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Universidade Estácio de Sá - Diretoria de Extensão

Curso Legislação Trabalhista - DP

Legislação Trabalhista

Introdução ao Direito do trabalho


Os princípios que compõem o Direito do Trabalho são diferentes dos princípios
dos demais Direitos. Interessa ao nosso estudo, neste momento, os princípios
específicos do Direito Material do Trabalho ð aqueles que regulam diretamente às
relações empregado x empregador, são eles:

Respeito à dignidade do trabalhador ð O Direito do Trabalho – com base na


CRFB/88, não permite que haja discriminação ao empregado, seja o mesmo de
qualquer cor, raça, preferência sexual, sexo, etc. Existe previsão expressa no
Texto Consolidado - Parágrafo único do art. 3º da CLT: “ Não haverá distinções
relativa à espécie de emprego e à condição do trabalhador, seja esse trabalho
intelectual, técnico ou manual ”.

Irrenunciabilidade ð Renúncia = abrir mão de direitos. Seria muito fácil para o


empregador, em razão de sua posição de vantagem na relação de emprego, fazer
com que o trabalhador assinasse cláusulas do contrato de trabalho abrindo mão
de determinados direitos (redução de salário, adicional de férias, etc.). Visando
vedar a disponibilidade e a transação de tais direitos, temos que a renúncia no
Direito do Trabalho só poderá ser aceita em casos extremamente específicos e
desde que não haja prejuízo para o trabalhador è Art. 9º da CLT: “ Serão nulos
de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar
a aplicação de preceitos contidos na presente Consolidação “.

Continuidade da relação de emprego ð Presume-se que o contrato de trabalho


terá validade por tempo indeterminado (regra), sendo exceção os contratos por
prazo determinado.

Proibição de alteração das condições contratuais ð aquilo que foi pactuado


entre empregado e empregador não pode ser alterado. Alterações praticadas
dentro do contrato de trabalho só são permitidas se não gerarem prejuízo para o
empregado.

Considerando que o empregador comanda o negócio, correndo por sua conta e


risco o gerenciamento da atividade, ele pode fazer pequenas alterações no
contrato de trabalho, desde que tais alterações não tragam prejuízo ao empregado
è Art. 468 da CLT: “Nos contratos individuais de trabalho só é lícita à alteração
das respectivas condições, por mútuo consentimento, e ainda assim, desde que
não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado”.

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Boa fé entre os contratantes ð funciona muito no plano dogmático (doutrinário).
Em tese, nas relações de trabalho deve imperar a boa fé, desde o momento da
admissão podemos afirmar que existe uma confiança entre as partes envolvidas,
empregador e empregado acreditam e confiam nos direitos e nas obrigações
assumidas no contrato de trabalho .

E o mais importante, Primazia da Realidade (ou da verdade real) ð quando


falamos que o contrato de trabalho é realidade, vale aquilo que realmente
aconteceu no âmbito da relação empregado x empregador, ou seja, não pode o
magistrado ficar concentrado apenas no que está escrito nos documentos,
devendo buscar por outros meios de convencimento, em especial pela oitiva de
testemunhas e pelo depoimento das partes, a realidade com que os fatos se
desenvolveram.

Ex: Um funcionário, que processa seu empregador. Na audiência, quando forem


colhidas as provas, a testemunha terá um peso bem maior do que as folhas de
freqüência ou cartão de ponto apresentados pelo empregador. Pois no Direito do
Trabalho, os documentos tem menos valor, porque são de ser manipuladas, uma
vez que ficam nas mãos do empregador.

Fontes do Direito do Trabalho

São os ordenamentos que servem de referência para o direito que estamos


estudando.

CRFB/ 1988 (Art. 7º)- São os direitos do trabalhador.


As leis da CLT (para empregados celetistas)
Leis Ordinárias, Complementares, Decretos...Ex: 13º Salário que trem leis
especial, lei 4090/1962, 4749/1965.
Cláusulas Coletivas de Trabalho: Art. 611 e seguintes da CLT.
Convenção Coletiva: Envolve todas as categorias econômicas e profissionais. É o
entendimento entre essas categorias para aprovação das cláusulas coletivas.
Reunião dos sindicatos.
Acordo Coletivo: É feito entre os sindicatos e as empresas.
Dissídio Coletivo ou Sentença Normativa: Ocorre quando há frustração das
negociações, o empece é chamado de “dissídio coletivo” que é exatamente o
conflito entre o sindicato profissional e o patronal. E será resolvido pela Justiça do
Trabalho, por provocação do sindicato profissional através de uma ação coletiva.

OBS: O objetivo dos sindicatos é a melhoria das condições de trabalho.

Empregador

O conceito de empregador está no art. 2º da CLT.


Pode ser pessoa física ou jurídica.

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Poder de Direção do Empregador


Definição: é a forma como o empregador define como serão desenvolvidas as
atividades do empregado decorrentes do contrato de trabalho.

Art. 2º CLT = fundamento legal - é aquele que dirige as atividades do empregado.

Diferença entre Empresa e Estabelecimento

É preciso ainda distinguir empresa de estabelecimento.


Empresa é a atividade organizada para a produção de bens e serviços para o
mercado, com fito de lucro. Por estabelecimento ou fundo de comércio (azienda)
entende-se o lugar em que o empresário exerce suas atividades. É o conjunto de
bens operados pelo comerciante, sendo uma universalidade de fato, ou seja,
objeto e não sujeito de direitos. Compreende as coisas corpóreas existentes em
determinado lugar da empresa, como instalações, máquinas, equipamentos,
utensílios etc. e as incorpóreas, como a marca, as patentes, os sinais etc...

Exemplificando: Uma grande empresa, como o Ponto Frio, possui várias lojas. A
loja do Barra Shopping é um estabelecimento onde são desenvolvidas algumas
atividades, mas esta loja não é a empresa propriamente dita. Empresa = Sede
(onde está sua administração) + estabelecimentos (várias lojas ou filiais).

Grupo Econômico: Razões de interesse econômico levam empresas a se


reunirem sob as mais diversas formas de concentração de poder de comando e de
deliberações. Podemos afirmar que, em tais concentrações de empresas haverá
uma dominante e uma ou mais empresas controladas por aquela.

O direito do trabalho verificará o grupo de empresas enfocando sua titularidade


como empregador.

Sucessão de empregadores:

Dois dispositivos legais prevêem a substituição do empregador, pretendendo


resguardar os direitos dos empregados, independentemente da mudança na
direção ou estrutura da empresa, a saber:

Artigo 10 CLT “qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os


direitos adquiridos por seus empregados”.
Artigo 448 CLT “a mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa
não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados”.

Requisitos:

Que a unidade sócio econômica passe para outro titular e que inexistência de
solução de continuidade na prestação de serviços.
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Exemplificando: O Banco X foi comprado pelo Y (ocorreu mudança na estrutura


jurídica da empresa). Não houve solução de continuidade na prestação de
serviços pelo Banco Sucessor (as agências continuaram funcionando
normalmente e os funcionários continuaram prestando os serviços). Os direitos
oriundos dos contratos de trabalho foram preservados e perante à Justiça do
Trabalho à responsabilidade é do sucessor.

Dono de Obra:

Inicialmente temos que diferenciar a empreitada , contrato pelo qual se contrata


uma obra, um determinado resultado (a realização de certa obra), da locação de
serviços, em que prepondera a própria força de trabalho, não se contratando uma
obra, mas a atividade da pessoa, por exemplo: a do advogado, do contador, do
médico etc. O contrato de trabalho distancia-se da locação de serviços em função
da subordinação existente entre empregado e empregador, ao passo que na
locação de serviços há autonomia do prestador de serviços, que não é
subordinado ao locador de serviços.

O dono da obra não pode ser considerado empregador, pois não assume os riscos
da atividade econômica, nem tem intuito de lucro na construção ou reforma de sua
residência.

Cuidado !! Se o dono da obra é uma imobiliária ou administradora que tem


interesse em vender ou alugar um imóvel, poderá ficar caracterizada a relação de
emprego com o prestador de serviços, pois temos atividade econômica, que
assumindo os riscos do empreendimento, almeja lucro. Devendo ainda existir a
subordinação do prestador de serviços.

Empregado

O artigo 3º da CLT preceitua : “ Considera-se empregado toda pessoa física


que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a
dependência deste e mediante salário ”.

O que caracteriza o empregado:

Pessoalidade: Tem que ser pessoa física.


Habitualidade: Tem que haver habitualidade, não pode ser eventual.
Subordinação: O empregado obedece as ordens e determinações de seu
empregador.
Onerosidade: Trabalho realizado mediante salário.

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A CRFB, no art. 7º equiparou o trabalhador urbano ao rural ao definir que “ São


direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria
de sua condição social ” não havendo distinção entre tais categorias quanto aos
direitos fixados constitucionalmente.

Espécies de Trabalhador

Trabalhador Rural / empregado rural – é toda pessoa física que, em


propriedade rural ou prédio rústico, presta serviço de natureza não eventual a
empregador rural, sob dependência desse e mediante a paga de salário. Vemos
que o conceito de empregado rural não apresenta muita diferença do conceito de
empregado urbano (a única diferença é quanto à atividade).
OBS.: Prédio rústico vem a ser o prédio ou propriedade imobiliária situada no
campo ou mesmo na cidade que se destine à pecuária ou exploração agrícola de
qualquer natureza.

Trabalhador Doméstico ð tem lei própria = Lei 5859/72. Cuidado ! O legislador


constituinte se preocupou com a categoria dos domésticos e no art. 7º da
CRFB/88, em seu parágrafo único, define os direitos que foram acrescidos aos
empregados domésticos.

O que caracteriza o trabalho doméstico é que o mesmo é executado no âmbito da


residência do empregador e não contribuir para a lucratividade do empregador.
Contudo, para existir a figura do empregado doméstico, devem estar presentes os
4 requisitos da relação de emprego (artigo 3 da CLT): onerosidade, habitualidade,
subordinação e pessoalidade.

A partir de março de 2001, esse empregado passou a ter direito do FGTS, sendo
facultativo ao empregador, cadastra-lo ou não na conta do FGTS. Uma vez
cadastrado passa a ter direito também ao seguro desemprego.
O que está em debate hoje, são algumas alterações na lei do empregado
doméstico. Por ex. as férias que eram de 20 dias úteis, passaram a ser de 30 dias
corridos, como qualquer empregado celetista. O FGTS não sofreu qualquer
alteração, a discussão gira em torno da multa de 40% que é paga em cima dele,
pois os ministros a querem tornar obrigatória, porém a última decisão nosso
presidente em relação a questão e de que não é direito do empregado doméstico
a multa.

OBS: A empregada doméstica não tem direito a estabilidade gestante!

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Aprendizes – são menores que recebem ensinamentos metódicos de uma
profissão.

Trabalhador avulso ð é o trabalhador que, sem vínculo empregatício, com a


intermediação do sindicato de sua categoria profissional ou órgão específico,
presta serviços eventuais para terceiros, como estivador do porto ( artigo 7, inciso
XXXIV, da CRFB) è Há um Sindicato dos Trabalhadores Avulsos e os
empregados do setor se filiam ao mesmo. Quando chega um navio carregado no
porto a empresa encarregada do descarregamento dirige-se ao Sindicato
solicitando a quantidade que precisa de trabalhadores, o sindicato escala os
trabalhadores avulsos nele cadastrados para prestar o serviço solicitado. Então,
vê-se que é o Sindicato que vai fornecer a mão-de-obra ao tomador do serviço.
Não há uma relação de emprego, porque não existe uma subordinação nos
termos do contrato de trabalho, aquele trabalhador avulso não é empregado do
Sindicato (é associado), ele não é também empregado da empresa tomadora do
serviço, apenas presta um serviço determinado através de seu sindicato.

Para ser avulso e trabalhar no carregamento / descarregamento de navios no


porto, tem que se associar e pagar mensalmente ao Sindicato, que é quem
direciona os trabalhadores para as tomadoras de serviço. O Sindicato também
administra o fundo de garantia de seus associados - dos trabalhadores avulsos. A
empresa tomadora de serviço, não paga diretamente aos trabalhadores; ela
repassa ao Sindicato, que faz o pagamento aos mesmos.

Temporários - regido pela Lei 6.019/74 – é aquele que presta serviços a uma
empresa de trabalho temporário, que o coloca, pelo prazo máximo de três meses,
a serviço de um tomador ou cliente. O artigo 12 de referida lei preceitua os seus
direitos trabalhistas.

Alto empregado ð Dentro de uma empresa existe a chamada hierarquia


funcional, que nada mais é do que o escalonamento entre os seus empregados
nas várias e determinadas funções existentes. Alguns empregados são titulares da
denominação de empregados de confiança. Todo empregado, de certa forma, é
detentor da confiança de seu patrão, uma vez que a fidúcia é essencial às
relações de trabalho. Contudo, alguns empregados possuem Poder de mando,
isto é, a chamada confiança imediata – artigo 499 da CLT - O empregado que a
detém, denominado de alto empregado, é aquele que responde pela empresa,
podendo assumir obrigações em nome da mesma. Tem poder de decisão,
decorrente da impossibilidade do dono da empresa estar em todos os locais ao
mesmo tempo.

Trabalhador Autônomo – Regido pelo Código Civil – artigo 1.216 – São as


locações de serviços ou prestações de serviços.

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Trabalhador Eventual – Falta-lhe o requisito habitualidade para caracterizar a
elação de emprego. Na verdade é uma relação de trabalho, uma prestação de
serviço.

Empreiteiro – É um tipo de autônomo. Empreitada é um contrato de resultado,


não é um contrato de atividade. A obrigação do empreiteiro é realizar uma obra
determinada (artigo 1.237 C.C.).

Estagiário – NÃO GERA VÍNCULO EMPREGATÍCIO COM SEU EMPREGADOR


– Verificar Lei 6.494/77 e Decreto n. 87.497 de 18.08.82.

Contrato Individual de Trabalho

Conceito: É o negócio Jurídico pelo qual uma pessoa física se obriga, mediante a
remuneração, a prestação de serviços não eventuais à outra pessoa ou entidades,
sob direção de qualquer das últimas.

O contrato de trabalho não se confunde com outras espécies de contratos de


natureza civil.

São as seguintes as características do contrato de trabalho:

1ª é bilateral, pois produz direitos e obrigações para ambos;


2ª é oneroso, pois a remuneração é requisito essencial;
3ª é comutativo, existindo as prestações de ambas as partes;
4ª é consensual, a lei não impõe forma especial para a sua celebração, bastando
apenas a anuência das partes;
5ª é pessoal, a pessoa do empregado é considerada pelo empregador como
elemento determinante, uma vez que o empregado não pode se fazer substituir
sem o consentimento do empregador;
6ª é contrato de adesão, pois um dos contratantes, o empregado, limita-se a
aceitar as cláusulas e condições previamente determinadas pelo empregador;
7ª é de execução continuada, pois a execução não se exaure numa única
prestação, prolongando-se no tempo.

Classificação dos Contratos

Os contratos podem ser classificados quanto à forma, à duração, à


regulamentação e os sujeitos da relação de emprego.

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Quanto a forma o contrato pode ser tácito ou expresso.
O tácito se dá pelo consentimento, sem assinatura de qualquer documento e sem
a existência de qualquer palavra escrita ou verbal.Esse contrato resulta de um
dado comportamento,ex: um a pessoa faz o trabalho um dia, depois outro, depois
outro e quando percebe está trabalhando para a outra pessoa.
Já o expresso pode ser escrito ou verbal: o escrito ocorre quando há um contrato
escrito de trabalho e o verbal, quando há entre as partes a simples troca de
palavras, onde acordem as condições de trabalho, remuneração, etc..

Quanto ao prazo de duração, temos os contratos por prazo determinado e


indeterminado.
No determinado, as partes ajustam antecipadamente o seu termo final ao passo
que no indeterminado não existe esse ajuste, não havendo data certa para o fim
do contrato.

Quanto à regulamentação, o contrato pode ser: Comum ou Especial.


Os comuns são aqueles regidos pelas normas genéricas da legislação trabalhista,
já os especiais são submetidos a um regime próprio de legislação. Ex: Contrato
com empregado de profissões especiais, como ferroviários, telefonistas, etc...

No que se refere aos sujeitos da relação de emprego, temos os contratos de


trabalho singular ou plúrimos. Os singulares são aqueles onde o empregador
contrata apenas um empregado. Em relação aos plúrimos são aqueles em que
sues sujeitos ativos ou passivos podem ser vários, mas sempre determinados.
Ex: Contrato de equipe, um empregado contratado para atender dois
empregadores (uma recepcionista que é contratada para atender em dois
consultórios).

Contrato Por Prazo Determinado

A CLT define o contrato determinado como “ o contrato de trabalho cuja vigência


dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificadas ou ainda
de realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada.” (art.
443).
O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando de:

a) Serviço cuja natureza ou a transitoriedade justifique a predeterminação do


prazo;
b) De contrato de Experiência.

O 1º caso, diz respeito a atividades laborais transitórias ou prestação de serviços


transitórios. Um exemplo seria a contratação de um professor de espanhol para
ministrar aulas durante dois ou três meses, visando a transmitir noções básicas da
língua aos empregados de uma agência de turismo especializada em viagens para
países da América Latina.
Outro exemplo seria de uma fábrica de peças que tivesse a produção normal de
1.000 unidades e num dado momento, excepcionalmente, recebesse um grande
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pedido que fugisse à sua retina e capacidade normal de produção. Essa empresa
poderia contratar empregados por prazo determinado, para atender essa
necessidade.

O 2º, seria o contrato de experiência. Que é usado no prazo máximo de 90 dias


para que o empregador verifique as aptidões do empregado para que possa tornar
o seu contrato indeterminado.
A este empregado também é garantido todos os direitos da CLT, no caso de uma
demissão, dentro do período ou no seu término.
A prorrogação desse contrato só poderá se dar uma única vez. (art. 451 CLT).
Assim sendo, um contrato de experiência prorrogado por mais de uma vez, se
torna indeterminado, ainda que o somatório dos dois períodos não ultrapasse o
prazo legal de 90 dias.
É possível fazer um contrato de experiência por 45 dias e prorroga-lo por mais 45.
Não é possível fazer por 90 dias e prorrogar por mais 90, pois o art. 445 da CLT,
fixa o prazo de 90 dias, incluindo a prorrogação.
Igualmente não seria possível um prazo de 30 dias ser prorrogado por três vezes,
pois mesmo respeitando o prazo de 90 dias, se estaria desrespeitando a regra que
só permite a prorrogação uma única vez.(art. 451 CLT).
OBS: O prazo máximo é de 90 dias, mas nada impede que seja menos, o que não
pode é ser maior!!!!!

Algumas espécies de contrato por prazo determinado:

a) Contrato de estrangeiro;
b) Contrato de atletas profissionais;
c) Contrato de artistas;
d) Contrato de aprendizagem;
e) Contrato de obra certa.

OBS: O prazo máximo de duração do contrato determinado é de dois anos, para


contrato de experiência é que o prazo é de 90 dias.

O termo final do contrato determinado pode ser estabelecido por dias, semanas,
meses, etc...Ou também pode se estabelecer que o termo final do contrato seja o
dia da conclusão do seu objeto.

Renovações sucessivas de contrato a prazo determinado

A CLT não permite contratar o mesmo empregado, no período inferior à seis


meses de conclusão do 1º contrato.

Rescisão antecipada no contrato de trabalho a prazo determinado

A CLT assegura ao empregado despedido sem justa causa, antes do termo final
do contrato, indenização no valor correspondente à metade da remuneração
faltante até o final do contrato (art. 479).
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Assim por exemplo se num contrato de 12 meses, com a remuneração de R$
3.000,00, o empregado fosse despedido faltando cinco meses, sem justa causa,
teria direito a R$ 7.500,00, de acordo com o art. 479 CLT. Esse valor corresponde
a metade da remuneração a que o empregado faria jus nos cinco meses de
contrato que lhe restavam. ( 3.000,00 x 5= 15.000,00 /2 = 7.500,00).

Igualmente o empregado que pedir demissão dentro do prazo do contrato, se


causar prejuízo ao empregador, também terá que indeniza-lo, não existindo valor
predeterminado por lei. Existindo apenas um limite máximo (o valor que o
empregado faria jus se a dispensa tivesse ocorrido por iniciativa do empregador).

Cláusula de Rescisão Antecipada

O contrato a prazo que contiver essa cláusula, permite às partes a sua rescisão
imotivada, antes do termo final ajustado. Porém a parte que rescindir ficará
obrigada a indenizar a parte contrária. No caso do empregador, terá que indenizar
como se fosse uma dispensa imotivada por prazo indeterminado (aviso prévio,
multa de 40%, etc...).E o empregado como se fosse um pedido no prazo
indeterminado (pagando o aviso ao empregador). Art. 481 CLT.

As garantias constitucionais , como para mulher grávida e dirigente sindical, não


atingidas por esse contrato, uma vez que seu término já é conhecido no momento
do ajuste do contrato.

Trabalho a Tempo Parcial


A partir de 1988, foi instituída a possibilidade do contrato de trabalho a tempo
parcial. Ou seja, a duração não pode exceder a vinte e cinco horas semanais.
Essa jornada semanal corresponde a cinco horas por dia.
A opção será do empregado, manifesta perante a empresa, mas depende da
prévia negociação coletiva.

O salário pago a esse empregado deverá ser proporcional à sua jornada. Essa
proporção será estabelecida de acordo com a remuneração dos demais
empregados, de horário integral. Ex: um programador de sistemas, recebe um
salário mensal de R$ 2.200,00 por 44 horas semanais, o trabalhador por tempo
parcial para exercer a mesma função, com jornada de 20 horas semanais, deverá
receber R$ 1.00,00 (2.200/ 44 e multiplicado por 20).

Em relação as férias o tempo máximo de férias é de 18 dias, para aqueles que


durante um ano, não obtiverem nenhuma falta. Se o empregado contrato por
tempo parcial, tiver mais de 7 faltas injustificadas ao longo do período aquisitivo,
terá seu período de férias reduzido a metade.

OBS: Em regra a jornada de trabalho, costuma ser de 44 horas semanais e 8


diárias. Porém se um empregado trabalha menos que 44 horas semanais não
significa dizer que ele trabalha no regime de tempo parcial.Uma vez que
telefonista trabalha 36 horas e não é uma empregada por tempo parcial. Só
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consideramos trabalhador por tempo parcial o que não ultrapasse oi limite máximo
de 25 h/semanais.

Alteração no contrato de trabalho

O ideal seria que as condições de trabalho, uma vez fixadas, permanecessem


inalteradas, garantido uma certa estabilidade das relações trabalhistas, porém a
CLT em seu art. 468, permite que haja em determinadas situações que ocorram
algumas alterações contratuais.
Cuidado, pois este artigo não é taxativo, o que significa dizer que poderá o
empregador, em razão de seu Poder de Direção, alterar o contrato firmado para
melhor gerenciar a atividade econômica.

Transferência

Implica na mudança de domicílio do empregado.


Se a mudança ocorrer dentro do município, o empregador estará obrigado apenas
a pagar eventual acréscimo nas despesas de transporte.
Se a transferência for de caráter provisório, o art. 469, &3º da CLT prevê o
pagamento de um acréscimo de 25% do salário.

É proibida a transferência sem a concordância do empregado, salvo:

a) Se tratar de empregado de confiança (gerentes e diretores)


b) Existir cláusula contratual prevendo tal possibilidade.
c) Extinção do estabelecimento
d) Necessidade de serviço (insubstituível).

Salário e Remuneração

A onerosidade é a principal característica da relação de emprego e do contrato de


trabalho.

Algumas denominações:
Vencimentos: Magistrados (juizes) e funcionários públicos.
Subsídio: Membros do legislativo
Soldo: Militar
Honorários: Profissionais liberais.
Crachet: Artistas em geral
Salário/ Remuneração: Dos empregados em geral.

Diferença entre salário e Remuneração:


Salário é a soma de tudo que o empregado recebe diretamente do empregador. Já
a remuneração é a soma do salário com outras parcelas recebidas.

Elementos que compõem a remuneração

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Comissão
Prêmio
Ajuda de custo
Adicionais: Periculosidade, Insalubridade e Noturno.

OBS: Para os empregados que recebem remuneração variável, é feita uma média
para pagamento. (ex: professor que sofre variação de hora aula).

OBS: Utilidade: A CF em seu art. 7º estabelece que o salário mínimo deve ser
capaz de atender às necessidades básicas e vitais do empregado e de sua
família, tais como: moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
higiene e transporte.

Descontos

A CLT em seu art. 462 estabelece as hipótese em que o salário pode sofrer
descontos, fora essas o salário é irredutível e inatingível.
Segue as hipóteses de desconto:

Adiantamento;
Dispositivo Legal: INSS, IR, *Contribuição Sindical;
Outros descontos: Farmácia, plano de saúde, *contribuição assistencial, etc...

• A contribuição sindical é obrigatória e equivale a um dia de trabalho, já a


assistencial é opcional e que estabelece o valor é o Sindicato, uma vez que
esta é usada para melhorar as condições de trabalho do mesmo.

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