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ANÁLISE ESTATÍSTICA
Jéssica Stobienia Gonçalves1
Simone Erotildes Teleginski Ferraz²
Tércio Ambrizzi3
1
Autor, Departamento de Física, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) / CRS - INPE
Cidade Universitária – Av. Roraima 1000, Santa Maria (RS), Brasil – CEP 97105-900
jessicastogon@gmail.com
² Orientador, Departamento de Física, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) / CRS - INPE
Cidade Universitária – Av. Roraima 1000, Santa Maria (RS), Brasil – CEP 97105-900
simonetfe@gmail.com
3
Colaborador, Departamento de Ciências Atmosféricas, Universidade de São Paulo (USP)
Cidade Universitária – Av. do Matão 1226, São Paulo (SP), Brasil – CEP 05508-900
ambrizzi@model.iag.usp.br
Abstract:
Detailed analysis of simulations of the model seasonal forecast from the European Centre for Medium-Range
Weather Forecasts - ECMWF, through its integration of multisets for the years 1981 to 2004.
In this context, were verified statistical differences between them, in order to identify how these can affect the
representation of atmospheric patterns that affect AS. The component comprises the application of statistical
analysis such as harmonic mean, fashion, and total amplitude variance to verify the dispersion of members.
Resumo:
Análise detalhada das simulações do modelo de previsão sazonal do Centro Europeu de Previsão do Tempo
a Médio Prazo - ECMWF, através da integração de multiconjuntos para os anos de 1981 a 2004.
Neste contexto, foram verificadas diferenças estatísticas entre eles, a fim de identificar como estes podem
afetar a representação dos padrões atmosféricos que afetam AS. O componente compreende a aplicação de
análise estatística, como média harmônica, moda, variância e amplitude total para verificar a dispersão dos
membros.
1. Introdução
2. Dados e metodologia
Serão utilizados os dados mensais das previsões sazonais produzidas pelos modelos do
European Centre for Medium-Range and Weather Forecasts – ECMWF para o período de 1981 a
2004, dividido em 11 membros com previsões de seis meses cada um e contendo dados de vento
zonal e meridional em dois níveis de pressão (200hPa e 850hPa). Estas previsões cobrem o
mesmo período, mas possuem um estado básico inicial ligeiramente diferente o que pode gerar
previsões também um pouco diferentes entre si.
Os dados foram distribuídos da seguinte maneira: Para o mês de janeiro de 1981 há 6
meses de previsão (jan/81, fev/81, mar/81,...), para o mês de fevereiro de 1981 há 6 meses de
previsão (fev/81, mar/81, abr/81,...) e assim por diante, como mostra a Tabela 01. A previsão que
inicia em janeiro foi denominada T1(tempo 1), fevereiro T2 e assim sucessivamente, até T5
(iniciado em maio) como mostra a Tabela 02.
Inicialmente foi realizada a conversão destes dados em arquivos em formato netcdf já que
estavam arquivados em formato grib (está tarefa foi realizada pelo Grupo de Pesquisa em Clima
da UFSM – GPC). Assim, foi feita uma divisão da América do Sul em cinco regiões diferentes
através do programa Grads, como mostra a figura 1:
3. Resultados
Região SU: Por estar localizada em latitudes médias a circulação atmosférica nessa
região é fortemente influenciada pelos principais centros de ação da América do Sul, tais como a
Alta do Atlântico, Alta do Pacífico, Alta Móvel Polar e Baixa do Chaco. Enquanto as altas dão uma
condição de tempo estável para essa região existe uma região entre elas chamadas de correntes
de circulação perturbada que geram instabilidade, como as linhas de instabilidade tropicais (IT) e
as frentes polares (FP) (Nimer, 1989).
Figura 2: componente zonal (200 hPa) Figura 3: componente meridional (200 hPa)
Figura 4: componente zonal (850 hPa) Figura 5: componente meridional (850 hPa)
Podemos observar que a amplitude do nível em 200hPa é maior do que em 850hPa, tanto
na componente meridional quanto na zonal, o que nos sugere uma melhor previsão em 850hPa
(figuras 2 a 5).
Variância região SU
Figura 8: componente zonal (200 hPa) Figura 9: componente meridional (200 hPa)
Figura 10: componente zonal (850 hPa) Figura 11: componente meridional (850 hPa)
A variância apresenta valores altos no nível de 200hPa, o que novamente sugere à grande
variabilidade nas previsões neste nível e como conseqüência a dificuldade de previsibilidade
desde nível nesta região (figuras 8 a 11).
Região SE: Pela sua localização é uma região bastante diversificada se tratando de sua
circulação atmosférica, pois sofre influência das principais correntes de circulação atmosférica da
América do Sul, dentre elas podemos citar as correntes tropicais marítimas de leste-nordeste,
correntes polares de sul e correntes do interior do continente de oeste-nordeste (Nunes et al.,
2009).
Figura 14: componente zonal (850 hPa) Figura 15: componente meridional (850 hPa)
Esta região é conhecida por ter péssima previsibilidade, o que pode ser observado aqui
pela alta variabilidade da amplitude total nos dois níveis (figuras 12 a 15). A média nesta região
apresentou-se com picos de dispersão principalmente em 200hPa. Mas em todos os dois níveis a
média é centrada em zero (figuras não mostradas).
Variância região SE
Figura 16: componente zonal (200 hPa) Figura 17: componente meridional (200 hPa)
Região CO: Nessa região a circulação tem influência de sistemas atmosféricos de origem
tropical e extratropical. O aquecimento do Altiplano da Bolívia e da Amazônia durante o verão dá
origem a Alta troposférica da Bolívia (Marengo; Nobre, 2009) (Alves, 2009) que gera uma região
de baixa pressão e conseqüentemente convergência de ar. Sistemas frontais vindos do sul
também contribuem para a circulação da região.
Figura 20: componente zonal (850 hPa) Figura 21: componente meridional (850 hPa)
Figura 22: componente zonal (200 hPa) Figura 23: componente meridional (200 hPa)
Figura 24: componente zonal (850 hPa) Figura 25: componente meridional (850 hPa)
A média harmônica da mesma forma que a região anterior apresenta picos de dispersão
nos dois níveis sendo mais assentados no nível de 200hPa. E com exceção da componente
meridional em 850hPa a média tem tendência central zero (figuras 22 a 25). Um dos membros
está apresentando muita dispersão em relação aos outros e merece uma análise futura mais
detalhada.
Variância região CO
Figura 26: componente zonal (200 hPa) Figura 27: componente meridional (200 hPa)
A variância nessa região segue a mesma configuração das regiões anteriores sendo
pouca dispersa entre os membros com exceção da componente meridional em 850hPa (não
mostrada) e apresentando maiores valores no nível de 200hPa (figuras 26 e 27).
Região NE: A circulação nessa região esta sob influência dos Anticiclones Subtropicais do
Atlântico Sul (ASAS), do Atlântico Norte (ASAN) e do cavado equatorial. Os ventos de baixos
níveis associados aos sistemas alta pressão são os Alísios de sudeste, na borda norte do ASAS, e
de nordeste, na borda sul do ASAN. No eixo do cavado equatorial está a Zona de Convergência
Intertropical (ZCIT) cujas variações em posição e intensidade estão relacionadas ás alterações
nas posições e intensidades do ASAS e ASAN (Kayano; Andreoli, 2009). Também há a influência
no verão de um Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN) sobre a região, que é uma resposta
dinâmica à Alta Boliviana.
Figura 28: componente zonal (200 hPa) Figura 29: componente meridional (200 hPa)
Figura 30: componente zonal (850 hPa) Figura 31: componente meridional (850 hPa)
No nível de 850 hPa observamos menores valores e também menor variação entre os
membros (figuras 28 a 31). A média apresentou pouca variação entre todos os membros, em
ambos os níveis (figuras não mostradas). O mesmo ocorreu com os valores da variância. O que
sugere que está região pode ter melhor previsibilidade que as duas anteriores.
Região NO: Nessa região os ventos Alísios, durante o verão e o outono, transportam
umidade do Atlântico Tropical para a Bacia Amazônica. Esta umidade associada a frentes frias
vindas de sul causam intensos processos convectivos sobre a região Norte e através do Jato de
Baixos Níveis (JBN), ventos de até 15m/s em níveis mais baixos, há um transporte de umidade
para a região sul da América do Sul (Marengo; Nobre, 2009).
Figura 32: componente zonal (200 hPa) Figura 33: componente meridional (200 hPa)
A amplitude nas componentes meridional e zonal em 200 hPa apresenta maior dispersão
entre os membros no decorrer do tempo (figuras 32 e 33). Em 850 hPa a dispersão é menor
(figura não mostrada) na componente meridional dos níveis sendo em 200 hPa os valore maiores.
A média harmônica apresenta tendência central zero para os dois níveis com exceção da
componente zonal em 850 hPa. Nessa região também se observam picos de valores (figuras não
mostradas).
Variância região NO
Figura 34: componente zonal (200 hPa) Figura 35: componente meridional (200 hPa)
Figura 36: componente zonal (850 hPa) Figura 37: componente meridional (850 hPa)
A variância da região norte apresenta muito pouca dispersão tanto entre os membros
quanto entre os tempos nos dois níveis de pressão analisados. Aqui a diferença entre os valores
dos níveis não é tão grande quanto nas demais regiões (figuras 34 a 37).
4. Conclusões:
5. Referências Bibliográficas:
Marengo, J.A. et al. Clima da Região Amazônica. Em: Tempo e Clima no Brasil, p. 197-
207, 2009.
Kayano, M.T. et al. Clima da Região Nordeste do Brasil. Em: Tempo e Clima no Brasil, p.
213-231, 2009.
Alves, L.M. Clima da Região Centro-Oeste do Brasil. Em: Tempo e Clima no Brasil, p.
235-241, 2009.
Nunes, L.H. et al. Clima da Região Sudeste do Brasil. Em: Tempo e Clima no Brasil, p.
243-256, 2009.
Grimm, A.M. Clima da Região Sul do Brasil. Em: Tempo e Clima no Brasil, p. 259-274,
2009.
Nimer, E. Climatologia da Região Sul. Climatologia do Brasil, 2ª ed., p.195-263, 1989.
6. Agradecimentos: