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A minha terra
negra de sol
-a minha Mãe-
quando a lua ri
e a enigmática floresta
quando nasci.
nem mocidade
da primeira idade
por causa deste noivado prematuro
e senil.
a felicidade e a vida
sonhos.
Sou a irrealidade
sou sonho.
Porq
a ralidad é a tristeza
os meus ideias
fumo ópio.
Para a esquecer
fumo ópio.
e a lenha contorce
sofrendo
Gozo
gozo ingenuamente
a fingir que não sofro;
COIMBRA 1947
Ô
Negação
desaparecer
não deixar sequer traço de passagem
pelo mundo.
Quero matar-me
e deixar que o não-eu
se aposse de mim.
um desaparecimento total
e se processe a História
e o mundo continue
como se eu nunca tivesse existido
eu fosse Zero.
e desaparecer.
Deixai-me desaparecer!
nada.
Renuncio-me
Atingi o Zero
E agora,
Atingi o Zero!
de café e algodão
não contem com oper rios
de segunda categoria
Eu atingi o Zero
Nada!
os letreiros medrosos
que às portas dos bars, hotéis e recintos públicos
Podeis acabar
os membros da Ku-klux-klan
Ah!
para salvaguardar
o prestigio, a superioridade e o estômago
é um sádico prazer
de ver-vos bem instalados no vosso mundo
em Cape-Town
Nunca houve.
e renitentes à escravização
a perturbar-lhe a estética!
O que é a colonização?
para justificar
a África
socialistas ou capitalista
que isso não me interessa.
Explorai o proletariado
ou dai-lhe de comer
isso é convosco.
Continuai com os vossos sistemas políticos
ditaduras democracias.
aburguesai as ideias
de verdes intrusos
imiscuir-se na vossa querida
e defendida civilização
Homens irmãos
dai-vos as mãos
SÓS!
únicos habitantes da Terra.
Eu atingi o Zero!
a vossa ética.
Ao menos não percais agora
Se houver terramotos
raios partam!
Eu não existo
Atingi o Zero
o Nada.
Abençoada a Hora
do meu super-suicidio
para vós
nem massacres
ferro.
só há chiadeira do guindastes.
polígamos declarados
Atingistes o Zero
sois Nada
e salvastes o Homem.
sentados na escola
e as palmatoadas e torturas
Atingi o zero
Cheguei ao Zero-Espaço
ao nada-tempo
Salvei o mundo.
1949
Afirmação
Ah!
LUZ!
da salvação do mundo
no campo da luta
Eu sou. Existo
da humanidade
e não abdico,
nunca abdicarei!
Do poemaơÔ
Ô