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Tríduo Pascal

Entre todas as semanas do ano, a mais importante para os cristãos é a Semana Maior (Semana Santa),
que foi santificada pelos acontecimentos que a liturgia celebra, da Paixão, Morte e Ressurreição do
Senhor – o Mistério Pascal. A expressão “Tríduo Pascal” se refere a estes três momentos vivenciados
na páscoa cristã, quais sejam: 1- Sexta feira da paixão, 2- sábado da vigília pascal e 3- domingo de
páscoa.
A Quaresma foi um tempo de trabalho, disciplina, conversão, cerimônias penitenciais, agora chegou
o tempo de descansar na Paixão de Cristo. «Deus amou tanto o mundo que lhe deu o Seu Filho
Unigênito» (Jo. 3, 16).
Toda a Paixão é sinal do amor de Deus, tornado visível em Jesus Cristo. Como você entende isto?
A Quinta-Feira Santa:
Na Quinta-feira Santa comemoramos a última Ceia da páscoa hebraica que Jesus fez com os 12
apóstolos antes de ser preso e levado à morte na cruz. Cristo ceou com seus apóstolos, seguindo a
tradição judaica do Sêder de Pessach, já que segundo esta deveria cear-se um cordeiro puro; com o
seu sangue, deveria ser marcada a porta em sinal de purificação; caso contrário, o anjo exterminador
entraria na casa e mataria o primogênito dessa família (décima praga), segundo o relatado no livro do
Êxodo.
Jesus celebra a Páscoa judia, mas oferece o seu corpo e sangue em lugar do cordeiro imolado no
Templo, para selar a Nova Aliança. O Lava-Pés é sinal do «amor até ao fim» (Jo. 13, 1).
O Cordeiro pascal a partir dessa ceia, é Ele próprio, que se oferece num voluntário sacrifício de
expiação, de louvor e de agradecimento ao Pai, mareando assim a definitiva aliança de Deus com
toda a humanidade redimida do poder do maligno e da morte. Os textos litúrgicos mostram a entrega
de Jesus Cristo para a salvação da humanidade.
Durante esta ceia, Jesus instituiu a Eucaristia e o sacerdócio Cristão, prefigurando o evento novo da
Páscoa cristã que haveria de se realizar dois dias depois.
A simbologia do sacrifício é expressa pela separação dos dois elementos: o pão e o vinho, a carne e o
sangue, o Corpo e o Espírito de Jesus, inseparavelmente unidos e separados, sinal misterioso ao
mesmo tempo de vida e de morte.
Será possível agora fazermos pelo menos uma idéia do que sucedeu na hora da Última Ceia e que,
desde então, se renova sempre que celebramos a Eucaristia? Deus, o Deus vivo estabelece conosco
uma comunhão de paz; mais, Ele cria uma "consangüinidade" entre Ele e nós. Através da
encarnação de Jesus, através do seu sangue derramado, fomos atraídos para dentro duma
consangüinidade muito real com Jesus e, consequentemente, com o próprio Deus. O sangue de Jesus
é o seu amor, no qual a vida divina e a humana se tornaram uma só. Peçamos ao Senhor para
compreendermos cada vez mais a grandeza deste mistério, a fim de que o mesmo desenvolva de tal
modo a sua força transformadora no nosso íntimo que nos tornemos verdadeiramente consanguíneos
de Jesus, permeados pela sua paz e desta maneira também em comunhão uns com os outros.
Agora, porém, surge ainda uma nova questão. No Cenáculo, Cristo dá aos seus discípulos o seu
Corpo e o seu Sangue, isto é, dá-Se a Si mesmo na totalidade da sua pessoa. Mas, como pode fazê-
lo? Está ainda fisicamente presente no meio deles, está ali diante deles! Eis a resposta: naquela hora,
Jesus realiza aquilo que tinha anteriormente anunciado no discurso do Bom Pastor: "Ninguém me tira
a vida, sou Eu que a dou espontaneamente. Tenho o poder de a dar e o de a retomar…" (Jo 10, 18).
Ninguém Lhe pode tirar a vida: é Ele que por livre decisão a dá. Naquela hora, antecipa a crucifixão
e a ressurreição. O que se há-de realizar por assim dizer fisicamente n’Ele, cumpre-o Ele já de
antemão na liberdade do seu amor. Ele dá a sua vida e retoma-a na ressurreição, a fim de poder
partilhá-la para sempre.
Esse evento do mistério de Jesus é também profecia e realização do primado do amor e do serviço na
sua vida e na dos que crêem, o que se tornou manifesto no gesto do lava-pés.
A Sexta-Feira Santa:
A Sexta-feira é um dia de intenso luto e dor, mas iluminado pela esperança cristã.
Na Sexta-feira Santa a Igreja não celebra a Eucaristia. Recorda a Morte de Cristo por uma celebração
da Palavra de Deus, constando de leituras bíblicas, de preces solenes, adoração da cruz e comunhão
sacramental.
O Sábado Santo:
O grande Sábado Santo é um dia de serena esperança e preparação orante para a ressurreição.
A magnífica liturgia pascal põe em relevo uma nota escatológica que indica a meta para onde nos
dirigimos seguindo Cristo e que São Paulo apresenta na carta aos Coríntios: «Sempre que comemos
deste pão e bebemos deste cálice, anunciamos a tua morte Senhor, até que venhas» (1Cor. 11, 26).
A noite do Sábado Santo é a "mãe de todas as vigílias", a celebração central de nossa fé, nela a Igreja
espera, velando, a ressurreição de Cristo, e a celebra nos sacramentos.
A liturgia da Noite Pascal tem as seguintes partes: Celebração da Luz, Liturgia da Palavra, Liturgia
Batismal e Liturgia Eucarística.

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