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techne
COMO CONSTRUIR
Laje cogumelo
apoio
com esferas
IPT plásticas
Edição 138 ano 16 setembro de 2008 R$ 23,00
Estruturas mistas ■ Instalações elétricas ■ Geogrelhas ■ Emenda de madeiras ■ Construção metálica ■ Laudo do Metrô SP ■ Laje cogumelo
EXCLUSIVO
Consórcio
Via Amarela
rebate laudo
do IPT INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Projeto reduz
custos
SOLOS
Reforço com
geogrelhas
MADEIRA
Emendas com
chapas denteadas
Edifício WT Nações
Unidas, SP
Estrutura mista
00138
"envelopados" em concreto
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SUMÁRIO
CAPA
44 Estrutura combinada
Prédio da WTorre em São Paulo tira
partido do aço e concreto
combinados para ganhar rapidez
62 ARTIGO
As causas do acidente da Estação
Pinheiros da Linha 4 do Metrô
de São Paulo
Consultores detalham, segundo o
Consórcio Via Amarela, as causas do
desabamento do túnel Butantã
86 COMO CONSTRUIR
40 INSTALAÇÕES
24 ELÉTRICAS
Choque de economia
Laje de concreto com
esferas plásticas
Sistema nórdico de pré-lajes chega
Especialistas mostram como é
ao Brasil para o segmento
possível reduzir custos das
de nervuradas
instalações e propõem mudanças
às distribuidoras
Fotos: Marcelo Scandaroli
1
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EDITORIAL
Nossa responsabilidade
VEJA EM AU
descoberta de novas jazidas de petróleo em profundidades antes
A inimagináveis, o desafio de sediar uma Copa do Mundo em
2014 e a necessidade de realizar obras de infra-estrutura para o
crescimento do País aumentam a responsabilidade de engenheiros e
profissionais das áreas técnicas. Como em outros tempos, novamente
alinham-se crescimento e grandes demandas, mas dessa vez sob
regime democrático. Os questionamentos sobre as obras a serem
realizadas, como projetá-las e executá-las não podem ficar Edifício Harmonia, Triptyque
circunscritos aos gabinetes dos políticos, de empresários e cartolas. Residencial: edifício Maiorca,
em Juiz de Fora, MG
Nesse sentido, o Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Interiores: Ogilvy Brasil
Arquitetura e Engenharia Consultiva) tem cumprido papel exemplar.
Alertou sobre o atraso no planejamento das obras da Copa 2014 e VEJA EM CONSTRUÇÃO
vem clamando por planejamento e critérios técnicos nas tomadas de MERCADO
decisões. Outra entidade, a ABMS (Associação Brasileira de Mecânica
dos Solos e Engenharia Geotécnica), também não se esquivou do
debate e aproveitou seu evento anual, realizado no início de agosto
em Búzios (RJ), para discutir as causas do acidente nas obras do
Metrô em São Paulo. Um tema delicado, que novamente é tratado em
artigo na revista, desta vez sob a ótica do Consórcio Via Amarela, e
que requer um posicionamento técnico, mas também ético e moral
daqueles que têm competência sobre o assunto. Infelizmente,
Crescimento imobiliário
engenheiros, arquitetos e demais profissionais da indústria da Habitações econômicas
construção nem sempre se dão conta da representatividade técnica e Saneamento
Licenciamento ambiental
intelectual que possuem.Vivemos um momento ímpar para lembrar
que muitas decisões sem o embasamento técnico necessário reservam
grande impacto no futuro do País e na vida das pessoas. E quanto
mais distantes de tais esferas estiverem os profissionais sérios e
comprometidos, pior será para todos. Em especial, para a própria
categoria e a sua imagem perante a sociedade.
Paulo Kiss
´
techne
Vendas de assinaturas, manuais técnicos,
TCPO e atendimento ao assinante Fundadores: Roberto L. Pini (1927-1966), Fausto Pini (1894-1967) e Sérgio Pini (1928-2003)
Segunda a sexta das 9h às 18h
Diretor Geral
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principais cidades*
Conselho Administrativo: Caio Fábio A. Motta (in memoriam), Cláudio Mitidieri, Ercio Thomaz,
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Kallas, Fernando H. Aidar, Francisco A. de Vasconcellos Netto, Francisco Paulo Graziano,
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Confira no site da Téchne fotos extras das obras, plantas e informações que complementam conteúdos
publicados nesta edição ou estão relacionados aos temas acompanhados mensalmente pela revista
Fórum Téchne
O site da revista Téchne tem um espaço
dedicado ao debate técnico e qualificado
dos principais temas da engenharia.
Confira os temas em andamento.
ÁREA CONSTRUÍDA
Debate sobre acidente reúne IPT e Consórcio Via Amarela
O Cobramseg 2008 (Congresso Brasi-
leiro de Mecânica dos Solos e Enge-
nharia Geotécnica) reuniu, no final de
agosto, as visões do Consórcio Via
Amarela e do IPT (Instituto de Pesqui-
sas Tecnológicas) sobre as causas do
colapso do túnel da futura Estação Pi-
nheiros da Linha 4 do Metrô de São
Paulo, ocorrido em janeiro de 2007. O
workshop internacional Geotechnical
Infrastructure for Mega Cities and
New Capitals teve uma sessão especial
dedicada ao tema e contou com a apre-
sentação do consultor norueguês Nick
Renato Faria
Barton, contratado pelo Consórcio Via
Amarela para investigar o acidente, e
outra do engenheiro André Assis, que
apresentou o relatório produzido pelo zamento decorrente da ruptura de documento produzido pelo IPT, apon-
IPT. O norueguês reafirmou o que o uma adutora de águas pluviais, teria tando possíveis falhas executivas e de
Consórcio já vinha divulgando desde causado um aumento da pressão da interpretação das leituras dos instru-
março: o desabamento da estrutura água no subsolo exatamente sobre as mentos, além de deficiências nos pla-
teria sido provocado provavelmente escavações. A combinação inesperada nos de emergência. Sobre o questiona-
pela soma de episódios simultâneos. desses fatores teria dado início à ruína, mento de Barton, Assis assume que só
Primeiro, o carregamento de uma que aconteceu, segundo Barton, de identificou a torre sísmica no relatório
rocha de cerca de 15 t e 10 m de altura maneira súbita, sem indícios prévios. do norueguês, mas afirma que o fato
(chamada de "torre sísmica"), localiza- Sobre o relatório do IPT, Barton estra- não era importante. Segundo o brasi-
da exatamente acima do túnel e não nhou o fato de o texto não mencionar leiro, se a rocha apresenta boa qualida-
detectada por nenhuma das 11 sonda- a rocha de 10 m de altura sobre o túnel. de, não há impedimento em construir
gens realizadas antes das escavações. O IPT também teria interpretado mal um túnel sob uma "torre sísmica", já
Entretanto, somente o peso da rocha o arqueamento do túnel, que, para que a camada pétrea suportaria as ten-
não teria sobrecarregado a estrutura Barton, fazia parte da dinâmica de es- sões. "O problema é que o túnel foi
do túnel: a existência de uma falha geo- tabilização da estrutura. Em sua pales- construído muito raso [próximo ao
lógica sob a rua Capri, associada ao va- tra, Assis apresentou o conteúdo do solo mole]", defendeu.
Marcelo Scandaroli
da Construção Sanchez
Marcos Lima
Cambiaghi Arquitetura
ÁREA CONSTRUÍDA
Foco na racionalização
A décima edição do "Seminário de Convidados internacionais chidas pelo vento, resultou numa
Estruturas” realizado pelo Comitê Os destaques internacionais do se- concepção estrutural ousada. Testa-
de Tecnologia e Qualidade do Sin- minário foram o engenheiro Victor da em túneis de vento, a estrutura é
dusCon-SP (Sindicato da Indústria Eduardo Garcia Fuentes, gerente téc- de concreto armado, sustentada por
da Construção Civil do Estado de nico da Constructora ASL Senarq um núcleo rígido, pórticos perime-
São Paulo) contou com cerca de (Grupo Sencorp), do Chile, que trais e lajes protendidas. Dentro de
300 participantes, que se reuniram falou sobre o edifício alto “Titanium oito meses, a obra receberá 400 con-
no Hotel Grand Hyatt, em São La Portada”, em Santiago. E o profes- têineres da China com materiais de
Paulo, no dia 28 de agosto. Este ano sor de Engenharia de Segurança con- acabamento como mármore, grani-
o encontro teve como tema "Proje- tra Incêndio da Universidade de to, revestimentos cerâmicos, entre
to e Produção com Foco na Racio- Edimburgo, na Escócia, o peruano outros. Já Torero destacou que a en-
nalização". Paulo Sanches, coorde- Jose Luis Torero, um dos maiores es- genharia de segurança contra in-
nador do CTQ, destacou a necessi- pecialistas mundiais no assunto, que cêndio passa por grandes mudan-
dade de encontrar soluções cons- falou sobre segurança contra incên- ças, em razão das novas e ousadas
trutivas que permitam a execução dio em edifícios altos e as implica- concepções estruturais dos edifícios
de várias etapas da obra simulta- ções para as estruturas. Victor altos. "As grandes lajes livres, sem o
neamente. E cita o sistema das casas Eduardo Garcia Fuentes descreveu recurso da compartimentalização,
e pequenos edifícios construídos os grandes desafios do Titanium La são mais suscetíveis à propagação
com paredes de concreto, que são Portada, o edifício mais alto do do fogo e fumaça", alertou. Torero
ao mesmo tempo fechamento e es- Chile, com 52 andares e 190 m de al- defendeu um novo paradigma de
trutura, e ficam prontas em cinco tura, categoria Triple A, cujo investi- atuação do engenheiro de proteção
dias. O sistema já está sendo utiliza- mento deverá chegar a US$ 150 mi- ao fogo, que deve entrar no proces-
do pela Bairro Novo, empresa cria- lhões. Sua concepção arquitetônica, so desde a concepção arquitetônica
da pela Gafisa e Odebrecht, em em forma de velas de barco preen- e estrutural.
Cotia (SP), voltada a empreendi-
mentos para a Classe C. O enge-
nheiro de estruturas Ricardo Fran-
ça, professor da Poli-USP e diretor
da França e Associados Engenharia
elogiou as mudanças normativas
com foco na durabilidade e a
abrangência dos software nacio-
nais, para ele até melhores do que
os estrangeiros. "Hoje, num proces-
samento com pórtico espacial, o
software já mostra as deformações
da grelha, o que ajuda na avaliação
dos deslocamentos de vigas e lajes,
proporcionando um grau de sofis-
ticação grande", exemplificou.
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ÍNDICES
Agregados elevam Índice PINI de Custos de Edificações (SP)
Variação (%) em relação ao mesmo período do ano anterior
IPCE 35
IPCE materiais
Aumentos desses itens puxam custos 30 IPCE global
globais de edificação em São Paulo, mas IPCE mão-de-obra
a alta acumulada é inferior à do IGPM 25
15 14
18,35
12,97
inflação de 1,99%, percentual superior
10 11
à deflação de 0,32%, registrada pelo 10 9
9 9
IGP-M (Índice Geral de Preços de Mer- 5,82 9 8 8,20
6 6 6 6 6 6 6 6 9
cado) da Fundação Getúlio Vargas. 5 3,41 5 5
4 4 4 4 4 5
Essa alta foi impulsionada pelo 0,82 3 4 5 5
2 2 2 2
aumento dos preços dos agregados
0
como a areia lavada média e a pedra Ago/07 Out Dez Fev Abr Jun Ago/08
britada no 2, que sofreram inflação de
3,16% e 7,52%. Em julho, o preço de Data-base: mar/86 dez/92 = 100
1 m³ da areia lavada média era de R$ Mês e Ano IPCE – São Paulo
66,78. Em agosto, esse valor pulou global materiais mão-de-obra
para R$ 68,98. Já a pedra britada no 2, Ago/07 114.197,13 53.679,42 60.517,71
que custava R$ 60,75/m³ em agosto, set 114.636,80 54.119,10 60.517,71
passou para R$ 65,32/m³. out 114.860,42 54.342,72 60.517,71
O cimento Portland CPII, que no nov 115.225,62 54.707,92 60.517,71
mês de julho já havia apresentado dez 115.335,12 54.817,42 60.517,71
alta de 0,82%, no mês de agosto re- jan 115.733,11 55.215,41 60.517,71
gistrou inflação de 2,89%. O saco de fev 116.040,01 55.522,30 60.517,71
50 kg, que antes custava R$ 17,53, mar 116.121,80 55.604,09 60.517,71
passou a custar R$ 18,04. abr 116.185,57 55.667,86 60.517,71
Insumos como barra de aço CA- mai 123.736,89 58.257,90 65.478,99
50 3/8'' (Ø=10 mm/m=0,617 kg/m) jun 124.358,19 58.879,20 65.478,99
e bloco de concreto de vedação de 14 jul 126.483,39 61.004,39 65.478,99
cm x 19 cm x 39 cm com resistência Ago/08 129.006,55 63.527,56 65.478,99
2,0 MPa, para receber revestimento, Variações % referente ao último mês
apresentaram alta de 10,71% e mês 1,99 4,14 0,00
6,01%, respectivamente. Apesar das acumulado no ano 11,85 15,89 8,20
altas de preço, a variação do índice acumulado em 12 meses 12,97 18,35 8,20
global de custos de edificação em São Metodologia: o Índice PINI de Custos de Edificações é composto a partir das
Paulo nos últimos 12 meses foi infe- variações dos preços de um lote básico de insumos. O índice é atualizado por
rior ao registrado pelo IGP-M. O pesquisa realizada em São Paulo (SP). Período de coleta: a cada 30 dias com
IPCE apresentou alta de 12,97%, en- pesquisa na última semana do mês de referência.
quanto o IGP-M, 13,63%. Fonte: PINI
Suporte Técnico: para tirar dúvidas ou solicitar nossos Serviços de Engenharia ligue para (11) 2173-2373
ou escreva para Editora PINI, rua Anhaia, 964, 01130-900, São Paulo (SP). Se preferir, envie e-mail:
economia@pini.com.br. Assinantes poderão consultar índices e outros serviços no portal www.piniweb.com
Contrapiso
Quantos dias demora a cura de um faça um teste simples: estenda sobre crepe. Se ocorrer condensação de
contrapiso de 6 cm? Necessito aplicar alguns trechos do contrapiso pedaços umidade de um dia para outro (face
primer sobre ele como ponte de de plástico transparente, medindo do plástico voltada para baixo vai
aderência para a manta asfáltica, por isso aproximadamente 0,50 m x 0,50 m, ficar embaçada, "suada") é que a arga-
deve estar bem seco. selando as extremidades com fita massa ainda não está seca o suficien-
Antonio Manoel Teixeira te, ou seja, o primer ainda não poderá
por e-mail ser aplicado. Outra possibilidade é
avaliar a umidade do material com
O tempo de secagem do contrapi- aparelho próprio (ponte de Wheats-
so/camada de regularização irá de- tone – aparelho para medir umida-
pender bastante das condições climá- de), utilizado normalmente por em-
ticas, ocorrência de chuvas, condi- presas de pintura para ver se a base já
ções de ventilação do ambiente e ou- está suficientemente seca para início
Marcelo Scandaroli
tras. Em média, cerca de 20 dias é su- do serviço de pintura.
ficiente. Antes da aplicação do pri- Ercio Thomaz
mer, contudo, recomendo que você Cetac-IPT (Centro de Tecnologia do Ambiente Construído)
Construção monobloco
Em algum país já foi experimentada a movimentação de carga de grande
técnica de construção de habitação pré- porte (pontes rolantes, guindastes e
moldada monobloco de concreto? Quer outros), do ponto de vista da enge-
dizer, módulos que pudessem ser nharia de construção civil, a técnica
compostos, sobrepostos e unidos até hoje seria mais viável do que nunca.
CARREIRA
Coordenador de obras
Além de estar atento ao desenvolvimento das obras, profissional tem
papel fundamental na negociação com fornecedores
oordenador de obras, supervisor, e com a participação em congressos, moldadas, certo? Errado – pelo
C gestor ou gerente de contratos – as
denominações podem variar de em-
seminários e outros eventos na área.
Cursos rápidos de atualização tecno-
menos na opinião de Staudohar. Para
ele, eventuais deficiências nesses que-
presa para empresa, mas as funções lógica também são bem-vindos. Se- sitos podem ser supridas com cursos
básicas desse profissional são as mes- gundo Staudohar, esses são cursos que na área de gestão de pessoal. "Um
mas: supervisionar de perto a execu- fornecem ao coordenador de obras profissional não habituado a dar
ção das obras sob suas responsabilida- ferramentas para realizar uma análise feedback a seus superiores pode ser
des, orientar as equipes residentes de mais eficiente dos indicadores dos condicionado a fazê-lo num curso
engenharia, negociar os contratos com empreendimentos de que cuida. desse tipo", acredita o diretor de RH
fornecedores e prestadores de serviços, Mais difíceis de serem avaliadas da Klabin Segall.
garantir a qualidade final do produto, objetivamente, porém, são as compe-
zelar pela obediência às normas de se- tências comportamentais do profis-
gurança no trabalho. sional. Pessoas com liderança, bom O profissional
É esse o engenheiro que "roda" relacionamento interpessoal, boa ca-
pelos canteiros durante a semana para pacidade de comunicação e desen-
acompanhar a execução dos em- voltura em trabalhos em equipe aca-
preendimentos. Nas reuniões periódi- bam sendo mais bem-avaliadas para
cas com as equipes residentes, são dis- assumir o posto. Na prática, o candi-
cutidos a evolução do cronograma, o dato ao cargo deve saber que precisa-
Entre 1994 e 1996, fiz pós-graduação em planejamento, da elaboração das cartas- fornecimento de aço e com atrasos em
Engenharia de Produção para Construção convite para realizar as contratações. Nos concretagens. E isso implica atrasos no
Civil. O curso concebia a construção civil empreendimentos em andamento, o meu cronograma das obras, que dificilmente
como uma indústria, fazendo paralelos com papel é o de interlocutor entre a obra e o será recuperado depois. Portanto, o
a indústria mecânica. Além disso, fiz cursos escritório central. Converso com a equipe grande desafio é planejar com bastante
de atualização rápidos em Tecnologia de de cada obra e levo os problemas para antecedência os contratos, fazer os
Concreto, Gestão de Empreendimentos, e discutir com o diretor técnico e as outras pedidos 30, 40 dias antes, senão o
outros cursos que passam a visão áreas da construtora. Toda semana, tenho mercado é cruel com você.
administrativa-financeira da obra. uma agenda de visitas às obras, de modo
que o pessoal do escritório sabe Do que você mais gosta em sua
Quantas horas, em média, trabalha exatamente em que obra vou estar a cada função?
por dia? hora de cada dia da semana. Nessa Da formação de equipes. Ver um
No segmento imobiliário, principalmente agenda de compromissos, pelo menos estagiário começar na empresa,
em construções verticais, percebo que um dia é reservado para visitar o acompanhar o trabalho dele evoluir e
temos que construir mais andares, em escritório central, para a reunião com os depois vê-lo realizar uma obra. Outra
prazos cada vez menores. Por isso, nossa outros departamentos da empresa. experiência interessante por que passei
jornada diária começa freqüentemente às foi liderar um programa de alfabetização
7h00 e vai até às 19h00 nos dias de Quais as maiores dificuldades no de funcionários das equipes de produção
semana. Além disso, precisamos estender dia-a-dia? do canteiro. Essa capacitação acaba
o expediente aos sábados, trabalhando O que acontece hoje é atípico, é a também revertendo em benefícios para a
das 7h00 às 15h00, aproximadamente. primeira vez que vejo o mercado tão empresa, muitos se tornam ótimos
Cada fim de semana visitamos uma obra. aquecido. Com essa demanda crescente, encarregados ou mestre-de-obras. Além
enfrentamos escassez de materiais e disso, não há monotonia no trabalho –
Como é o seu dia-a-dia? equipamentos. E temos que tomar muito como eu acompanho várias obras
Na fase de planejamento da obra, cuidado com os materiais para a execução simultâneas, cada uma em uma fase
participo, junto com o pessoal de da estrutura de concreto armado, que dita distinta, um dia é diferente do outro.
orçamentos, suprimentos e o ritmo da obra. E há problemas com o
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melhores praticas 138.qxd 5/9/2008 14:23 Page 22
MELHORES PRÁTICAS
Kits hidráulicos
Procedimentos de execução padronizados propiciam incremento na
produtividade e qualidade para as instalações hidráulicas
Marcação da
alvenaria
A marcação da alvenaria que
receberá o kit hidráulico deverá
ser executada com o auxílio do
gabarito de marcação. Para o
posicionamento, a referência
é a cota de nível e as faixas
de revestimento.
Conferência e teste
A conferência é feita por meio de um
checklist que, por sua vez, é
elaborado com base nos testes do
Pré-montagem protótipo. Os ensaios incluem, para
liberação dos kits, testes de
Com as medidas e bitolas gabarito para dar início à montagem, de
estanqueidade e, quando necessário,
predeterminadas no gabarito da acordo com as especificações do
testes de dilatação, conforme
bancada, os tubos são cortados e fabricante. Concluída essa etapa, os kits
especifica a NBR 5626 – Instalação
armazenados por bitola e comprimento. são identificados e armazenados de
Predial de Água Fria. A pressão
As conexões são posicionadas no acordo com o local de instalação.
mínima é de 6 kgf/cm² para tempo
mínimo de dez horas.
Colaboração: engenheiro Roberto Carlos Barbosa, gerente de instalações da Sanhidrel Instalações e Comércio
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ENTREVISTA
Módulo de projeto
Com conceitos simples, coordenação modular proporciona
padronização, produtividade e redução de custos e desperdício.
Iniciativa tem que ser setorial para que toda a cadeia se adapte
Marcelo Scandaroli
HÉLIO ADÃO GREVEN
Arquiteto por formação – graduou-se
em 1956 pela UFRGS (Universidade
Federal do Rio Grande do Sul) –, sua
experiência na área de construção
civil enfatizou a construção
industrializada, bem como sistemas e
processos construtivos, além da
utilização de novos materiais. Obteve
grau de doutor pela Universidade de
Hannover, na Alemanha, em 1969.
Embora aposentado do cargo de
professor-titular do Norie (Núcleo
Orientado para a Inovação da
Edificação), ainda colabora para o
programa de pós-graduação da
instituição. Além disso, é diretor da
s processos consolidados na cons- que não havia nem entre os Estados
KG Projetos e Consultoria.
O trução civil brasileira estão sendo
observados com olhos críticos. O mer-
quando as primeiras manifestações pela
coordenação iniciaram, há 50 anos, na
cado está em busca intensa por possibi- Europa e mesmo no Brasil,que conta até
lidades de melhoria, de redução de des- com uma norma sobre o tema. Além
perdício, de aumento de produtividade, dos motivos citados acima,Greven,con-
de redução de custos. O momento da sultor da Finep (Financiadora de Estu-
construção nacional indica que a racio- dos e Projetos), revela que há intenções
nalização e a industrialização são impe- de o País intensificar as exportações de
rativas, mas o mercado esqueceu de materiais. De acordo com ele, que traz a
considerar o óbvio, a coordenação mo- experiência de quem morou e estudou
dular. É sobre esse conceito que falou à por dez anos na Alemanha, não há por-
Téchne Hélio Adão Greven, pesquisador que temer a implantação efetiva da
do assunto que considera "de uma sim- coordenação modular. Ela não virá para
plicidade constrangedora". Constrange engessar projetos arquitetônicos, mas
porque sua aplicação não demanda in- para trazer um elemento a mais para a
vestimentos nem capacitação, e ainda criação. Em menos de um semestre, ga-
traz benefícios para a produtividade, a rante,os conceitos podem ser completa-
qualidade, os custos e a redução do des- mente passados para os alunos de gra-
perdício. Basta integração da cadeia, o duação de engenharia e arquitetura.
ENTREVISTA
ENTREVISTA
ENTREVISTA
TÉCNICA E AMBIENTE
Solar Info Center
Além de ter a concepção, construção e operação pautadas na sustentabilidade,
edifício concentra diversas empresas para desenvolvimento conjunto de
tecnologias para geração de energias renováveis
Para diminuir a demanda ener- ra, associados ao suprimento oriun- O conceito preconizado pelo SIC
gética, as paredes exteriores têm 20 do da usina de co-geração de Frei- será, ainda, expandido com a criação
cm de espessura e o telhado conta burg, respondem por toda a deman- de outras unidades, uma no Caza-
com isolamento térmico. A luz natu- da de energia elétrica. quistão e outra em Cingapura. Esta
ral foi priorizada para iluminação Dentre as vantagens do plane- deverá se tornar a sede da Aren-Asia
dos ambientes e a regulagem de tem- jamento integral observadas pelos (Asia Renewable Energy and Energy
peratura é sensitiva e individual para idealizadores do Solar Info Center, Efficiency Network, ou Energia Re-
cada unidade. Durante as noites de algumas extrapolam os pontos fi- novável da Ásia e Rede de Eficiência
verão, o ar penetra as paredes exte- nanceiros mensuráveis. Pontuam Energética, na tradução livre). Aten-
riores para resfriar naturalmente o os conceitos energéticos de clima- derá todo o Sul da Ásia com a pesqui-
ambiente. O resfriamento é natural tização amigáveis ao meio ambien- sa e implantação de soluções nas
também para o auditório e a sala de te: condições de trabalho ideais, áreas de energias renováveis e efi-
espera, para os quais uma sonda com baixos custos de operação ciência energética.
aprofunda-se a 80 m na terra para para os usuários, alto nível de sa-
resfriar a água que alimenta o siste- tisfação dos inquilinos, com con-
LEIA MAIS
ma de climatização. A produção de seqüente baixa rotatividade para o
água quente é feita completamente operador e, para o investidor, agre- Solar Info Center –
pelos coletores solares. Painéis foto- gação sustentável de valor, com http://www.solar-info-center.de
voltaicos nas fachadas e na cobertu- baixos custos decorrentes. Aren Asia – http://www.aren.com.sg
materia_secundaria.qxd 5/9/2008 14:33 Page 36
CONTENÇÃO
Reforço plástico
Geossintéticos aumentam resistência dos solos à tração e garantem
a contenção e suporte de carga dos terrenos
Grama armada
Outra opção para os taludes "verdes"
é o sistema de grama armada, que con-
siste em utilizar a geogrelha fixada com
grampos associada ao plantio de grama
no talude.Nesse caso,não há a utilização
da capacidade portante da geogrelha. A
grama armada serve para a proteção de Geocélula, com células poliméricas soldadas entre si, semelhantes a uma colméia, são
taludes de solos moles e de taludes íngre- usadas em "paredes verdes". Há também as geocélulas de juta, que são biodegradáveis
mes, pois após o plantio da vegetação, a
grelha sombreia o talude, conservando a
umidade do solo e garantindo um bom Solo reforçado Na fase de processo construtivo é
índice de germinação. As obras de contenção com solo re- preciso levar em conta a contenção
A vegetação pode ser então plantada forçado têm custos menores que temporária, necessária enquanto os ta-
por hidrossemeadura, semeadura ma- muros e estruturas de concreto, e gran- ludes são construídos, lembra o enge-
nual ou grama em placa, resultando de eficiência e durabilidade. Por isso, nheiro. Outro ponto importante desta-
num tapete reforçado e homogêneo, elas vêm cada vez mais ganhando mer- cado pelo especialista é a drenagem do
que garante a estabilidade superficial. cado. A contratação de um bom proje- talude, essencial para evitar que a água
Nesse sistema, a geogrelha também to é de fundamental importância. A percole por locais errados. Normal-
ajuda a dissipar as águas da chuva,redu- primeira etapa de uma obra dessas é o mente, utilizam-se drenos de PVC nas
zindo seu impacto sobre a superfície do dimensionamento, que deve ser rigo- faces externa e posterior da obra.
talude, evitando ravinamentos quando roso. "Este vai considerar a estabilidade Heloísa Medeiros
a vegetação está na fase de crescimen- interna que comporta a superfície, le-
to/germinação, e ao mesmo tempo per- vando em consideração o espaçamen-
mite a entrada de umidade para o cres-
LEIA MAIS
to e o comprimento das camadas de
cimento das plantas. A geogrelha tam- solo e geogrelhas, e se for o caso o uso Manual Brasileiro de
bém impede escorregamentos de terra e de blocos. A estabilidade é prioridade Geossintéticos. José Carlos
de fragmentos de rocha, já que possui em qualquer estrutura de contenção, Vertematti. Abint (Associação
resistência à tração adequada para esses quando se trabalha com a capacidade Brasileira das Indústrias de Não-
tipos de solicitação. de carga", destaca Abramento. Tecidos e Tecidos Técnicos)
37
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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Choque de economia
Veja como projeto e planejamento ajudam a baratear custos com instalações
elétricas apesar das regras obsoletas das concessionárias
tos", lamenta. O primeiro e mais sig- seção reta. Em termos, isso significa de cobre, o item mais caro de uma ins-
nificativo desses obstáculos é a limi- que a resistência à passagem de elé- talação elétrica.
tação de tensão de entrada em em- trons aumenta conforme aumenta o Então, por que não optar sempre
preendimentos residenciais. Para en- comprimento e diminui o diâmetro pela primeira opção? Porque residên-
tender porque essa regra incha os do cabo. Para simplificar, basta enten- cias trabalham com tensões de 127 V e
custos, é necessário ter conhecimen- der que cabos finos e compridos apre- 220 V. Ora, então por que não utilizar,
to da fórmula de potência e do efeito sentam elevada resistência à passagem nos casos em que o custo fosse com-
Joule. A fórmula em questão deter- de correntes elevadas. Como já dito, o patível, transformadores dentro dos
mina que a potência (P) é igual à cor- efeito Joule é a perda de eletricidade empreendimentos para rebaixar a
rente (I) multiplicada pela tensão em forma de calor ao longo dos cabos. tensão próximo aos medidores e,
(U). Logo, P = I.U. A fim de minimizar perdas financei- assim, reduzir o efeito Joule? Porque
Como a potência, medida em ras decorrentes desse efeito, as forne- as concessionárias, temendo even-
watts, é uma constante – pois depen- cedoras de eletricidade limitam em tuais problemas com os transforma-
de dos equipamentos instalados na 1% a perda elétrica entre o poste da dores, proíbem seu uso em empreen-
edificação –, o projetista de elétrica rua e a central de medição do em- dimentos residenciais. "O ideal seria
pode trabalhar apenas com as outras preendimento. entrar no prédio em tensão primária
duas variáveis. É aí que começa o Para respeitar essa regra, a física – da ordem de 13.200 V –, facilitando
problema com o efeito Joule, que prevê duas soluções. A primeira é re- a instalação de transformadores a
nada mais é do que a transformação duzir a corrente e, com ela, a resistên- seco, não a óleo", ilustra Desio. Segun-
da energia elétrica em calor, exata- cia e as perdas com o efeito Joule. Se do ele, o grande custo dos condomí-
mente como em ferros de passar e voltarmos à fórmula de potência, ve- nios está aí, na distribuição da ali-
chuveiros elétricos. O calor é gerado remos que para reduzir a corrente é mentação até os medidores. "As con-
devido à resistência à passagem da necessário elevar a tensão, pois são in- cessionárias, alegando segurança,
corrente através do condutor, ou versamente proporcionais. Essa solu- criam regras e repassam o custo para
seja, dos cabos que trazem a eletrici- ção parece óbvia quando comparada os consumidores, esquecendo solu-
dade da rua para a central de medi- à segunda, que implica a manutenção ções já adotadas nos países desenvol-
ção do empreendimento. dos valores com aumento do diâme- vidos", critica.
A resistência elétrica de um con- tro do cabo para, igualmente, dimi- "Sempre que possível, é recomen-
dutor depende do material do qual é nuir a resistência. No entanto, como dável elevar a tensão, pois algumas
feito, de seu comprimento e de sua era de se esperar, aumenta o consumo distribuidoras permitem alimentar
41
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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
33
seção de Centro de medição
m
120 mm²
Corrente medida
Centro de medição A premissa para a economia nas
Bloco A do bloco A e áreas comuns instalações elétricas a partir do medi-
m
Em vez de serra reta, uma serra-copo faz o orifício para acomodação da caixinha. Em seguida, presilhas garantem sua fixação na
parede. Por último, uma tampa plástica evita que o interior das caixinhas fique sujo pela argamassa lançada para revestimento
cobre. Desio afirma que o busway resultado de uma parceria de sucesso metade. "[O procedimento] não é di-
apresentaria mais vantagens caso entre a ABNT (Associação Brasileira fundido porque exige interação entre
todas as concessionárias brasileiras de Normas Técnicas) e o mercado". construtora, instalador e os responsá-
permitissem seu uso, regulamentan- veis pela estrutura", explica. Alguns
do o sistema com valores de queda de Execução simplificada produtos, disponíveis atualmente no
tensão adequados à realidade. De "Na parte de elétrica não é tão sim- mercado, permitem que as caixinhas
acordo com esse argumento, o custo ples industrializar, mas é possível pa- de laje sejam pregadas nas fôrmas
do barramento cairia de acordo com dronizar algumas etapas da execução", antes da concretagem
o crescimento da demanda. "As regras afirma Roberto Barboza. O primeiro Ainda bastante artesanal, a fixação
das concessionárias para o uso de bar- recurso para simplificar a execução de caixinhas de interruptores e toma-
ramentos, quando permitem, são exa- não demanda investimento ou decisão das pode ser agilizada com a adoção
geradas e tornam a solução conven- de projeto algum. Trata-se da simples de caixinhas desenvolvidas para insta-
cional mais competitiva", explica. marcação, nas fôrmas de laje, dos pon- lação com serra-copo e fixação com
Outro complicador para sua ado- tos de elétrica. Essas fôrmas devem, presilhas. Para Barboza, no sistema
ção é a necessidade de medidores ele- apenas, ser colocadas no mesmo lugar convencional, moldado in loco, não
trônicos, que permitam medição re- no pavimento de cima. Ao fazer isso, há muito onde reduzir custos. No caso
mota. A Aneel (Agência Nacional de reduz-se a mão-de-obra e a chance de do drywall, é possível, antes do fecha-
Energia Elétrica) obriga as concessio- erros e aumenta-se a produtividade. mento, rebitar as caixinhas na estrutu-
nárias a fornecerem apenas o medi- No processo convencional, a cada ra e passar as mangueiras. Para as lajes,
dor convencional, eletromagnético, concretagem de laje, é necessário que o forro falso de drywall proporciona
onerando as construtoras e desesti- o técnico de elétrica vá à laje para economia com mão-de-obra por eli-
mulando o uso do eletrônico. fazer as marcações dos pontos. minar a necessidade de qualquer mar-
O sistema de proteção contra des- Assim, ele leva um dia inteiro para cação. No entanto, "como o forro di-
cargas atmosféricas já pode contar realizar todas as medições, estando, minui em 20 cm a altura útil do pavi-
com a ferragem da estrutura para as inclusive, sujeito a erros. Ao adotar mento, e as construtoras preferem ga-
descidas até o aterramento. Dessa ma- esse procedimento, de acordo com nhar esse espaço, compensa gastar
neira, conta Desio, "o sistema é muito Barboza, o prazo para liberação da mais com elétrica", revela.
mais eficiente, seguro e econômico, laje pelo pessoal de elétrica cai pela Bruno Loturco
43
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CAPA
Estrutura combinada
Ao buscar rapidez de execução, economia e redução de cargas
nas fundações, estrutura mista de concreto e aço aproveitou bem
as melhores propriedades de cada material
Marcelo Scandaroli
Com estrutura mista de concreto e aço para otimização das propriedades de resistência dos materiais e incremento na velocidade
de execução, edifício busca, agora, certificação ambiental
45
materia de capa.qxd 5/9/2008 14:41 Page 46
CAPA
Partido estrutural
A WTorre tinha a intenção de
adotar seu tradicional tilt-up para
execução da estrutura, mas o espaço
do terreno era restrito e "a idéia foi
abortada nas primeiras reuniões",
Divulgação: WTorre
47
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CAPA
FICHA TÉCNICA
proprietária e construtora: WTorre
Empreendimento Imobiliário; projeto
de arquitetura: Edo Rocha Espaços
Corporativos; projeto de estrutura de
concreto: Engeserj; estrutura metálica:
Codeme; projeto de instalações
elétricas: Enit; projeto de instalações de
ar-condicionado: Teknika; projeto de
luminotécnica: Focos; instalações
elétricas, hidrossanitárias e
antiincêndio: Temon; instalações de ar-
condicionado: Heating Cooling;
consultoria em controle tecnológico dos
materiais: Alphageos; consultoria de
impermeabilização: Proassp;
consultoria de revestimentos
Limestone: DGG; consultoria em
fundações: Infraestrutura; consultoria
em ar-condicionado: Teknika;
Com a mudança no conceito de comercialização do empreendimento, passarelas per-
consultoria em sonorização e acústica:
deram a função de integração, mas servem à arquitetura e também como rota de
Srenewski; elevadores:
fuga no caso de incêndio
ThyssenKrupp; porcelanatos:
Portobello; cerâmica: Eliane; forros de
Council). Por isso, conta com alguns A água captada passa por uma es- gesso acartonado e divisórias de gesso
recursos para economia de recursos hí- tação de tratamento e será utilizada acartonado: Placo; impermeabilizantes:
dricos e energéticos. Um deles é o green nas chamadas torneiras verdes, para Denver; vidros: Pilkington; alumínio
roof, ou cobertura vegetal no telhado, lavagem de áreas comuns e rega de composto: Alcan Alumínio do Brasil;
que, além de aumentar a inércia térmi- plantas, e no schiller do ar-condicio- Alumínio: Alcoa; steel deck: Metform;
ca e diminuir o efeito de ilha de calor, nado. Há estudos, ainda, para apro- concreto pronto: Tupi/Polimix;
retarda o escoamento da água da veitar a água captada no lençol freáti- argamassas e rejuntes: Teknokola,
chuva.Em paralelo,a água é retida tam- co para a climatização dos ambientes. Portokoll e Bela Vista; aço: Belgo;
bém nas piscininhas, obrigatórias pela O ar-condicionado, por sua vez, é perfis de aço para estrutura: Usiminas;
Prefeitura, e em lagos artificiais que se insuflado pelos pisos elevados dos an- luminárias: Philips; ar-condicionado:
formam com a chuva e levam até dois dares. Depois, é retirado pelas lumi- Carrier; automação: Honeywell;
dias para esgotar. Nas áreas externas, nárias e encaminhado novamente aos circuito fechado de TV e detecção de
sempre que possível, o piso drenante dois fan coils com 25 TR (toneladas de incêndio: Itautec; fios e cabos: Phelpes
foi adotado com o mesmo intuito. refrigeração) cada existentes por pavi- Dodge; geradores: Stemac.
Desenvolvimento metálico
Construção em aço no Brasil foi impulsionada pela criação da Fábrica de
Estruturas Metálicas da Companhia Siderúrgica Nacional na década de 1950
2008
materia_constru ªo metÆlica.qxd 5/9/2008 14:45 Page 53
Rumos do aço
Marcelo Scandaroli
Em que nichos a construção metálica Por que as estruturas metálicas para
tem maior potencial de crescimento habitação popular não tiveram
no Brasil? sucesso comercial no passado?
Em todos os nichos: comercial, industrial e Para que uma solução do tipo tenha Catia Mac Cord
habitacional, inclusive. Neste último, já sucesso, deve permitir que a execução gerente-executiva do Centro Brasileiro
tivemos experiências anteriores, na CDHU de toda a obra seja industrializada. Mas de Construção em Aço
(Companhia de Desenvolvimento esses sistemas eram híbridos – trazem
Habitacional e Urbano do Estado de São uma solução construtiva industrializada publicada em 2008) melhore a qualidade
Paulo), por exemplo. A Usiminas (Usinas para a estrutura, mas o resto da dessas construções.
Siderúrgicas de Minas Gerais) e a Cosipa construção acaba sendo convencional.
(Companhia Siderúrgica Paulista) É construção metálica com tijolinho, A alta do preço do aço nos últimos
desenvolveram estruturas metálicas especiais muito similar ao convencional. O modelo anos impactou a construção
para edifícios multipavimentos. A Gerdau comum de execução de habitação metálica no Brasil?
também já havia desenvolvido seu sistema popular é o de construtores executando Pelo contrário, de acordo com os últimos
CasaFácil para casas térreas. Percebemos, a estrutura metálica e o resto sendo dados disponíveis, o segmento da
também, um interesse crescente de produzido em regime de mutirão, para Construção Metálica vem crescendo à taxa
construtoras e projetistas pelo Steel Frame. reduzir custos. Mas não é possível confiar média de 9,3% ao ano desde 2000.
E não só para a estrutura das casas, mas na mão-de-obra, ela não é capacitada É maior do que o crescimento do PIB (3,9%)
também para o engradamento dos telhados. para isso. A minha esperança é que a e da Construção (1,7%). O crescimento foi
Há uma tendência de substituição da madeira Norma de Desempenho (para Edificações impulsionado pelo lançamento de novos
pelo aço nessas estruturas. Habitacionais de até cinco Pavimentos, produtos pelas siderúrgicas.
53
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Linha do tempo
1901 – É concluída a construção da 1958 – O arquiteto norte-americano Eero 1963 – O edifício que abriga o Escritório
Estação da Luz, em São Paulo. Estruturas Saarinen utilizou o aço Cor-Ten no edifício Central da Companhia Siderúrgica
metálicas da cobertura e das passarelas administrativo da Deere & Company, em Nacional, em Volta Redonda, foi o
foram trazidas da Inglaterra. Moline, Estados Unidos. O arquiteto primeiro de múltiplos pavimentos no
considerou que a ferrugem que se Brasil a utilizar perfis "I" compostos de
formava sobre a estrutura de aço, deixada chapas de aço soldadas, em substituição
aparente, era um revestimento ao mesmo às composições rebitadas de fábrica.
tempo aceitável e atraente. A partir de A fabricação das estruturas começou em
então, os aços patináveis foram utilizados junho de 1962 e o término da montagem
com sucesso em inúmeras obras ocorreu em fevereiro de 1963, após cinco
de arquitetura. meses de trabalho.
Wanderley Celestino
1987 – O Edifício Casa do Comércio, em 1991 – Início do processo de libera gases que formarão uma
Salvador, conta com 14 pavimentos e 58 m privatização das siderúrgicas. Dois anos espuma rígida em torno da estrutura,
de altura. É composto por duas torres de depois, oito empresas estatais, com retardando o aumento da temperatura
concreto armado, unidas por treliças capacidade para produzir 19,5 milhões do metal.
metálicas sobrepostas ortogonalmente, de toneladas (70% da produção
formando balanços e compondo a base em nacional), tinham sido privatizadas. 1999 – Elaborada e discutida durante
que se apóiam vigas e lajes de piso de nove cinco anos, a norma "NBR 14.323 –
pavimentos estruturados em aço. O edifício 1992 – Inauguração da Estação Largo Dimensionamento de Estruturas de
abriga a sede da Feceb (Federação do 13 de Maio, do Centro Empresarial do Aço de Edifícios em Situação de
Comércio do Estado da Bahia), do Sesc Aço e do Instituto Cultural Itaú, todas as Incêndio – Procedimentos" é
(Serviço Social do Comércio) e do Senac obras em São Paulo. Em Curitiba, é publicada no mês de junho.
(Serviço Nacional de Aprendizagem entregue a Ópera de Arame.
Comercial). 2004 – O Edifício Taipei 101,
construído em estrutura metálica em
Taiwan, é inaugurado com 101
pavimentos e 509 m de altura – um
dos mais altos do mundo.
Reprodução/Livro Abstrações Arquitetônicas em Aço
Reprodução/Livro Abstrações Arquitetônicas em Aço
55
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MADEIRA
INSTALAÇÕES SANITÁRIAS
Vedação de vaso
Instalação de anel de vedação em vaso sanitário requer cuidado para evitar
perda de aderência do material
Limpe e seque a área de saída de água da louça Retire todos os invólucros de proteção interna que envolvem o anel
61
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As causas do acidente da
Estação Pinheiros da Linha 4
do Metrô de São Paulo
Carlos Eduardo Moreira Maffei I – Introdução
Professor, doutor, titular do Departamento Imediatamente após o acidente,
de Estruturas e Geotecnia da Escola ocorrido em 12/01/2007, na Estação Estação
Politécnica da Universidade de São Paulo, Pinheiros da Linha 4 do Metrô de São Faria Lima E=
142
800
150
100
178
178
178
N=
N=
Estrutural
as equipes trabalhavam na implanta-
Jorge Takahashi ção de tratamento adicional em
Engenheiro, especialista em cálculos chumbadores no rebaixo dos túneis,
estruturais aplicados a obras subterrâneas definidos no dia anterior (figura 3),
atendendo rotineiramente às imposi-
ções implícitas às medidas de instru-
mentação até aquela data.
Figura 2 – Vista aérea antes do colapso
VIA 1
VIA 2
Segundo nível
de trabalho
Figura 3 – Chumbadores nos rebaixos
do túnel
63
artigo metro.qxd 5/9/2008 15:00 Page 64
ARTIGO
colapsou antes de sua distribuição para ausência de tirantes na obra para efeti- placamento, permaneceram no local
os técnicos e engenheiros da obra. va realização dessas intervenções". ainda por alguns minutos. Logo perce-
Interpreta-se que vários sinais apa- beram o surgimento de outras trincas
Seqüência do colapso receram no túnel, praticamente ao também no revestimento do poço, e
Por volta das 14h05, a equipe de mesmo tempo, como citados pelos di- um minuto depois o túnel e o poço
instrumentação volta ao túnel, para versos depoentes, sem que houvesse desmoronaram, dando tempo somen-
uma nova campanha de leituras e "lá ocorrido qualquer sinal prévio.A queda te para os técnicos e o encarregado cor-
permaneceu por cerca de 20 minutos, de pequenos pedaços de concreto de re- rerem pelo túnel para o lado Butantã.
aguardando a liberação do local. Du- vestimento, seguidos de estalos e surgi- Simultaneamente várias trincas
rante esse período nada de anormal mento de trincas no teto do túnel no apareceram na superfície, sendo a rua
notou ou visualizou", conforme de- lado Abril, caracterizou o início da ins- Capri o epicentro do colapso, sem que
claração de um depoente. tabilidade do túnel, sem qualquer evi- houvesse tempo de seu fechamento. O
As 14h25, iniciou-se a leitura da dência de um colapso generalizado. pessoal que trabalhava na frente Fer-
primeira seção, levando cerca de 15 Outra evidência importante é de- reira de Araujo sentiu o impacto do
minutos para encerrá-la. Quando se clarada por testemunhos presentes no sopro de ar (äir blast) provocado pelo
preparava para iniciar a segunda seção interior do túnel, que relata que viu desabamento, sintoma de um desmo-
de leitura, percebeu que no topo dian- no meio do túnel, "um espaço de seis a ronamento extremamente brusco.
teiro do túnel haviam surgido trincas e oito cambotas caídas no chão e em Interpreta-se, à luz dos dados
fissuras e, em seguida, pediu que o seu seu lugar ficou na pedra", e segue em compilados que, desde o primeiro
operador de nível deixasse o local, pois seu depoimento dizendo que "não era sinal de instabilidade do desplaca-
estava perigoso. um espaço grande, era um espaço pe- mento, passaram-se apenas cinco mi-
Deixou o local pela escada, su- queno. Por isso eu achei que não ia nutos até o colapso completo do
bindo os 35 m em dois a três minu- nem cair o túnel". túnel. Durante esse período, primeiro
tos. Já na superfície, ao nível da rua, Essas declarações caracterizam ocorreu o surgimento de trincas, dois
ouviu o primeiro estalo e saiu em de- um desplacamento seguido de caída a três minutos depois surgiu o despla-
sabalada carreira pela lateral do can- de blocos localizado do revestimento camento, e um a dois minutos depois
teiro, como informou o depoente, e na zona da parede e do teto junto à pa- o desmoronamento completo do
em seguida viu tudo desmoronar. rede ao lado do Edifício Abril, deno- túnel e do poço.
Afirma que do momento em que minado de "capela", no meio técnico Através das câmeras de segurança
gritou para o colega e o desmorona- para o caso de túneis em rocha, e sem do Edifício Passarelli são observados
mento deva ter transcorrido cerca de reflexo na superfície. movimentos antes, durante e depois
cinco minutos. A permanência do encarregado na do acidente (figura 6).
Às 14h30, também esteve presente frente de serviço, juntamente com ou- O desmoronamento súbito atin-
ao local do acidente a Fiscalização da tros técnicos, dava aos mesmos a auto- giu o poço de acesso da Estação Pi-
CMSP, que "constatou que estavam confiança de que não estavam diante nheiros (com colapso parcial do
sendo realizados os trabalhos de refor- de um colapso generalizado e sim de mesmo), o alinhamento da Rua
ço das paredes do túnel, não anotando uma instabilidade localizada, e na ex- Capri, e a lateral oposta à Rua Capri,
nenhum aspecto anormal, apesar da pectativa de que se tratava de um des- onde se localizava um estacionamen-
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T~0 T >>> 0
Carregamento
potencial
G
F1
F1
Arqueamento
F2 F2
Figura 10 – Geologia da estação Pinheiros
Pilar + paredes
Onde:
conforme se dirigia rumo ao Poço mentos, tornando esse plano como
F1 = parcela resistida pelo arqueamento,
Central da Estação (figura 10). preferencial de ruptura e restringindo
função da resistência ao cisalhamento da
a transmissão de tensões de cisalha-
junta vertical mobilizada pelo
Perda do arqueamento mento para a lateral do maciço.
deslocamento "de bloco rígido",
As atitudes divergentes das folia- Como conseqüência de todo o qua-
privilegiado pelos planos de fraqueza e
ções, em forma de cunha invertida, dro geológico,o necessário arqueamen-
comprovado pela instrumentação.
não favorecem o arqueamento do to transversal sobre o túnel não ocorreu
F2 = soma da capacidade de carga da
maciço (figura 11). (figura 12).O equilíbrio do peso do ma-
fundação da parede do rebaixo e do pilar
No caso da cunha invertida, para ciço na direção vertical é garantido pelas
de rocha de espessura "e" confinado pela
permitir o arqueamento é necessário forças F1 e F2.A força F1 é função da ca-
parede com curvatura de projeto. Deverá
que a resistência ao cisalhamento das racterística de resistência do maciço ao
ser superior à diferença entre a metade do
descontinuidades limitantes da cunha longo das descontinuidades verticais,
peso G e a componente vertical de F1,
no maciço fosse muito elevada, o que do deslocamento,de Ko (confinamento
para não haver colapso.
se mostrou incompatível com os pla- inicial dos planos verticais) e da feição
nos de fraqueza longitudinais repre- do bloco tipo "chapéu chinês" que ao se Figura 12 – Mecanismo do colapso –
sentados pelas juntas e pelas extensas deslocar reduz a tensão normal na junta esquema básico
concentrações de biotita. subvertical. Parte da força F2 é respon-
Tal situação se agravou pela pre- sabilidade do "pilar" de rocha e parte é
sença de uma superfície de fraqueza responsabilidade das paredes, ou seja, Iniciado o rebaixo, a comparação de
crítica fora da seção de escavação do revestimento. Portanto, à maior efi- recalques dos tassômetros com os dos
junto ao contato com o pegmatito ciência do arqueamento (maior F1) es- pinos internos ainda indicava a exis-
duro, representada por uma camada tará associado ao menor carregamento tência de arqueamento.
decimétrica e praticamente contínua e do revestimento e do "pilar" de rocha. A escavação do rebaixo do túnel foi
frágil de biotita-xisto decomposto a retomada no início de janeiro. Entre os
argilas e siltes, com baixa resistência ao Comportamento da instrumentação dias 4 e 5/01 o rebaixo do túnel estava
cisalhamento. O elevado contraste de O comportamento da instrumen- sendo executado entre as progressivas
rigidez entre o pegmatito e a camada tação à luz do ocorrido indicava que km 7,0+93 e km 7,0+88 (aproximada-
rica em biotita e argilas permitiu que o ao ser concluída a escavação da calota, mente entre 15 m e 10 m de distância
limite de resistência ao cisalhamento o revestimento do túnel apresentava do Poço Central da Estação), região
fosse atingido para pequenos desloca- deformações coerentes e compatíveis. onde o dique de pegmatito começa a se
Amostra 5 – Anfibolito
Cisalhamento – sig = 50 kPa
Residual 10P
400
Deslocamento vertical
de deslocamentos da instrumentação -2
dos pinos internos e dos tassômetros
-1
entre o Poço Central (seção SC01) e o (mm)
túnel de via (seção SC04) em função do 0
tempo 1
67
artigo metro.qxd 5/9/2008 15:00 Page 68
ARTIGO
tito
tica
valores de ângulo de atrito de 20º e da presença da metabásica no piso da
Pegma
Fita biotí
coesão zero; já para o solo esverdeado escavação, é a seção inferior.
(anfibolito), esses valores são da A partir desse momento não existe
ordem de 18º, para coesão zero; mais apoio para a calota, que ocupa o
c) as metabásicas apresentaram ca- espaço entre a parede e a rocha, de
racterísticas expansivas. As amos- modo que aparecem momentos fleto-
Figura 16 – Empuxo na parede do
tras, na condição de rocha alterada, res no revestimento, que irá romper na
rebaixo
se desintegram quando imersas em seção mais crítica em termos de solici-
água, e podem desenvolver grandes tação e resistência.
pressões de expansão. A influência Interpreta-se, portanto, que a rup-
das características de expansibilida- tura teve início num desplacamento
de da metabásica sobre a ruptura está de parte do revestimento descrito nos
sendo analisada. depoimentos de testemunhas, entre as
Em resumo, o comportamento progressivas 7,0+90 e 7,1+01, como
geomecânico do maciço na região da uma instabilidade local, seguida da ge-
Estação Pinheiros é heterogêneo, ani- neralização global e repentina em
sotrópico, descontínuo e com caracte- todo o túnel, desde a parede remanes-
Divulgação Consórcio Via Amarela
to
Pegmati
Observe-se que existe um valor de es- Rocha pretado como "capela", ou seja, ins-
pessura de pilar de rocha "e" que é crí- metabásica tabilidade local em uma extensão
tico, em função das características da ordem de oito cambotas, de
geométricas e geológicas próprias do acordo com depoimentos.
maciço e do revestimento. As regiões de concentração de jun-
Superfície
O pilar de rocha, laminada, sob tas transversais em toda a extensão do
de ruptura
tensão de 20 kgf/cm2, ainda poderia maciço dificultaram a redistribuição
suportar, com recalques, caso o longitudinal do maciço, de modo que
Figura 18 – Mecanismo esquemático da
confinamento oferecido pela pare- apenas o revestimento ficou encarrega-
ruptura em rocha "laminada"
de do revestimento fosse suficiente. do dessa redistribuição e a estrutura,
Tal confinamento fica impossibili- não projetada para essa função, foi so-
tado em vista dos recalques de sua que na região encontra-se alteração brecarregada e rompeu como um todo.
fundação no lado Abril, de modo de rocha metabásica, prejudicando Deu-se, então, em curtíssimo espaço de
que o equilíbrio local não conta o equilíbrio das forças horizontais, tempo a ruptura brusca do maciço
com força normal para equilíbrio. fazendo com que o pé-direito desli- como um todo, gerando um desloca-
Desse modo, a parede deveria resis- ze na sua fundação. mento de ar tamanho que chegou a
tir por flexão, o que é incompatível A superfície de ruptura do pilar de derrubar trabalhadores no túnel de via
com sua concepção. Ocorre, ainda, rocha verificada em campo é "serri- sentido Faria Lima.
IV – Aspectos relacionados ao
projeto executivo
Projeto original
O projeto utilizou o conceito do
método NATM, universalmente uti- (0) Lado Abril Lado Passarelli (1)
lizado para a execução de túneis.
Nesse método, está implícito o prin-
cípio de que o confinamento ofereci-
do pelo concreto projetado deve per-
mitir que o maciço trabalhe como
parte da estrutura (arqueamento),
redistribuindo as tensões verticais (2) (3)
decorrentes do peso do maciço sobre
o túnel para as laterais da escavação.
Assim, o estado da prática do cál-
culo de túneis admite que o suporte
ou revestimento primário seja calcu-
lado para as tensões resultantes consi-
derando a contribuição do arquea- (4) (5)
mento transversal, sem a necessidade
de equilibrar o carregamento poten-
cial, o qual, no caso, corresponderia a
todo o peso do maciço de cobertura e
às sobrecargas à superfície.
Para comprovação do projeto
(6) (7)
executivo elaborado para a Estação
Pinheiros antes do acidente, foram Figura 19 – Cinemática de ruptura esquemática da seção 5
realizadas novas simulações numéri- (~ km 7,0+90 a ~ km 7,1+01)
cas, mantendo-se as hipóteses de cál-
culo e parâmetros adotadas à época,
que reafirmaram a validade dos cál- los geológicos existentes (tanto ante- V – Aspectos relacionados à execução
culos prévios do projeto executivo rior quanto posterior ao colapso), a
elaborado e eliminaram as questões estabilidade depende, basicamente, Escavação do rebaixo
sobre a adequação dos modelos e mé- do equilíbrio transversal da seção de Com a conclusão da retirada do
todos de cálculo empregados. escavação, o que reduz sobremaneira material escombrado, verificou-se pelo
Foram ainda realizados cálculos a validade de modelos tridimensio- mapeamento do fundo da escavação
com modelos em meio descontínuo, nais, o sentido de avanço não sendo que a cota média de piso era da ordem
que concluíram que a escavação da considerado significativo. de 1,20 m abaixo da cota de escavação
calota e bancada da Estação Pinhei- de projeto. Para o caso particular em
ros, caso o modelo geológico anterior Verificação de cálculo considerando o questão pode-se cogitar sobre a influên-
ao colapso mantivesse as hipóteses novo modelo geológico cia do maciço alterado de metabásica e
originais válidas, seria estável. Simulações com base no modelo biotita no fundo do rebaixo em que a
geológico elaborado após o mapea- ruptura, violenta, teria removido e rela-
Verificação de cálculo das condições reais mento pericial após o colapso, conside- xado significativamente grande parte
de campo (posicionamento da grua e rando blocos críticos isolados pelo do maciço, atingindo cotas abaixo do
geometria do rebaixo) mergulho oposto das foliações subver- piso e que a utilização de equipamento
Cálculos que consideraram o efeito ticais paralelas ao eixo do túnel limita- para remoção do material pode ter re-
do posicionamento da grua e da so- do transversalmente pelas juntas contí- movido boa parte do maciço entulhado
breescavação do piso do rebaixo con- nuas transversais, e em presença de al- e relaxado no piso da escavação.
cluíram que tais condições são pouco teração argilosa de rochas metabásicas Embora a escavação tenha atingido
significativas para o equilíbrio do túnel. mais as bandas biotíticas nos contatos cotas inferiores, o concreto projetado
A verificação da variação da esta- indicaram que o revestimento não é es- executado nas paredes escavadas do re-
bilidade da escavação em função do tável para sistemas de suporte conven- baixo acompanhava sua superfície até
sentido de avanço do primeiro rebai- cionalmente dimensionados de acordo ao piso escavado, conferindo confina-
xo não foi realizada, pois, pelos mode- com as hipóteses comuns ao NATM. mento à face rochosa exposta sendo in-
69
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ARTIGO
Fotos: divulgação Consórcio Via Amarela
significantes as diferenças de solicita- zando a seqüência de execução das deto- Detonações do dia do acidente e última
ções com 4 m ou 5,2 m de altura de pri- nações, mantendo sempre duas ou três detonação
meiro rebaixo, conforme constatado frentes livres, usando furos de menor As detonações da Estação Pinhei-
em simulações numéricas elaboradas. diâmetro e fogo cuidadoso no contorno. ros foram balizadas de acordo com a
A seqüência de avanço adotada pela Assim, foi possível garantir as cargas por normatização técnica vigente da
obra foi proporcionada pelo plano de espera a no máximo 2,2 kg e que as ve- ABNT (Associação Brasileira de Nor-
fogo, recomendada por consultores es- locidades de vibração fossem as míni- mas Técnicas) e aquelas das especifica-
pecialistas à época, e manteve a detona- mas possíveis, inclusive com frentes li- ções técnicas do projeto do Metrô e
ção do rebaixo em três etapas, flexibili- vres para escape dos gases da detonação. com efeitos registrados nos boletins de
sismografia. Fatores como vibração sobre a perfuração vizinha, que estava Cota de escavação do primeiro re-
produzida pela detonação ou penetra- muito distante da ordem de metros. baixo.
ção de gases sob pressão gerados nas Seqüência de avanço nas etapas de
detonações dos explosivos jamais po- Velocidade de escavação entre dezembro escavação do primeiro rebaixo.
deriam ser apontados como fatores da de 2006 e janeiro de 2007 Velocidades de escavação em de-
causa do acidente. No início de dezembro de 2006 foi zembro/06 e janeiro/07.
A tênue detonação do segmento iniciado o primeiro rebaixo do túnel Detonações dos dias 11 de janeiro e
necessário para a rampa de acesso no da Estação Pinheiros sentido Faria 12 de janeiro.
dia do acidente não só suavizou a Lima e até o recesso de final de ano, du- Execução das perfurações para im-
geometria da bancada central como rante 21 dias corridos, foram escava- plantação dos tirantes.
produziu o material necessário para dos 13 rebaixos na lateral Passarelli e 12 À luz do ocorrido e da análise dos
configuração adequada da rampa de rebaixos na lateral Abril, cada um com condicionantes geológico-geotécnicos
descida do equipamento. extensão aproximada de 2 m. Durante e geomecânicos que se fizeram notar
A segunda detonação da Estação o mês de janeiro de 2007 foram escava- após a remoção dos escombros, foi
Pinheiros ocorrida no dia do aciden- dos oito rebaixos na lateral Passarelli e possível reanalisar a instrumentação e
te foi executada no rebaixo do lado do nove rebaixos na lateral Abril, durante identificar o mecanismo do colapso.
túnel Butantã, a mais de 50 m de dis- nove dias corridos. Avaliadas as datas Identificadas as seguintes carac-
tância do emboque do túnel sentido das escavações dos rebaixos, verifica-se terísticas do colapso: ruptura brusca
Faria lima, onde os trabalhos trans- que a velocidade de escavação do pri- da superfície; comportamento do
corriam normalmente e fora da zona meiro rebaixo junto às laterais no maciço como um "bloco" e a magni-
colapsada. Os registros de detonação Túnel Leste é rigorosamente igual em tude dos deslocamentos, concluiu-se
comprovam sua localização e intensi- dezembro de 2006 e janeiro de 2007, pela impossibilidade de se antever a
dades, ratificadas também pelas tes- nunca mais de um rebaixo em cada la- ruptura brusca pela análise das leitu-
temunhas presentes no local. teral por dia, isso porque a escavação ras de instrumentação.
Portanto, somente uma detonação de rebaixo no mês de dezembro não foi O colapso se verificou pela conju-
foi dada no Túnel do lado Faria Lima, e realizada em todos os dias do mês. gação de fatores que conferiram ao
não correspondia à detonação de avan- maciço um comportamento geome-
ço do rebaixo, mas sim para conforma- VI – Conclusão cânico localmente singular.
ção da rampa de entrada do equipa- Foram analisados aspectos de Pro- Os mencionados condicionantes
mento de elevação para execução dos jeto e de Execução da obra com a finali- podem ser assim resumidos:
reforços em curso recomendados. dade de verificar em que medida pode- Mergulho oposto das foliações em-
Essas detonações foram monitora- riam estar relacionados com o acidente pinadas e paralelas ao eixo do túnel,
das pela sismografia e mostram valores ou ter contribuído para sua ocorrência. tendentes a isolar um bloco crítico de
de velocidades de vibração muito infe- Do ponto de vista do projeto foi grandes dimensões, limitados pelas
riores aos limites estabelecidos. possível verificar que as hipóteses juntas transversais ao túnel.
A aludida terceira detonação que simplificadoras usualmente adotadas Corpo mais rígido de pegmatito,cujo
teria ocorrido na Estação Pinheiros no no projeto fazem parte do estado da contato com o maciço predominante é
dia 12 de janeiro nunca ocorreu. Todo prática do projeto de túneis. constituído de extensa camada friável de
o procedimento adotado para as deto- A adoção de estado plano de defor- biotita de espessura decimétrica.
nações requer envolvimento de enti- mação utilizado é rotineira em túneis, Presença de alteração argilosa de ro-
dades públicas, o que não se poderia já que o equilíbrio na seção transversal chas metabásicas, com comportamen-
fazer à revelia e sem qualquer registro. é suficiente para garantir o equilíbrio to muito expansivo e com evidências
do carregamento. A condição de maci- de grande queda de resistência após
Perfuração dos tirantes ço drenado,em geral,é satisfeita na fase ultrapassar a resistência de pico.
A proporção da área das perfura- provisória de túneis em rocha, pelo Concentrações no maciço de juntas
ções realizadas até o acidente em rela- fato do piso ficar exposto e ligado às transversais ao eixo do túnel.
ção à área total da parede do rebaixo juntas transversais, mais permeáveis. Bloco central de rocha mais resis-
remete a 0,030% na lateral Passarelli e Do ponto de vista da obra,foram ve- tente, menos alterada, e, portanto,
0,020% na lateral Abril. Se todas as rificadas todas as adaptações executivas mais densa.
perfurações definidas tivessem sido implantadas, listadas a seguir, concluin- Em conseqüência houve falta de ar-
executadas, ainda assim a proporção do-se que nenhuma delas pode ter con- queamento e recalque assimétrico das
seria de 0,12%, relação insignificante tribuído para a ocorrência do acidente: fundações do revestimento,formando-
para o equilíbrio global do túnel.Além Distribuição das enfilagens. se então o mecanismo descrito ante-
disso, devido ao diâmetro de cada per- Posicionamento da grua. riormente, circunstâncias essas que,
furação, a influência de cada uma Inversão no sentido da escavação reunidas, caracterizam a total imprevi-
delas é muito restrita e não teria efeito do primeiro rebaixo. sibilidade do acidente.
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om.br A obra traz os conceitos dos materiais enquanto de consulta profissional, e não
São sete capítulos que trazem, fundamentais da engenharia disciplina fundamental ao apenas uma mera
inicialmente, um breve histórico estrutural para guarnecer o ensino da engenharia e da apresentação da entidade e
dessas vedações em painéis de leitor – especialmente arquitetura. Do mesmo autor dos serviços oferecidos aos
concreto. Em seguida, aspectos estudantes de cursos de de publicações como associados e à comunidade
relativos aos painéis em si, com graduação de engenharia civil "Concreto armado – Eu te em geral. O link para a "Sala
estudos de caso de cada sistema e arquitetura – de condições amo" e "Instalações de imprensa" traz notícias
construtivo. Aspectos de projeto para entender como se dá e do Hidráulicas Prediais", a atuais dos associados e da
e de desempenho térmico, que depende o equilíbrio dos publicação traz exemplos de própria associação. Na coluna
acústico e de resistência ao fogo corpos rígidos. Também resistência de elementos, à esquerda, o link "Eventos" dá
das fachadas são tema para os aborda as solicitações a que como o comportamento de acesso à agenda dos
capítulos quarto e quinto. estão sujeitas e as tipologias pilares e colunas de acontecimentos mais
Um capítulo dedica-se aos das estruturas. O autor edificações frente a tensões de importantes do setor até o
detalhes de fixações dos painéis restringiu os exemplos e compressão. Ou, ainda, como final do ano. O campo
e de selantes utilizados. Na ilustrações às obras civis e cabos de sustentação resistem "Normas técnicas" leva à
última parte é abordada a buscou a elaboração de um a esforços de estiramento. ferramenta de buscas de
durabilidade e a manutenção dos material didático que Também aborda a ocorrência normas técnicas
painéis pré-fabricados quando correlacionasse teoria à de cortes (cisalhamento) e a internacionais.
expostos aos principais fatores realidade. O leitor pode optar resultante de flexões, dentre
ambientais. O livro é assinado por uma leitura superficial ou outros esforços estruturais.
por um engenheiro, Fernando pode querer aprofundar-se na O autor, como ocorre em
Barth, formado pela técnica. Para tanto, estão outros de seus livros, procura
Universidade Federal do Rio indicados com asteriscos os apresentar o conteúdo de
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Grande do Sul, e por um itens considerados não forma simples e prática, sem
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agenda.qxd 5/9/2008 15:11 Page 84
AGENDA
Seminários e conferências 23/10/2008 22 a 24/10/2008
Arquitetura e Soluções Estruturais – 80o Enic
21/10/2008 Desafios de Forma e Técnica para São Luís
Tecnologia de Edificações para Arquitetos e Engenheiros de Estruturas O Enic (Encontro Nacional da Indústria da
Obras Rentáveis São Paulo Construção) debaterá as perspectivas e os
São Paulo O objetivo do evento, promovido pela PINI desafios do crescimento do setor nos
Discutir e auxiliar os profissionais de no âmbito do Construtech 2008, é discutir a próximos anos. O evento atrairá diversos
engenharia civil, construção e arquitetura relação indissociável entre arquitetura e profissionais da construção e as inscrições
a desenvolver soluções técnicas estrutura, forma e material, arte e ciência. já podem ser realizadas no site do evento.
inovadoras de projeto e execução para Pretende desmistificar o aparente Fone: (62) 3214-1005
agilizar e rentabilizar empreendimentos. desinteresse de alguns arquitetos pela www.qeeventos.com.br
Esse é objetivo do seminário, promovido engenharia e a questionável descrença dos
pela PINI, que será realizado no âmbito do arquitetos na engenharia. Vai apresentar 29/10/08 a 1o/11/08
Construtech 2008. Cases de projetistas, projetos e obras nos quais o bem-sucedido 14o Congresso Brasileiro de
construtoras e incorporadoras e soluções encontro foi capaz de tornar imperceptíveis Engenheiros Civis
industrializadas para eliminação de as barreiras que costumam separar tais Blumenau (SC)
gargalos de materiais e mão-de-obra campos do conhecimento. Abordará temas O evento tem por objetivo reunir, prover
constam entre os principais temas a serem como a nova plataforma BIM (Building fóruns de debates e a interação entre
abordados pelos palestrantes. Information Modeling) e a relação da professores, pesquisadores, alunos,
Fone: 4001-6400 (regiões arquitetura e da engenharia estrutural na empresários e profissionais da área de
metropolitanas) ou 0800-5966400 obra de Oscar Niemeyer. O fórum contará Engenharia Civil. O encontro tem como
(demais regiões) com a presença do arquiteto chileno tema "As Inovações Tecnológicas e o
www.piniweb.com/Construtech/ Sebastian Irarrazaval. Desenvolvimento Sustentável".
Fone: 4001-6400 (regiões Fone: (047) 3221-6011
22/10/2008 metropolitanas) ou 0800-5966400 cordero@furb.br
Engenharia de Custos no (demais regiões) www.furb.br/cbenc
Boom Imobiliário www.piniweb.com/Construtech/
São Paulo 2 a 6/12/2008
Como desenvolver diferenciais 23/10/2008 WEC 2008 – World Engineers'
competitivos para construtoras e Fórum Nacional de Compras e Convention
incorporadoras em um momento de Suprimentos na Construção Civil Brasília
crescimento do setor. Esse é o objetivo São Paulo A terceira edição do Congresso Mundial de
principal do seminário, promovido pela Em tempos de altas de preços e eventual Engenheiros será realizada pela primeira
PINI, que será realizado no âmbito do desabastecimento de alguns insumos e vez no continente americano, com o
Construtech 2008. Análise da qualidade equipamentos, o desafio de comprar e objetivo de reunir engenheiros e
do investimento em empreendimentos contratar, equilibrando custo, prazo e estudantes do mundo todo para debates,
imobiliários, perspectivas de evolução qualidade, torna-se ainda maior. fóruns, palestras, visitas técnicas e
dos custos de materiais e mão-de-obra, Ferramentas eletrônicas para especificação atividades culturais.
metodologias e técnicas para estimativas e compras na construção civil, qualificação www.wec2008.org.br
orçamentárias, orçamentos de obras e e relacionamento com fornecedores de
estudos de casos constam entre os materiais e serviços e cases de grandes
principais temas a serem abordados empresas, como Cyrela e Método, farão
Feiras e Exposições
pelos palestrantes. parte do evento promovido pela PINI 1o a 3/10/2008
Fone: 4001-6400 (regiões durante o Construtech 2008. Fone: Metalcon 2008
metropolitanas) ou 0800-5966400 4001-6400 (regiões metropolitanas) ou Baltimore, EUA
(demais regiões) 0800-596 6400 (demais regiões) A feira apresenta as novidades dos
www.piniweb.com/Construtech/ www.piniweb.com/Construtech/ equipamentos e produtos fabricados em
metal para a construção civil, como 2008 refletem tal realidade e os desafios
telhas, paredes, assoalhos e aplicações atuais do construbusiness.
arquitetônicas. Além disso, serão Fone: 4001-6400 (regiões metropolitanas)
apresentadas soluções e treinamentos ou 0800-5966400 (demais regiões)
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15 a 18/10/2008 Shangai
Expocon 2008 Uma das maiores plataformas da indústria
Curitiba do mundo vai ser aberta pela quarta vez
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Construção Civil dos Estados do Paraná e materiais, equipamentos, veículos e
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15 a 18/10/2008 Projeto Estrutural de Edifícios de
Saie 2008 – Salão Internacional da Alvenaria
Indústria da Construção São Paulo
Bologna, Itália O curso tem como objetivo mostrar os
Há mais de 40 anos a feira reúne fundamentos do projeto estrutural de obras
profissionais da construção para discutir verticais e horizontais em alvenaria. É
projetos, materiais, tecnologias e sistemas dividido em três partes. Na primeira,
para o setor. Neste ano, a Saie terá conceitos básicos, visão geral do sistema
espaços dedicados exclusivamente para os construtivo, modulação e concepção
fabricantes de argila, para a tecnologia estrutural; na segunda, temas como
pré-fabricada, sistemas da tecnologia da carregamentos verticais e ações horizontais,
informação, energia, estruturas e para os análise estrutural de edifícios de alvenaria
componentes de madeira. estrutural e parâmetros de
saie@bolognafiere.it dimensionamento; por fim, o
www.sistemasaie.bolognafiere.it dimensionamento de elementos de
alvenaria estrutural e exemplos de aplicação
21 a 23/10/2008 em um edifício.
Construtech 2008 – Fórum PINI de Fone: (11) 3816-0441
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O encontro internacional dos
profissionais da indústria da construção 10 e 11/11/2008
alia um ciclo de palestras e uma área de Alvenaria Estrutural com Blocos de
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para o setor. Nesse momento de Dividido em dois módulos, o curso vai
crescimento, as empresas e profissionais explicar como criar um projeto para uma
devem buscar cada vez mais obra de alvenaria, levando em consideração
produtividade e expertise para se itens como materiais necessários,
diferenciarem em um mercado de tecnologias empregadas e formação da
grande competitividade. Tudo isso equipe ideal. Também vai discutir temas
levando em conta novas e importantes relacionados à execução da alvenaria
preocupações, tais como a estrutural com blocos de concreto, como
sustentabilidade, o respeito ao meio marcação e elevação da alvenaria,
ambiente e a responsabilidade social. Os entre outros
temas escolhidos para as palestras e as Fone: (51) 3021-3440
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85
como construir.qxd 5/9/2008 15:12 Page 86
Projeto
Diretrizes básicas para o projeto de
lajes BubbleDeck
As lajes do tipo BubbleDeck bia-
xiais são dimensionadas utilizando-
Foto 2 – Módulo BubbleDeck Foto 3 – Painéis acabados
se os métodos convencionais para
lajes maciças, de acordo com a norma
Na Dinamarca e Holanda, nos úl- é executada. É o tipo mais comum de NBR 6118:03 – Projeto de Estruturas
timos sete anos, mais de um milhão laje BubleDeck e necessita de um de Concreto Armado. A redução da
de metros quadrados de lajes Bubble- guindaste móvel para o posiciona- carga intrínseca é levada em conta,
Deck já foram construídos em dife- mento dos elementos pré-moldados resultando em vantagens nas verifica-
rentes tipos de construções com múl- devido ao seu peso. ções estáticas.
tiplos pavimentos. As partes maciças da laje são defi-
Os diferentes tipos de esferas Módulos BubbleDeck nidas a partir da capacidade de supor-
são especificados de acordo com os As esferas são posicionadas em te de carga cortante sem a utilização
requisitos dos projetos, tais como gaiolas metálicas formando módulos de armadura para resistir aos esforços
os carregamentos e vãos entre colu- que são posicionados sobre fôrmas cisalhantes.
nas. A tabela 1 define características convencionais de madeira, armaduras As esferas ocas são primeiro com-
gerais, quantitativos básicos e ta- adicionais são inseridas e a concreta- binadas com malhas superiores e in-
manhos de vão que podem ser al- gem é executada em dois estágios. Esse feriores de armadura nas fábricas
cançados com o emprego do siste- tipo de laje é ideal para pisos térreos, para formar as pré-lajes BubbleDecks.
ma BubbleDeck. obras de reforma ou em casos de aces- As dimensões das esferas e o espa-
so complicado, pois os módulos Bub- çamento entre elas são variáveis. A fle-
Tipos de lajes bleDeck podem ser transportados e xibilidade resultante desse método
Pré-lajes posicionados manualmente. garante aos módulos uma adaptação
Uma camada de 6 cm de espessu- fácil para qualquer tipo de piso, e a
ra é concretada fixando o módulo Painéis acabados laje pode acomodar tubos e partes de
BubbleDeck composto pelas armadu- As lajes prontas concretadas são instalações. Além disso, podem ser in-
ras superior e inferior e as esferas plás- entregues no local da construção res- cluídas aberturas, mesmo que após a
ticas. Os elementos são posicionados tando fazer apenas o içamento e o po- conclusão da laje.
sobre escoramentos provisórios, as
armaduras adicionais são posiciona-
das e a segunda etapa de concretagem
Foto 4 – Escoramento de vigas Foto 5 – Colocação de painéis Foto 6 – Reforço nas juntas
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COMO CONSTRUIR
transportes
Para um milhão de metros quadra-
dos fabricados com a laje maciça há
uma economia de 24,4 mil m3 de con-
creto com a tecnologia BubbleDeck.
Projetos realizados
City Hall and Offices, Glostrup,
Denmark: lajes BD280 (280 mm de es-
Foto 7 – Armadura adicional Foto 8 – Concretagem
pessura). Arquitetura: Dissing & Wei-
tling A/S. Engenheiro: Leif Hansenc
Execução Remoção do escoramento confor- Primeira construção da Dinamar-
Etapas construtivas para o em- me especificação técnica ca com a tecnologia BubbleDeck, es-
prego do painel BubbleDeck Acabamentos – nenhum trabalho trutura desenhada pela empresa Dis-
Escoramento provisório – vigas pa- adicional é necessário a menos que se sing & Weitling.
ralelas espaçadas de 1,8 m a 2,5 m são deseje outro tipo de acabamento dife-
posicionadas (foto 4) rente do concreto aparente Moradia Le Coie, Jersey (GRB)
Colocação dos painéis BubbleDeck O sistema BubbleDeck possui selo (foto 9)
– elementos pré-moldados posicio- verde devido a uma série de caracterís- A maior estrutura BubbleDeck já
nados com o emprego de equipamen- ticas como: as esferas são produzidas construída na Grã-Bretanha foi exe-
tos mecânicos (foto 5) com material reciclável; redução do cutada em seis semanas. A estrutura
Reforços nas juntas – armadura de volume de concreto e uso reduzido de contém 7.800 m² de lajes BubbleDeck
ligação entre as peças pré-moldadas e fôrmas de madeira. com colunas de concreto com altura
armadura de ligação entre as malhas A cada metro quadrado construí- entre três e seis andares. Mais de 400
superiores (foto 6) do de laje BubbleDeck (para uma laje mil libras esterlinas foram economi-
Capitéis – armadura adicional su- de 23 cm) são retirados 1 kg de plásti- zadas, resultando numa redução de
perior na região dos pilares e eventual co do meio ambiente. 3% do custo total do projeto. A con-
armadura de reforço (foto 7) Os vazios obtidos com as esferas tratada também verificou benefícios
Reforço periférico – colocação de usadas no interior da laje também durante a fase de construção, como
armadura no perímetro da laje, contribuem para um melhor desem- maior rapidez em erguer paredes in-
caso necessário penho acústico. ternas e externas, além de uma insta-
Preparação – selagem de juntas, Em caso de incêndio as esferas car- lação mais fácil.
limpeza e saturação com água do mó- bonizam sem emitir gases tóxicos. De-
dulo pré-moldado pendendo da cobertura a resistência Millennium Tower, Rotterdam,
Concretagem – lançamento, aden- ao fogo pode variar de 60 a 180 minu- Netherlands (foto 10)
samento do concreto de segundo es- tos (verificações realizadas de acordo Originalmente projetada com lajes
tágio (foto 8) com a ISO 834). tubadas, percebeu-se uma economia
de tempo e dinheiro consideráveis na
utilização das lajes BubbleDeck. Ado-
tar BubbleDeck significou também
uma redução no pé-direito devido à
não utilização de vigas, diminuindo a
altura geral da construção. Outra con-
sideração foi a falta de espaço de arma-
zenamento no local da obra, pois se si-
tuava em vias arteriais e rodovias. Os
pisos foram erguidos, em média, na
metade do tempo – quatro dias em vez
de oito dias – que levaria se fosse cons-
truída com as lajes originais. Na meta-
de da construção, foi decidida a adição
de dois andares em relação ao projeto
inicial, o que só foi possível pela redu-
ção de altura da construção dada pelo
Foto 9 – Moradia Le Coie Foto 10 – Millennium Tower uso das lajes BubbleDeck.