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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN

CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA SANITÁRIA
Inter-relações entre saneamento ambiental, qualidade ambiental, saúde pública,
qualidade de vida e desenvolvimento econômico e social.
Aluno: Alex Pinheiro Feitosa Data:

A carência de uma política de saneamento adequada para a grande parte da


população brasileira obriga que os mesmos tenham que utilizar de meios inadequados na
captação de água para consumo e a destinação correta dos efluentes gerados em suas
residências e, por conseguinte, trazendo sérios efeitos no meio ambiente bem como
saúde pública, com a poluição de mananciais e de águas naturais subterrâneas. Além de
proporcionar o ambiente favorável para a disseminação de vetores o que irá ocasionar o
aumento de diversas doenças e com isso provocar um aumento nos gastos do Estado
nas despesas médico-hospitalares, sendo que esses recursos extras poderiam ser
aplicados em outras áreas com vistas a promover um melhor desenvolvimento social e
econômico.
Para que um ser humano tenha sua saúde agravada obrigatoriamente tem-se que
ocorrer no mesmo tempo e espaço, agente etiológico, meio de transmissão e
suscetibilidade, então se faz necessário que haja o combate a um desses condicionantes
com o objetivo de proteção a saúde. Existem alguns fatores que influenciam no combate
as doenças dependendo do seu agente etiológico bem como seu meio de transmissão
que necessitam ser estudadas, são elas: carga excretada, latência, persistência,
multiplicação e dose infectante.
Em seu Art. 3º a Lei 8.080, de 19/09/1990, diz em seu texto que a saúde tem como
fatores determinantes e condicionantes, a moradia, o saneamento básico, o meio
ambiente, entre outros, ou seja, se o País não se preocupa em investir no saneamento
bem como promover políticas públicas para a preservação do meio ambiente o mesmo
estará condicionando a população a ter sua saúde diretamente afetada, pois ao invés
disto, o que se observa é que é preferível tratar as pessoas doentes a prevenir que as
mesmas fiquem doentes.
No Brasil as populações que não são atendidas por serviços de saneamento, estão
concentradas principalmente nas periferias das grandes e médias cidades, nos pequenos
aglomerados urbanos e nas regiões mais pobres do país, ou seja, as Norte e Nordeste,
onde observa-se um menor nível de desenvolvimento econômico bem como uma maior
necessidade de ações de saneamento ambiental com vistas a dar acesso a serviços que
trariam impactos benéficos sobre a saúde pública desses locais, nos quais os principais
são: abastecimento de água; proteção sanitária de mananciais; esgotamento sanitário;
tratamento dos esgotos; reúso de águas; drenagem urbana; limpeza pública e destino dos
resíduos sólidos; controle de vetores; melhoria na habitação; educação sanitária e
ambiental e mobilização comunitária.
Mas existem outros problemas que soma-se aos da falta de saneamento nesses
locais, provocam o agravamento da situação nessas regiões, tais como: na produção
agrícola o uso indiscriminado de fertilizantes bem como defensivos agrícolas que vão se
acumulando no solo e depois são carreados para os corpos hídricos tornando os mesmos
inadequados para o consumo; os efluentes provenientes das atividades industriais são
lançados as vezes sem nenhum tipo de tratamento e com isso fazendo com o que as
populações que dependam desses corpos hídricos para buscar seu alimento fiquem
prejudicadas, pois estarão consumindo um alimento inadequado e podendo desencadear
uma série de doenças nos mesmos e soma-se a isso a falta de fiscalização pelo poder
público que deveria garantir a preservação desses mananciais, haja a vista a qualidade
das águas hoje dependem mais desse fator do que das estações de tratamento.
Como cada vez mais se ouve falar na busca da sustentabilidade, o saneamento
desse ponto de vista deve-se observar que o mesmo não se restringe a apenas alcançar
a erradicação de doenças, redução da poluição dos recursos hídricos, mas, além disso,
trata da questão social e isso depende de vontade política bem como da população
beneficiada que após ser contemplada com obras de saneamento deverá zelar pela
mesma em virtude de ser beneficiada diretamente.
Para se alcançar as metas de se ter um país com uma área de saneamento mais
abrangente com vistas a possibilitar um melhor desenvolvimento social, o Estado deve
agir junto com a população na implementação dos planos de saneamento nos seus
respectivos locais nas decisões, ou seja, desde o planejamento ate o final da obra, por
conseguinte, a comunidade irá poder ter entender os mecanismos e processos envolvidos
e assim poder opinar, contribuir, concordar ou discordar a partir da experiência adquirida
durante sua vida essa participação foi reafirmada de acordo com a Carta de Ottawa
(Canadá) sobre a promoção a saúde, na qual diz que a comunidade deverá capacitar-se
com vistas a melhorar a sua qualidade de vida e saúde, com maior participação no
controle desse processo.
Isto posto o fato de no Brasil o grande déficit na quantidade de pessoas ainda não
atendidas por ações de saneamento, não se deve ao fato da falta de tecnologia de certo
os custos são elevados, mas se for levado em consideração os benefícios a população
primordial os mesmos se tornam irrelevantes pois seriam facilmente pagos devido a
redução de outros custos que estão diretamente ligados com a falta de saneamento e
também pelo fato de proporcionar um maior desenvolvimento econômico para o país.
Mesmo com o fato de não se ter empecilho tecnológico, deve-se buscar não a
solução mais cara e sim a mais eficiente com vistas à obtenção de uma maior relação
custo/benefício e essa eficiência é alcançada adequando a tecnologia disponível a região
que será atendida possibilitando com isso o objetivo da universalização do saneamento
que é o grande desafio a ser enfrentado.

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