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• Ensinar Música deixa de ter como finalidade o ”saber Música” e passa a centrar-se no
“fazer Música”;
• Ao nível da formação inicial dos professores, o modelo de variante provou não ser
adequado às nossas necessidades e deveríamos todos adoptar o modelo de
especialista em Educação Musical para o Ensino Básico (proposta apresentada pelas
ESEs a Marçal Grilo em 1997, para além de propostas individuais das ESEs do Porto e
de Lisboa que sempre foram recusadas pelos vários Ministros da Educação);
• Ao nível das habilitações para a docência, estas deveriam ser actualizadas no sentido de
não permitir que ainda hoje alguém possa leccionar com habilitações manifestamente
insuficientes. Tanto mais que os vários ramos e cursos de formação de professores de
Música e de Educação Musical, ministrados nas Universidades e Politécnicos,
asseguram, em grande medida, a satisfação das necessidades do Sistema;
• Relativamente aos docentes do quadro do 2º ciclo do EB, estes deveriam ser
acompanhados e apoiados na sua formação ao longo da vida, com incentivos na
progressão da carreira para aqueles que adequarem o seu desempenho e reforço do
apoio para os que precisarem de mais tempo para o fazer. Este não é um problema
específico da Música, mas sim de todo o Sistema Educativo: em Portugal, só 5% dos
docentes são acompanhados ao longo da sua carreira, enquanto a média Europeia é
de… 65%!
Relativamente ao 3º ciclo a situação está ainda muito longe do aceitável, desde logo pela
condição opcional da disciplina de Educação Musical, mas também pela dificuldade em formar
um número de docentes que produza rapidamente uma alteração qualitativa. Aquando da
Reforma do Sistema Educativo, a natureza opcional da disciplina decorreu da escassez de
recursos humanos, mas agravou-se porque as condições nas escolas a tornaram fictícia. Como
poderia esta “opção” ser verdadeira, quando em muitas EB23:
• existiam professores do quadro de Francês que não tinham horário porque os alunos
não optavam por esta língua no 5º ano de escolaridade; ou
• não existiam professores de Educação Musical do quadro do 2º ciclo ou do 3º e era
necessário solicitar docentes às respectivas Direcções Regionais de Educação; ou
• quando existiam professores do quadro de Educação Musical 2º ciclo, muitos não
propunham aos respectivos Conselhos Pedagógicos a abertura da opção no 3º ciclo.
Perspectivas
Em 20 anos muitos aspectos melhoraram no ensino de Música no Ensino Básico, mas ainda nos
encontramos num nível manifestamente insatisfatório. As dificuldades estão identificadas e
existem propostas para as ultrapassar: