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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA 6ª VARA DO JUIZADO

ESPECIAL FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO


DE MATO GROSSO

LUIZA DE SOUZA GONÇALVES, brasileira, convivente, Auxiliar de


Enfermagem, portador do Rg nº 032.023 SSP/MS, inscrito no CPF/MF sob o nº
250.268.101-44, residente e domiciliado na Rua R, quadra 45 casa 01, Bairro
Parque Atalaia, Cuiabá/MT, telefone 9226-5882, vem, a presença de Vossa
Excelência, ajuizar a presente

AÇÃO COM PEDIDO DE CONVERSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA


EM APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE

Em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL –


INSS, Autarquia Pública Federal, instituído pela Lei nº 8.029/90 e Decretos nº
99350/90 e 569/92, com sede nesta Capital, na Av. Getulio Vargas, nº 553, 9.º
Andar, com base nos motivos de fato e de direito que passa a expor para ao final
requerer:
A Requerente recebe benefício previdenciário de auxílio-doença por incapacidade
para o trabalho decorrente de acidente de trabalho ocorrido em 05/04/2002 ,
conforme Comunicação de Acidente de Trabalho Nº 202.629.897-0/01 anexa,
quando trabalhava no Centro Cirúrgico do Hospital de Medicina Especializada –
Hospital Santa Rosa – de onde era funcionária.

A Requerente sofreu uma queda machucando o joelho e precisou ficar 15 dias com
a perna esquerda toda engessada. Após esses 15 dias com a perna engessada a
Requerente ainda precisou se submeter a procedimento cirúrgico para resolver seu
problema, o que não tendo o resultado esperado posteriormente precisou a se
submeter a uma segunda cirurgia, que infelizmente também não foi o suficiente para
reabilita-la.

Em virtude tais fatos a Requerente passou a receber auxílio-doença, NB 119014842-


8 em 15 de maio de 2001. Este primeiro benefício foi concedido no valor inicial de
R$ 1484,00 (um mil, quatrocentos e oitenta e quatro reais).

Em 10 de julho de 2002 foi concedido novo benefício sob o NB 124.008.725-5, como


comprova documento anexo.

Posteriormente em 24 de setembro de 2002, quando a autora tinha solicitado a


prorrogação do benefício, ao invés de prorrogá-lo o Réu concedeu novo benefício
agora com o número NB 125.299.619-2. Este benefício foi prorrogado em 10 de
setembro de 2003 até 31 de outubro de 2003 e por uma terceira vez em 27 de
novembro de 2003 até 31 de dezembro de 2003.

Após esse período, novamente a autora pediu a prorrogação do benefício e mais


uma vez o Réu novamente, agindo de má-fé, concede um novo benefício com NB
5060651041 em 27 de fevereiro de 2004, com data de início retroativa a 15 de
janeiro de 2004.

Este quarto benefício foi prorrogado em 18 de março de 2004 até 30 de abril de


2004, e aqui vemos a previsão do costume conhecido como alta programada, ardil
muito utilizado pelo réu, como se pudesse prever a data da cura de seus
beneficiários.

Em 14 de setembro de 2004, após novo pedido de prorrogação do benefício, o Réu


pela quarta vez concede um novo benefício com NB 5062799496, quando deveria
ter apenas prorrogado já que a origem da concessão sempre foi a mesma, ou seja a
lesão no joelho acima relatada, este quinto benefício teve data de prorrogação até
10 de setembro de 2004.

No dia 31 janeiro de 2005, o quinto benefício concedido, foi prorrogado por se


constatar que havia incapacidade laborativa, e em 30 de maio de 2005 mais uma
vez foi prorrogado após perícia médica que continuava a incapacidade laborativa.

Em outubro de 2005 há uma nova prorrogação do benefício, onde vemos mais uma
vez a previsão da alta programada indicando prazo para o benefício até 26/01/2006.
Em 03 de fevereiro de 2006 há outra prorrogação do benefício com nova previsão de
alta programada para 30/04/2006.
Em 16 de junho de 2006 foi suspenso o pagamento do benefício como comprova
carta de decisão anexa que informa que a perícia médica do Réu concluiu que não
há a incapacidade laborativa. Ora Excelência, se depois de 05 anos efetuando o
pagamento do benefício, quando já deveria inclusive ter feito a conversão do
benefício de auxílio doença para aposentadoria por invalidez, o réu resolve não
reconhecer a incapacidade laborativa de forma muito conveniente para ele.

Não se conformando com a situação a autora faz novo requerimento de benefício, o


qual lhe é concedido, sendo o sexto benefício concedido a autora, agora sob o NB
5168578728, em 03 de julho de 2006. Este mesmo benefício foi prorrogado em 17
de agosto de 2006, e novamente com previsão de alta programada para 31 de
outubro de 2006.

Em 04 de dezembro de 2006 este sexto benefício é novamente prorrogado com


previsão de fim para o dia 03/12/2006.

No dia 09 de janeiro de 2007 é concedido o sétimo benefício com NB 5188606247


com previsão de fim para o dia 31/01/2007. Este mesmo benefício em 14 de maio de
2007 foi mais uma vez prorrogado e agora com previsão de término par ao dia 31 de
maio de 2007. Quando mais uma vez a autora precisará pedir prorrogação e assim
dar continuidade ao círculo vicioso em que se encontra para obter o benefício que é
um direito seu.

Vale ressaltar que a autora recebe o benefício já há mais de cinco anos e meio e
sempre com o mesmo fato gerador, o que por si só lhe dá o direito à conversão do
benefício em aposentadoria por invalidez, e mais vejamos os atestados recentes que
comprovam o quadro clínico da autora. Primeiro o atestado do Médico Jony Soares
Ramos que informa o quadro da autora como cervicobraquialgia e doença discal
degenerativa com CID G54.

Há ainda o relatório radiológico de 08/05/2006 que define as lesões da autora no


quadril e no joelho esquerdo e o atestado de 10/05/2007 ambos do Médico Manoel
Antonio Cuiabano, CRM 722 onde ele atesta que a paciente foi submetida a duas
cirurgias no joelho esquerdo com resultado insatisfatório, com CID 583.5, 582.2 e
R23.5 e atesta a sua incapacidade laborativa.

Vejamos ainda que conforme Carta de Concessão e Memória de Cálculo de julho de


2006 onde a autora recebia R$ 1.484,24 (um mil quatrocentos e oitenta e quatro
reais e vinte e quatro centavos) e comparando com Carta de Concessão e Memória
de Cálculo de janeiro de 2007 há uma grande diferença no valor pago sendo que em
janeiro a autora recebeu R$ 1170,52 (um mil cento e setenta reais e cinqüenta e
dois centavos), notemos que seu benefício está sendo injustamente diminuído.

Note-se Excelência, que o próprio Órgão Requerido reconhece a incapacidade de


recuperação da Requerente, mesmo porque o mesmo já vem se submetendo às
perícias médicas desde a concessão do primeiro benefício, em maio de 2001, sem
previsão de recuperação, pois seu quadro é irreversível e por isso mesmo a
Requerente necessita da conversão do benefício em Aposentadoria por Invalidez.

Preceitua o art 42 da Lei 8.213/91 as condições necessárias para a concessão da


aposentadoria por invalidez, in verbis:

Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida,


quando for o caso, a carência exigida, será devida ao
segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-
doença, for considerado incapaz e insusceptível de
reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta
a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer
nesta condição.
§ 1º A concessão de aposentadoria por invalidez
dependerá da verificação da condição de incapacidade
mediante exame médico-pericial a cargo da Previdência
Social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se
acompanhar de médico de sua confiança.
§ 2º A doença ou lesão de que o segurado já era portador
ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social não
lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo
quando a incapacidade sobrevier por motivo de
progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.

A Requerente atende às exigências do artigo em tela, pois não há perspectiva para


a sua recuperação, neste sentido:

PREVIDENCIÁRIO CONVERSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA


EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.
INCAPACIDADE PARA A ATIVIDADE LABORAL
COMPROVADA. HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA. 1.
Comprovada a incapacidade permanente do recorrido
para o trabalho, mediante laudo médico-pericial
conclusivo, acertada a condenação do INSS a conceder-
lhe a aposentadoria por invalidez, determinando a
antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional na própria
sentença. 2. Recurso improvido. Sentença mantida. 3.
Honorários advocatícios de 10% (dez por cento) sobre o
valor corrigido da condenação (Lei nº 9.099/95, art 55).
(Processo nº 2005.33.00.7011716-6 – Classe: 70100 –
Recursos contra atos do Juizado – Relator: Juiz Federal
Carlos Davila Teixeira – Órgão Julgador: Primeira Turma
– BA – Publicação: DJ Ba 04/03/2005).

Evidente, portanto, o direito da Requerente em ver seu beneficio convertido em


aposentadoria por invalidez, uma vez que, com já está demonstrado pelo histórico
de concessão dos benefícios e pelos laudos médicos, ainda será demonstrado
através de perícia médica, a perda da capacidade laboral a incapacita
definitivamente para o exercício de atividade profissional.

O art 42 da Lei 8.213/92, que assegura aos segurados da previdência social a


garantia do recebimento de Aposentadoria por Invalidez quando for considerado
incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta
a subsistência, perfil onde a autora se enquadra perfeitamente e por isso a
Requerente não tem outra escolha senão ajuizar esta ação.

Isto posto, requer a Vossa Excelência:

I. O recebimento da ação nos termos em que foi proposta;


II. Que seja determinada a citação/intimação do Requerido para
comparecer na audiência de conciliação onde, caso queira, poderá
apresentar defesa, sob pena de não o fazendo ser-lhe aplicado os efeitos da
confissão e revelia;

III. Que ao final seja julgado totalmente procedente o pedido


formulado pela Requerente, a fim de que o Requerido seja condenado a
converter seu beneficio de auxílio-doença em aposentadoria por invalidez,
com renda mensal inicial de 100% do seu salário de beneficio com data
inicial em 15 de maio de 2001;

IV. A concessão dos benefícios da justiça gratuita nos termos da


Lei 1.060/50, uma vez que o Requerente se declara pobre nos termos da
Lei.

Prova-se o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos e


eventualmente necessários para a cabal demonstração dos fatos, principalmente
pela realização de perícia médica.

Atribui-se a causa o valor de R$ 17.810,88 (dezessete mil, oitocentos e dez reais e


oitenta e oito centavos).

Nestes termos

Pede deferimento

Cuiabá/MT, 29 de maio de 2007.

________________________________________
LUIZA DE SOUZA GONÇALVES
REQUERENTE

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