Professional Documents
Culture Documents
CONTRIBUIÇÕES DO PRAGMATISMO
DE PEIRCE PARA O AVANÇO
DO CONHECIMENTO
The Contributions of Pierce’ s pragmatism
to knowledge advance
Lucia Santaella1
Resumo
Este texto reflete aspectos da contribuição epistemológica do pragma-
tismo de Peirce a partir de dois de seus mais conhecidos textos, a
saber, A fixação das crenças e Como tornar claras nossas idéias. De-
pois de esclarecer o conceito peirceano de pragmatismo, avança-se
para a compreensão do que o filósofo denomina “ciências normati-
vas”, o que revela a conexão intrínseca que existe entre Lógica, Semi-
ótica, Ética e Estética. O ideal dos ideais e pode ser concebido mesmo
numa visão evolucionista.
Palavras-chave: Peirce, pragmatismo, semiótica, ética, conhecimen-
to, crença.
Abstract
This text reflects the aspects of the epistemological contribution of
Pierce ‘s pragmatism from two of his most know texts ,such as ‘’the
fixation of beliefs’’and how to make clear our ideas .After clarifying
the peircean concept of pragmatism,reaching the understandingabout
what the philosopher entitles
“ normative sciences ‘’ ,wich reveals the intrinsic connections among
Logical,Semiotic,Ethics and Esthetic. The pragmatic aim becomes,
thus,the aimof the aims and can be conceived even in an evolutionary
vision.
Keywords: Peirce, pragmatism, semiotic, ethics, knowledge, belief.
1
Professora Pesquisadora do Programa de Semiótica da PUCSP
E-mail: Lbraga@pucsp.br
das ciências normativas com o pragmatismo, pois é esta relação que tem
sido menos trabalhada pelos comentadores de Peirce.
certo ponto, são controláveis” (MS 655: 24, apud Santaella 1994: 119-
120). Ele dizia:
vas, mas estes foram descartados porque não têm uma aplicabilidade ge-
ral, exceto na medida em que estão atados a um conceito. Os desejos
também foram rejeitados porque são efeitos do interpretante energético.
Por exclusão, Peirce chegou, então, ao hábito como interpretante lógico.
De fato, não há nada que possa melhor preencher a definição de interpre-
tante lógico do que o hábito. A regra ou hábito, nos diz Savan (1976: 43-4),
final, uma meta que, como já vimos, é idealmente pensável, mas concre-
tamente inatingível, visto que a razão criativa é algo em permanente
metabolismo e crescimento. Um crescimento com o qual colaboramos
na medida em que nossa sensibilidade é atraída por esse ideal, nossos
hábitos se regeneram graças à autocrítica e ao autocontrole, acionando
nosso empenho ético para fazer de nós participantes, mesmo que humil-
des, de um processo evolutivo que visa dar corpo, sempre mais e mais,
aos ideais que se mostram razoáveis.
Referências