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A CONSCIÊNCIA NEGRA

O Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no Brasil e é dedicado à


reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A semana dentro da qual está
esse dia recebe o nome de Semana da Consciência Negra.

A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. O
Dia da Consciência Negra procura ser uma data para se lembrar a resistência do negro à
escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte forçado de africanos para o solo
brasileiro (1594).

Algumas entidades como o Movimento Negro (o maior do gênero no país) organizam


palestras e eventos educativos, visando principalmente crianças negras. Procura-se evitar o
desenvolvimento do autopreconceito, ou seja, da inferiorização perante a sociedade.

Outros temas debatidos pela comunidade negra e que ganham evidência neste dia são:
inserção do negro no mercado de trabalho, cotas universitárias, se há discriminação por
parte da polícia, identificação de etnias, moda e beleza negra, etc.

O dia é celebrado desde a década de 1960, embora só tenha ampliado seus eventos nos
últimos anos; até então, o movimento negro precisava se contentar com o dia 13 de maio,
Abolição da Escravatura – comemoração que tem sido rejeitada por enfatizar muitas vezes a
"generosidade" da Princesa Isabel.

MAIOR POPULAÇÃO NEGRA DO PAÍS

A população brasileira foi estimada em 184,4 milhões de habitantes, em 2005, segundo a


PNAD, sendo que 91 milhões de pessoas se declararam de cor/raça parda ou preta,
aproximando-se bastante da população branca, estimada em 92 milhões. Assim, os negros
(pardos e pretos) correspondem, hoje, praticamente à metade da população do país. Destes,
35,8 milhões residem na Região Nordeste e 32 milhões, no Sudeste.
O Estado de São Paulo contava, em 2005, com a maior população negra do país, com
aproximadamente 12,5 milhões de pessoas de raça/cor preta ou parda, correspondendo a
31% dos habitantes do Estado, segundo dados divulgados pela PNAD. Entretanto, em
termos relativos, é um dos Estados com menor proporção de negros, juntamente com os da
Região Sul, pois, nos demais, as pessoas que se declararam pretas ou pardas equivalem a
mais de 50% da população. Bahia, Amazonas e Pará são os Estados com maiores
proporções de negros, próximas a 80%. Somando-se os Estados de São Paulo, Bahia e
Minas Gerais, têm-se mais de 30 milhões de negros do país (Tabela 1).

TABELA 1
População, por Raça/Cor
Unidades da Federação
2005
Unidades da Negros
Brancos Negros (1) Total (2)
federação (%)
Brasil 92.014.364 91.126.531 184.341.031 49,4

Rondônia 533.568 987.206 1.537.072 64,2


Acre 156.173 483.915 646.653 74,8
Amazonas 705.826 2.551.780 3.257.606 78,3
Roraima 87.150 291.480 390.946 74,6
Pará 1.588.810 5.353.677 6.983.038 76,7
Amapá 127.445 463.941 594.843 78,0
Tocantins 333.013 970.655 1.307.382 74,2
Maranhão 1.523.620 4.541.893 6.109.687 74,3
Piauí 742.777 2.264.865 3.007.642 75,3
Ceará 2.818.470 5.258.383 8.106.656 64,9
Rio Grande do Norte 1.110.400 1.892.771 3.003.171 63,0
Paraíba 1.297.580 2.296.907 3.594.487 63,9
Pernambuco 3.112.810 5.267.938 8.420.563 62,6
Alagoas 1.006.230 2.009.607 3.015.837 66,6
Sergipe 557.262 1.405.519 1.967.074 71,5
Bahia 2.895.400 10.890.450 13.825.402 78,8
Minas Gerais 8.859.800 10.367.180 19.255.237 53,8
Espírito Santo 1.342.210 2.063.970 3.411.339 60,5
Rio de Janeiro 8.336.260 7.005.990 15.396.734 45,5
São Paulo 27.392.900 12.493.790 40.481.853 30,9
Paraná 7.503.260 2.645.822 10.271.094 25,8
Santa Catarina 5.175.680 687.523 5.863.203 11,7
Rio Grande do Sul 9.130.770 1.683.718 10.854.343 15,5
Mato Grosso do Sul 1.145.300 1.084.458 2.266.786 47,8
Mato Grosso 1.029.420 1.745.936 2.807.476 62,2
Goiás 2.474.200 3.130.412 5.628.257 55,6
Distrito Federal 1.028.030 1.286.745 2.336.650 55,1

Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD 2005.


(1) Incluem a população parda e preta.
(2) Inclusive a população de raça/cor amarela, indígena e sem declaração.

DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO NEGRA PAULISTA EM 2000

Da mesma forma como a proporção de negros varia entre as unidades de Federação, no


Estado de São Paulo a concentração de negros difere segundo a região de residência. O
Mapa 1 e a Tabela 2 apresentam a distribuição da população por raça/cor e sexo, para as 15
regiões administrativas.

TABELA 2
Distribuição da População, por Raça/Cor
Regiões Administrativas do Estado de São Paulo
2000

Regiões Administrativas População Total (1) Branca Negra (2)


Total
(Nºs Abs.)

Estado de São Paulo 37.035.455 100,0 71,2 27,4

RM de São Paulo 17.879.997 100,0 66,0 32,1


Município de São Paulo 10.435.540 100,0 67,5 30,3
RA de Registro 266.192 100,0 66,0 31,9
RM da Baixada Santista 1.476.820 100,0 64,2 34,8
RA de São José dos Campos 1.992.110 100,0 76,8 22,3
RA de Sorocaba 2.468.882 100,0 80,2 18,8
RA de Campinas 5.394.005 100,0 78,6 20,7
RA de Ribeirão Preto 1.060.644 100,0 73,9 25,3
RA de Bauru 956.954 100,0 76,8 22,1
RA de São José do Rio Preto 1.299.802 100,0 82,0 17,2
RA de Araçatuba 673.219 100,0 69,0 28,8
RA de Presidente Prudente 788.195 100,0 68,6 29,1
RA de Marília 887.745 100,0 74,4 23,8
RA Central 855.172 100,0 78,4 21,0
RA de Barretos 395.234 100,0 74,1 25,3
RA de Franca 640.483 100,0 73,0 25,3

Fonte: IBGE. Censo Demográfico de 2000; Fundação Seade.


(1) Incluem a população parda e preta.
(2) Inclui a população amarela, indígena e sem declaração de raça/cor.

As regiões com maiores proporções da população negra situam-se ao sul do Estado:


Regiões Metropolitanas de São Paulo e da Baixada Santista e a Região Administrativa de
Registro.
Segundo o Censo Demográfico de 2000, a maior proporção de negros residia na Região
Metropolitana da Baixada Santista, com 34,8% de sua população (aproximadamente 514 mil
pessoas), seguida pela RMSP, com 32,1% (5,7 milhões de pessoas), e a RA de Registro,
com 32% (aproximadamente 85 mil pessoas), em 2000. Ao norte do Estado, com exceção da
região de São José do Rio Preto, a população negra variava de 25% a 30% e, nas regiões
situadas ao centro do Estado, oscilava de 20% a 25%. A menor concentração de negros foi
observada na RA de São José do Rio Preto, com 17,2%, e na RA de Sorocaba, com 18,8%.

O Mapa 2 apresenta a distribuição da população negra segundo os municípios paulistas,


para 2000. Entre aqueles com mais de 100 mil habitantes, Cubatão registrou uma das
proporções mais elevadas (50%) de pessoas que se declaram de raça/cor negra. Os demais
municípios, de mesmo porte populacional e que apresentaram proporções superiores a 40%,
pertencem à Região Metropolitana de São Paulo e da Baixada Santista.

Em 2000, dos 10 milhões de pessoas residentes no Município de São Paulo, 30,3% se


declararam de raça/cor negra. O Mapa 3 apresenta a proporção da população negra nos
municípios pertencentes à Região Metropolitana de São Paulo, assim como nos distritos da
capital. Observa-se que a distribuição é bastante diferenciada conforme o local de residência.
As manchas mais claras indicam que a presença de negros é muito pequena nos distritos
centrais da capital, enquanto sua concentração aumenta e torna-se mais elevada nas áreas
periféricas, assim como nos municípios localizados na região oeste ao Município de São
Paulo, além dos que se estendem à zona leste da capital.

MAPA 1
Participação da População Negra (1) no Total de Habitantes
Regiões Administrativas do Estado de São Paulo
2000

Fonte: IBGE. Censo Demográfico; Fundação Seade.


(1) Inclui a população parda e preta.
MAPA 2
Participação da População Negra (1) no Total de Habitantes
Municípios do Estado de São Paulo
2000

Fonte: IBGE. Censo Demográfico; Fundação Seade.


(1) Inclui a população parda e preta

MAPA 3
Participação da População Negra (1) no Total de Habitantes
Municípios da Região Metropolitana de São Paulo e Distritos da Capital
2000

Fonte: IBGE. Censo Demográfico; Fundação Seade.


(1) Inclui a população parda e preta.

Em 2000, 15 eram os distritos da capital com mais de 40% da população negra: Cidade
Tiradentes, Guaianases, Itaim Paulista, Jardim Helena, Lajeado, Vila Curuçá e Vila Jacuí.
(Zona Leste); Capão Redondo, Cidade Ademar, Grajaú, Jardim Ângela, Jardim São Luís,
Marsilac, Parelheiros e Pedreira (Zona Sul). Somavam 13 municípios da Região
Metropolitana de São Paulo com proporção de negros superior a 40%, no período referido:
Carapicuíba, Diadema, Embu, Ferraz de Vasconcelos, Francisco Morato, Franco da Rocha,
Itapecerica da Serra, Itapevi, Itaquaquecetuba, Jandira, Pirapora do Bom Jesus, Rio Grande
da Serra e Taboão da Serra.

CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO NEGRA

A Tabela 3 apresenta a distribuição da população do Estado de São Paulo por raça/cor de


forma desagregada para homens e mulheres, nas datas censitárias. A maioria da população
dos habitantes do Estado declarou-se de raça/cor branca (aproximadamente 70%) no
recenseamento de 2000, seguidos por pardos, com 22,8%, e pretos, com 4,4%. Em
comparação às informações censitárias de 1991, o aumento foi registrado entre as pessoas
que se declararam de raça/cor parda e preta. Assim, a população negra passou de 25,5%
para 27,2%, entre os dois censos, e as informações mais recentes, das PNADs de 2004 e
2005, indicam que este aumento manteve-se no qüinqüênio seguinte, passando para
aproximadamente 30% (Tabela 4). Este crescimento da parcela negra da população vem
sendo observado em praticamente todos os Estados brasileiros, seja por uma maior
miscigenação, seja por maior identificação das pessoas com a raça/cor preta ou parda.

TABELA 3
População, por Sexo, segundo Raça/Cor
Estado de São Paulo
1991 – 2000

Raça /
Homens Mulheres Total
Cor
Nos.Abs. % Nos.Abs. % Nos.Abs. %

1991 (1) 15.613.988 100,0 15.974.837 100,0 31.588.825 100,0


Branca 11.145.662 71,4 11.755.585 73,6 22.901.247 72,5
Negra 4.139.638 26,5 3.885.954 24,4 8.025.592 25,5
Preta 583.987 3,7 570.005 3,6 1.153.992 3,7
Parda 3.555.651 22,8 3.315.949 20,8 6.871.600 21,8

2000 (1) 18.139.662 100,0 18.895.793 100,0 37.035.455 100,0


Branca 12.601.362 69,5 13.584.325 71,9 26.185.687 70,7
Negra 5.156.710 28,4 4.927.275 26,1 10.083.985 27,2
Preta 842.344 4,6 784.923 4,2 1.627.267 4,4
Parda 4.314.366 23,8 4.142.352 21,9 8.456.718 22,8

Fonte: IBGE. Censo Demográfico, 1991 e 2000; Fundação Seade.


(1) Inclui a população amarela, indígena e sem declaração de raça/cor.

TABELA 4
População, por Sexo, segundo Raça/Cor
Estado de São Paulo
2004

Raça / Homens Mulheres Total


Cor
Nos.Abs. % Nos.Abs. % Nos.Abs. %

Total (1) 19.250.390 100,0 20.076.386 100,0 39.326.776 100,0

Branca 13.395.984 69,6 14.333.167 71,4 27.729.151 70,5


Negra 5.630.520 29,2 5.489.907 27,3 11.120.427 28,3
Preta 963.413 5,0 1.003.784 5,0 1.967.197 5,0
Parda 4.667.107 24,2 4.486.123 22,3 9.153.230 23,3

Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD; Fundação Seade.
(1) Inclui a população amarela, indígena e sem declaração de raça/cor.
Nota: População em 1º de julho

HOMENS NEGROS LIGEIRAMENTE MAIS NUMEROSOS QUE AS MULHERES NEGRAS


Segundo o censo de 2000, no Estado de São Paulo as mulheres são ligeiramente mais
numerosas do que os homens, ou seja, para cada 100 homens, existem quatro mulheres a
mais. No caso dos brancos, são oito mulheres a mais. Entretanto, para pardos e pretos, a
relação é contrária, isto é, para cada 100 homens de raça/cor negra correspondem 96
mulheres. Desta forma, a distribuição por raça/cor, segundo sexo, sugere uma proporção
ligeiramente superior de brancas, entre as mulheres, enquanto no sexo masculino as
proporções de pardos e pretos são maiores, embora estas relações variem conforme a
idade, a região e o ano da pesquisa.

OS NEGROS SÃO MAIS JOVENS

A população negra é mais jovem do que a branca, pois 58% possuíam menos de 30 anos,
contra 53,2% dos brancos, segundo o censo de 2000 (pirâmide populacional). A partir dos 40
anos, a proporção de brancos supera a dos negros e, no grupo de idosos (com mais de 60
anos), a proporção de pessoas de raça/cor branca alcança 10%, em comparação a 6% de
negros. Esta diferença aumenta segundo o sexo, pois a presença de mulheres, geralmente,
supera a dos homens devido à sobremortalidade masculina: as brancas idosas
correspondiam a 11%, enquanto os homens brancos equivaliam a 8,9%; entre os negros, as
mulheres idosas eram 6,6% e os homens, 5,4% (Tabela 5).

Em algumas regiões estas proporções são maiores, devido à maior sobrevida da população
em geral, como, por exemplo, naquelas situadas ao noroeste do Estado (São José do Rio
Preto, Araçatuba, Presidente Prudente); onde as proporções de pessoas com mais de 60
anos são superiores à média do Estado, tanto para brancos como para negros. No total do
Estado, a proporção de idosos varia em torno de 9%, enquanto nas regiões mencionadas
supera 12%. Vale chamar a atenção para o caso da Baixada Santista, onde a proporção de
mulheres idosas brancas é bastante elevada (13,5%), o que não se observa entre os homens
brancos ou na população negra, provavelmente reflexo das condições socioeconômicas e de
saúde destes grupos aí residentes.
TABELA 5
Distribuição da População, por Raça/Cor e Sexo, segundo Grupos de Idade
Estado de São Paulo
2000

Grupos de Total (1) Brancos Negros (2)


Idade
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres

Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

0 a 14 anos 26,3 27,3 25,4 26,0 27,2 24,9 27,5 27,8 27,2
15 a 39
44,0 44,4 43,7 42,9 43,1 42,7 47,4 47,9 46,9
anos
40 a 59
20,7 20,3 21,0 21,1 20,8 21,5 19,1 18,9 19,4
anos
60 anos ou
9,0 8,0 9,9 9,9 8,9 10,9 6,0 5,5 6,5
mais

Fonte: IBGE. Censo Demográfico, 2000; Fundação Seade.


(1) Inclui população sem declaração de raça/cor.
(2) Incluem a população parda e preta.

Fonte: IBGE. Censo Demográfico, 2000; Fundação Seade.


(1) Incluem a população parda e preta.
A Consciência Negra

&

A Distribuição Geográfica dos


Negros no Brasil

Nomes: Amanda, Demilson, Davi


Nºs: 04, 13, 38 – Série 3ºC
Profª Gisélia
Geografia

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