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1. O que se entende por provar? Dê exemplos.

Provar significa comprovar a existência de um fato ou a verdade de uma afirmação,


quer ocorridos antes ou hoje. Exemplo, um roubo, homicídio.
2. O que é objeto de prova e quais as circunstâncias em que deve ser
analisado?
Objeto de prova é o fato no processo penal com todas as suas circunstâncias, as
quais têm conotação maior que o fato em si. Ele deve ser provado por gerar dúvidas
ao juiz.
3. O que se entende por fato incontroverso? Em processo penal ele depende
de prova? Dê exemplos.
Fato incontroverso é aquele alegado por uma parte e admitido pela outra, sem
contestação. Como busca-se a verdade real no PP, o fato deve se provado.
Exemplo: pai assumindo erro do filho para protegê-lo.
4. O que se entende por fatos axiomáticos ou notórios? Eles dependem de
prova? Dê exemplo.
São aqueles evidentes por si só, em que pese a certeza absoluta. Eles não
precisam ser provados, pois sobre eles não recaem questionamentos. Exemplos:
real é a moeda vigente do país, prova de morte de uma vítima decapitada.
5. Como entender os fatos presumidos quanto à prova?
Fatos presumidos são juízos de certeza que decorrem da lei, fazem parte do
contexto da teoria geral do direito. Dividem-se em presunção relativa, juris tantum,
admitindo prova em contrário e presunção absoluta, juris et de jure, que dispensam
prova.
6. O que se entende por ônus da prova? A quem cabe o ônus da prova?
Ônus da prova é um encargo que tem a parte de provar as suas alegações. De
acordo com o art. 156, caput, PP, a prova da alegação incumbirá a quem a fizer.
7. O que se entende por faculdades probatórias do juiz e como está prevista
no Código de PP?
O juiz pode determinar ex officio a produção de provas que entender úteis e
necessárias, sem ofensa ao princípio da imparcialidade. Vige o princípio da busca
da verdade real, e está previsto no art. 156, I, CPP.
8. Como deve ser considerada a revelia em processo penal?
No PP, diferentemente do juízo civil, não há presunção de verdade com a revelia,
ela não influencia na produção de provas.
10. Em PP qual o princípio que rege a admissibilidade de produção de provas?
Há exceções ao princípio?
De acordo com o art. 155, parágrafo único, rege o princípio da liberdade das provas.
A exceção é residual, a contrario sensu, quanto ao estado das pessoas no qual
devem ser observadas as restrições estabelecidas na lei civil.
11. O que se entende por prova emprestada? Ela é aceita em PP?
Prova emprestada é aquela produzida em outro processo. Admite-se em PP desde
que a parte tenha participado dela, observados os princípios do contraditório, ampla
defesa e devido processo legal.
12. O que se entende por provas ilícitas? Quanto a elas, há restrição
constitucional? Dê exemplos.
Provas ilícitas são aquelas obtidas em violação a normas constitucionais ou legais,
conforme art. 157 do CPP. A CF88, no seu art. 5°, LVI, é categórica ao afirmar que
são inadmissíveis no processo as provas obtidas por meios ilícitos. Exemplo:
confissões obtidas com tortura, violência.
13. O que se entende por prova ilícita por derivação? Dê exemplo. São
admissíveis? Há exceção?
Prova ilícita por derivação é uma prova lícita em sua essência, mas que traz uma
contaminação da prova ilícita produzida anteriormente. Exemplo: a apresentação de
uma testemunha obtida com base em uma interceptação telefônica não autorizada.
São inadmissíveis, pois se aplica a teoria dos frutos da árvore envenenada do
direito norte-americano. Há exceções: a) quando não houver nexo de causalidade
entre as provas derivadas e b) quando as derivadas puderem ser obtidas por uma
fonte independente.
14. O que se entende por fonte independente em matéria de prova em PP?
Fonte independente é aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe,
próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato
objeto da prova. Ou seja, se o caminho trilhado pela investigação ou instrução
criminal puder levar à prova derivada da ilícita.
15. Qual a consequência da juntada de prova ilícita no PP?
A prova ilícita deverá ser desentranhada do processo através de decisão
fundamentada e posterior inutilização, de acordo com o art. 157, § 3° do CPP.
16. Quais as espécies do sistema de apreciação das provas em PP?
São três espécies: o sistema das provas legais, sistema da íntima ou livre convicção
e o sistema do livre convencimento motivado.
17. Dê as características do sistema de provas legais.
Há uma previsão legal de todas as provas, meios de produção e valor das mesmas.
O juiz fica restrito às imposições legais, sem margem de liberdade, não podendo
recorrer a outras provas, ainda que úteis ou necessárias. Exigia-se mais de um
testemunho e havia uma hierarquia no valor das provas.
18. Dê as características do sistema da íntima convicção.
Em completo antagonismo em relação ao sistema de provas legais, o juiz possui
total liberdade para decidir sem necessidade de dar as provas de seu
convencimento. Adotado no Brasil nos julgamentos do Tribunal do Júri.
19. Qual o sistema de apreciação das provas adotado pelo processo penal
pátrio? Que outras denominações podem ter? Dê suas características.
O sistema de apreciação das provas adotado pelo Brasil é o do livre convencimento
motivado. Ou ainda, livre apreciação da prova, livre convicção, livre avaliação,
motivação das decisões, persuasão racional. Nela o juiz formará livremente sua
convicção, sem hierarquia de valoração de provas, admitindo-se todos os meios de
prova, desde que lícito e legítimo e com obrigatoriedade de fundamentar suas
decisões.
20. Quais as restrições em matéria de prova como fundamentos da decisão.
Há exceções?
O CPP assegura ao juiz a liberdade na apreciação da prova produzida sob a égide
do contraditório. Já os elementos produzidos na fase da investigação, do inquérito
policial, não se prestam para fundamentar decisão condenatória. As exceções são
as provas cautelares, como uma inspeção judicial, as não repetíveis, como uma
perícia do local do homicídio e as antecipadas, como uma testemunha em fase
terminal, conforme a parte final do caput do art. 155 do CPP.

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