
facilitarão a tomada de decisões no futuro, de modo mais rápido, coerente e eficaz.
Posturas Típicas em relação ao Planejamento
Cada profissional tem pensamentos, atitudes e comportamentos próprios quanto à
sua responsabilidade em relação à visão de futuro de sua organização.

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Atitudes Típicas em relação ao futuro

1. Atitude Tradicionalista: Vivem o cotidiano aplicando no presente que deu


certo no passado, ou evitando aquilo que deu errado. Para eles as
experiências adquiridas servem para delinear tanto o presente quanto o
futuro. Entretanto, do ponto de vista estratégico, o que passou pouco
contribui para o que pode acontecer no futuro de nossas organizações.
2. Atitude Pragmática: Mantêm o foco no presente. Atuam quase sempre de
forma reativa com relação aos impactos futuros, reais ou prováveis, positivos
ou negativos, que ocorrem ou podem ocorrer à sua volta. Preocupar-se
excessivamente e direcionar todo o seu tempo e atenção para o presente
pode prejudicar a organização, pois é do futuro que surgirão as grandes
oportunidades a aproveitar e as grandes ameaças a enfrentar!
3. Atitude Estratégica: As formas de encarar o futuro nas organizações
assumem aspectos diferenciados, dependendo muito mais dos dirigentes e
da sua visão de mundo do que da situação real pela qual a empresa esta
passando ou poderá passar.
3.1. Atitudes Otimistas ou Pessimistas: Algumas pessoas vêem o futuro de
maneira sistemática e persistente. Elas têm opiniões definitivas sobre o
futuro, independentemente das circunstâncias, das informações que
recebem ou das perspectivas reais para a organização. Enquanto algumas
adotam uma postura pessimista, achando que a situação está ruim e vai
piorar, enfatizando somente os aspectos negativos, outras vêem o futuro
com otimismo exagerado, afirmando que a situação esta boa e vai
melhorar, apesar das circunstâncias, enfatizando, assim, apenas os
aspectos positivos. Essas pessoas partem de pressupostos opostos entre
si, mas todos de difícil comprovação, pois tanto as otimistas como as
pessimistas sempre encontram fortes argumentos para justificar suas
posturas. Entretanto, nenhuma dessas atitudes contribui para a
construção de uma visão positiva, porém realista, do futuro.
3.2. O futuro como extrapolação do presente : Para alguns a reflexão sobre o
futuro é como um acontecimento que se repete, na opinião deles, não
passa de mera extrapolação ou continuidade do passado e do presente.
Dizem que “não há nada de novo debaixo do sol...”, não percebem que o
futuro é diferente e que as experiências bem ou malsucedidas, do
passado ou do presente, pouco contribuem, efetivamente, para se obter
sucesso, ou para se evitar fracassos no futuro.

Devemos, por tanto, evitar os dois extremos: o de que o futuro é uma repetição do
passado, ou o de que o passado deve ser ignorado, evitado; deve-se buscar um meio termo
saudável entre essas suas posições.
A atitude estratégica consiste em um exercício de se transformar mentalmente para
um futuro desejável, considerado possível, e a partir de lá olhar para trás, para hoje, e
perguntar o que deve ser feito no presente para que o idealizado no futuro se concretize.

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O Mau Uso do Tempo: A alegada falta de tempo é um dos obstáculos para que se
faça uma reflexão em conjunto para exercitar a visualização do futuro desejável. As agendas
dos executivos estão quase sempre repletas de compromissos, bloqueando o tratamento dos
problemas referentes ao futuro das organizações. Os executivos gastam pouquíssimo tempo
dedicando-se à construção de uma visão compartilhada do futuro de suas organizações, que é
o elemento fundamental para a condução do bom encaminhamento estratégico da empresa.
A Mentalidade Estratégica:

 Mentalidade Imediata: Visualizar somente o que vai acontecer em um espaço


de tempos. Essa atitude é chamada de miopia estratégica, pois a pessoas
enxerga muito bem o perto e o curto prazo, mas não tem a menor idéia do
que pode acontecer a médio e longo prazo.
 Mentalidade Operacional: É baseada nos fatos do cotidiano e nas demandas
para que tudo ocorra normalmente. Alguns executivos são capazes de
visualizar, com bom nível de detalhes, tudo o que vai acontecer em um
espaço de tempo, digamos, de 12 meses, estendendo um pouco mais seu
horizonte espacial.
 Mentalidade Estratégica: É a necessária para a construção da visão do futuro,
abstraindo-se mentalmente do presente momento, a fim de se colocar em
uma posição adequada, transportando essa visão para cinco a dez anos à
frente e posicionando-se de uma perspectiva global a partir do futuro
desejado.

As Ferramentas Gerenciais Mais Utilizadas:

1. Planejamento Estratégico
2. Missão/Visão
3. Benchmarking
4. Aferição da Satisfação dos Clientes

O planejamento dentro de uma empresa deve respeitar alguns princípios para que os
resultados de sua operacionalização sejam esperados. Podem-se separar esses princípios em
gerais e específicos.
Princípios Gerais do Planejamento:

1. O Princípio da Contribuição aos objetivos e, nesse aspecto, o planejamento


deve, sempre, visar aos objetivos máximos da empresa. No processo de
planejamento devem-se hierarquizar os objetivos estabelecidos e procurar
alcançá-los em sua totalidade, tendo em visa a interligação entre eles.
2. O Princípio da Precedência do planejamento , correspondendo a uma função
administrativa que vem antes das outras (organização, direção e controle).
Na realidade, é difícil separar e sequenciar as funções administrativas, mas
pode-se considerar que, de maneira geral, o planejamento assume uma
situação de maior importância no processo administrativo.
3. O Princípio da Maior penetração e abrangência , pois o planejamento pode
provocar uma serie de modificações nas características e atividades da

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empresa. As modificações provocadas nas pessoas podem corresponder à


necessidade de treinamento, substituição, transferências, funções, avaliação,
etc.; na tecnologia pode ser apresentada pela evolução dos conhecimentos,
pelas novas maneiras de fazer os trabalhos etc.; e nos sistemas podem
ocorrer alterações nas responsabilidades estabelecidas nos níveis de
autoridade, descentralização, comunicações, procedimentos, instruções etc.
4. O Princípio de Maior eficiência, eficácia e efetividade. O planejamento deve
procurar maximizar os resultados e miminizar às deficiências.
Eficiência é:
 Fazer as coisas de maneira adequada;
 Resolver problemas;
 Salvaguardar os recursos aplicados;
 Cumprir seu dever; e
 Reduzir custos.
Eficácia é:
 Fazer as coisas certas;
 Produzir alternativas criativas;
 Maximizar a utilização dos recursos;
 Obter resultados; e
 Aumentar o lucro.
Efetividade é:
 Manter-se no ambiente; e
 Apresentar resultados globais positivos ao longo do tempo
(permanentemente).

A efetividade representa a capacidade de a empresa coordenar constantemente, no


tempo, esforços e energias, tendo em vista o alcance dos resultados globais e a manutenção
da empresa no ambiente. Por tanto para que a empresa seja efetivada é importante que ela
seja eficiente e eficaz.
Princípios Específicos do Planejamento:
Com base na atitude e visão interativa diante do planejamento, Ackoff apresenta
quatro princípios de planejamento que podem ser considerados como específicos:

 Planejamento Participativo: O principal benefício do planejamento não PE


seu produto, ou seja, o plano, mas o processo envolvido.
 Planejamento Coordenado: Todos os aspectos envolvidos devem ser
projetados de forma que atuem interdependentemente, pois nenhuma parte
ou aspecto de uma empresa pode ser planejado eficientemente se o for de
maneira independente de qualquer outra parte ou aspecto.
 Planejamento Integrado: Os vários escalões de uma empresa devem ter seus
planejamentos integrados.
 Planejamento Permanente: Essa condição é exigida pela própria turbulência
do ambiente, pois, nenhum plano mantém seu valor com o tempo.

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Filosofias do Planejamento: A maioria dos processos de planejamento envolve uma


mistura dos três tipos, embora possa haver predominância de um deles.

1. Filosofia da Satisfação: Designa os esforços para atingir um mínimo de


satisfação, mas não necessariamente para excedê-lo. O nível que define a
satisfação é o que o tomador de decisões esta disposto a fixar e,
frequentemente, é o mínimo necessário. O processo de planejar pode ser
realizado em pouco tempo e exige menor quantidade de capacitação técnica.
Nesse sentido, tal filosofia pode ser muito útil quando a empresa inicia o
aprendizado do processo de planejar.
2. Filosofia da Otimização: O planejamento não é feito apenas para realizar algo
suficientemente bem, mas para fazê-lo tão bem quanto possível. Caracteriza-
se pela utilização de técnicas matemáticas e estatísticas e de modelos de
simulação. O executivo deve estar atento ao fato de que mesmo o melhor
modelo matemático pode ser sabotado por resistências ativas ou passivas
pelos indivíduos da empresa que não foram motivados para o plano.
3. Filosofia da Adaptação: Denominada planejamento inovativo, baseia-se na
suposição de que o principal valor do planejamento não esta nos planos
produzidos, mas no processo de produzi-los; supõe que a maior parte da
necessidade atual de planejamento decorre da falta de eficácia
administrativa e de controles, e que o fator humano é o responsável pela
maioria das confusões que o planejamento tenta eliminar ou evitar; e que o
conhecimento do futuro pode ser classificado em três tipos: certeza,
incerteza e ignorância, visto que cada uma dessas situações requer tipo
diferente de planejamento, comprometimento, contingência ou adaptação.
A filosofia de adaptação procura equilíbrio (interno e externo) da empresa,
após ocorrência de uma mudança. O desequilíbrio pode vir a reduzir a
eficiência do sistema-empresa de modo efetivo; daí a necessidade de
restabelecer o estado de equilíbrio. A filosofia da adaptação aplicada no
processo de planejamento estratégico pode facilitar o posterior
desenvolvimento e implementação da reengenharia em nível de processos
estratégicos e organizacionais.

Partes do Planejamento:

 Planejamento dos fins: especificação do estado futuro desejado, ou seja, a


missão, os propósitos, os objetivos, os objetivos setoriais, os desafios e as
metas.
 Planejamento de meios: proposição de caminhos para a empresa chegar ao
estado futuro desejado.
 Planejamento organizacional: esquematização dos requisitos organizacionais
para poder realizar os meios propostos.
 Planejamento de recursos: dimensionamento de recursos humanos e
materiais, determinação da origem e aplicação de recursos financeiros.

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 Planejamento de implantação e controle : corresponde à atividade de


planejar o gerenciamento de implantação do empreendimento.

Tipos de planejamento:

1. Nível Estratégico: Objetivos de Longo Prazo, participação de toda a


empresa.
2. Nível Tático: Objetivos de Curto Prazo, participação de parte da
empresa.
3. Nível Operacional: Formalização

A Empresa como Sistema


Sistema é definido como um conjunto de partes interagentes e
interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado
objetivo e efetuando uma função.
Subsistema: são as partes do sistema.
Supersistema ou Ecossistema: é o sistema dentro de um macrossistema.
Elementos do Sistema:

 Objetivos: Se referem tanto aos objetivos dos usuários do sistema,


quanto aos objetivos do próprio sistema.
 Entradas do sistema: Forças que fornecem ao sistema. Ex: Material,
informação, energia.
 Transformação do sistema: Função que possibilita a transformação de
um insumo (entrada) em produto (saída).
 Saídas do sistema: Resultados do processo de transformação.
 Avaliação e Controle do sistema: Verifica se as saídas estão coerentes
com os objetivos estabelecidos.
 Retroalimentação ou Feedback: Reintrodução de uma saída sob forma
de informação.

Ambiente é o conjunto de todos os fatores que, dentro de um limite


específico, se possa conceber como tento alguma influencia sobre a operação do
sistema.
Conceitos que facilitam o entendimento da Empresa como sistema aberto, e
sua interação com o meio ambiente:

 Equifinalidade, segundo a qual um mesmo estado final pode ser


alcançado, partindo de diferentes condições iniciais e por maneiras
diferentes, e
 Entropia Negativa, que mostra o empenho dos sistemas em se
organizarem para a sobrevivência, por meio de maior ordenação.

Em Resumo...

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Planejamento Estratégico – Aula 01: Motivaçã o

A postura dos dirigentes e executivos, no que diz respeito ao planejamento de suas


empresas, varia muito entre pessoas e organizações.
As atitudes típicas dos dirigentes executivos em relação ao futuro de suas
organizações podem ser classificadas em tradicionalistas, pragmáticas e estratégicas.
Estatísticas muito pertinentes comprovam que os executivos, de modo geral,
empregam mal o tempo no trabalho, direcionando suas ações e preocupações muito mais para
as atividades internas e para o imediatismo, dedicando pouco tempo – ou quase nenhum -
para ampliar sua visão compartilhada do futuro da organização.
O planejamento estratégico tem sido uma das ferramentas mais utilizadas nas
organizações empresariais em todo o mundo, principalmente nas regiões mais desenvolvidas.
Analisamos os conceitos, princípios, filosofias e tipos de planejamento, bem como os
aspectos básicos da teoria de sistemas que devem ser considerados para o adequado processo
de planejamento nas empresas.
A administração é uma tecnologia que apresenta-se em constante evolução, pra a
qual os executivos devem estar, permanentemente, atentos para melhor aplicá-la nas
empresas.
A Administração deve ser sistematicamente, repensada, para quebrar os paradigmas
e consolidar novos modelos de gestão.

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Planejamento Estratégico – Aula 01: Motivaçã o

TRANSCRITOS

OLIVEIRA, Djalma de. Planejamento Estratégico: Conceitos, metodologia e práticas. São Paulo:
Editora Atlas, 2002.

COSTA, Eliezer da. Gestão Estratégica: da Empresa que Temos para a Empresa que Queremos.
Editora Saraiva, 2007.

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