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ÍNDICE
Objectivos 2
Introdução 3
1. Definição de Assertividade 4
2. Os Estilos Comunicacionais 5
4. Os Direitos da Assertividade 13
6. Síntese Conclusiva 19
EXERCÌCIOS 22
OBJECTIVOS
INTRODUÇÃO
A ASSERTIVIDADE
É UM COMPORTAMENTO SOCIAL.
O comportamento social poderá ser entendido, de forma genérica, como um conjunto de acções,
atitudes e pensamentos que o indivíduo apresenta em relação à comunidade, aos indivíduos
com que interage e a ele próprio.
A qualidade desta interacção é resultante da conjugação de dados inatos com os processos de
socialização.
O indivíduo vai desenvolvendo um repertório de comportamentos sociais próprio e tem tendência a
manter os comportamentos que lhe trazem maiores benefícios em termos sociais. 3
Neste contexto surge a noção de competência social. A competência social resulta dos
comportamentos emitidos por um indivíduo, num determinado contexto, de forma a expressar
sentimentos, atitudes, desejos, direitos, de uma forma adequada à situação, sem esquecer o respeito
pelos comportamentos dos outros. Geralmente um indivíduo socialmente competente resolve problemas
imediatos, minimizando a probabilidade de futuros problemas.
Para adquirir competências sociais, perante as suas relações interpessoais, o indivíduo tem que ser capaz
de:
1. Definição de Assertividade
EXERCÌCIO
A assertividade é um comportamento que habilita o indivíduo a agir no seu interesse, defender-se sem
4 ansiedade excessiva, expressar os seus sentimentos de forma honesta e adequada, fazendo valer os
seus direitos sem negar os dos outros.
A assertividade envolve a comunicação directa das necessidades, vontades e opiniões do sujeito, sem
interferir com a liberdade dos seus interlocutores.
Uma pessoa assertiva é aquela que é capaz de exprimir o mais directamente possível o que pensa, o
que deseja e que faz valer os seus direitos, escolhendo um conjunto de comportamentos e atitudes
adequados a cada situação, de acordo com o local e o momento.
A RETER
A assertividade é uma forma comportamental que significa afirmar, quer verbal, quer não
verbalmente, o que eu quero, sinto e penso, dando simultaneamente espaço de afirmação ao outro.
EXERCÌCIO
MAS... 5
• A comunicação assertiva também tem limites: não serve para toda e qualquer situação nem para obter
tudo o que se quer;
• A comunicação assertiva é aprendida;
• A aprendizagem, por si só, não garante a qualidade do relacionamento interpessoal.
2. Os Estilos Comunicacionais
Embora tenhamos que assumir diferentes formas de comunicar com os outros, possuímos um estilo
relativamente constante e característico que predomina no comportamento comunicacional.
Analise o quadro:
ALTO BAIXO
Passividade Manipulação
BAIXA
O ESTILO AGRESSIVO
O ESTILO PASSIVO
7
¾ Como sinais característicos poderemos destacar o nervosismo, revelado em gestos
constantes e a voz frequentemente sumida.
O ESTILO MANIPULADOR
¾ Utiliza com frequência uma linguagem pouco directa, na forma como expressa as suas
intenções, recorrendo à insinuação como forma de manipular.
É um estilo pouco eficaz no relacionamento interpessoal, pela falta de implicação nas relações
interpessoais.
O ESTILO ASSERTIVO
¾ O comunicador assertivo deseja que “ (…) ambas as partes ganhem caso seja possível”1.
8
¾ A pessoa assertiva é capaz, por si própria, de dirigir a sua vida e não aceitar facilmente ideias
pré-concebidas como sendo: “sou assim e não posso mudar… sou muito nervoso e entrarei
sempre em pânico… serei sempre assim!”
A RETER
Os estilos comunicacionais têm sempre uma dimensão situacional e não são mais do que formas de
abordagem interpessoal.
EXERCÍCIO
Realize, agora, o exercício de auto-diagnóstico que se encontra em anexo e descubra o seu estilo
comunicacional predominante.
Azevedo, 1996.
1
Todas as pessoas têm diversos estilos disponíveis para utilizar consoante as situações, embora
haja um que prevalece sempre;
EXERCÍCIO
Responda às seguintes situações para identificar os estilos comunicacionais. De acordo com as situações
apresentadas, identifique para cada tipo de resposta o estilo comunicacional que está subjacente:
SITUAÇÃO 1
Comprou uma camisa. Quando chegou a casa reparou que tinha um pequeno defeito. Voltou à loja. O
vendedor diz-lhe que o defeito não se nota. Responde-lhe:
SITUAÇÃO 2
Está aborrecido com o seu amigo que acabou de chegar com uma hora de atraso para jantar consigo. Não
lhe telefonou a avisá-lo da demora. Diz-lhe:
SITUAÇÃO 3
Está há meia hora numa fila de espera para ser atendido num balcão de um banco. Um indivíduo tenta
passar à sua frente no momento em que ia ser atendido. Diz-lhe:
A. Oiça lá, está armado em “Chico esperto”? Não vê que estou à sua frente?;
B. Ignora o sucedido e não diz nada, afinal mais um, menos um, não faz grande diferença.
(__________);
C. O senhor estava atrás de mim. Agora é a minha vez de ser atendido, se não se importa espera a sua
vez. (__________);
D. Não sei se reparou, mas eu já cá estava, veja lá bem. (__________)
SITUAÇÃO 4
Está num bar na companhia do seu chefe, onde se deslocou no carro deste último. Ele tem estado a beber
bastante e você também. São horas de saírem e verifica que nenhum dos dois se encontra em estado de
conduzir com segurança. O seu chefe insiste em dizer que está bem e quer levá-lo a casa. Você diz:
AUTO-ESTIMA
EXERCÍCIO
Responda ao exercício de avaliação da auto-estima que lhe propomos em anexo e avalie o nível do seu
amor-próprio.
DETERMINAÇÃO
Surge como o resultado da energia associada à nossa força de vontade para levar a
cabo os nossos objectivos.
EMPATIA
12 ADAPTABILIDADE
AUTO-CONTROLO
TOLERÂNCIA À FRUSTRAÇÃO
Tem a ver com a nossa resistência aos aspectos mais negativos da nossa vida.
Caracteriza-se pela capacidade de gerir as tensões e conflitos, nas nossas relações
interpessoais.
SOCIABILIDADE
4. Os Direitos da Assertividade
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São um conjunto de princípios que orientam a comunicação assertiva:
Cada indivíduo tem a sua sensibilidade e reage de forma característica sem por isso ser considerado melhor
ou pior que os outros;
Cada um tem uma visão particular da realidade, o que proporciona uma infinidade de opiniões diferentes;
O direito de dizer “não sei” reside na capacidade para aceitar as nossas limitações;
Ser Escutado
O direito à livre expressão de ideias e sentimentos só faz sentido quando tem eco em alguém, o que
pressupõe o direito de ser escutado. A atitude de escuta vai para além da nossa capacidade de ouvir;
Cometer Erros
Este direito relaciona-se com o direito anterior. É importante saber lidar com as nossas limitações que são
próprias da condição do ser humano;
Vivemos em permanente interdependência com os outros seres humanos. Os pedidos são característicos da
dinâmica do relacionamento interpessoal, aceitando que os outros têm um contributo importante a dar e vice-
versa;
Dizer Não
Poderá ser tão assertivo como dizer sim, dependendo de cada contexto;
EXERCÌCIO
Reflectindo sobre os direitos da assertividade que acabou de ver, comente a seguinte frase: “Quanto mais
se sabe, mais se descobre que há para saber”2.
2
(Azevedo, 1996)
Lembre-se que:
Ser assertivo pressupõe ser-se afirmativo e um comunicador eficaz. Para tentar fazer corresponder estas
duas características, utilize a técnica de auto-afirmação “DESC”, que tem como finalidade exercitar a
capacidade de auto-afirmação de forma construtiva, permitindo a antecipação das situações e dos
comportamentos.
D – DESCREVE – O Sr. A descreve o comportamento do Sr. B de uma forma tão precisa e objectiva quanto
possível.
E – EXPRESSA – O Sr. A transmite ao Sr. B o que sente e pensa em relação ao seu comportamento
(sentimentos, preocupações, desacordos ou críticas).
S – ESPECÍFICA (do inglês specify) – O Sr. A propõe de forma específica ao Sr. B uma forma realista de
modificar o seu comportamento.
C – CONSEQUÊNCIAS – O Sr. A tenta interessar o Sr. B pela solução proposta, indicando-lhe as possíveis
consequências benéficas que a nova atitude lhe traria.
Exemplo:
Ontem, quando foi procurar uns papéis na minha secretária fiquei muito aborrecido porque me desorganizou
o meu trabalho. Gostaria que daqui para a frente me pedisse o que precisar em vez de remexer as minhas
coisas. Assim perde menos tempo e garante que recebe o que precisa.
EXERCÍCIO
16
Experimente utilizar esta técnica, tendo em conta duas das situações que usou no exercício de identificação
dos estilos comunicacionais:
Situação 1 – Comprou a tal camisa com defeito e não quer ficar com ela...
D
E
S
C
Situação 2 – O seu amigo chegou uma hora atrasada ao jantar que preparou com tanto cuidado para ele...
D
E
S
C
O “disco riscado” consiste simplesmente em repetir a nossa resposta tantas vezes quantas forem
necessárias para vencer a pressão exercida pelo interlocutor. Nesta comunicação é importante que sejamos
capazes de resistir à tentação de nos justificarmos ou de contra atacarmos as “acusações” do nosso
interlocutor. É geralmente eficaz quando lidamos com pessoas manipuladoras.
Exemplo:
17
A ideia do “edredão” deve-se ao psicólogo M. Smith e é muito simples. Consiste em responder a cada frase
com “É verdade” sempre que se trata de um facto indiscutível, ou com “É possível” sempre que é emitida
uma simples opinião.
A técnica do “edredão” é particularmente eficaz face às críticas mal intencionadas e não argumentadas
(justificadas), podendo ajudar as pessoas “hipersensíveis” a adquirir um mínimo de segurança face às
críticas de má fé.
Exemplo:
A eficácia da comunicação assertiva reside em dois comportamentos essenciais: (1) enfatizar verbalmente e
fisicamente e (2) ajudar ao esclarecimento da mensagem3.
Ex: Rosto aberto, olhar o interlocutor com atenção sem fixação excessiva, adoptar a mesma posição física
(em espelho).
Ex: Colocar questões a começar por COMO, PORQUÊ, QUAL A SUA OPINIÃO que permitam ao outro
expressar os seus pontos de vista.
6. Síntese Conclusiva
O formador deve ser um animador e um facilitador do relacionamento interpessoal. Como mediador e gestor
dos conflitos de um grupo, o formador deve funcionar como um regulador da acção.
Neste sentido, Pinto (1992) propõe que um formador deverá ser capaz de conduzir a acção, permitindo a
descoberta de formas assertivas de relacionamento, estabelecendo com os formandos um clima que
promova:
2. Uma comunicação de qualidade, quer na capacidade de escuta, quer na capacidade de dar feedback ao
grupo.
EXERCÍCIO
SOLUÇÃO DO EXERCÍCIO
- IDENTIFICAÇÃO DOS ESTILOS COMUNCACIONAIS -
- EXERCÍCIOS -
EXERCÍCIO DE “AUTO-DIAGNÓSTICO”
- Instruções -
De acordo com cada afirmação, registe com uma cruz na coluna a que corresponde à sua resposta:
Poderá, por último, esboçar o gráfico de resultados, de forma a ter uma melhor percepção dos seus
resultados.
Não se esqueça que, seja qual for o seu estilo comunicacional predominante, cada estilo poderá ser
utilizado consoante as situações, ou seja, cada estilo é eficaz em função da situação onde se aplica!
Fonte:
Adaptado por O. Fachada (1991) de Chalvin, D (1989). L’affirmation de soi (5ª ed.) pp 4-7. Paris: Les
Editions E.S.F..
V F
MATRIZ DE CORRECÇÃO
1 4 3 2
7 6 5 8
15 10 9 14
26
16 11 12 18
17 20 13 23
25 21 19 24
26 28 22 27
35 29 31 33
36 30 32 34
37 39 41 38
50 40 42 43
51 48 46 44
52 49 47 45
59 55 54 53
60 56 57 58
GRÁFICO DE RESULTADOS
15 15
- -
- -
- -
- -
10 10
- -
- -
- - 27
- -
5 5
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TESTE AUTO-ESTIMA
Olhe para si e verifique o seu nível de auto-estima, respondendo ao simples teste que lhe propomos.
Assinale com X o que melhor corresponde à sua forma habitual de se relacionar consigo mesmo. Quanto
melhor for a relação consigo, melhor será a relação com os outros.
FREQUÊNCIA
RARAMENTE
ALGUMAS
VEZES
COM
1. Encara a vida com optimismo e com sentido de
humor?
2. Encoraja-se a si próprio, quando tem de
enfrentar situações novas e difíceis?
3. Defende as suas ideias, com firmeza e
convicção, mesmo que os outros manifestem
desacordo?
4. Toma iniciativas próprias, independentemente
28 da aprovação alheia?
5. Mostra compreensão e tolerância em relação a
si mesmo e às suas limitações?
6. Felicita-se pelos seus êxitos e pelos seus
esforços sérios e honestos?
7. Suporta a ingratidão e as críticas sem reagir
agressivamente?
8. Aceita-se como é e consegue sentir gosto em
ser diferente dos outros?
9. Cuida de si e da sua aparência?
Para saber o resultado do seu teste, dê um ponto a cada resposta A (raramente), dois pontos a cada
resposta B (algumas vezes) e três pontos a cada resposta C (com frequência). Some, em seguida, o
conjunto desses pontos e reflicta sobre o seguinte: