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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL (SENAC-RIO)

Resíduos Sólidos Industriais

Por:
Cristiano Damião Angelo de Souza
Rodolfo Ribeiro de Almeida

Campos dos Goytacazes –Maio -2010


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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO....................................................................................................5

CONTEÚDO........................................................................................................8

CONCLUSÃO....................................................................................................15

REFERÊNCIA....................................................................................................16

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INTRODUÇÃO

Resíduos sólidos são materiais sólidos considerados sem utilidade,


supérfluos ou perigosos, gerados pela atividade humana, e que devem ser
descartados ou eliminados, constituem aquilo que genericamente se chama
lixo.

O conceito de "lixo" pode ser considerado como uma invenção humana,


pois em processos naturais não há lixo. As substâncias produzidas pelos seres
vivos e que são inúteis ou prejudiciais para o organismo, tais como as fezes e
urina dos animais, ou o oxigênio produzido pelas plantas verdes como
subproduto da fotossíntese , assim como os restos de organismos mortos são,
em condições naturais, reciclados pelos decompositores. Por outro lado, os
produtos resultantes de processos geológicos como a erosão podem também,
a uma escala de tempo geológico, transformar-se em rochas sedimentares.

Os resíduos sólidos industriais originados nas atividades dos diversos


ramos da indústria, tais como: o metalúrgico, o químico, o petroquímico, o de
papelaria, da indústria alimentícia, etc. O lixo industrial é bastante variado,
podendo ser representado por cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou
ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal, escórias, vidros,
cerâmicas. Nesta categoria, inclui-se grande quantidade de lixo tóxico. Esse
tipo de lixo necessita de tratamento especial pelo seu potencial de
envenenamento.

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CONTEÚDO

Um dos maiores desafios dos gestores públicos tem sido equacionar de


forma equilibrada o desenvolvimento econômico com a preservação do meio
ambiente. Um inimigo silencioso vem assumindo um importante papel na
discussão sobre a sustentabilidade ambiental: o resíduo.

Dois pontos fundamentais relacionados à questão não têm recebido a


atenção devida: a produção e o destino/tratamento e conseqüente impacto no
ambiente.

Diariamente são produzidas imensas quantidades de resíduo sendo que


seu descarte muitas vezes não recebe um acondicionado adequado, sua
disposição não se restringe a locais aptos a este fim, e o tratamento, quando é
feito, nem sempre apresenta a eficiência necessária, gerando poluição de
águas, solos e ar, pondo em risco a saúde das populações e degradando o
meio ambiente (CALBERONI, 2009).

Os resíduos sólidos resultam das diversas atividades humanas,


dentre elas a atividade industrial que gera resíduos em quantidades e com
características tais que necessitam de disposição final adequada.

Por apresentarem riscos de poluição ambiental e de saúde pública, esta


disposição final deve ocorrer em aterros sanitários industriais, obras de
engenharia preparadas para o tratamento e disposição final destes resíduos de
forma a gerar o mínimo impacto sobre o ambiente e a saúde humana.

Atualmente, os resíduos sólidos industriais que são corretamente


destinados a aterros sanitários industriais sofrem um processo classificatório
prévio ao seu tratamento e disposição final.

A classificação dos resíduos envolve a identificação do processo ou


atividade que lhes deu origem e de seus constituintes e características e a
comparação destes constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo
impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido (ABNT, 2004a).

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Classes dos resíduos

No dia 31 de maio de 2004 a ABNT - Associação Brasileira de normas


Técnicas publicou a nova versão da sua norma NBR 10.004 - Resíduos
Sólidos. Esta Norma classifica os resíduos sólidos quanto aos seus riscos
potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que possam ser
gerenciados adequadamente.

Classe 1 - Resíduos perigosos: são aqueles que apresentam riscos à


saúde pública e ao meio ambiente, exigindo tratamento e disposição especiais
em função de suas características de inflamabilidade, corrosividade,
reatividade, toxicidade e patogenicidade.

Classe 2 - Resíduos não-inertes: são os resíduos que não apresentam


periculosidade, porém não são inertes; podem ter propriedades tais como:
combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água. São
basicamente os resíduos com as características do lixo doméstico.

Classe 3 - Resíduos inertes: são aqueles que, ao serem submetidos aos


testes de solubilização (NBR-10.007 da ABNT), não têm nenhum de seus
constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões de
potabilidade da água. Isto significa que a água permanecerá potável quando
em contato com o resíduo. Muitos destes resíduos são recicláveis. Estes
resíduos não se degradam ou não se decompõem quando dispostos no solo
(se degradam muito lentamente).

Com essa classificação fica mais fácil identificar de que forma tratar
resíduos sólidos industriais, além disso, fale ressaltar que os resíduos sólidos
industriais são de responsabilidade de quem ò produz a indústria, veja o
quadro 1.

QUADRO 1

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Dados Alarmantes

Somos a sociedade do lixo, cercados totalmente por ele, mas só


recentemente acordamos para este triste aspecto de nossa realidade. Ele diz
ainda que, nos últimos 20 anos, a população mundial cresceu menos que o
volume de lixo por ela produzido. Enquanto de 1985 a 2005 a população do
planeta aumentou em 18%, a quantidade de lixo sobre a Terra passou a ser
25% maior.

Formas de Minimizar os Impactos Ambientais

Uma forma de minimizar os impactos ambientais e a elaboração do


plano de gerenciamento de resíduos sólidos, nas áreas de segurança industrial
e meio ambiente é fundamental um gerenciamento de resíduos sólidos
apropriado para cada atividade industrial.com o objetivo de minimizar os dados
que tais resíduos causam no meio ambiente.

Para atingir estes objetivos sua meta é a valorização do ser humano, o


cumprimento da legislação e a busca pela excelência nos aspectos
relacionados ao meio ambiente, à saúde ocupacional e segurança
industrial.com uma pequena demonstração podemos ver que o gerenciamento
dos resíduos sólidos é uma das mais eficientes formas de minimizar impactos
ambientais veja na figura 1.

FIGURA 1- Escala de prioridades no gerenciamento de resíduos.

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Plano de gerenciamento de resíduos sólidos (PGRS)

Descrição

O Plano de gerenciamento de resíduos sólidos industriais se constitui


em um documento integrante do sistema de gestão ambiental, baseado nos
princípios da não geração e da minimização da geração de resíduos, que
aponta e descreve as ações relativas ao seu manejo, contemplando os
aspectos referentes à minimização na geração, segregação, condicionamento,
identificação, coleta e transporte interno, armazenamento temporário,
tratamento interno, armazenamento externo, coleta e transporte externo,
tratamento externo e disposição final.

O PGRS deve ser elaborado pelo gerador dos resíduos e submetido à


análise do órgão ambiental para aprovação.

Objetivo

Dotar os empreendimentos passíveis de licenciamento ambiental, de


instrumentos que possibilitem elaborar o Plano de Gerenciamento de Resíduos
de Resíduos, O PGRS busca minimizar a geração de resíduos na fonte,
adequar à segregação na origem, controlar e reduzir riscos ao meio ambiente e
assegurar o correto manuseio e disposição final, em conformidade com a
legislação vigente.

Legislação aplicada

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Manejo, tratamento, e destino final dos resíduos sólidos

O manejo dos resíduos, no âmbito interno dos estabelecimentos, deve


obedecer a critérios técnicos que conduzam à minimização do risco à saúde
pública e à qualidade do meio ambiente.

Tratamento: conjunto de unidades, processos e procedimentos que


alteram as características físicas, físico-químicas, químicas ou biológicas dos
resíduos. Sistema de Destinação Final: conjunto de instalações, processos e
procedimentos que visam a Destinação ambientalmente adequada dos
resíduos em consonância com as exigências ambientais.

A disposição final dos resíduos deverá ser realizada de acordo com as


características e classificação, podendo ser objeto de tratamento
(reprocessamento, reciclagem, descontaminação, incorporação, co-
processamento, re-refino, incineração) ou disposição em aterros: sanitário ou
industrial.

Classificação dos Resíduos

Consiste na classificação dos resíduos baseado nos laudos de análise


química, segundo a NBR-10.004 da ABNT, submetendo os resíduos aos testes
de Solubilidade e Lixiviação, conforme as NBR´s 10.006 e 10.005
respectivamente, ou ainda outro tipo de análise (cromatografia, absorção
atômica, espectrofotometria UV, etc.) que julgar necessário para melhor
identificar os seus componentes.

Esta etapa objetiva classificar, quantificar, indicar formas para a correta


identificação e segregação na origem, dos resíduos gerados por
área/unidade/setor da empresa.

A quantificação dos resíduos deverá ser feita através de pesagem por 07


(sete) dias consecutivos, tirando-se a média diária e a média mensal.

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Programa de redução na fonte

O programa de redução na fonte consiste na implementação de técnicas


e procedimentos que visem reduzir a geração ou minimizar a presença dos
principais contaminantes presentes no resíduo.

Segregação

Consiste na operação de separação dos resíduos por classe, conforme


norma ABNT NBR- 10.004, identificado-os no momento de sua geração,
buscando formas de acondicioná-lo adequadamente,conforme a NBR-
11174/89 (resíduos classe II e II) e NBR-12235/87 (resíduos classe I), e a
melhor alternativa de armazenamento temporário e destinação final.

A segregação dos resíduos tem como finalidade evitar a mistura


daqueles incompatíveis, visando garantir a possibilidade de reutilização,
reciclagem e a segurança no manuseio. A mistura de resíduos incompatíveis
pode causar: geração de calor; fogo ou explosão; geração de fumos e gases
tóxicos; geração de gases inflamáveis; solubilização de substâncias tóxicas,
dentre outros.

Identificação dos Resíduos

A identificação dos resíduos serve para garantir a segregação realizada


nos locais de geração e deve estar presente nas embalagens, "containeres",
nos locais de armazenamento, e nos veículos de coleta interna e externa.
Utilizando simbologias baseadas na norma da ABNT NBR 7500 a 7504 e na
resolução CONAMA nº 275/01, procurando sempre orientar quanto ao risco de
exposição.

Coleta e transporte interno

Compreende a operação de transferência dos resíduos acondicionados


do local da geração para o armazenamento temporário e/ou, tratamento interno
(descontaminação, reprocessamento, etc.)

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Transporte externo

Compreende a operação de transferência dos resíduos acondicionados


do local da geração para o armazenamento definitivo a ser estabelecido fora do
ambiente gerador, normalmente esse local é para uma empresa do seguimento
de reciclagem de resíduos sólidos industriais e/ou, tratamento interno
(descontaminação, reprocessamento, etc.)

Plano de contingência

O PGRS deve especificar medidas alternativas para o controle e


minimização de danos causados ao meio ambiente e ao patrimônio quando da
ocorrência de situações anormais envolvendo quaisquer das etapas do
gerenciamento do resíduo.

No plano de contingência deverão constar: a forma de acionamento


(telefone, e-mail, "Pager", etc.), os recursos humanos e materiais envolvidos
para o controle dos riscos, bem como a definição das competências,
responsabilidades e obrigações das equipes de trabalho, e as providências a
serem adotadas em caso de acidente ou emergência.

O plano de continência deverá descrever as situações possíveis de


anormalidade e indicar os procedimentos e medidas de controle para o
acondicionamento, tratamento e disposição final dos resíduos nas situações
emergenciais.

Logística de movimento dos Resíduos

Compreende a logística para a movimentação dos resíduos desde a sua


geração até a destinação final, considerando-se o trajeto interno a ser
realizado, as ruas e rodovias, avaliando-se o caminho mais curto e mais seguro
até a destinação final adequada.

Administração e responsabilidade

O PGRS e o correto gerenciamento dos resíduos, deverá ser


acompanhado através de responsável técnico, devidamente registrado no
Conselho Profissional,

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O PGRS deverá ser atualizado sempre que ocorram modificações
operacionais, que resultem na ocorrência de novos resíduos ou na eliminação
destes, e deverá ter parâmetros de avaliação visando ao seu aperfeiçoamento
contínuo.

Depois de ter apresentado todos os dados obrigatórios para a


elaboração de um plano de gerenciamento de resíduos sólidos, apresento em
três tabelas uma simples noção de como o plano é:

TABELA 1

TABELA 2

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TABELA 3

Reciclagem de Resíduos Sólidos

A reciclagem em geral trata de transformar os resíduos em matéria-


prima, gerando economias no processo industrial. Isto exige grandes
investimentos com retorno imprevisível, já que é limitado o repasse dessas
aplicações no preço do produto, mas esse risco reduz-se na medida em que o
desenvolvimento tecnológico abre caminhos mais seguros e econômicos para
o aproveitamento desses materiais.

Para incentivar a reciclagem e a recuperação dos resíduos, alguns


estados possuem bolsas de resíduos, que são publicações periódicas,
gratuitas, onde a indústria coloca os seus resíduos à venda ou para doação.

Padronização de Recipientes de Materiais Recicláveis

O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA publicou no dia 19


de junho de 2001, no Diário Oficial, a Resolução nº 275, de 25 de abril de 2001,
que define as cores que serão utilizadas nos recipientes de materiais
recicláveis. O objetivo da decisão é estabelecer um padrão nacional de cores e
adequá-lo aos padrões internacionais.

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As cores padronizadas são:

FIGURA 2

Outros processos de tratamento

• Neutralização, para resíduos com características ácidas ou alcalinas;


• Secagem ou mescla, que é a mistura de resíduos com alto teor de
umidade com outros resíduos secos ou com materiais inertes, como serragem;
• Encapsulamento, que consiste em revestir os resíduos com uma camada
de resina sintética impermeável e de baixíssimo índice de lixiviação;
• Incorporação, onde os resíduos são agregados à massa de concreto ou
de cerâmica em uma quantidade tal que não prejudique o meio ambiente, ou
ainda que possam ser acrescentados a materiais combustíveis sem gerar
gases prejudiciais ao meio ambiente após a queima;

Na reciclagem apresentaremos uma tabela para essa separação, veja na


tabela 4 abaixo:

TABELA 4

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CONCLUSÃO

Para tratar a questão dos resíduos industriais, o Brasil possui legislação


e normas específicas. Pode-se citar a Constituição Brasileira em seu Artigo
225, que dispõe sobre a proteção ao meio ambiente; a Lei 6.938/81, que
estabelece a política Nacional de Meio Ambiente; a Lei 6.803/80, que dispõe
sobre as diretrizes básicas para o zoneamento industrial em áreas críticas de
poluição; as resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA
257/263 e 258, que dispõem respectivamente sobre pilhas, baterias e
pneumáticos e, além disso, a questão é amplamente tratada nos Capítulos 19,
20 e 21 da Agenda 21 (Rio-92).

Mesmo com toda essa legislação o Brasil tem sofrido um impacto


ambiental muito grande, os políticos e as autoridades têm uma parcela de
culpa grande, mais é da sociedade a maior reincidência desse problema
ambiental, por que todos sabem que a lei existe, mais por outro lado, não
obriga as autoridades a cumprir tais leis.

A educação faz um povo fácil de ser liderado, mas difícil de ser dirigido,
fácil de ser governado, mas impossível de ser escravizado
Henry Peter

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REFERENCIA

Referência

www.ambientebrasil.com.br. Acesso em abril de 2010.

WWW.cra.com.br Acesso em abril de 2010.

VALLE, C.E. (2005); “Qualidade Ambiental: Como Ser


Competitivo Protegendo o Meio Ambiente: (“ como se preparar
“para as Normas ISO 14000)”; São Paulo – Pioneira Ed.

Saint-Clair Honorato
Santos Procurador de Justiça
Carlos Eduardo Celli Acadêmico de Eng. Química

NASCIMENTO, T.C.F. Gerenciamento de resíduos sólidos da


indústria, Escola de Química. Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, 2006.230p. Orientação: Cheila G.
Mothé.

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