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Geometria Analítica
Introdução
A Geometria Analítica trabalha a conversão entre dois tipos de representações – a geométrica e a
analítica. As diferentes figuras geométricas com tratamento analítico já descritas até o século XVII, foram
agrupadas e sistematizadas pelos trabalhos de René Descartes e Pierre de Fermat, a passaram a constituir esta
sub-área da Matemática.
Um pouco de História
René Descartes (1596-1650) nasceu na França, de família nobre, recebeu suas primeiras instruções no
colégio jesuíta de La Flèche, graduando-se em Direito, em Poitiers. Em 1637 escreveu seu mais célebre tratado,
o "Discurso do Método", no qual expõe sua teoria de que o universo era todo feito de matéria em movimento e
qualquer fenômeno poderia ser explicado por meio das forças exercidas pela matéria contígua. Ficou conhecido
com o “pai da filosofia moderna”. Esta teoria só foi superada pelo raciocínio matemático de Newton.
Suas idéias filosóficas e científicas eram revolucionárias enquanto sua matemática guardava fortes vínculos
com a antiguidade; essa relação com o passado permitiu a Descartes a fundação da Geometria Analítica,
escrevendo livros sobre a mesma. (BOYER, 2002, p.229)
Podemos encontrar referências dos diversos matemáticos que ajudaram a construir esta ciência ao longo
dos séculos. Além dos clássicos de História da Matemática, como o livro de Carl B. Boyer, também
encontramos muitos trabalhos sobre os mesmos na internet. Uma biografia resumida dos principais matemáticos
pode ser encontrada no site www.somatematica.com.br.
“No mês de janeiro foram produzidas 2350 calças, 3150 camisas, 2200 camisetas e 1350 bermudas; no mês de
fevereiro foram produzidas 3500 calças, 2150 camisas, 1900 camisetas e 1430 bermudas; no mês de março a
produção foi de 2540 calças, 4260 camisas, 1200 camisetas e não foram produzidas bermudas.”
As matrizes aparecem com muita freqüência nas diversas áreas como Administração, Economia,
Engenharia, na Genética, Estatística, entre outras. São também muito importantes para a solução de problemas
que envolvem Sistemas Lineares.
Assim, uma Matriz A do tipo m × n é um quadro composto de m linhas e n colunas, cuja representação é:
a11 a12 a13 ... a1n
a a 22 a 23 ... a 2 n
21
a a 32 a 33 ... a 3n
A = 31 . Os índices indicam a linha e a coluna do elemento.
... ... ... ... ...
... ... ... ... ...
a m1 am2 a m3 ... a mn m×n
De modo simplificado a matriz A é representada por A = ( a ij ) m×n , onde A é o nome da matriz (sempre
em letra maiúscula), aij representa o elemento da matriz situado na linha i e na coluna j, onde i ∈ {1,2,3,..., m} e
j ∈ {1,2,3,..., n} .
A matriz é representada entre parênteses ou colchetes.
Exemplo 1:
Exemplo2:
a b c
B = 2 3 4 Matriz de ordem 3 (3 linhas e 3 colunas)
5 4 3
Exemplo 3:
2 4 − 8
A = Matriz de ordem 2 × 3 (2 linhas e 3 colunas)
4 0 7
Observação: No exemplo 2 a matriz tem o numero de linhas igual ao número de colunas. Este tipo de matriz é
denominado de Matriz Quadrada. Nas matrizes quadradas podemos identificar a diagonal principal e a
diagonal secundária.
No exemplo 2 acima:
Exemplo3:
c11 = 1 + 2.1 = 3
c = 1 + 2 .2 = 5
c11 c12 12 3 5
c 21 = 2 + 2.1 = 4
C = c 21 c 22 , com , ou seja, C = 4 6 .
c c32 c 22 = 2 + 2.2 = 6 5 7
31 c31 = 3 + 2.1 = 5
c32 = 3 + 2.2 = 7
Exemplo 4:
Este é um tipo particular de matriz.
Observação: Quando a matriz é composta por uma única linha é denominada Matriz Linha
Exemplo 5
É também um exemplo:
4
E = Matriz de ordem 2 × 1 (2 linhas e 1 colunas)
0
Observação: Quando a matriz é composta por uma única coluna é denominada Matriz Coluna
Exemplo 6:
1 0 0
G = 0 1 0
0 0 1
A matriz G é uma matriz identidade de ordem 3, ou seja, é uma matriz quadrada onde os elementos da
diagonal principal são todos iguais a 1 e os demais são nulos.
Exemplo 7:
Existem também matrizes cujo valor é zero
0 0
H = Matriz nula de ordem 2
0 0
Reconhecidos os principais tipos de matrizes podemos agora tratar das operações com matrizes.
O que se pretende é somar os valores correspondentes das duas tabelas. Essa operação é chamada de Adição de
Matrizes.
Logo a produção total de cada mês por item produzido nos dois trimestres seria:
O que fizemos foi uma operação de adição de matrizes. Observe que a ordem das duas matrizes é a mesma.
Essa é uma condição indispensável para que a adição possa ser efetuada.
Exemplo 1:
Vamos tratar de uma operação de adição.
1 7 5
A + B =
− 2 6 3
−1 − 3 1
A − B = A + (− B) = (subtração de matrizes)
− 2 2 − 1
Exemplo 2:
2 3 0 1
A= e B=
3 4 − 1 0
Assim,
2 4
A+ B =
2 4
Propriedades da Adição
Observação: Uma matriz é nula quando todos os seus elementos são nulos.
Uma matriz pode ser multiplicada por um número real. Para isto basta multiplicar cada número da matriz pelo
número real.
Exemplo 1:
2 5 1 5
Se A = e B = , podemos escrever as matrizes:
7 3 9 − 6
2 5 6 15
a) 3. A = 3. =
7 3 21 9
1 5
1 1 1 5 − −
b) − .B = − = 3 3
3 3 9 − 6 − 3 2
Matriz Transposta
Outra representação bastante comum é a chamada matriz transposta. A matriz transposta de uma matriz
A de ordem m × n, indicada por At, é a matriz de ordem n × m que tem as suas linhas ordenadamente iguais as
colunas da matriz A.
Exemplo 1
2 5 2 7
Se A = , então At =
7 3 5 3
Exemplo 2
2 6
2 8 0
Se B = 8 3 , então B t =
6 3 − 8
0 − 8
Matemática e informática
Multiplicação de matrizes
As operações já vista são todas simples. A multiplicação de uma matriz por outra exige uma técnica
mais apurada. Primeiro temos que avaliar se é possível multiplicar as matrizes. Na multiplicação o produto se
dá entre linhas e colunas, assim, é imprescindível que o número de colunas da primeira matriz seja igual ao
número linhas da segunda.
Logo:
Tabela 7: Resultado final
Times Pontuação
Nacional 7
União 4
América 6
2 1 1 3 2 ⋅ 3 + 1 ⋅ 1 + 1 ⋅ 0 7
1 1 2 ⋅ 1 = 1 ⋅ 3 + 1 ⋅ 1 + 2 ⋅ 0 = 4
2 0 2 0 2 ⋅ 3 + 0 ⋅ 1 + 2 ⋅ 0 6
O procedimento realizado para chegar a pontuação de cada time é o que chamamos de multiplicação de
matrizes.
É importante observar que o número de linhas da matriz dos dados da tabela 4 é exatamente igual ao
número de colunas da tabela 5.
Podemos então multiplicar duas matrizes A e B se A = [ aik ] m× p e B = [bkj ] p×n . O produto A.B será a
matriz C = [cij ] m×n , sendo que cada elemento cij é obtido pela soma dos produtos dos elementos da i-ésima
linha de A pelos elementos da j-ésima coluna de B. Notem que a matriz produto terá o número de linhas da
matriz A e o número de colunas da matriz B.
Por exemplo, o elemento c 23 é obtido pela soma dos produtos dos elementos da segunda linha de A pelos
elementos da terceira coluna de B
Exemplo 1
1 3
− 2 3 0 1
Dadas as matrizes A = 2 4 e B = o produto A.B é possível pois o número de
5 2 0 − 1 4 2 2×4
3×2
colunas de A (2) é igual ao número de linhas de B (2). O resultado será uma matriz C de ordem 3 × 4:
c11 c12 c13 c14
C = c 21 c 22 c 23 c 24 .
c
31 c32 c33 c34
Calculando:
Assim:
1 3 − 2 0 12 7
− 2 3 0 1
A.B = 2 4 . = − 4 2 16 10
5 2 0 − 1 4 2 2×4 − 10 13 8 9
3×2 3×4
Exemplo 2
1 0 2 − 5
Sejam C = e D= , vamos encontrar:
4 3 0 4
Matriz Inversa
Quando falamos do inverso a-1 de um número qualquer a, diferente de zero, verificamos que a.a-1=1.
Assim também, a inversa de uma matriz A, indicada por A-1, quando existe, satisfaz a condição
A . A-1 = In e A-1 . A = In
Exemplo 1
1 1
4 − 2 7 7 , pois A . B = I
A matriz B = é inversa da matriz A =
3 2
−3 4
14 14
Verificando:
1 1 1 1 1 1
7 4 − 2 .4 + .3 .(−2) + .2 1 0
A. B= 7 . = 7 7 7 7 =
− 3 4 3 2 − 3 4 −3 4 0 1
.4 + .3 .(−2) + .2
14 14 14 14 14 14
Exemplo 2
2 − 3
Determine a matriz inversa da matriz C = .
− 1 2
Multiplicando temos:
2a − 3c 2b − 3d 1 0
− 1a + 2c − 1b + 2d = 0 1
2 3
Assim, a matriz inversa de C é C −1 =
1 2
Determinantes de Matrizes
A teoria dos determinantes foi desenvolvida no final do século XVII por Leibniz e Kowa ,
simultaneamente na Alemanha e no Japão, ao procurarem a solução de sistemas com n equações e n incógnitas.
Um pouco de História
Observação: O determinante de uma matriz quadrada A é representado por det A ou com duas barras
verticais. As barras verticais não devem ser confundidas com a simbologia adotada para representar valor
absoluto ou módulo de um número.
Exemplo 1
10 − 6
A= , calcule detA.
1 1
10 − 6
det A = = 10 ⋅ 1 − 1 ⋅ (−6) = 10 + 6 = 16
1 1
Exemplo 2
5 − 1
Dada a matriz B = , calcule det B .
− 2 2
5 −1
det B = = 5 ⋅ 2 − (−1) ⋅ 2 = 10 + 2 = 12
−2 2
Exemplo 3
6 3
Resolva a equação = −3
x +1 x − 2
6 3
= −3
x +1 x − 2
6( x − 2) − 3( x + 1) = −3
6 x − 12 − 3 x − 3 = −3 S = {4}
3 x − 15 = −3
x=4
Vamos repetir as duas primeiras colunas a direita da matriz ou as duas primeiras linhas na parte inferior da
matriz.
Repetindo as colunas ao lado temos:
det A = a11 ⋅ a 22 ⋅ a33 + a12 ⋅ a 23 ⋅ a31 + a13 ⋅ a 21 ⋅ a32 − a13 ⋅ a22 ⋅ a31 − a11 ⋅ a23 ⋅ a32 − a12 ⋅ a21 ⋅ a33
Exemplo 1
Agora vamos utilizar a regra de Sarrus para calcular o determinante de uma matriz. Lembramos que ela é
−1 2 −1
apropriada para calcular o determinante de matrizes de ordem 3. Seja a matriz A = 4 2 − 2 .
3 2 0
Resolução:
Escrevendo a matriz repetindo com a repetição das duas primeiras colunas temos:
Para encontrar o determinante de uma matriz de ordem 4 ou maior, utilizamos, entre outras regras, o
Teorema de Laplace. Este teorema envolve conceitos como menor complementar e cofator, que iremos discutir
em seguida. O teorema de Laplace também pode ser utilizado para calcular o determinante de matrizes de
qualquer ordem maior ou igual a 2.
Um pouco de História
Pierre Simon Laplace, foi um gênio reconhecido já na sua época. Nascido na Normandia em 1649,
mudou-se para Paris para estudar com o famoso matemático francês Jean d'Alembert. Bem relacionado com a
nobreza, foi autor de diversos trabalhos que o colocaram em posição de destaque no meio político, assumindo
Menor complementar
Denomina-se o menor complementar de uma matriz A quadrada de ordem maior que 2, do elemento
a ij escolhido, ao determinante Dij da matriz obtida quando retiramos a linha e a coluna que contem o elemento
a ij .
Exemplo 1
2 4 − 3
Se A = 1 5 − 3 , vamos calcular o menor complementar dos elementos a 23 , a 31 e a 21 .
0 −1 9
O menor complementar de a 23 se dá pelo determinante da matriz formada pelos elementos da matriz A que não
pertencem a linha 2 e coluna 3. Assim,
2 4
D23 = = 2 ⋅ (−1) − 4 ⋅ 0 = −2 − 0 = −2 .
0 −1
Eliminando os elementos da 3a linha e da 1a coluna obtemos a matriz cujo determinante é o menor
complementar do elemento a 31 .
4 −3
D31 = = 4 ⋅ (−3) − (−3) ⋅ 5 = −12 + 15 = 3
5 −3
E também,
4 −3
D21 = = 4 ⋅ 9 − (−3) ⋅ (−1) = 36 − 3 = 33 .
−1 9
Cofator
O cofator de um elemento a ij é dado pela expressão Aij = (−1) i + j Dij , isto é multiplicando-se (−1) i+ j pelo
menor complementar do elemento.
Exemplo1
Da matriz do exemplo acima, vamos calcular os elementos cofatores A23 , A31 e A21 .
Resolução:
Teorema de Laplace
O teorema de Laplace, conforme já afirmamos, pode ser utilizado para calcular o determinante de uma matriz
quadrada de ordem maior ou igual a 2; o determinante é obtido pela soma dos produtos dos elementos de uma
linha ou coluna escolhida pelos seus respectivos cofatores.
Exemplo 1:
1 − 2 3
Calcule o determinante da matriz A = 0 3 5 .
− 2 0 2
Resolução:
−2 3 1 3 1 −2
det A = 0 ⋅ (−1) 2+1 ⋅ + 3 ⋅ (−1) 2+ 2 ⋅ + 5 ⋅ (−1) 2+ 3 ⋅ =
0 2 −2 2 −2 0
= 0 ⋅ (−1) ⋅ (−4) + 3 ⋅ 1 ⋅ 8 + 5 ⋅ (−1) ⋅ (−4) = 0 + 24 + 20 = 44
Exemplo 2
1 3 −1 0
3 −1 1 2
Calcule o determinante da matriz B = .
1 −4 2 1
0 2 − 3 5
Escolhendo-se a quarta coluna, temos:
3 −1 1 1 3 −1 1 3 −1
1+ 4 2+ 4 3+ 4
det B = 0 ⋅ (−1) ⋅ 1 − 4 2 + 2 ⋅ (−1) ⋅ 1 − 4 2 + 1 ⋅ (−1) ⋅ 3 −1 1 +
0 2 −3 0 2 −3 0 2 −3
1 3 −1
4+ 4
+ 5 ⋅ (−1) ⋅ 3 −1 1 = 0 ⋅ (−1) ⋅ 23 + 2 ⋅ 1 ⋅ 15 + 1 ⋅ (−1) ⋅ 22 + 5 ⋅ 1 ⋅ (−2) = 0 + 30 − 22 − 10 = −2
1 −4 2
Observação: Note que a presença de zeros em alguma linha ou coluna facilita o cálculo do determinante (o
produto sempre é igual a zero).
Sistemas lineares
Os sistemas lineares são elaborados a partir de situações problema que estabelecem diferentes
relações entre as incógnitas envolvidas. Vamos a uma situação:
João foi à feira três semanas seguida. Na primeira semana comprou 2 kg de bananas, 3 kg de manga e 5 kg de
laranja e pagou R $ 21,00. Na segunda semana comprou 1 kg de banana, 2 kg de manga e 6 kg de laranja e
pagou R$ 16,00. Na terceira semana comprou 2 kg de banana, 3 kg de manga e 6 kg de laranja e pagou R$
22,00. Supondo que os preços não mudaram no decorre das 3 semanas, pergunta-se: Qual é o preço de um
quilo de banana? De um quilo de manga? E de um quilo de laranja?
2 x + 3 y + 5 z = 21
Então o problema pode ser sintetizado na seguinte expressão: x + 2 y + 6 z = 16 , que recebe nome de
2 x + 3 y + 6 z = 22
sistema linear.
Como resolver este sistema? Antes vamos fazer algumas considerações sobre os sistemas em geral.
Exemplo1:
A expressão 3 x + 2 y − 3 z = −5 é uma equação linear.
Um conjunto de equações lineares compõe um sistema linear, que pode ser representado da forma de m
equações e n incógnitas x1 , x 2 ,..., xn , conforme modelo abaixo:
a11 x1 + a12 x 2 + ... + a1n x n = b1
a x + a x + ... + a x = b
21 1 22 2 2n n 2
M M M M M
a m1 x1 + a m 2 x 2 + ... + a mn x n = bn
• a ij são os coeficientes;
• b1 , b2 ,..., bn são os termos independentes.
Exemplo2
3x + 2 y − 3z = 0
O sistema linear x − y + 2 z = 0 é homogêneo, pois os termos independentes são todos iguais a zero. Se o
x − 3 y + 5z = 0
sistema linear homogêneo apresentar apenas a solução x = y = z = 0 , a solução é chamada trivial. Se admitir
outras soluções, onde as incógnitas não são todas nulas, a solução será dita solução não trivial.
E como encontrar a solução? Um dos métodos mais conhecidos é a regra de Cramer. Vamos conferir.
Regra de Cramer
A regra de Cramer consiste num método para resolver um sistema linear, em que o número de equações e de
incógnitas é o mesmo.
D1 D D D
x1 = , x 2 = 2 , x3 = 3 ,... , x n = n ; sendo que, S = {( x1 , x 2 ,..., x n ) é a solução do sistema.
D D D D
Na representação:
• D é o determinante da matriz m × n dos coeficientes das incógnitas do sistema;
• D1 é o determinante da matriz m × n dos coeficientes das incógnitas substituindo a 1a coluna pelos
termos independentes;
• D2, D3,..., Dn, é o determinante da matriz m × n dos coeficientes das incógnitas substituindo a respectiva
coluna (2, 3, ..., n) pelos termos independentes.
2 x + 3 y + 5 z = 21
Se x + 2 y + 6 z = 16 , então:
2 x + 3 y + 6 z = 22
2 3 5
Calculamos D = 1 2 6 = 1 ≠ 0 , logo o sistema possível e determinado, e podemos seguir em frente.
2 3 6
Calculamos D1, D2, D3, substituindo a 1a, 2a e 3a coluna, respectivamente, pelos termos independentes da matriz.
21 3 5 2 21 5 2 3 21
D1 = 16 2 6 = 2 D2 = 1 16 6 = 4 D3 = 1 2 16 = 1
22 3 6 2 22 6 2 3 22
Logo, S = {(2,4,1)}
2 x + 3 y + 5 z = 21
Exemplo 1: Seja o sistema x + 2 y + 6 z = 16
2 x + 3 y + 6 z = 22
2 3 5 x
Vamos escrever a matriz dos coeficientes A = 1 2 6 , a matriz da incógnitas X = y e a matriz dos
2 3 6 z
21
termos independentes B = 16 .
22
2 3 5 x 21
O sistema linear original é equivalente a equação matricial 1 2 6 ⋅ y = 16 , ou seja, AX = B .
2 3 6 z 22
2 3 5 21
A matriz completa ou matriz ampliada é dada por ( A | B ) , ou seja, 1 2 6 16 .
2 3 6 22
Sobre a matriz ampliada do sistema de equações efetuamos as operações possíveis e convenientes procurando
eliminar os termos abaixo da diagonal principal da matriz dos coeficientes. No exemplo:
2 3 5 21 L 2 = 2 L 2 − L1
2 3 5 21
L 3= L 3− l 1
1 2 6 16 → 0 1 7 11
2 3 6 22 0 0 1 1
Assim temos:
2 3 5 x 21 2 x + 3 y + 5 z = 21
0 1 7 ⋅ y = 11 , ou seja, na forma escalonada: y + 7 z = 11
0 0 1 z 1 1z = 1
Neste formato é possível encontrar as soluções do sistema, mas é conveniente desenvolver o chamado
escalonamento completo da matriz ampliada. Assim, continuamos eliminando os valores acima da diagonal
principal.
2 3 5 21 L 2= L 2−7 L3
2 3 0 16
L1= L1−5l 3
0 1 7 11 → 0 1 0 4
0 0 1 1 0 0 1 1
2 3 0 16 2 0 04
L1= L1−3 L 2
0 1 0 4 → 0 1 0 4
0 0 1 1 0 0 11
2 0 04 1 0 02
1= L1 / 2
0 1 0 4 L → 0 1 0 4
0 0 11 0 0 11
Concluído o processo, com todos os valores da diagonal principal igual a 1, ou seja, a matriz identidadde na
primeira parte, reescrevemos o sistema
x = 2
y = 4
z =1
2 x + y + z + w = 11
x + 2 y − z − w = −2
Exemplo 2: Resolver o sistema
2 x + y + 2 z − w = 6
3 x − y − z + 2 w = 6
2 1 1 1 x 11 2 1 1 1 11
1 2 − 1 − 1 y − 2 1 2 −1 −1 − 2
A equação matricial é ⋅ = e a matriz ampliada é
2 1 2 − 1 z 6 2 1 2 −1 6
3 −1 − 1 2 w 6 3 −1 −1 2 6
Escalonando temos:
2 1 1 1 11 2 1 1 1 11 2 1 1 1 11
L 2 = 2. L 2 − L1
1 2 −1 −1 − 2 L 3= L 3− L1
4 = 2. L 4 − 3. L1 0 3 − 3 − 3 − 15 4 = 3. L 4 + 5. L 2 0 3 −3 − 3 − 15
L → L →
2 1 2 −1 6 0 0 1 −2 −5 0 0 1 −2 −5
3 −1 −1 2 6 0 −5 −5 1 − 21 0 0 − 30 − 12 − 138
2 1 1 1 11 2 1 1 1 11
4 = L 4 + 30 L 3 0 3 −3 − 3 − 15 L 3= L 3 / 3
L 4 = L 4 /( −72 ) 0 1 −1 −1 − 5
L →
→
0 0 1 −2 −5 0 0 1 −2 −5
0 0 0 − 72 − 288 0 0 0 1 4
2 1 1 0 7 2 1 0 04 2 0 0 02
L1= L1− L 4
L 2= L 2+ L 4
L 3= L 3+ 2 L 4 0 1 −1 0 −1 L1= L1− L 3
2= L 2+ L3 0 1 0 02 1= L1− L 2 0 1 0 02
→ L → L →
0 0 1 0 3 0 0 1 03 0 0 1 03
0 0 0 1 4 0 0 0 14 0 0 0 14
1 0 0 01
1= L1 / 2 0 1 0 02
L →
0 0 1 03
0 0 0 14
Assim temos:
1 0 0 0 x 1 x =1
y = 2
0 1 0 0 y 2
0 ⋅ = , ou seja,
0 1 0 z 3 z = 3
0 0 0 1 w 4 w = 4
Temos a solução x = 1 , y = 2 , z = 3 e w = 4 .
2 x + y − z = 5
Exemplo 3: Seja o sistema x − y + 2 z = 2
3 x + y + z = 9
2 1 −1 5 L 2 = 2. L 2 − L1
2 1 −1 5 2 1 −1 5
L 3= 2. L 3−3l1 3=3. L 3− L 2
1 −1 2 2
→ 0 − 3 5 − 1 L → 0 − 3 5 − 1
3 1 1 9 0 −1 5 3 0 0 10 10
2 1 −1 5 L 2 = L 2−5 L 3
2 1 0 6 2 1 06
L 3= L 3 / 10 L1= L1+ L 3 L 2 = L 2 /( −3)
→ 0 − 3 5 − 1 → 0 − 3 0 − 6 → 0 1 0 2
0 0 1 1 0 0 1 1 0 0 11
2 0 04 1 0 02
L1= L1− L 2 L1= L1 / 2
→ 0 1 0 2
→ 0 1 0 2
0 0 11 0 0 11
x = 2
Assim temos: y = 2 , ou seja, x = 2 , y = 2 , z = 1 .
z =1
Um pouco de História
SISTEMA LINEAR
DETERMINADO INDETERMINADO
Admite uma única Admite infinitas
solução soluções
Temos que:
Exemplo1
2 x − 3 y = −5 2 −3
No sistema linear temos que D = = 7 . Como D é diferente de zero podemos garantir
x + 2y = 8 1 2
que o sistema é possível e determinado e tem uma única solução.
Exemplo2
2 x − 3 y = −5
O sistema linear tem
4 x − 6 y = −10
2 −3 −5 −3 2 −5
D= =0 D1 = =0 D2 = =0
4 −6 − 10 − 6 4 − 10
D1 0 D2 0
Assim x = = e y= = que são indeterminações. O sistema é possível e indeterminado pois
D 0 D 0
admite infinitas soluções.
Exemplo3
x + 2y = 3
Já no sistema linear temos
3 x + 6 y = 4
1 2 3 2
D= =0 D1 = = 10
3 6 4 6
D1 10
Como D = 0 e D1 ≠ 0 , nem precisamos calcular D2, pois x = = é uma operação impossível. Portanto
D 0
este sistema linear é impossível.
Exemplo 1
2 x − 6 y + z = 0
O sistema x − 3 y − 4 z = 0 é homogêneo e admite a solução S = {0,0,0} .
x − 2 y − 3z = 0
• Sistemas lineares 2×2: as equações representam retas no plano cartesiano e a solução, caso exista, são
os pontos comuns as duas retas.
Exemplo 1
x + y = 4
1) Seja o sistema , sua solução é x = 3 e y = 1, um sistema possível e com única solução.
x − y = 2
Graficamente a solução corresponde ao ponto (3,1) do plano cartesiano.
4
x-y=2
x+y = 4
Solução: (3,1)
2
1
↓
x
1 2 3 4 5
-1
-2
-3
Exemplo 2
x − 3y = 4
2) No sistema , não há ponto comum às duas retas, o sistema é impossível, como na figura 8.
2 x − 6 y = 2
Exemplo 3
2 x + 2 y = 4
Neste, , as retas coincidem, podemos concluir que há infinitos pontos em comum, logo o sistema
3x + 3 y = 6
é dito indeterminado, não há uma única solução, como na figura 9.
• Sistemas lineares 3×3: geometricamente num sistema linear 3×3, cada equação representa um plano no
espaço. A solução corresponde aos pontos comuns entre os três planos, como na figura 10 onde,
respectivamente, temos uma única solução, infinitas soluções e, nenhuma solução.
Exemplo 4
x − 2y + z = 1
No sistema 2 x + y − z = 0 , solução é x = 1, y = 2 e z = 4 que corresponde a tripla ordenada (1,2,4) no
− x + 3 y − 2 z = −3
espaço tridimensional. Na figura 11 mostramos a tela do Derive com a visualização do ponto comum entre os
planos do sistema.
Exemplo 5
x − 2y + z = 1
O sistema 2 x + y − z = 0 não tem solução,
− x + 3 y − 2 z = −3
logo, os planos não tem ponto comum como na
figura 12.
Exercícios
3 3 1 y 1 2
− 4 x + 3 2 = − 1 − 4
0 4
3) Se a matriz D é dada por , determine ( D t ) 2 .
− 2 3
1 − 1 2 4 1
4) Se as matrizes dadas são A = e B= , determine o valor de A+ B, 2A – B, 3A e B .
− 2 3 0 3 2
2 − 1 2 4 1
5) Se A = e B= , qual é a matriz C = 3 ⋅ A + ⋅ B ?
1 3 3 3 3
1 2 a b 1 3
6) Resolva a equação matricial ⋅ =
3 − 1 c d − 1 − 4
3 2 1 1
2 4 1 1
2 − 1 2 4 0 2 3
a) A = b) B = c) C = − 3 2 4 d) D =
3 2 1 4
0 4 3 3 0 2 1
2 0 2 3
8) A soma dos perímetros das figuras é de 48cm . Sabendo que a diferença entre a medida do lado do quadrado
e o lado do hexágono regular é de 2cm , calcule a área de cada figura.
x+ y+z =3 x + y − z =1
3x − y = 1
d) 2 x − 3 y + z = −1 e) f) 2 x + 3 y − 3 z = 3
− x + y − 2 z = −3 6 x − 2 y = 2 x − 3 y + 3z = 2
x+ y + z + w+t = 6
x + y + z + t = 11 x − y + z − w + t = −4
x − y − z − t = −9
d) e) 2 x + y + 2 z + w + t = 10
− x + y − z − t = −7 x+ y − z −w−t = 0
− x − y + z − t = −5
3 x + 2 y + z − 2 w − 4t = 6
13) Com o objetivo de verificar o consumo de algumas mercadorias do supermercado, Isabel anotou as
quantidades consumidas nos três meses anteriores com a compra de carne, peixe e frango e percebeu que
esqueceu de registrar o preço de cada um destes produtos. No primeiro mês registrado consumiu 6,35 kg de
carne, 3,60 kg de peixe e 9,80 kg de frango; no segundo mês consumiu 4,65 kg de carne, 5,80 kg de peixe e
8,20 kg de frango; e no terceiro, 5,10 kg de carne, 6,10 kg de peixe e 8,50 kg de frango. Determine o preço de
cada uma das mercadorias sabendo que gastou R$ 83,70 no primeiro mês, R$ 78,60 no segundo mês e R$ 83,55
no terceiro mês.
14) Sendo A, B e C:
4 1 1 2 3 6 2 1 0
A= , B= e C=
1 − 2 2 4 0 1 8 − 2 5
Obtenha:
a) a matriz X, tal que X = 2A + C – 3B;
b) a matriz Y, tal que Y = A.At + B.Ct;
c) a solução do sistema linear de equações matriciais sendo incógnitas as matrizes P e Q a seguir:
P + Q = A + B
P − Q = C − A
16) Sendo A, B e C matrizes, classifique com verdadeira ou falsa cada afirmação a seguir, justificando
as falsas:
x y 2 3 1 0
17) Ache x, y, z, w tais que: ⋅ =
z w 3 4 0 1
x y 1 0 1 0
18) Mostre que não existem x, y, z, w tais que: ⋅ =
z w 0 0 0 1
x y 1 1 1 0
19) Existem x, y, z, w tais que: ⋅ = ?
z w 1 1 0 1
2 x2
20) Seja A = , qual é o valor de x para que tenhamos At = A?
2x −1 0
2 − 2 1 1 0
3 2 12 3 1 1 3 1
1 2 3
3 6 −1 2 −2 0
a) [3] b) c) 1 − 3 4 d) e) 0 1 2 6 0
2 − 4 − 2 0 2 3 1 0 0
0 0 4 0 0
1 0 3 − 2
2 3 1 0 − 2
22) Chama-se “traço”de uma matriz quadrada a soma dos elementos da diagonal principal. Sabendo
1 2 3
que o traço vale 9 e o determinante vale 15, calcule os elementos x e y da matriz 0 x z .
0 0 y
x + y =1 ax − by = 5
23) Se os sistemas e são equivalentes (tem a mesma solução) qual é o
x − 2 y = −5 ay − bx = −1
valor de a2 + b2 ?
x+ y−z−w=5
2 x − 2 y + z = −1 2 x − y + 2 z + 5w = −3
d) x + 3 y + 4 z = 8 c)
− x + 2 y − 2 z = 5 3 x + 2 y − z + w = 10
− x + y + z + 2 w = 1