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Quem é esse ser humano que se confronta com as grandes questões da existência : sua
origem e seu destino ( o ͞onde͟ e o ͞para onde͟ do ser humano e do mundo), a superação do
sofrimento e da culpa, os padrões do viver e do agir, o sentido da vida e da morte? Quem é
esse que, pelas religiões, acolhe uma mensagem e proposta de salvação, uma visão da vida,
uma atitude perante a vida e uma norma para o bem-viver?
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Não teria ela valorizado unilateralmente a razão, em detrimento das outras dimensões
humanas?
Não teria reduzido a natureza a uma fonte de matérias-primas para atividades lucrativas,
porém predatórias
Não teria considerado o ser humano uma máquina, desconsiderando o lado não material da
existência humana?
Se recusaram a ser aquilo que, à semelhança dos animais, o passado lhes propunha. Tornaram -se inventores de
mundos. E plantaram jardins, fizeram choupanas, casas e palácios, construíram tambores, flautas e harpas, fizeram
poemas, transformaram seus corpos, cobrindo-os de tintas, metais, marcas e tecidos, inventaram bandeiras,
construíram altares,, enterram seus mortos e os prepararam p ara viajar, na sua ausência, entoaram lamentos pelos
dias e pelas noites... ( ALVES, 1991, P.19).
Por um lado, é necessário afirmar que o ser humano tem em si um condicionamento biológico
e genético ao nascer: cor de pele, tipo de sangue, cor dos olhos, sexo etc. Há também os
condicionamentos sociais: a criança nasce em um país, e não em outro; em um contexto
sociofamiliar, e não em outro. Mas esses condicionamentos não determinam a criança ou
anulam sua capacidade de autodeterminação: O que ela será quando crescer? Como será ela?
Gostará de que tipo de música? Quais serão os seus ideais? Que realidades humanas. Por isso
é tão importante não manipular ou instrumentalizar pessoas. Ao contrário, respeitar as
diferenças e lutar pela igualdade de oportunidades, construindo caminhos de transformação e
justiça, para que as pessoas possam se realizar, junto com os outros, nesta nossa sociedade,
em harmonia com o ambiente.
O ser humano, então, necessita manter-se no nível biológico, mas vai além de seus
condicionamentos biológicos. Ele possui uma estrutura antropológica aberta, capaz de
construir uma cultura, uma linguagem e uma ética humanas. É um ser que constrói novos
caminhos históricos, novas realidades e que pode responsabilizar-se por um mundo onde
caibam. É um ser que simboliza sua busca constante de sentido e que, em sua abertura, é
também capaz de captar o sentido último da vida.
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Às vezes captamos melhor quem é o ser humano, em sua radical abertura, através de imagens
e símbolos. A parábola da águia e da galinho é um bom exemplo. Ela conta a história de uma
águia que foi criada em um galinheiro e que, como o tempo, passou a achar que era mesmo
galinha, até o dia em que algo inesperado lhe acontece. Animamos você a entrar no site
indicado na webliografia e ler essa parábola, tentando perceber os dois planos:
-o sentido simbólico, que para nós é mais importante. Ela vai além do sentido literal, buscando
a mensagem da parábola para o ser humano. Ou seja, você deve ser perguntar: o que essa
parábola diz sobre o ser humano? O que, no ser humano, poderia constituir o seu ͞lado
galinha͟? E o seu ͞lado águia͟?