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Sistemas CMS
A principal barreira encontrada na produção gráfica "Desktop" é que
as cores não são WYSIWIG (o que você vê é o que vai sair) pelo
simples motivo que o monitor é capaz de (re)produzir cores que são
simplesmente impossíveis obter nas impressoras com tintas
convencionais.
A proposta da indústria informática para buscar a consistência na
reprodução de cores é a padronização das especificações de cor,
possibilitando a cada componente eletrônico envolvido uma referência
comum, minimizando a entropia (perda de conteúdo) desde a
aquisição eletrônica da imagem até a saída final. Esta padronização
está sendo realizada por um grupo de indústrias de software e
hardware chamado ICC (International Color Consortium).
Adicionalmente, as especificações do ICC estão sendo discutidas e
aprovadas em um forum mais abrangente envolvendo também
usuários, de organizações nacionais e internacionais de normas
técnicas, como a ISO e a ABNT.
O gerenciamento das cores sempre foi uma necessidade porque de
sistemas fotográficos para sistemas gráficos a imagem passa por
interpretações para chegar a um resultado final controlado. Este
controle nas interpretações recai na necessidade de converter as
informações referentes às cores. Os sistemas CMS se propõe à
automatização da conversão das cores.
Diferenças entre os sistemas de gerenciamento de cor
No sistema convencional toda uma série de compensações tem que
ser feitas na imagem para cada impressora à qual a imagem se
destina. Gerar um filme para depois decidir em qual sistema de
impressão rodar a imagem é o equivalente a "dar um tiro no próprio
pé". Cada impressora, sistema de impressão, tintas, e papéis
funciona diferente e requer imagens separadas com as compensações
pertinentes (seja no sistema convencional ou no CMS).
Entretanto, muitos designers (e muitos gráficos) tentaram durante
muito tempo (e ainda hoje) estabelecer como padrão para as cores a
obter na reprodução gráfica, amostras fotografadas por contato às
separações em filme, antes mesmo de definir se tais filmes se
destinam a este ou aquele sistema de impressão. Tal não é o objetivo
original da destinação para os produtos de prova de cor! Em seguida,
o "pobre operador" de impressão tem que "se virar" para obter
aquelas cores na saída final de impressão. A produção do material de
prova tem também que receber compensações para não extrapolar o
gamut e linearidade do sistema de impressão final. Existem normas
para provas de cor cujo texto corrobora exatamente o que aqui
afirmamos!
O material de prova é uma referência perigosa sem um bom
gerenciamento das cores. Adotar esta ou aquela marca não garante
nada. Podemos denominar a esta prática errada de partir da
capacidade do material "de prova" como referência; um "vício de
operação" da indústria gráfica.
Com o advento dos sistemas de reprodução gráfica "sem filme", esta
prática tende a cair no vazio. O uso destes magníficos produtos
fotográficos, que rendem algumas cores que não são possíveis obter
nos sistemas de impressão, tende a desaparecer - é uma pena e ao
mesmo tempo uma sorte, pela oportunidade de escolher uma
referência melhor.
Nos sistemas CMS, ao invés de estabelecer compensações na imagem
para cada nova impressora de destino, busca-se embutir no sistema
uma forma de descrever cada dispositivo, de forma que o próprio
sistema faça as correçõe necessárias baseado nesta descrição.
Inicialmente, podemos não ver vantagem, mas analizando melhor,
percebemos que a imagem já passa por interpretações quando vem
do scanner para o monitor, e deste para a saída.
A forma de neutralizar a entropia da imagem enquanto variações de
cor no CMS é utilizar "Profiles" ou Perfis - (que são a descrição de
cada dispositivo por onde a imagem irá passar) - e "Rendering
Intents" ou Objetivos de Resultado - (que são as regras de conversão
a empregar conforme o dispositivo), sem alterar as informações de
cor originais do arquivo de imagem. É possível no sistema CMS
mudar as regras de conversão das cores (o Rendering intent)
mantendo os dados da imagem intactos, algo que não é possível no
sistema convencional de gerenciamento das cores.
O que é um ICC_PROFILE?
Diversas traduções seriam possíveis para o nome PROFILE. Listando:
Perfil
Curva
Correlação
Descrição
Tabela
Característica
Mapa
Dados
Na realidade, um Profile conforme definido pelo ICC (International
Color Consortium) é um arquivo digital de dados para a descrição das
características de cor de um dispositivo, tal como um scanner, uma
impressora ou um monitor de vídeo. A finalidade deste arqivo é ser
utilizado pelo software de gerenciamento de cor para manter a
consistência de imagens quando lidas, visualizadas, ou impressas em
diversos equipamentos.
O arquivo contém descrição na forma de texto de dispositivos
específicos e seus ajustes, bem como dados numéricos descrevendo
como transformar valores de cor quando processando a imagem
neste ou naquele dispositivo (monitor, impressora, etc.).
Os dados numéricos incluem matrizes e tabelas, que um módulo de
gerenciamento de cor (CMM) instalado no sistema operacional do
computador usa para converter os resultados de cor de um
dispositivo a um espaço de cor padrão definido pelo ICC e
denominado Espaço de Conexão de Profiles PCS (Profile Connection
Space) e reconverter para o espaço de um segundo dispositivo.
As descrições dos dispositivos auxiliam o usuário do Profile a
determinar o ajuste exato do dispositivo ao qual os dados numéricos
se aplicam. Por exemplo, um scanner pode gerar dados expressos em
RGB ou XYZ. Uma descrição de impressora tem que indicar o tipo de
papel e tinta empregados. A cor impressa em diferentes sistemas ou
mídias irá variar, e os dados numéricos refletirão estas variações para
que o resultado final fique dentro do especificado.
Os dados numéricos descrevem a conversão entre as cores do
dispositivo e um espaço padrão PCS, de tal forma que os profiles de
dispositivos de entrada e de dispositivos de saída possam ser
conectados entre si, para que conversões de cor sejam feitas entre
estes dispositivos, ou ainda entre estes e um terceiro. Sem o espaço
intermediário de referência PCS, teríamos de prover vários profiles,
para descrever como interpretar os dados de uma imagem escaneada
para cada diferente impressora possível de utilizar. Utilizando o PCS,
dados podem ser convertidos do espaço RGB do scanner para uma
especificação por exemplo CIE Lab. Estes dados podem ser extraídos
através de um profile de impressora, para o espaço de cor da
impressora (por exemplo CMYK).
Através de um sistema de gerenciamento de cores CMS, profiles de
diversos dispositivos podem ser conectados para o trabalho no
computador, de imagens vindas de e/ou indo para scanners, cameras
de vídeo ou foto, monitores, redes, CDs, impressoras, fitas de vídeo,
etc..
Há hoje dois PCSs definidos pelo ICC: os espaços CIE Lab ou CIE
XYZ. Ao CMM cabe perfazer as conversões caso haja disparidade no
PCS definido no profile.
Certas convenções tem que ser observadas na conversão que o PCS
fará: O Ponto Branco do dispoditivo terá que ser convertido para
aquele do PCS, ou seja D50. Configurações adicionais para conversão
de cores podem ser incluídas no profile. Outras considerações
incluem diferentes condições de visualização e diferenças no
mapeamento dos espaços de cor dos dispositivos e do PCS.