Professional Documents
Culture Documents
Produtiva para
Indústria da Moda
(44) 9984-8417
i9@i9suaempresa.com.br
Preparado para:
SEBRAE
Projeto Pólo do Vestuário do Noroeste do Paraná
2
PROCESSO PRODUTIVO
3
Fluxograma
Fluxogramas são formas de representar, por meio de símbolos gráficos (figura
2), a seqüência dos passos de um trabalho para facilitar sua análise. Analisar um
procedimento, apenas descrevendo seus passos um a um, não permite a visualização
rápida do processo como um todo. O uso de fluxograma ou mapa de processo
permite a rápida visualização e entendimento deste processo.
4
do cliente. Logo estas atividades devem ser evitadas, para que o tempo no processo
seja aproveitado em atividades que realmente agreguem valor, ou seja, as operações
de transformação.
5
Exemplo de Fluxograma para Fabricação de Camisa
Suponha que tenhamos a duração média de cada atividade, assim temos que:
6
ESTUDO DE TEMPOS
7
• Auxiliar no treinamento e evolução de novos operadores;
• balanceamento das linhas de produção e montagem;
• base para determinar a eficiência do operador(a) e da fábrica;
8
tensão psicológica que o operador sente quando está sendo observado diretamente por
um cronoanalista.
Prancheta: Na maioria das vezes, exceto quanto à mensuração é feita por
filmes, a tomada de tempos é feita no local onde ocorre a operação. Desta forma, é
comum o uso de uma prancheta para apoio do cronômetro e da folha de observações, de
forma a permitir que o cronoanalista possa anotar suas tomadas de tempo em pé. Estas
pranchetas adaptadas podem ser encontradas em lojas especializadas ou ser adquirida
através de revistas técnicas do ramo que, geralmente, circulam entre os profissionais da
organização.
Folha de observação: trata-se de um documento em que são registrados os
tempos e demais observações relativas à operação cronometrada. É comum que cada
empresa desenvolva sua folha de observação especifica.
Máquina de Calcular: A máquina de calcular com operações básicas ou mesmo
planilhas eletrônicas, facilitam e diminui a probabilidade de erros, sendo facilmente
obtidos a um baixo custo.
Lápis e Borracha: É recomendado o uso de lápis e borracha que evite borrões e
manchas, sendo que se algum erro incorrer possa ser apagado e marcado novamente.
Trena: Uma trena de um ou dois metros de comprimento, atende perfeitamente
as necessidades de uso de um cronometrista, que é medir: pontos por cm, largura de
costura, comprimento da costura, entre outros.
9
2. As ações do operador, quando independentes das ações da máquina, devem
ser medidas em separado. Em outras palavras, o trabalho do operador é do operador e o
trabalho da máquina é da máquina.
3. Definir o atraso ocasionado pelo operador e pelo equipamento separadamente.
Estudo de Freqüências:
Por vezes ao dividir determinada atividade em um ciclo de trabalho, é notada a
incidência de elementos cíclicos e não cíclicos, representando o número de vezes que tal
elemento é realizado a cada produto ou lote fabricado.
Exemplo:
Operação: Fazer bainha na gola da camisa
Elementos:
1º - Pegar o pacote com 40 camisas, abrir e colocar a direita;
2º - Pegar a camisa e posicionar no embainhador;
3º - Costurar a bainha;
4º - Cortar a linha e colocar a camisa ao lado;
5º - Fechar o pacote;
6º - Registrar produção
Classificando os elementos teremos:
1º - Elemento não cíclico, pois ocorre uma vez a cada 40 camisas;
2º - Elemento cíclico, aparece a cada vez que uma unidade é produzida;
3º - Cíclico; 4º - Cíclico; 5º - Não cíclico; 6º - Não cíclico
10
Exercício de fixação: uma indústria de confecções deseja cronometrar o tempo de
costura de uma camiseta. Em que elementos esta operação pode ser dividida?
É obvio e intuitivo que apenas uma tomada de tempo não é suficiente para se
determinar o tempo de uma atividade. É necessário que se façam várias tomadas de
tempo para obtenção de uma média aritmética destes tempos. A questão é: quantas
tomadas de tempo são necessárias para que a média obtida seja estatisticamente
aceitável? Neste caso é necessário utilizar um cálculo estatístico de determinação do
número de observações:
Número de ciclos a serem cronometrados
Onde:
N = número de ciclos a serem cronometrados
Z = coeficiente de distribuição normal para uma probabilidade determinada
R = amplitude da amostra
Er = erro relativo da medida
11
d2 = coeficiente em função do número de cronometragens realizadas preliminarmente
x = média dos valores das observações
Tabelas de coeficientes
12
Em outras palavras, foram realizadas sete cronometragens iniciais e a fórmula,
utilizando estes valores preliminares, determinou que apenas quatro cronometragens
seriam suficientes. Como o valor obtido com a fórmula é inferior ao número de
cronometragens inicialmente executado, isto significa que a tomada de tempos foi
válida e é possível utilizar a média encontrada de 9,8 segundos como sendo o “tempo
cronometrado” necessário para a realização da tarefa, com 95% de chance de acerto.
TN = TC x v
onde:
TN = Tempo normal
TC = Tempo cronometrado
v = Velocidade do operador
Avaliação do Ritmo
É o processo por meio do qual o cronoanalista compara o ritmo do operador em
observação com o seu próprio conceito de ritmo normal. Talvez a parte mais importante
e mais difícil do estudo de tempos consista na avaliação da velocidade ou ritmo com o
qual o operador trabalha, durante a execução da cronoanálise.
O Ritmo é exatamente o fator que mede a influência dos componentes
“habilidade” e “esforço” na produtividade da operação.
O “esforço” pode ser definido como a quantidade de trabalho que o operador
pode ou que dar. É influenciado por diversos fatores como: disposição física,
entusiasmo do operador, cansaço em diferentes momentos do dia e outros. E esforço
varia no dia a dia.
13
A “habilidade” é o que o operador traz para o trabalho como potencial próprio.
Depende de fatores como: destreza manual, experiência, inteligência, poucas
interrupções e hesitações durante o trabalho. A habilidade não varia no dia a dia.
Apresentaremos a seguir uma tabela com coeficientes percentuais para avaliar o
ritmo do operador. A divisão em elementos e a experiência do profissional em
cronoanálise servem de base para um julgamento adequado.
14
A tabela 2 deve ser utilizada para ajudar a classificar a faixa a ser aplicada na tabela
1. Quando a classificação entre habilidade e esforço for diferente, recomenda-se utilizar
a média dos valores. Por exemplo, um operador com habilidade “B” e esforço “C2”
teria um fator de correção de: (115 + 105)/2 = 110%.
A velocidade do operador é determinada subjetivamente pelo cronoanalista. Para a
velocidade de operação normal do operador é atribuída uma taxa de velocidade, ou
ritmo, de 100%. Velocidades acima do normal apresentam valores superiores a 100% e
velocidades abaixo do normal apresentam valores inferiores a 100%.
Velocidade acima do normal: o operador que está sendo avaliado pode estar
trabalhando acima da velocidade normal. Isto pode acontecer por vários motivos, como
por exemplo:
• tratar-se do início de expediente na segunda-feira;
• o operador ter acabado de ser repreendido por seu superior;
• o operador estar buscando um prêmio de produtividade;
• o operador possuir uma destreza para aquela tarefa que pouca gente possui
(neste caso a velocidade de trabalho pode ser normal para aquele operador
específico, porém não servirá para um operador “normal”);
• simplesmente, por estar sendo observado pelo cronoanalista.
Neste caso, o tempo cronometrado encontrado deverá ser ajustado para cima, já que
outros operadores não conseguirão repetir esse desempenho.
Velocidade abaixo do normal: nesta situação, o operador pode estar realizando a
tarefa que está sendo cronometrada em velocidade lenta, ou que pode acontecer por
fadiga, como por exemplo em uma sexta-feira à tarde. A lentidão também pode decorrer
de o operador observado ainda não ter prática suficiente na tarefa, por estar intimidado
ao sentir seu trabalho sendo cronometrado, pelo grau de dificuldade relacionado a
matéria-prima, produto ou mesmo a quantidade de movimentos empregada, ou por
qualquer outra razão. Neste caso, o tempo cronometrado encontrado deverá ser ajustado
para baixo, já que menos tempo será necessário para que outros operadores realizem a
mesma tarefa.
Como se trata de uma avaliação subjetiva, é comum que se faça o treinamento dos
cronoanalistas, utilizando-se operações padronizadas, ou operações realizadas dentro da
empresa e para as quais se tenha convencionado o tempo que representa a velocidade
normal de 100%. Em outras palavras, o cronoanalista deve saber se um trabalhador está
15
em ritmo lento ou acelerado da mesma forma que é possível perceber as pessoas
andando na rua. É fácil observar quem está andando depressa, quem anda em
velocidade normal e quem esta andando mais devagar. Assim, se for convencionado que
andar a 3 km/h é normal (100%), então andar a 4 km/h equivale a um ritmo de 133% e
andar a 2 km/h equivale a um ritmo de 67%.
Em suma os principais fatores que devem ser considerados na avaliação de ritmo de
uma operação são:
• Coordenação dos Movimentos
• Velocidade dos Movimentos
• Domínio da Máquina ou Método
• Grau de Dificuldade da Operação
Onde:
TP = Tempo Padrão
TN = Tempo Normal
FT = Fator de Tolerância
16
Tolerância para atendimento às necessidades pessoais: como se tratam de
necessidades fisiológicas do organismo, estas tolerâncias costumam ser consideradas
em primeiro lugar. Compreende o tempo para que o trabalhador recupere seu “bem estar
fisiológico”, através de idas ao banheiro, idas ao bebedouro, durante a jornada de
trabalho. Uma forma eficiente de se determinar os tempos de duração destas tolerâncias
consiste na utilização da teoria da amostragem do trabalho que será discutida mais
adiante. Outra forma de se determinar o tempo de tolerância é por meio do
monitoramento contínuo. Em trabalhos leves, para uma jornada de trabalho de oito
horas diárias, sem intervalos de descanso pré-estabelecidos (exceto almoço,
naturalmente) o tempo médio de parada, geralmente utilizado, varia de 10 a 24 minutos,
ou seja, de 2% a 5% da jornada de trabalho. É importante observar que esta tolerância
pode variar de indivíduo para indivíduo, de país para país, e de acordo com a natureza e
ambiente de trabalho. Em geral, trabalhos mais pesados e ambientes quentes e úmidos
requerem maior tempo para estas necessidades.
Tolerância para alívio da fadiga: até hoje não existe uma forma satisfatória de
se medir a fadiga, que é proveniente não só da natureza do trabalho, mas também das
condições ambientais do local de trabalho.
17
A Tabela 4 é uma forma simplificada para se estimar o valor do fator de tolerância para
alívio de fadiga de operações produtivas.
Tolerância para ocorrências administrativas: supervisões que interrompem o
trabalho do operador(a) com muita freqüência, o que muitas vezes poderia ser feito uma
única vez, orientando logo todos os pontos básicos. Por outras vezes encontramos
operadores que param, por não saberem o que fazer, ou seja, mal orientados.
Tolerância para ocorrências inevitáveis: As esperas podem ter vários motivos,
dentre eles é possível citar: necessidades de pequenos ajustes de máquina, quebra de
agulhas, freqüência de troca de linha, falta de material, falta de energia e necessidades
de manutenção preventiva.
Estes dois últimos tipos de tolerância, não necessariamente devem fazer parte do
tempo padrão. Caso este tempo de tolerância não seja incluído no tempo padrão, o
tempo de espera deve ser subtraído da capacidade disponível de homem hora máquina
na jornada de trabalho.
18
Resumindo temos:
Exercícios de Fixação:
1 – Quais os cuidados que devem ser tomados, perante o operador, quando se realiza um
estudo de tempos?
A empresa deseja que o tempo padrão tenha 95% de probabilidade de estar correto e
uma variação máxima de 6% sobre o tempo determinado. Quantas cronometragens
devem ser realizadas? (R. 3,3 cronometragens)
A empresa deseja que o tempo padrão tenha 95% de probabilidade de estar correto e
uma variação máxima de 6% sobre o tempo determinado. Quantas cronometragens
devem ser realizadas? (R. 39 cronometragens)
19
6 - No exercício anterior, o número de cronometragens calculada pela fórmula é
bastante elevado, por que isto aconteceu? Na prática, o que você recomendaria? Qual
seria o número necessário de cronometragens neste caso? (R. = 6 cronometragens)
20
AMOSTRAGEM DO TRABALHO
21
podendo auxiliar na descrição de cargos e funções, remunerando melhor quem dispensar
mais tempo em tarefas importantes. Além disto, este tipo de utilização da amostragem
do trabalho pode ajudar nas especificações das qualificações profissionais exigidas nos
anúncios de empregos, que, não raro, exigem qualificações que pouco ou nunca serão
utilizadas. No Brasil, p. ex., certas organizações, exigem fluência em inglês para cargos
cuja probabilidade desta necessidade no trabalho é praticamente inexistente.
22
O exemplo acima mostra que a secretária observada utiliza 42% de seu tempo na
atividade de digitação de documentos, 30% de seu tempo verificando e-mails e assim
por diante.
Exercícios de Fixação:
2) Qual a eficiência diária de uma célula de trabalho que fez 140 calças jeans,
cujo Tempo Padrão é de 12,3min, considerando uma jornada de trabalho de 8horas.
23
3) Qual a eficiência de um operador que produziu 900 peças, sabendo-se que a
meta diária de produção foi estabelecida em 880peças?
JOANA: trabalhou na operação de pregar gola durante 120 minutos, cujo tempo
padrão é de 0,36min. E produziu 350pçs.
24
ARRANJO FÍSICO
25
- Novos produtos ou novos serviços estão sendo projetados ?
- Estes produtos exigirão modificações no método de trabalho, fluxo de
materiais ou equipamentos empregados ?
- Haverá utilização de novas áreas de estocagem ?
REDUÇÃO DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO
- Haverá corte de pessoal e/ou paradas de equipamentos e diminuição de
movimentação de materiais ?
VARIAÇÃO NA DEMANDA
- A produção atual satisfaz as estimativas de vendas ?
- Os equipamentos de transporte e manuseio serão suficientes?
AMBIENTE DE TRABALHO INADEQUADO
- As condições de iluminação, ventilação e temperatura são satisfatórias?
- Pode o ruído ser isolado?
- Os locais para lavatórios são adequados?
CONDIÇÕES INSEGURAS
- Existe excesso de material ao lado da máquina?
- A área é adequada para o posto de trabalho? Existência de área que
comporta apenas um equipamento, onde na realidade há dois ?
- Os materiais inflamáveis estão colocados em área Segura?
- Existem muitos acidentes de trabalho?
- Há espaço para tráfego e operação de máquinas?
- O tipo de piso é adequado para a atividade?
- A faixa demarcatória protege o trabalhador dos meios utilizados para o
manuseio de materiais?
MANUSEIO EXCESSIVO
- Os materiais percorrem grande distâncias ?
26
- sanitários.
INCREMENTAR A PRODUÇÃO:
- fluxo mais racional.
REDUÇÃO DE MANUSEIO:
- utilização da movimentação no processo produtivo.
REDUÇÃO DO TEMPO DE MANUFATURA:
- reduzindo demoras e distâncias.
REDUÇÃO DOS CUSTOS INDIRETOS:
- menos congestionamento e confusão;
- menos manuseio (menor perda e danos de materiais, etc)
27
SATISFAÇÃO E SEGURANÇA - A satisfação e a segurança do homem são muito
importantes. Um melhor aspecto das áreas de trabalho promove tanto a elevação da
moram do trabalhador quanto a redução de riscos de acidentes.
FLEXIBILIDADE - Este é um princípio que, notadamente na atual condição de
avanço tecnológico, deve ser atentamente considerado pelo projetista de layout. São
freqüentes e rápidas as necessidades de mudança do projeto do produto, mudanças de
métodos e sistemas de trabalho. A falta de atenção a essas alterações pode levar uma
empresa ao obsoletismo. No projeto do layout deve-se considerar que as condições vão
mudar e que o mesmo deve ser fácil de mudar e de se adaptar as novas condições.
28
montagens semelhantes. Os materiais e produtos se deslocam procurando os diferentes
processos de cada área necessária.
Vantagens do arranjo físico por processo:
• grande flexibilidade para atender a mudanças de mercado: de uma maneira
geral, desconsiderando problemas de balanceamento e eventuais gargalos, para
alterar o processo de fabricação. No caso de se adotar o leiaute por processo, basta
alterar o fluxo a ser seguido pelo produto perfaz durante sua fabricação;
• bom nível de motivação: geralmente este arranjo exige de mão-de-obra
especializada e qualificada. Quando os produtos são únicos, não existe produção
repetitiva contribuindo para a redução da monotonia e, conseqüentemente, do tédio
no trabalho;
• atende a produtos diversificados em quantidades variáveis ao mesmo tempo:
este tipo de arranjo permite que mais de um tipo e modelo de produto possa ser
fabricado simultaneamente. Enquanto um produto está passando por um processo
em determinado local, é possível que outro produto diferente esteja recebendo um
outro processamento, na mesma planta fabril;
• menor investimento para instalação do parque industrial: quando equipamentos
similares são agrupados, os custos de instalação geralmente diminuem. Por
exemplo, determinados equipamentos ou operações exigem um sistema de exaustão
de ar ambiente. Se eles forem agrupados, um único sistema poderá servir a diversas
máquinas. O mesmo acontece com necessidades de refrigeração, instalações
hidráulicas, de ar comprimido, de gases, de combustível etc. Além disto, via de
regra, tratam-se de equipamentos não específicos, de uso geral, e portanto, de custo
mais acessível e manutenção mais simples. Há, ainda, a vantagem de venda ou troca
do equipamento, quando ele deixa de ser útil à operação;
• maior margem do produto: na verdade, a maior margem de contribuição não
advém do tipo de arranjo físico, e sim do tipo de produto, de maior valor agregado,
que, geralmente, se produz neste tipo de arranjo.
29
normalmente não estão posicionados na melhor seqüência para a fabricação de
determinado produto. Outro fato comum neste arranjo é que o produto muitas
vezes procura o processo seguinte na “contra mão” do processo anterior. Em
outras palavras, o produto vai e volta, em um processo ineficiente de
movimentação, que torna mais difícil o gerenciamento das atividades sendo
executadas;
• diluição menor de custo fixo em função de menor expectativa de produção:
como raramente se tem conhecimento com antecedência do que se vai produzir,
a empresa precisa dispor de uma série de recursos, que devem estar disponíveis
em função da necessidade de uma operação específica que pode ou não
acontecer. Muitas vezes, para evitar algum gargalo na produção de determinados
lotes, que podem exigir maior tempo de determinada operação, a empresa
precisa ter máquinas em duplicidade para atender demandas inesperadas;
• dificuldade de balanceamento: devido à constante alteração do produto, a
dificuldade em programar e balancear o trabalho é maior, além de se exigir que
essas atividades sejam executadas em intervalos curtos de tempo, às vezes até
diariamente. Isto costuma gerar estoques em processo mais elevados para
compensar as diferenças de processamento;
• exige mão-de-obra qualificada: por um lado, isto é tido como vantagem e, por
outro lado, pode ser considerado desvantajoso, empresas brasileiras acostumadas
a lidar com folhas de pagamento de baixo valor, quando comparadas às
empresas dos países mais desenvolvidos. Este processo não permite muita
amplitude de supervisão, não é rara a necessidade de um supervisor para cada
área de trabalho;
• maior necessidade de preparo e setup de máquinas: os volumes baixos
resultam na necessidade de maior quantidade de preparos de máquinas,
proporcionalmente ao tempo que estas são mantidas em operação.
30
Problemas de iluminação, saídas de emergência, acesso a bebedouros e
banheiros, necessidades de instalações etc. devem ser levados em conta. Apesar dos
detalhes específicos de cada caso, alguns conceitos básicos e naturais devem ser
obedecidos para a elaboração de um bom arranjo. O cálculo das áreas necessárias para
cada centro de trabalho costuma ser feito da seguinte forma:
Aresta viva: chamamos de aresta viva o lado ou dimensão produtiva de um
equipamento. Em outras palavras, é o lado que o trabalhador opera a máquina. Por
exemplo, a aresta viva de uma máquina de costura corresponde ao lado da máquina
onde a costureira senta para costurar.
Superfície ou área projetada (Sp): é a área correspondente à projeção ortogonal do
contorno do equipamento em relação ao piso da fábrica. Em pa lavras mais simples,
pode-se dizer que a superfície projetada é a área correspondente à maquina ou
equipamento “vista de cima”. Geralmente, esta superfície corresponde à área física da
base do equipamento.
Superfície ou área de operação (So): corresponde à área estritamente necessária para
que o trabalhador possa operar o equipamento de forma segura e eficiente.
Naturalmente, o cálculo da área de operação varia de acordo com o tipo de máquina,
operação, tamanho das peças para processar e tamanho dos estoques utilizados no
processo. De forma geral, a superfície de operação é calculada utilizando-se 100% das
dimensões de cada aresta viva da máquina multiplicada pela metade da aresta não viva
ou considerando-se uma faixa mínima de 0,5 m, quando o comprimento da aresta não
viva for pequeno demais e uma faixa máxima de 2 metros, quando a dimensão da aresta
não viva for grande demais.
Superfície ou área de circulação (Sc): além da área de operação, será necessário prever
uma outra área para permitir a circulação do fluxo de produtos, pessoas e materiais da
operação produtiva. Esta área de circulação geralmente é calculada utilizando-se 50%
da soma da área projetada com a área de operação, respeitando-se um limite máximo de
3 metros.
Corredores de passagem: são áreas destinadas à circulação comum de pessoas,
materiais e veículos que não fazem parte direta do fluxo de produção. Um corredor de
passagem deve ter largura mínima de 0,6 metro. Porém, como alertado anteriormente, a
largura do corredor vai depender de cada necessidade especifica, bem como da
disponibilidade de espaço. Em algumas empresas, a falta de espaço obriga corredores de
largura estreita que permitem a passagem de apenas uma pessoa por vez, sendo
31
necessária, inclusive, a colocação de placas de indicativas de sentido do corredor. Este
tipo de solução não é recomendado e só deve ser adotado em última instância.
32
A Vestebrás é uma indústria de confecções em fase de ampliação que pretende
se mudar do seu prédio atual para um novo prédio maior. A nova planta industrial
consiste em um prédio de formato retangular de 60m de comprimento por 30m de
largura.
Passo 1: identificar o fluxo dos materiais e operações:
Vestebrás fabrica cinco famílias de produtos: camisetas, camisas, calças,
jaquetas e macacões. O gerente de produção preparou uma carta multiprocesso para
estes cinco produtos conforme a Figura abaixo:
33
Identificação das arestas vivas dos centros de trabalho da Vestebrás
34
Passo 4: elaborar o arranjo físico:
Levando em consideração o fluxo predominante dos materiais e operações
levantados na carta multiprocesso, considerando as necessidades recomendadas de área
física para cada um dos sete setores e o diagrama de relacionamento entre eles, o
gerente da Vestebrás tem agora as exigências e restrições que devem ser levadas em
consideração e atendidas da melhor forma possível. Mais uma vez, convém ressaltar que
nem sempre todas as condições poderão ser atendidas. Desta forma, busca-se
estabelecer o melhor arranjo físico dentro das possibilidades disponíveis. O croqui a
seguir não é a única forma de montagem do arranjo físico, outras combinações podem
ser elaboradas levando em consideração os dados obtidos nos passos 1 a 3.
35
Vantagens do arranjo físico celular:
• aumento da flexibilidade quanto ao tamanho de lotes por produto: quando as
máquinas são posicionadas em células, destinadas a uma família de produtos, o
tempo de set-up acaba por se reduzir, uma vez que menos tipos e famílias de
produtos serão produzidos nestas células. Com a redução dos tempos de set-up é
possível diminuir o tamanho dos lotes de produção, tornando a operação mais
flexível;
• diminuição do transporte de material: as distâncias percorridas pelo material em
uma célula de produção são, geralmente, menores que o caminho percorrido pelo
material em um arranjo físico por produto ou por processo. A proximidade das
máquinas e equipamentos na célula faz com que a necessidade de movimentação
seja reduzida. Na maioria das vezes, isto elimina a necessidade de equipamentos de
movimentação dispendiosos entre um processo e outro. O próprio operador pode se
encarregar da movimentação manual entre dois estágios de produção;
• diminuição dos estoques: a diminuição dos lotes mínimos de fabricação, por si só,
reduz o estoque médio do produto fabricado. Além disto, há a redução dos estoques
em processo, em conseqüência da redução do tempo de espera dos itens em
processamento entre uma estação de trabalho e outra, quando comparado ao arranjo
físico por processo;
• maior satisfação no trabalho: talvez uma das principais contribuições do arranjo
celular esteja ligada ao ambiente de trabalho. É mais fácil organizar o entrosamento
entre os funcionários de uma mesma célula, tanto pela proximidade física que
acontece nas mini-linhas de produção, como pela facilidade de treinamento e
rotação de tarefas entre os trabalhadores. Os funcionários passam a trabalhar o
processo completo de produção do item e não mais tarefas fracionadas como nos
demais tipos de arranjos físicos. Isto torna o trabalho mais interessante e faz com
que os funcionários se sintam mais responsáveis pelo processo e valorizados pela
empresa.
36
especifica, mesmo que existam recursos produtivos na célula que pudessem estar
sendo utilizados;
• dificuldade em elaborar o arranjo: a dificuldade e a complexidade na elaboração
de um arranjo físico celular é maior que a dos arranjos por processo e por produto.
37