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“A importância do modelo físico para o desenvolvimento de um produto”

O homem, desde tempos antigos, sente a necessidade de visualizar suas idéias para
melhor entendL-las e exibí-las. As maquetes fazem parte dessa história e sno, até hoje,
utilizadas com o mesmo propósito na arquitetura moderna.
O design de produto segue esta mesma linha e nno poderia ser diferente. Em um
projeto de desenho industrial, no entanto, a visualizaçno concreta de uma idéia antes de ser,
de fato, produzida, é feita através do desenvolvimento de modelos, mockups e protótipos.
Sno eles que dno respaldo ao projeto, servem como forma de estudo e apresentaçno, e sno
feitos com diferentes finalidades para cada fase do desenvolvimento do produto.
Isso pode ser explicado da seguinte maneira: em determinados escritórios sno
desenvolvidos em média trLs modelos para cada projeto. Ou seja, em uma primeira fase de
concepçno da idéia é feito um modelo volumétrico, que serve para uma avaliaçno estética do
conceito inicial e para dar base Bs modificaçtes necessárias. Este modelo, em escala ou
nno, é o que permite, a partir de suas modificaçtes - se forem necessárias -, que uma nova
fase do projeto seja iniciada. Deste modo, um novo modelo - agora mais elaborado -, pode ser
trabalhado para dar respaldo B fase de apresentaçno do modelo final com todos os detalhes
gráficos necessários, transparLncias, entre outros e que, para finalidades também de grande
importância, tal qual concursos.
Estamos falando de projetos que exigem um grande investimento, nno só dos
clientes, mas também do escritório ou designer que está encarregado de desenvolver o
trabalho. No entanto, o nível dos modelos físicos varia de acordo com as exigLncias dos
clientes que encomendam um determinado serviço e, certamente, o valor do projeto vai
oscilar de forma diretamente proporcional a esta variaçno.
Muito bem! Independente do fato de que o nível dos modelos pode variar de projeto
para projeto, o design de produto tem algo a seu favor quando falamos de análise de uma
idéia com base em um modelo físico.

Mockups, Modelos e Protótipos x Maquetes


Os mockups sno reproduçtes de uma idéia que mais se aproximam da realidade, em
tamanho real, mas que nno precisam reproduzir, necessariamente, suas funçtes. Os
protótipos também sno feitos em escala 1:1 e tLm que reproduzir as funçtes que o produto
final vai ter, ou seja, precisam funcionar, mas nno necessariamente precisam ser feitos com
os mesmos materiais que serno utilizados para a fabricaçno do produto. Os modelos, por sua
vez, nno precisam funcionar e nem estar no tamanho real; podem ser confeccionados em
escalas reduzidas, mas precisam ter uma precisno estética tno grande quanto os protótipos.
Os trLs casos, assim como as maquetes, nos ajudam a entender os projetos de forma
global, e muitos dos problemas futuros sno antecipadamente contornados por causa disto.
No entanto, neste contexto, o design de produto tem uma determinda vantagem sobre a
arquitetura. Sem querer de forma alguma diminuir a importância e a qualidade das maquetes
que sno desenvolvidas na arquitetura há muitos anos, o desenho industrial, por um lado, tem
a escala a seu favor.

O que isso quer dizer?


Sem esquecer de que estamos tratando da importância do modelo físico para uma
melhor visualizaçta de uma idéia, melhoramentos e estudos da mesma, o fato de,
normalmente, os projetos de design de produtos serem desenvolvidos em uma escala que
permite sua reproduçno em um modelo de tamanho real, e muitas vezes funcional, nos dá a
possibilidade de uma análise mais direta e exata daquilo que está se propondo como projeto.
Permite, além disso,que sejam evitadas impossibilidades funcionais e exageros formais.
De fato, muitos dos projetos desenvolvidos por designers nno podem ser
reproduzidos em forma de protótipos, ou pelo custo, ou por estarem realmente em uma
escala maior. Sno feitos, nestes casos, modelos em escalas reduzidas. Estes, certamente,
sno aqueles que mais se assemelham Bs maquetes usadas na arquitetura. Apresentam
normalmente, no entanto, escalas trLs, cinco, dez, quinze ou vinte vezes menores que o
produto real, enquanto as maquetes podem ser cinqüenta ou duzentas vezes menores que o
projeto executado. Por isso, mesmos os modelos em escala estno mais próximos da
realidade do que as maquetes por serem submetidos a uma reduçno que nno se distancia
tanto do projeto real.
Em escala ou nno, hoje a tecnologia interfere direta e intensamente no
desenvolvimento de um produto e isso nno é diferente com relaçno a confecçno dos
protótipos, modelos e mockups.

A tecnologia no design...

A tecnologia vem invadindo há vários anos diversas áreas de atuaçno em diferentes


setores dos serviços. O design também vLm sendo transformado por essa evoluçno.
Quando tratamos do design nesse aspecto, falamos do design de produto, do design gráfico,
das técnicas de ilustraçno e layout, web design, etc. A tecnologia modificou os
procedimentos, as técnicas utilizadas, os conceitos, o meio de produçno. Isso é facilmente
percebido se formos prestar atençno no nível final de acabamento que um projeto consegue
alcançar em espaço de tempo muito menor que há dez, quinze ou vinte anos atrás.
Logicamente o design gráfico sofreu alteraçtes de grande importância que também
merecem reflextes, mas nesse artigo vamos nos deter no desenvolvimento de um produto.
Um designer de produto precisa pensar no desenvolvimento projetual e
detalhamento, mas também no tempo que é necessário para desenvolver um protótipo ( o
nível varia de acordo com cada projeto).

A modelagem 3D...
Se fossemos pensar no design de produto há alguns anos atrás, iríamos nos deparar
com o charme das pranchetas, réguas, esquadros, compassos, curvas francesas, etc, que
eram as ferramentas de desenvolvimento de um produto ou de um projeto de arquitetura.
Certamente, junto a isso, veríamos também que era preciso um tempo maior para finalizar
esse tipo de trabalho.
Andando um pouco mais para frente no tempo, começamos a perceber que as
pranchetas passaram a ficar obsoletas e deram espaço para os computadores e seus
programas CAD, que dinamizaram os serviços de forma impressionante. Uma próxima etapa
desse rápido desenvolvimento técnico foi o surgimento de programas de modelagem 3D,
que nos possibilitam ter uma visualizaçno mais real daquilo que está sendo projetado. Tudo
isso fez com que as formas de desenvolver um produto se modificassem completamente e,
conseqüentemente, os prazos dos projetos foram bem reduzidos.
Por mais que softwares de modelagem 3D nos possibilitem uma visualizaçno e
análise mais próximos da realidade, ela nno é, de fato, real. Este fato nos remete novamente
B importância do modelo físico que, por sua vez foi, também, fortemente modificado pelos
avanços tecnológicos.

Os protótipos e a tecnologia...
Assim como os modelos 3D virtuais e outros adventos tecnológicos exerceram
grande influLncia e modificaram a maneira e a dinâmica de se projetar, a tecnologia também
atingiu a modelagem física.
Se há tempos demorava-se muito mais para finalizar a etapa de detalhamento de um
projeto, por exemplo, demorava-se mais também para confeccionar um modelo de
apresentaçno ou aquele que servia exclusivamente para estudo e amadurecimento da idéia.
O ingresso de novos meios nesse processo de “fabricaçno” dos protótipos também
modificou e dinamizou esta etapa do desenvolvimento de um produto. Isso nno quer dizer
que todo o maquinário utilizado em uma oficina tradicional de modelagem foi substituído, mas
novas ferramentas também estno sendo empregadas.
Quando falamos desta tecnologia, estamos nos referindo a algo que realmente
modificou determinados parâmetros, principalmente quando pensamos no quesito tempo.
Com o dinamismo que os programas CAD e de modelagem 3D deram B fase de concepçno
da idéia, era necessário que a fase de confecçno de um protótipo acompanhasse este novo
ritmo.

Que tecnologia é essa?


Para dinamizar o processo, diminuir o tempo e melhorar o nível dos modelos sno
utilizadas, hoje em dia, ferramentas como as fresas CNC, os tornos CNC, prototipagem
rápida, escaner 3D, etc.
Peças sno preparadas em pouco tempo e auxiliam os estudos para elaboraçno do
produto como um todo. É possível, nos dias atuais, desenvolver uma pequena escala de um
produto para sua pré-série no mercado, o que melhora a pesquisa que gira em torno de sua
qualidade.
Logicamente, tratam-se de processos caros e que sno utilizados em projetos que sno
desenvolvidos com alto nível de investimento. Realmente diminuem o tempo da fase de
confecçno dos protótipos, mas nno podem substituir todo o trabalho do homem que atua
nessa área.

Importância do trabalho manual

Certamente, as nova tecnologias que foram incorporadas ao processo de confecçno


de um modelo, mockup ou protótipo, ofereceram novas possibilidades e alteraram esse
contexto. No entanto é importante dizer e deixar bem claro que o trabalho do modelista é
muito importante, e na opinino de muitos especialistas é imprescindível e insubstituível.
Por mais que este trabalho tenha ganho uma nova dinâmica que se modifica ainda
mais com novas ferramentas que vLm surgindo, nada pode substituir o trabalho do homem no
que diz respeito ao contato com o material, sua compreensno e o entendimemento de suas
limitaçtes. A sensibilidade do modelista é realmente muito importante para o bom
andamento da fase de desenvolvimento de um modelo e conseqüentemente para o sucesso
do resultado final.
Por isso, é de grande importância que os designers de produto tenham consciLncia
da relevância de todo esse processo para o desenvolvimento de um bom produto e, se
possível, conheçam o processo em si o que, de fato, facilitará todo o andamento do trabalho.
Vale lembrar e ressaltar que o homem e a máquina devem andar juntos nessa área de
atuaçno, ou seja, a interaçno do modelista com a tecnologia pode ser mais um ponto ganho
para o design de produto.

Bibliografia

Esse artigo foi escrito com base nas minhas experiLncias pessoais de trabalho e
conversas com profissionais da área, além de ter sido baseado também, no desenvolvimento
de alguns de meus projetos universitários.

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