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O cérebro lesionado
Quando o cérebro é lesionado, seja por causas naturais ou por traumas, há três resultados
possíveis: sangramento, edema ou ambos. Algumas causas de dano ao cérebro que podem
resultar em "morte cerebral" são:
• trauma
aberto (ferimentos por arma de fogo, etc.)
fechado (golpe, etc.)
• anoxia (período de falta de oxigênio causado por afogamento, enforcamento,
inalação de fumaça, envenenamento por monóxido de carbono, etc.)
• derrame
rompimento de aneurisma
infecção
bacteriana
viral
por fungos
• tumor
• sem metástase
• com metástase
• overdose de drogas
• baixos níveis de glicose sangüínea
O sangramento no interior do cérebro pode ser catastrófico. Os neurocirurgiões podem abrir o
crânio e tentar controlar o sangramento. Quando o cérebro começa a inchar, os ventrículos se
colapsam e a pressão no interior do crânio aumenta. O aumento da pressão intracraniana
(PIC) precisa ser tratado ou ocorrerão grandes problemas neurológicos. O médico dará ao
paciente corticóides, medicamentos com alta osmolaridade para reduzir o edema e tentará
prover sangue altamente oxigenado fazendo com que o pouco sangue que entra no cérebro
produza o máximo benefício.
Mesmo fazendo o possível para reduzir o sangramento e o edema celular, o tratamento pode
não ser suficiente para controlar a PIC. À medida que a PIC aumenta, o tecido que está
inchando não tem para onde expandir devido à restrição imposta pelos ossos do crânio. Às
vezes o neurocirurgião coloca um parafuso no crânio. Este é aparafusado no interior do crânio e
tem um orifício no meio, ligado a um dreno, que é usado para remover o líquido intracraniano,
dando espaço para o edema e fornecendo uma via para medir a PIC.
Se a PIC não puder ser controlada, a pressão continuará aumentando até que a PIC se iguale à
pressão sangüínea do paciente. Neste momento, não entrará mais sangue no cérebro e o
cérebro morrerá. Em muitos casos, a pressão aumentará empurrando o tronco cerebral para
baixo, para dentro da coluna vertebral. Isso se chama herniação cerebral, e resulta em morte
cerebral instantânea.
Doação de órgãos
É o paciente com morte cerebral que fornece órgãos viáveis para transplante. Se um membro da
família sabe que o paciente deseja ser doador de órgãos, a melhor maneira de assegurar que o
desejo do paciente seja honrado é informar a equipe médica. No Brasil, a central nacional de
notificação, captação e distribuição de órgãos (ENCDO) orienta o possível doador a assinar em
vida um cartão que informa seu desejo de doar os órgãos que deve ficar junto com os
documentos.
A morte cerebral ocorre em uma de cada 200 mortes nos leitos hospitalares (estudo do CDC
americano, 1986). É um acontecimento raro. Pacientes com morte cerebral são avaliados para
doação e a metade deles é excluída devido a outros problemas médicos (câncer, infecções,
etc.). Dos pacientes com órgãos aceitáveis, metade dos familiares se recusa a autorizar a
doação, resultando em um doador de órgão a cada 800 mortes hospitalares nos EUA. Para
aprender mais sobre doação de órgãos, veja Como funcionam os transplantes de órgãos.
Definição:
Morte encefálica