Professional Documents
Culture Documents
Curso de Administração
RESUMO
1 - INTRODUÇÃO
os consumidores cada vez mais exigentes e bem informados, adotam uma postura
altamente seletiva e excludente, demonstrando preocupação com a qualidade e
exigindo uma constante melhora na relação custo benefício.
As empresas, diante dos problemas ambientais, devem procurar adotar uma postura
que explicite a sua preocupação com a qualidade da vida. Porém, tal estratégia
requer investimentos e capacitação, que podem ser tecnológica ou organizacional,
interna ou em parceria. Algumas empresas nacionais, de diferentes setores, têm se
inserido neste contexto, buscando acompanhar e aproveitar o uso econômico da
biodiversidade, investindo no desenvolvimento de tecnologias limpas, programas de
redução ou anulação de emissões de carbono, reciclagem, coleta seletiva,
conscientização de funcionários e restrições a clientes que não respeitam o meio
ambiente.
Além de fazer a sua parte pela qualidade do meio ambiente, essas medidas podem
trazer significativo retorno financeiro às empresas. Pois, os consumidores exigem
que tais medidas sejam incorporadas aos processos das empresas e dão
preferência por aquelas que já trabalham com esse conceito. Assim, a incorporação
de modelos de responsabilidade ambiental passa a ser visto como um diferencial
capaz de gerar vantagens competitivas.
Para tanto, serão avaliados os pontos que estão sendo trabalhados pela empresa
Alfa para incentivar atitudes ambientalmente conscientes de seus colaboradores.
2 – REFERENCIAL TEÓRICO
“Até o século XIX, as corporações buscavam apenas gerar lucros para seus
acionistas. Os monarcas autorizavam alvarás para as corporações de capital aberto
que prometessem benefícios públicos, tais como exploração e colonização do novo
mundo” (HOOD, 1998, apud ASHLEY, 2003, p. 18.).
De acordo com Ashley (2003), em 1919 nos Estados Unidos, ocorreu o julgamento
na justiça americana do caso Dogdes contra Ford, onde Henry Ford, que era
presidente e acionista majoritário, optou por não distribuir parte dos dividendos
esperados, revertendo-os para investimentos na capacidade de produção, aumento
de salários e como fundo de reserva para a redução esperada de receitas devido ao
corte nos preços dos carros. Ford agiu contrariando os interesses dos acionistas,
entre eles John e Horace Dodge. A Suprema Corte de Michigan se posicionou a
favor dos Dodges, justificando que a corporação existe para o benefício de seus
acionistas e que diretores corporativos têm livre arbítrio apenas quanto aos meios de
se alcançar tal fim, não podendo usar os lucros para outros fins.
Ashley (2003) ressalta que foi a partir da década de 30, após a Grande Depressão e
a Segunda Guerra Mundial, vários estudiosos começam a combater os conceitos de
4
que a corporação deve responder apenas aos acionistas, argumentando que estes
eram passivos proprietários, ou seja, de nada contribuíam para o controle e a
responsabilidade para a direção da corporação. Num cenário de expansão
econômica, diversas Cortes Americanas foram favoráveis a ações filantrópicas das
corporações.
Ashley (2003) cita também que na década de 90, outras entidades, ligadas ou não
ao meio empresarial, surgiram. O instituto Ethos de Responsabilidade Social
Empresarial, o GIFE - Grupo de Institutos Fundações e Empresas, o IBASE -
Instituto Brasileiro de Associação brasileira de Empresários pela Cidadania, etc.,
entre outros, passaram a ter uma importante participação no processo de
consolidação e difusão da responsabilidade social e de seus tópicos relacionados,
inserindo o Brasil no grupo dos principais países envolvidos com a questão.
Tomei (1984) compartilha da visão de Friedman (1970) afirmando que existem, além
da questão da maximização dos lucros, inúmeros outros itens que desaconselham
qualquer implementação de programas de Responsabilidade Social. É o caso dos
custos do envolvimento social, pois, os objetivos sociais não se pagam por si só,
gerando uma situação antieconômica na medida em que alguém deve arcar com
essas despesas.
Contudo, é possível observar que as definições, de uma forma geral, são bastante
nebulosas, deixando um grande espaço para dúvidas e críticas.
Muitos críticos, na época das discussões mais intensas, eram céticos em relação ao
comprometimento empresarial com o equilíbrio entre as necessidades sociais e
econômicas, principalmente pelas interpretações diversas sobre o conceito de
responsabilidade social (Ashley, 2003).
Porém, é fato que tal pensamento está fora do contexto empresarial atual. Pois é
praticamente impossível que um empresário que só pensa nos lucros e ignora o
poder da opinião pública sobreviva em um mercado cada vez mais competitivo, com
um público cada vez mais exigente e consciente de seus direitos. Portanto, as
empresas não podem mais se dar ao luxo de não se preocuparem com a opinião
pública.
Segundo Oliveira (1984) existem cinco categorias que podem ser beneficiárias da
Responsabilidade Social da Empresas. São elas: os empregados; os proprietários e
acionistas; os consumidores; o público ou a comunidade onde a empresa opera e os
fornecedores/credores. Ou seja, todos os stakeholders da organização podem se
beneficiar da postura Socialmente responsável da mesma.
Para Ashley (2003), uma empresa socialmente responsável é aquela que está
atenta para lidar com as expectativas de seus stakeholders atuais e futuros, na visão
mais radical de sociedade sustentável (Ashley,2003, p. 20).
3 - Metodologia
Ao considerarmos que as empresas estão vivendo uma fase em que não basta
apenas ter serviços e atendimentos diferenciados, e que os clientes cada vez mais
cobram o papel social das empresas privadas, esse trabalho visa apresentar, uma
descrição do grau de conhecimento e comprometimento dos funcionários da
empresa Alfa diante das campanhas socioambientais efetuadas pela empresa.
4- Análise de Dados
4.1 - Perfil Geral da Amostra
Gênero
Masculino
; 39%
Feminino;
61%
Mascul
ino
Femini
no
Gráfico 1 - Gênero
Fonte: Pesquisa realizada com funcionários, 2009.
15% 3%
44%
20%
menos de 20
21a 25
18%
26 a 30
31a 35
acima de 35
Gráfico 2 - Idade
Fonte: Pesquisa realizada com funcionários, 2009.
Tempo de Serviço
7% 3%
51%
39%
< 1 ano
>1 e < 5
>6 e < 10
> 10
não conhecer nenhuma ação desenvolvida. Assim, podemos concluir que os canais
de comunicação têm atingido o objetivo de informar sobre as ações quês estão
sendo desenvolvidas pela empresa em relação às campanhas de conscientização
ambiental.
Conheceram os Projetos
30% 27%
25% 21%
18%
20% 15%
15% 12%
10% 5%
5% 2%
0%
0%
jornal mural notes conexão mb diário mb internet informações Outras Nenhum
de publicações
superiores do MB
ou colegas
O Instituto Ethos (2006) menciona que um dos maiores veículos de publicação das
ações de Responsabilidade Social de uma organização são seus instrumentos
impressos. Através desses instrumentos é possível comunicar tais ações para
ambos os públicos (interno e externo). Nesse caso, pode-se dizer que a empresa
Alfa faz com que o seu público interno tenha conhecimento das ações praticadas
pela empresa. Porém, como foi mostrado no Gráfico 5, 26% dos entrevistados
possuem um conhecimento parcial sobre tais ações, o que nos leva a concluir que
essas parcelas dos entrevistados não lêem com atenção as informações divulgadas.
17
Participação em Ações
desenvolvidas pela Empresa Alfa
62%
70%
60%
50%
40% 33%
30%
20%
10% 5%
0%
Sim Não Parcialmente
Percebe-se então que a maioria dos funcionários pesquisados não têm nenhum tipo
de participação nas ações desenvolvidas.
56%
60%
50%
39%
40%
30%
20%
10% 5%
0%
Sim Não Parcialmente
70,00%
59%
60,00%
50,00%
40,00%
28%
30,00%
20,00%
8% 5%
10,00% 0%
0%
0,00%
Direto Operacional Marketing Contato Indireto Nenhum
direto
ações realizadas pela empresa, esta deve intensificar a familiarização entre o tema e
seus funcionários. Pois ao afirmarem que não existem incentivos diretos para que
participem demonstram desconhecer os princípios da responsabilidade
socioambiental e que o simples fato de estar contribuindo já é um benefício direto.
Principal Motivação
74%
80%
60%
40%
7% 13% 7%
20%
0%
Caridade Cidadania Ética Espírito
comunitário
Porém, no gráfico 13, percebemos que para 74% dos funcionários entrevistados, a
principal motivação para participar voluntariamente de uma ação ou projeto de
responsabilidade socioambiental seria por cidadania, para 7% por caridade e espírito
comunitário e para os demais 13% a ética é a principal motivação. Ou seja, eles
demonstram ter consciência de que os valores morais positivos têm envolvimento
com as ações desenvolvidas.
Fischer e Falconer (2002), afirmam que a maior parte das pessoas que se engajam
em trabalhos voluntários são por espírito de caridade e cidadania. Nesse caso,
percebe-se que o resultado da pesquisa aplicada aos funcionários do da empresa
Alfa vai de acordo com o que determinam os autores e as estatísticas por eles
analisadas.
21
70% 59%
60%
50%
40%
30% 15% 23%
20%
10% 3%
0%
Falta de tempo Desinteresse Não acredita nos Não apóia quem
resultados recebe (os
beneficiários dos
projetos)
Gráfico 14 - Principal motivação para não participar de uma ação ou projeto social
Fonte: Pesquisa realizada com funcionários, 2009.
Deve-se mencionar ainda que de acordo com Fischer e Falconer (2002), o trabalho
voluntário no Brasil, principalmente aqueles voltados para o desenvolvimento de
ações e projetos de Responsabilidade Social ainda é um assunto novo e nesse caso
é importante que as empresas ampliem formas de divulgar para seus funcionários a
importância de participar desses trabalhos de maneira voluntária, principalmente
para que os funcionários tenham um espírito voltado para a cidadania e a
consciência de que fazem a sua parte para minimizar os problemas da comunidade
onde estão inseridos.
22
0%
Sim Não Parcialmente
4.3 Incentivos por parte da empresa e chefia para participação nos projetos
56%
60%
50%
40%
30%
30%
20% 15%
10%
0%
Sim Não Parcialmente
Maior divulgação de
resultados
10%
18% 41% Em presa disponibilizar
algum tem po para os
funcionários
Convites aos funcionários
31%
Não respondeu
Para 41% dos 61 funcionários entrevistados, uma maior divulgação dos resultados
das ações e projetos desenvolvidos empresa é um incentivo para que se
envolvessem mais. Uma outra opção levantada por 31% dos entrevistados serai a
disponibilização de tempo pela empresa para que os funcionários pudessem
conhecer os projetos e se dedicarem a eles. Cerca de 28% dos funcionários
entrevistados sugeriram que fossem convidados pela empresa a participar
diretamente dos projetos.
Galuchi e Tadeucci (2003) afirmam que para uma empresa obter maior envolvimento
de seus funcionários nas ações e projetos de Responsabilidade Social é importante
o alinhamento dos objetivos e estratégias desenvolvidas de Responsabilidade Social
com o potencial dos funcionários. Dessa forma, é importante que a empresa Alfa,
adote em seu planejamento estratégico a participação efetiva dos funcionários
dando sugestões de projetos e ações de Responsabilidade Socioambiental a serem
desenvolvidas. Dessa forma, pode-se obter um maior envolvimento dos funcionários.
24
Influencias no Comportamento
30%
26% 26% 26%
25%
20%
15%
10% 11%
10%
5% 3%
0%
Apagar a luz Desligar o monitor Evitar o Evitar o consumo Ref letir sobre o Evitar impressões
desperdício de de copos consumo desnecessárias.
água. plásticos. indiscriminado
Cerca de 26% dos funcionários afirmam que a partir das campanhas efetuadas pela
empresa Alfa passaram a desligar as luzes dos locais onde não estão sendo
utilizados, assim como banheiros e salas de reunião, também 26% afirmaram evitar
o desperdício de água e evitar o consumo de copos plásticos. As impressões
desnecessárias já são evitadas por 11% dos colaboradores e 10% afirmaram
desligar seus monitores quando não estão utilizando.
5 – Considerações Finais
A reflexão expressa nesse estudo reafirmamos, a empresa – enquanto unidade humana e social –,
deve funcionar como um sistema aberto, procurando atender ao interesse público e estabelecendo
com a sociedade um diálogo autêntico. Ao influenciar e sofrer influências do macroambiente em
que se insere, a organização percebe a necessidade de um redimensionamento ontológico de seu
papel, de sua responsabilidade social. Esta é uma questão que envolve não só o aspecto moral e
ético das empresas, como, também, as transformações próprias do momento pós-industrial em que
25
Com base neste quadro, pode-se observar que como instrumento de gestão de
pessoas, o voluntariado é apontado como benéfico.
Em suma, nota-se que o voluntariado empresarial, como instrumento de
responsabilidade social, apresenta fortes benefícios tanto para a empresa como para o
desempenho profissional e motivação dos funcionários.
Após estarem familiarizados com o tema, que possam contar com a participação
direta dos colaboradores devem ser colocados em prática
27
REFERÊNCIAS
DESLANDES, Suely Ferreira. et. al. Pesquisa social: teoria, método e criatividade.
17.ed. Petrópolis: Vozes, 1994
DUARTE, Simone Viana; FURTADO, Maria Sueli Viana. Manual para elaboração
de monografias e projetos de pesquisas. 3ed. Montes Claros. Unimontes, 2002.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ed. São Paulo. Atlas,
2006.