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FUMESC – Fundação Machadense de Ensino Superior e

Comunicação
Teoria Geral do Processo
Prof. Matheus Magnus Santos Iemini

ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA DA UNIÃO E DOS


ESTADOS
Aula do dia 25/02/2011

- A JURISDIÇÃO É UNA, TODAVIA, SUBDIVIDE-SE EM ÓRGÃOS


EM RAZÃO DA MATÉRIA E REGIÃO GEOGRÁFICA, VISANDO
MAIOR E MELHOR ATENDIMENTO À POPULAÇÃO

- Organizar significa Estruturar para que o fim seja atingido.

- Na lição de Luiz Rodrigues Wambier : “As normas de organização


judiciária são aquelas que regulam o funcionamento da estrutura do
Poder Judiciário, mediante a atribuição de funções e divisão da
competência de seus órgãos, singulares ou colegiados, e por meio do
regramento de seus serviços auxiliares”.'WAMBIER, Curso Avançado, vol.
1, 2006, p. 81.'

- A importância do tema está conectada ao funcionamento e a estrutura do


Poder Judiciário e, por conseguinte, à garantia constitucional do acesso à
Justiça. Por esta razão, é preciso associar o estudo do direito processual ao
estudo da organização judiciária.

- Em segundo lugar, considerando que cada Estado pode organizar a sua


Justiça, o Código de Organização Judiciária de cada Estado e o Regimento
Interno do Tribunal de Justiça Estadual delinearão a estrutura do Poder
Judiciário local.

- Em suas diversas divisões, existem princípios aplicáveis a todo e qualquer


tipo de Jurisdição, que visam, principalmente, garantir a independência do
poder judiciário, como forma de evitar favorecimentos e autoritarismos.

- Quanto aos Juízes, para que possam exercer a função Judicante da forma
mais imparcial possível, sem preocupação com possíveis represálias,
principalmente advindas de força política, existem algumas garantias
(prerrogativas), firmadas pela Constituição Federal, em seu art. 95, bem
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como vedações, com vistas igualmente à manutenção da imparcialidade do


juíz, estando elencadas no Parágrafo ùnico do mesmo artigo 95, são elas:

- Art. 95: Os Juízes gozam das seguintes garantias:

I – VITALICIEDADE, que no primeiro grau, só será adquirida após dois


anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de
deliberação do Tribunal a que o Juiz estiver vinculado, e, nos demais casos,
de sentença judicial transitada em julgado

II – INAMOVIBILIDADE: salvo por motivo de interesse público, na


forma do art. 93, III (acesso aos Tribunais Superiores / promoções /
remoção à pedido)

III – IRREDUTIBILIDADE DE SUBSÍDIOS, ressalvado o disposto no


art. 37,X e XI, 39, §4º, 150, II, 153, III e 153 §2º, I.

- PARÁGRAFO ÚNICO – Vedações aos Magistrados:

I – Exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo


uma de magistério

II – receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou particpação em


processo,

III – dedicar-se às atividades político-partidárias

IV – Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de


pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções
previstas em lei

V – Exercer a advocacia no Juízo ou Tribunal do qual se afastou, antes de


decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou
exoneração.

- O poder Judiciário possui a prerrogativa de autogoverno, consistindo


no exercício de atividades normativas e administrativas de auto-
organização, nos termos da Constituição Federal
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- O Judiciário pode criar e extinguir circunscrições judiciárias, deliberar


sobre a quantidade de membros de determinadas Varas ou Tribunais,
exercendo, atipicamente, funções executivas e legislativas em seu âmbito
de atuação, conforme autorizado pela Constituição Federal.

- Tanto as garantias como as proibições constitucionalmente estabelecidas


aos magistrados visam, primordialmente garantir a independência do
poder judiciário em relação aos demais poderes.

 ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO NO BRASIL

- Conforme o art. 92 da CRFB, são órgãos do poder judiciário:

- I – o Supremo Tribunal Federal;

II – O Conselho Nacional de Justiça – CNJ

III – o Superior Tribunal de Justiça

IV – Os Tribunais Regionais Federais e Juizes Federais

V – Os Tribunais e Juízes do Trabalho

VI – Os Tribunais e Juizes Eleitorais

VII – Os Tribunais e Juizes Militares

VIII – Os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e territórios

- SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF)

- Tem sua formação e atribuição delimitada pelo art. 101 e seguintes da


Constituição Federal.

- É formado por ONZE Ministros escolhidos entre cidadãos com mais de


35 anos e menos de sessenta e cinco anos de notável saber jurídico e
reputação ilibada;

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- Tem sua sede na praça dos três poderes, na Capital Federal

- O STF é o guardião da Constituição Federal, não podendo ser considerado


como órgão recursal ordinário

- Cabe ao STF a análise de questões que afrontam os ditames da


Constituição Federal.

- O recurso normalmente utilizado para se chegar ao STF é o denominado


RECURSO EXTRAORDINÁRIO

- Para o recebimento e processamento de um Recurso Extraordinário, deve


ser demonstrada a repercussão geral da matéria discutida

- Cabe ainda ao STF julgar as ações diretas de inconstitucionalidade , as


ações de descumprimento de preceito fundamental e as ações declaratórias
de constitucionalidade, entre outras.

- O STF tem competência ORIGINÁRIA PARA JULGAR: nas infrações


comuns, o Presidente da República, o Vice Presidente, os membros do
congresso nacional, seus próprios ministros e o Procurador Geral da
República – Prerrogativa de função

- Nas infrações comuns e nos crimes de responsabilidade, os ministros de


Estado e os Comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica, os membros
dos Tribunais Superiores, os membros do Tribunal de Contas da União e os
chefes de missão diplomática de caráter permanente.

- Os litígios entre a União e Estados Estrangeiros;

- Os litígios entre a União e os demais Estados da Federação

- A extradição solicitada por Estado estrangeiro

- O HC quando a autoridade coatora for tribunal superior

- entre outras elencadas nos incisos do art. 102 da CF/88

- O STF encontra-se hierarquicamente acima de qualquer outro organismo


judiciário nacional

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- Os Ministros que compõe o Supremo são escolhidos diretamente pelo


presidente da República, depois de aprovada sua escolha pela maioria
absoluta do Senado Federal

- A partir da EC 45, onde foi criada a súmula vinculante, parte da doutrina


acredita, ter sido o Supremo Tribunal Federal dotado de poder legiferante

 SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ)

- É regulamentado a partir do art. 104 da Constituição Federal

- É composto por um mínimo de 33 ministros também nomeados pelo


Presidente da República, entre brasileiros com mais de 35 e menos de 65
anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a
escolha pela maioria absoluta do Senado Federal

- A distribuição das nomeações dá-se da seguinte maneira:

1/3 dentre os Juízes dos Tribunais Regionais Federais

1/3 dentre os Desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados sempre


em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal

1/3 será dividido entre advogados, membros do ministério público Federal


e Estadual

- Cabe precipuamente ao STJ julgar em sede de RECURSO ESPECIAL,


as causas decididas, em única ou última instância, quando a decisão
recorrida contrariar tratado ou lei federal ou negar-lhe vigência;

- quando julgar válido ato de governo local contestado em face de lei


federal

- der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja dado outro
tribunal

Cabe ORIGINARIAMENTE ao STJ julgar:

- nos crimes comuns, os governadores


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- nos crimes de responsabilidade os desembargadores dos Tribunais de


Justiça dos Estados, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e dos
Tribunais Regionais Federais, os membros dos Conselhos ou Tribunais de
Contas dos Municípios (onde houver), os membros do ministério público
da União

- Os mandados de segurança e HC contra ministros de Estado,


comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica ou do próprio Tribunal

- Cabe ainda o julgamento dos conflitos de competências entre os Tribunais

- Entre outros elencados nos incisos do art. 105 da CF

- O STF E O STJ NÃO são considerados órgãos recursais comuns para a


finalidade de mudar decisão proferida em 2ª instância.

 SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR (STM)

- tem sua formação e atribuições constantes do art. 122 e segs da CRFB

- Compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.

- Não julga somente oficiais militares mas, também, civis que pratiquem
crimes militares, em co-autoria ou participação

- O STM é a instância máxima da Justiça Militar, e é composto por 15


ministros VITALÍCIOS, nomeados pelo Presidente da República, depois de
aprovada a indicação pelo Senado Federal sendo:

3 Oficiais-Generais da Marinha

4 do Exército

3 da Aeronáutica
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- Todos devem estar na ativa e no posto mais elevado na carreira.

- Além destes, são eleitos ainda 5 ministros civis, sendo:

3 entre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de


10 anos de carreira e mais de 35 de idade

2 entre Juízes auditores e membros do ministério público da Justiça Militar

 TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO - TST

- tem suas atribuições e competências delimitados a partir do art. 111 da


CRFB

- É composto por 17 ministros nomeados pelo presidente da república, após


aprovados pelo Senado Federal

- é a última instância da Justiça do Trabalho. Sua atribuição é zelar pela


uniformidade das decisões da justiça do trabalho

- Em 31 de dezembro de 2004, por meio da EC 45, a competência da


Justiça do Trabalho em si foi ampliada, passando a processar e julgar
TODA E QUALQUER CAUSA DECORRENTE DAS RELAÇÕES
DE TRABALHO, o que inclui:

- litígios envolvendo sindicatos de trabalhadores ou empregadores

- análise das penalidades administrativas

- direito de greve

- a título de curiosidade, a justiça do trabalho recebe anualmente cerca de


2,4 milhões de processos trabalhistas.

 TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

- Tem sua competência e atribuições delimitados a partir do art. 118 da


CRFB
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- É composto por 7 ministros escolhidos da seguinte forma:

- mediante eleição, pelo voto secreto, de 3 juizes dentre os ministros do


STF

- escolha de 2 ministros mediante eleição dentre os ministros do STJ

- 02 por nomeação do presidente da república dentro advogados de notável


saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo STF

 ÓRGÃOS JULGADORES DE 2ª INSTÂNCIA

 TRIBUNAL DE JUSTIÇA MILITAR - TJM


- tem suas atribuições e competências determinadas a partir do art. 122 da
CRFB

- Julga em grau de recurso as decisões emanadas da Justiça Militar

 TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO - TRT


- Tem sua composição e atribuição contida no art. 115 da CRFB
- Julga em grau de recurso as decisões emanadas da Justiça do Trabalho
- é denominado Regional pois a Justiça do Trabalho subdivide-se em
regiões, sendo que cada uma tem jurisdição sobre determinado Estado da
Federação:
1ª Região (Rio de Janeiro) 54 juízes;
2ª Região (São Paulo) 94 juízes;
3ª Região (Minas Gerais) 36 juízes;
4ª Região (Rio Grande do Sul) 36 juízes;
5ª Região (Bahia) 29 juízes;
6ª Região (Pernambuco)18 juízes;
7ª Região (Ceará) 8 juízes;
8ª Região (Pará) 23 juízes;

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9ª Região (Paraná) 28 juízes;


10ª Região (Distrito Federal/Tocantins) 17 juízes;
11ª Região (Amazonas) 8 juízes;
12ª Região (Santa Catarina) 18 juízes;
13ª Região (Paraíba) 8 juízes;
14ª Região (Rondônia) 8 juízes;
15ª Região (Campinas/SP), 36 juízes;
16ª Região (Maranhão) 8 juízes;
17ª Região (Espírito Santo) 8 juízes;
18ª Região (Goiás) 8 juízes;
19ª Região (Alagoas) 8 juízes;
20ª Região (Sergipe) 8 juízes;
21ª Região (Rio Grande do Norte) 8 juízes;
22ª Região (Piauí) 8 juízes;
23ª Região (Mato Grosso) 8 juízes;
24ª Região (Mato Grosso do Sul) 8 juízes.

 TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUAL - TJ


- Tem sua competência a atribuição contida a partir do art. 125 da CRFB
- Cada Estado possui seu próprio Tribunal de Justiça, com composição e
divisão em Câmaras específicas de cada Estado, reguladas pelos próprios
desembargadores
- Tem sede na Capital do Estado onde se encontram
- Tem competência para julgar em grau de recurso os processos julgados
nas diversas varas da Justiça comum de primeira instância
- Tem competência originária para julgar, por prerrogativa de função,
autoridades a ele submetidas
- Divide-se em Câmaras de Julgamento. Ex: Câmara Cível, Câmara
Criminal, Câmara de direito Público, etc.
- Os membros dos Tribunais de Justiça são chamados de Desembargadores
e, a nomenclatura dada ao Tribunal é de Egrégio Tribunal de Justiça
- Os julgamentos dos recursos comuns são realizados pelas câmaras e, após
a distribuição do recurso, são sorteados 3 desembargadores que comporão o
Julgamento.

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- 01 é chamado de relator, a quem cabe relatar todos os fatos e fundamentos


constantes do processo e emitir seu voto, outro é denominado revisor e um
último é chamado de vogal

 TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL - TRF


- Tem sua competência e atribuição determinada a partir do art. 106 da
CRFB
- tem competência para analisar, em grau de recurso ou REEXAME
NECESSÁRIO, as decisões proferidas pela Justiça Comum Federal
- Tem competência ORIGINARIA para processar e julgar os Juízes da
Justiça Federal, bem como os Juízes da Justiça Militar e do Trabalho, nos
crimes comuns e de responsabilidade e os membros do ministério público
da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.

 TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL - TRE


- Tem sua competência e atribuição determinada a partir do art. 118 da
CRFB
- a função de Juiz, desembargador e ministro da Justiça eleitoral é sempre
transitória, sendo eleitos membros de outras Justiças para o exercício da
função, por um período mínimo de dois anos, podendo haver uma única
recondução ao cargo

 ÓRGÃOS JULGADORES DE PRIMEIRA INSTÂNCIA

 JUSTIÇA MILITAR
- art. 124 CRFB

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- É composta por Juizes auditores militares e tem competência para julgar


em primeira instância crimes exclusivamente militares, assim definidos nas
legislações militares.

 JUSTIÇA DO TRABALHO
- São denominadas de Varas do Trabalho os órgãos jurisdicionais de
primeira instância responsáveis pelo julgamento das causas trabalhistas.
- A Justiça do Trabalho é uma Justiça FEDERAL, composta por Juízes
Federais.
- Não existem Varas do Trabalho em todas as Comarcas, todavia, nas
Comarcas onde existem, estas possuem competência em determinada
circunscrição contida na Lei de sua Criação. Ex.: Machado – Alfenas

 JUSTIÇA COMUM ESTADUAL

- Cabe à Justiça Comum o Julgamento de toda e qualquer causa que não


seja de competência das justiças especializadas (Justiça do Trabalho,
Justiça Militar, Justiça Eleitoral ou Justiça Federal)
- É composta por Juízes e pode ser dividida por assunto, visando a
celeridade da prestação jurisdicional. Exemplo:
- Dentro da Justiça Comum podem existir Varas Específicas para
julgamento de causas cíveis, criminais, execuções penais, família e
sucessões, etc

 JUSTIÇA COMUM FEDERAL


- é composta por juízes federais e, igualmente à justiça comum estadual,
pode ter varas específicas para julgamento de determinadas causas.
- Compete à Justiça federal, julgar as causas definidas no art. 109 da
CRFB:

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I – Causas em que a união, entidade autárquica ou empresa pública federal


forem partes interessadas, na condição de autoras, rés, assistentes ou
oponentes
II – causas entre estado estrangeiro ou organismo internacional e Município
ou pessoa domiciliada e residente no País
III – Causas fundadas em tratados ou contratos da União com Estado
estrangeiro ou organismo internacional.
IV – Crimes políticos e infrações penais praticadas em detrimento de bens,
serviços ou interesses da união ou de suas entidades
V – crimes previstos em tratados quando iniciada a execução no País, o
resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro – Ex: Tráfico
internacional de drogas
VI – os crimes contra a organização do trabalho e contra o sistema
financeiro nacional
Entre outros elencados no art. 109

 JUSTIÇA ELEITORAL
- É composta por juízes designados, não existindo o cargo/função de
exclusiva de Juiz eleitoral.
- tem sua competência fixada no art. 118 e segs da CRFB
- trata com exclusividade de relações eleitorais, sejam relações cíveis
(como filiações , chapas, inegibilidade etc) ou criminais (abuso nas
propagandas eleitorais, violação à boca de urna, etc.)

ÓRGÃOS ESPECIAIS DO PODER JUDICIÁRIO

 CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA – CNJ


- o CNJ foi criado a partir da EC 45 de 2004.

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- Não é um órgão detentor de poder Jurisdicional, ou seja, não cabe ao CNJ


“dizer o direito”
- Trata-se de órgão de controle externo e administrativo do Judiciário,
responsável por zelar pelo cumprimento dos deveres que são impostos aos
Juízes e Tribunais, seja pela CRFB seja pela LOMAN
- Sua composição encontra-se no art. 103 B da CRFB
- Sua competência encontra-se no art. 103 B, §4º e incisos

 JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS ESTADUAIS


- Foram instituídos pela lei 9099/95, para processar e julgar causas de
menor complexidade, tendo como valor máximo 40 salários mínimos nas
causas cíveis
- Nas causas criminais é responsável por processar e julgar as infrações de
menor potencial ofensivo assim definidas em lei
- Funciona paralelamente à Justiça Comum Estadual
- Das decisões dos Juizados somente cabe recurso inominado para as
TURMAS RECURSAIS, que são formadas de 3 juízes também de
primeira instância, que irão analisar a causa em grau de recurso

 JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS FEDERAIS


- Instituído pela lei 10.259/01, julga causas cíveis de competência da justiça
federal, com valor máximo de até 60 salários mínimos
- causas criminais de competência da justiça federal, que sejam
consideradas infrações de menor potencial ofensivo.

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ORGANOGRAMA DO PODER JUDICIÁRIO


Aula do dia 04/03/2011

- Justiça Militar dos Estados (art. 125 §3º da CF)


- A CF trata da possibilidade de criação dos Tribunais de
Justiça Militar no título “dos Tribunais e Juízes dos Estados”, e
não no título “Dos Tribunais e Juízes Militares”
- A Justiça Militar é formada:
1º Grau – Juiz auditor – Auditoria Militar – com
competência criminal específica, é responsável pelos atos de
ofício. Já a função de processar, cabe a um órgão colegiado
denominado de Conselho de Justiça, formado por quatro Juizes
militares e o próprio Juiz auditor, sendo este último o relator do
processo.
2º Grau – Nos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio
Grande do Sul Existem Tribunais de Justiça Militar Estadual
Nos demais Estados, a segunda Instância é formada pelo
Tribunal de Justiça Militar (Federal)

- Tribunal Regional Federal – art. 109, §3º EXCEÇÃO –


beneficiários do INSS

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 Na apostila da internet, onde lê-se que a Jurisdição é ao


mesmo tempo Poder, Dever e atividade, deve-se entender o
dever como FUNÇÃO, pois existem doutrinadores que
tratam da Jurisdição como “Dever, Função e Atividade”.

OU SEJA, PODER, DEVER/FUNÇÃO E ATIVIDADE


Poder: porque é manifestação da soberania do Estado;

Dever/Função: é dever do Estado promover a pacificação


social Através da solução dos conflitos, uma vez que a regra
geral é da proibição da autotutela (estudada na primeira aula)

Atividade: a Jurisdição é ainda uma atividade porque somente


se manifesta através da atividade processual, ou seja, através
do processo, porque o Estado deve sempre manter-se
eqüidistantes das partes, não podendo agir de ofício, sempre
aguardando que as partes em conflito a ele recorram
(Princípio da Inércia)

- INSTÂNCIAS E ENTRÂNCIAS
- Entrância Conceito: Entrância se refere ao nível de
organização judiciária dentro de um Estado. Por exemplo, as
cidades pequenas do interior, sem uma demanada muito grande
de processos, são comarcas de primeira entrância. As maiores
são comarcas de 2ª entrância. As metrópoles são comarcas de
terceira entrância. E as capitais dos estados são comarcas de
entrância especial.

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- Instância Conceito: Instância tem relação à organização de


hierarquia decisória no Judiciário. Os juízes singulares, seja em
comarcas de 1ª, 2ª, 3ª entância ou entrância especial, constituem
a primeira instância de jurisdição. Os Tribunais de Justiça, os
Tribunais Regionais Federais e os Tribunais Regionais do
Trablaho são a segunda instância.
O Superior Tribunal de Justiça, o Tribunal Superior Eleitoral, o
Superior Tribunal Militar e o Tribunal Superior do Trabaho
constituem as instâncias especiais, que julgam após o processo
ter passado pela 1ª e segunda instâncias. O Supremo Tribunal
Federal é Instância extraordinária, exclusivamente sobre matéria
constitucional
1ª instância = Juizes
2ª Instância = Desembargadores
Tribunais Superiores = Ministros

DIVISÃO DOS PODERES DA UNIÃO


Conceito: O Estado é uno, assim como seu poder, todavia,
visando moderar o poder absoluto e centralizador do Estado, o
Brasil adotou a teoria da tripartição dos poderes do Estado,
dividindo-o em funções e dando competências a órgãos diferentes
do Estado, para que um possa fiscalizar o outro, em um sistema
denominado de freios e contrapesos.

- Art. 2º da CF: São Poderes da União, independentes e


harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
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- Teoria da tríplice divisão do poder conforme Montesquieu (Do


espírito das Leis)
- Fiscalização de um poder sobre o outro – Sistema de freios e
contrapesos
- Dentro de todos os órgãos do Estado existem autoridades
públicas e servidores públicos que possuem prerrogativas (assim
como os magistrados) visando maior transparência nos atos
administrativos e garantias ao exercício das funções públicas

FUNÇÕES TÍPICAS E ATÍPICAS DOS PODERES


Funções Típicas Conceito: São as funções que o
Poderes originalmente exerciam de forma exclusiva, Ex:
Legislativo, criar leis; Executivo, Administrar a máquina do
Estado; Judiciário, produzir decisões em casos concretos;

Funções Atípicas Conceito: São as funções que os Poderes


adquiriram depois de um processo de reinterpretação sobre o
conceito de 'Separação de Poderes', esse conceito deixou de
representar um isolamento entre os Poderes e assim aumentou a
interação entre eles, inclusive com a aquisição de diversas
funções que anteriormente não lhe eram típicas

- Executivo: Tem a função típica de administrar, todavia, pode


exercer de forma atípica as outras duas funções, é formado pelo

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Presidente e Vice-presidente da República; Governador e vice-


governador dos Estados e do Distrito Federal e pelos Prefeitos e
Vice-prefeitos
Ex: Exerce a função legislativa através de medidas
provisórias, portarias, resoluções etc.
Exerce a função judiciária no julgamento de processos
administrativos por exemplo.

- Legislativo: tem a função típica de legislar, ou seja, criar as


leis, entretanto, pode exercer de forma atípica as outras funções.
É formado pelos Senadores, Deputados Federais e respectivos
suplentes, no âmbito da União, Pelos deputados Estaduais e
suplentes na Justiça Estadual e Pelos Vereadores e suplentes no
âmbito Municipal.
Ex: Exerce a função administrativa no comando interno da
instituição legislativa, realizando concursos, licitações,
organizações internas, etc
Exerce a função judiciária julgando processos
administrativos e autoridades do poder executivo nos casos
previstos em lei.

- Judiciário: tem como função típica “dizer a lei”, ou seja,


julgar os conflitos a ele levados, contudo, exerce atipicamente as
outras duas funções. É formado pelos Juízes em primeira
Instância, os Desembargadores em segunda instância e os

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Ministros nos Tribunais Superiores e no Supremo Tribunal


Federal.
Ex: Exerce a função administrativa no controle interno dos
órgãos que compõem o poder judiciário, mesmo realizando
compras e licitações, entre outros
Atualmente existe uma parte da doutrina que entende ter
sido dado ao Judiciário, em especial ao STF, o poder originário de
legislar, após a edição da súmula vinculante. Todavia, mesmo
antes já existia a possibilidade de exercer-se a função legislativa
atipicamente pelo judiciário, quando v.g. editava seus regimentos
internos, resoluções, entre outros.

FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO

- Conceito: Foro por prerrogativa de função é um privilégio


concedido a autoridades públicas de serem julgados por um
tribunal diferente do de primeira instância, onde são julgados a
maioria dos brasileiros que cometem crimes.

 São autoridades que possuem foro privilegiado,


Respectivamente pelos Tribunais:

STF:

• Presidente (nos infrações penais comuns deve ser admitida


a acusação perante a Câmara dos Deputados, por 2/3 de seus
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membros, após o que será remetida a apreciação do STF.) –


Nos crimes de responsabilidade deverá ser admitida a
acusação perante o senado Federal. – art. 86 CF
• vice-presidente da República – idem
• Deputados federais;
• Senadores;
• Ministros de Estado;
• Procurador-geral da República;
• Comandantes da Marinha do Exército e da Aeronáutica;
• Membros do Tribunal de Contas da União;
• Membros dos tribunais superiores (STF, STJ, TST, TSE e
STM);
• Chefes de missão diplomática de caráter permanente.

STJ

• Governadores;
• Desembargadores dos Tribunais de Justiça;
• Membros dos Tribunais de Contas Estaduais;
• Membros dos Tribunais Regionais Federais,
• dos Tribunais Regionais Eleitorais
• e dos Tribunais Regionais do Trabalho;
• Membros dos conselhos e Tribunais de Contas dos
municípios;
• Membros do Ministério Público da União que atuem nos
tribunais

NOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

• Prefeito
• Deputado Estadual

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• As Constituições Estaduais podem prever foro privilegiado


para outros cargos políticos (secretário de estado, vice-
govenador, vice-prefeito, vereadores, procuradores do
estado, membros da advocacia pública)!

A competência do Tribunal de Justiça para julgar Prefeitos


restringe-se aos crimes de competência da Justiça comum
estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao
respectivo tribunal de segundo grau (súmula 702, STF)

- Cessado o mandado, os processos serão remetidos para o órgão


responsável, perdendo os agentes a prerrogativa do foro
privilegiado, segundo entendimento do STF, nas ADIN’s nº
2797/DF e 2860/DF

Os co-autores e partícipes de crimes cometidos por


autoridades com foro privilegiado terão sua competência por
ele delimitados, com exceção se se tratar de julgamento pelo
Tribunal do Juri ou se, a junção dos processos causar
dificuldades e prejudicar o andamento do processo

CRÍTICAS COM BASE EM PESQUISAS DA AMB

Segundo levantamento realizado pela AMB, com o benefício, os


tribunais superiores recebem mais processos contra autoridades
do que são capazes de julgar. Apenas 4,6% das ações penais
abertas no Supremo Tribunal Federal desde 1998 foram julgadas.
No caso do Superior Tribunal de Justiça, o índice é ainda menor:
2,2%. Dos 130 processos já recebidos pela mais alta corte
brasileira, seis foram concluídos. Todos terminaram em
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Comunicação
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absolvição dos réus. Treze prescreveram antes de ir a julgamento.


No STJ, das 483 ações penais ajuizadas no mesmo período, 16
foram julgadas. Houve condenação em cinco casos e absolvição
em 11. Do total, 71 ações prescreveram antes do julgamento. Os
processos listados no levantamento são investigações contra
parlamentares, ministros e governadores, que têm direito ao foro
privilegiado, previsto na Constituição.

NORMA MATERIAL E NORMA PROCESSUAL

- Norma Material Conceito: é o corpo de normas que


disciplinam as relações jurídicas referentes a bens e utilidades da
vida. Ex. Direito civil, penal, administrativo etc. Tratam de
disciplinar a própria existência, modificação ou extinção de
direitos, em casos abstratos.

- Norma Processual Conceito: é o complexo de normas e


princípios que regem o método de trabalho, ou seja, o exercício
conjugado da jurisdição pelo Estado-Juiz, da ação pelo
demandante e da defesa pelo demandado.

- Distinção entre norma Material e Processual segundo


DINAMARCO, p. 40:

Conceito: “O que distingue fundamentalmente direito material e


direito processual é que este cuida das relações dos sujeitos
processuais, da posição de cada um deles no processo, da forma
de se proceder aos atos deste – sem nada dizer quanto ao bem da
vida que é o objeto do interesse primário das pessoas. Este bem
da vida trata-se do próprio direito material, ou norma material
ou ainda direito substancial.

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