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Joaquim Maria Machado de Assis nasceu pobre e epilético. Era filho de Francisco José
Machado de Assis e de Leopoldina Machado de Assis, neto de escravos alforriados. Foi
criado no morro do Livramento, no Rio de Janeiro. Ajudava a família como podia, não
tendo frequentado regularmente a escola.
Sua instrução veio por conta própria, devido ao interesse que tinha em todos os tipos de
leitura. Graças a seu talento e a uma enorme força de vontade, superou todas essas
dificuldades e tornou-se em um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos.
Entre os seis e os 14 anos, Machado perdeu sua única irmã, a mãe e o pai. Aos 16 anos
empregou-se como aprendiz numa tipografia e publicou os primeiros versos no jornal
"A Marmota". Em 1860, foi convidado por Quintino Bocaiúva para colaborar no
"Diário do Rio de Janeiro". Datam dessa década quase todas as suas comédias teatrais e
o livro de poemas "Crisálidas".
Em 1904, a morte de sua mulher foi um duro golpe para o escritor. Depois disso,
raramente ele saía de casa e sua saúde foi piorando por causa da epilepsia. Os problemas
nervosos e uma gagueira contribuíram ainda mais para o seu isolamento. São dessa
época seus últimos romances "Esaú e Jacó" (1904) e "Memorial de Aires" (1908), que
fecham o ciclo realista iniciado com "Brás Cubas"
Machado de Assis morreu em sua casa situada na rua Cosme Velho. Foi decretado luto
oficial no Rio de Janeiro e seu enterro, acompanhado por uma multidão, atesta a fama
alcançada pelo autor.
O fato de ter escrito em português, uma língua de poucos leitores, tornou difícil o
reconhecimento internacional do autor. A partir do final do século 20, porém, suas obras
têm sido traduzidas para o inglês, o francês, o espanhol e o alemão, despertando
interesse mundial. De fato, trata-se de um dos grandes nomes do Realismo, que pode se
colocar lado a lado ao francês Flaubert ou ao russo Dostoievski, apenas para citar dois
dos maiores autores do mesmo período na literatura universal.
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Na segunda metade do século XIX, o Brasil passou por mudanças políticas e sociais
marcantes.
Em 1889 foi proclamada a República pelo partido burguês Republicano Paulista (PRP),
com a posse do primeiro presidente, o marechal Deodoro da Fonseca.
O positivismo, chegado da França, era uma corrente filosófica que tinha como
fundamento analisar a realidade. Logo, as produções literárias do Realismo no Brasil,
como o próprio nome já diz, estão voltadas à realidade brasileira.
O Realismo no Brasil pode ser dividido entre as produções em prosa e poesia, nas quais
se destacam os autores: Aluísio Azevedo, Raul Pompéia e Machado de Assis.
Possuía um forte caráter ideológico, marcado por uma linguagem política e de denúncia
dos problemas sociais como, por exemplo, miséria, pobreza, exploração, corrupção
entre outros. Com uma linguagem clara, os artistas e escritores realistas iam diretamente
ao foco da questão, reagindo, desta forma, ao subjetivismo do romantismo. Uma das
correntes do realismo foi o naturalismo, onde a objetividade está presente, porém sem o
conteúdo ideológico.
Nas obras em prosa, o realismo atingiu seu ápice na literatura. Os romances realistas são
de caráter social e psicológico, abordando temas polêmicos para a sociedade da segunda
metade do século XIX. As instituições sociais são criticadas, assim como a Igreja
Católica e a burguesia. Nas obras literárias deste período, os escritores também
criticavam o preconceito, a intolerância e a exploração. Sempre utilizando uma
linguagem direta e objetiva.
Podemos citar como importantes obras da passagem do romantismo para o realismo:
Comédia Humana de Honoré de Balzac, O Vermelho e o Negro de Stendhal, Carmen de
Prosper Merimée e Almas Mortas de Nikolai Gogol.
Porém, a obra que marca o início do realismo na literatura é a obra Madame Bovary de
Gustave Flaubert. Outras importantes obras são : Os Irmãos Karamazov de
Fiódor Dostoiévski, Anna Karenina e Guerra e Paz de Leon Tolstói, Oliver Twist de
Charles Dickens, Os Maias e Primo Basílio de Eça de Queiroz.
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1.p Anos agitados foram os anos 80 do século passado. A cidade e o país modernizavam-se.
Dinamizou-se a vida social,a literatura virou moda.Nos salões elegantes,declamava-se
Bilac ao som de piano.Surgiu o cinema,a iluminação elétrica.
2.p
mp Enquanto proclamávamos a República e abolíamos a escravidão, a Europa vivia
outro estágio social, com grau bem maior de participação popular.A França, de
onde nos vinham os modelos culturais,já tinha feito sua revolução no século
anterior.A burguesia francesa estava,portanto, solidamente implantada no
poder,poder esse com que sonhava nossa pobre burguesia aprendiz.
3.p
mp A literatura começou então a alterar seu perfil.A defesa e exaltação do casamento,
seguiu-se-lhe uma crítica e denúncia do adultério.Ao salões requintados, elegantes
e finos, seguiram-se os ambientes pobres, toscos, miseráveis. Ao amor espiritual e
metafísico, seguiu-se a descoberta do sexo,de sua patologia, de seus desajustes. A
literatura-lazer, seguiu-se a literatura-denúncia.
5.p
mp Foi mais ou menos esta sociedade em que Machado viveu. Foi este o panorama
fecundado pela extraordinária literatura machadiana, que até hoje encontra leitores
apaixonados.