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PLANOS E EIXOS E NOMECLATURA

DOS MOVIMENTOS HUMANOS

Ana Júlia Cunha Brito *


Orientador: Nelson Higino **

RESUMO: o objetivo deste artigo é revisar a descrição dos planos de movimento e sua

nomenclatura cinesiológica, visando usa importância para os profissionais da área da

saúde, principalmente fisioterapeutas.

A cinesiologia é uma disciplina do curso de fisioterapia e educação física que

estuda os músculos conforme estejam envolvidos na ciência do movimento.

(THOMPSON, 1997)

A análise dos movimentos depende de uma descrição correta dos movimentos

articulares que constituem cada padrão de movimento. A compreensão desses

movimentos em relação ao plano e ao eixo que são encontrados, é de grande

importância para médicos, fisioterapeutas, educadores físicos, técnicos de esportes,

treinadores de atletismo, coreógrafos, bailarinos e outros profissionais da área da saúde,

devido formar a base na elaboração de um programa de atividades e uma melhor

localização das partes do corpo.

Os movimentos ocorrem através de planos imaginários e em eixos

perpendiculares ao movimento e por convenção os movimentos articulares são definidos

com relação à posição anatômica, que coloca o corpo ereto com os pés unidos, membros

superiores ao lado do corpo e as palmas olhando para a frente. (RASCH, 1991)

Na posição anatômica, o corpo é referenciado de acordo com três planos

mutuamente ortogonais:

* Acadêmica do 3º ano de Fisioterapia da Unama; Monitora da disciplina Biocinese matutino.


** Docente de Biocinese do Curso de Fisioterapia da UNAMA.
O Plano Sagital, divide o corpo simetricamente em partes direita e esquerda.

As ações articulares ocorrem em torno de um eixo horizontal ou transversal e incluem

os movimentos de flexão e extensão.

O Plano Coronal ou Frontal, divide o corpo em partes anterior (ventral) e

posterior (dorsal). As ações articulares ocorrem em torno de um eixo ântero-posterior

(AP) e incluem a abdução e a adução.

* Acadêmica do 3º ano de Fisioterapia da Unama; Monitora da disciplina Biocinese matutino.


** Docente de Biocinese do Curso de Fisioterapia da UNAMA.
O Plano Transversal ou Horizontal divide o corpo em partes superior

(cranial) e inferior (caudal). As ações articulares ocorrem em torno de um eixo

longitudinal ou vertical e incluem a rotação medial – lateral e pronação – supinação.

Os termos que descrevem os movimento podem ser usados para várias

articulações em todo o corpo, sendo que alguns termos são específicos para certas

regiões, mas sempre respeitando a posição anatômica.

Nomenclatura e Descrição dos Principais Movimentos Corporais de acordo

com RASCH, SMITH et al. e THOMPSON:

GERAIS:

Flexão: movimento no plano sagital, em que dois segmentos do corpo (proximal e

distal) aproximam-se um do outro.

Extensão: movimento no plano sagital, em que dois segmentos do corpo (proximal e

distal) afastam-se um do outro. Quando esse movimento ultrapassa a posição anatômica

é chamada de Hiperextensão.

* Acadêmica do 3º ano de Fisioterapia da Unama; Monitora da disciplina Biocinese matutino.


** Docente de Biocinese do Curso de Fisioterapia da UNAMA.
Abdução: movimento no plano frontal, quando um segmento move-se para longe da

linha central (média) do corpo.

Adução: movimento no plano frontal, a partir de uma posição de abdução de volta à

posição anatômica, podendo até ultrapassa-la – Adução além da linha média.

Circundução: movimento circular de um membro que descreve um cone, combinando

os movimentos de flexão, extensão, abdução e adução.

Abdução Horizontal: movimento no plano horizontal afastando-se da linha mediana do

corpo.

Adução Horizontal: movimento no plano horizontal aproximando-se da linha média do

corpo.

Rotação Externa: movimento no plano horizontal, em que a face anterior volta-se para

o plano mediano do corpo.

Rotação Interna: movimento no plano horizontal, em que a face anterior volta-se para

o plano lateral do corpo.

REGIÕES ESPECÍFICAS:

CINTURA ESCAPULAR E ARTICULAÇÃO DO OMBRO:


* Acadêmica do 3º ano de Fisioterapia da Unama; Monitora da disciplina Biocinese matutino.
** Docente de Biocinese do Curso de Fisioterapia da UNAMA.
Elevação: movimento no plano frontal onde a escápula move-se no sentido superior

(para cima ou cranial).

Depressão: movimento no plano frontal onde a escápula move-se no sentido inferior

(para baixo ou caudal) ou retorno a posição inicial antes da elevação.

Rotação Superior: movimento no plano frontal onde a escápula gira superiormente , ao

mesmo tempo que se afasta da linha mediana e se eleva.

Rotação Inferior: movimento no plano frontal onde a escápula gira inferiormente, ao

mesmo tempo que se aproxima da linha mediana e se deprime.

Anteposição do ombro: movimento no plano horizontal em que o ombro é direcionado

para frente.

Retroposição do ombro: movimento no plano horizontal em que o ombro é

direcionado para trás.

Escapulação do ombro: movimento recentemente estudado, adiante do plano frontal

(30º/40º) associado a flexão e a abdução

ARTICULAÇÃO RADIOULNAR:

Pronação: movimento no plano horizontal, onde o rádio gira internamente sobre a ulna

resultando na posição da palma da mão para baixo.

Supinação: movimento no plano horizontal, onde o rádio gira internamente sobre a ulna

resultando na posição da palma da mão para cima.

PUNHO E MÃO:

Flexão radial (desvio radial): movimento no plano frontal, onde a mão afasta-se da

linha mediana do corpo. (abdução do punho)

* Acadêmica do 3º ano de Fisioterapia da Unama; Monitora da disciplina Biocinese matutino.


** Docente de Biocinese do Curso de Fisioterapia da UNAMA.
Flexão ulnar (desvio ulnar): movimento no plano frontal, onde a mão aproxima-se da

linha média do corpo ou volta a posição anatômica depois de uma flexão radial. (adução

do punho)

Oposição do polegar: movimento no plano horizontal, em que ocorre a aproximação

das polpas digitais (polegar em relação aos demais dedos) e envolve uma combinação

de abdução, circundução e rotação.

Reposição do polegar: movimento no plano horizontal, em que ocorre o afastamento

das polpas digitais, é o inverso da oposição.

COLUNA:

Flexão lateral: movimento no plano frontal, em que a cabeça ou o tronco lateralmente

afastam-se da linha mediana.

Redução: movimento no plano frontal, onde ocorre o retorno da coluna vertebral à

posição anatômica.

PELVE:

Anteroversão: movimento no plano sagital, onde a pelve inclina-se para a frente, logo a

espinha ilíaca ântero-superior anterioriza-se à sínfise púbica.

Retroversão: movimento no plano sagital, onde a pelve inclina-se para trás, logo a

espinha ilíaca ântero-superior posterioriza-se à sínfise púbica.

Inclinação D/E: movimento no plano frontal, em que ocorre uma elevação da crista

ilíaca em relação ao lado contrário.

Rotação D/E: movimento no plano horizontal, em que ocorre uma anteriorização da

hemipelve em relação ao lado contrário.

* Acadêmica do 3º ano de Fisioterapia da Unama; Monitora da disciplina Biocinese matutino.


** Docente de Biocinese do Curso de Fisioterapia da UNAMA.
TORNOZELO E PÉ:

Flexão Dorsal ou Flexão do Tornozelo: movimento no plano sagital, onde o dorso do

pé movimenta-se no sentido da tíbia anterior.

Flexão Plantar ou Extensão do Tornozelo: movimento no plano sagital, onde a planta

do pé afasta-se da tíbia.

Inversão: movimento no plano frontal, ocorre quando a planta do pé é girada para

dentro ou medialmente.

Eversão: movimento no plano frontal, ocorre quando a planta do pé é girada para fora

ou lateralmente.

ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR:

Depressão da mandíbula: movimento no plano sagital, em que a mandíbula move-se

para baixo. (abertura da maxila)

Elevação da mandíbula: movimento no plano sagital, em que a mandíbula move-se

para cima. (fechamento da maxila)

Desvio lateral: movimento no plano horizontal, em que a mandíbula desvia-se

lateralmente para a direita ou para a esquerda.

Protração da mandíbula: movimento no plano sagital, em que a mandíbula move-se

para frente.

Retração da mandíbula: movimento no plano sagital, contrário a protração onde a

mandíbula move-se para trás.

Diducção: movimento circular da mandíbula, sendo uma combinação de todos os seus

movimentos.

* Acadêmica do 3º ano de Fisioterapia da Unama; Monitora da disciplina Biocinese matutino.


** Docente de Biocinese do Curso de Fisioterapia da UNAMA.
O conhecimento dessa terminologia proporciona um melhor entendimento

entre os profissionais da área da saúde e ainda facilita a execução de um programa de

atividades, uma vez que a nomenclatura cinesiológica é universal.

Na fisioterapia o conhecimento da nomenclatura é utilizada na avaliação

cinético-funcional, na realização de testes e analise dos movimentos humanos, na

elaboração do programa de tratamento e na recuperação e manutenção dos movimentos

cinesiológicos.

BIBLIOGRAFIA

HIGINO, Nelson. Apostila de sala de in: Planos e Eixos dos Movimentos Corporais.
UNAMA, 2002.

RASCH, P. Cinesiologia e Anatomia aplicada. 7º ed. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan, 1991.

SMITH, L. K. et al. Cinesiologia Clínica de Brunnstrom. 5º ed. São Paulo: Manole,


1997.

THOMPSON, C.W. & FLOYD, R.T. Manual de Cinesiologia Estrutural. 12º ed. São
Paulo: Manole, 1997.

WHITING, W. & ZERNICKE, R. Biomecânica da Lesão Musculoesquelética. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.

* Acadêmica do 3º ano de Fisioterapia da Unama; Monitora da disciplina Biocinese matutino.


** Docente de Biocinese do Curso de Fisioterapia da UNAMA.
DADOS SOBRE O AUTOR

NOME: Ana Júlia Cunha Brito

ENDEREÇO: Rua dos Timbíras, 1084

TELEFONE: 272-1260 / 99950094

E-MAIL: anajulia-brito@bol.com.br

VINCULAÇÃO INSTITUCIONAL: Acadêmica do 3° ano do Curso de Fisioterapia da

UNAMA

CARGO: Monitora da Disciplina Biocinese matutino

* Acadêmica do 3º ano de Fisioterapia da Unama; Monitora da disciplina Biocinese matutino.


** Docente de Biocinese do Curso de Fisioterapia da UNAMA.

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