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1. CONCEITO 2

— relaçõe habituai que, em decorrência da lei, de cláu ula


contratuai e, ainda, do objeto da relação jurídica, colocam a —dmini tração em
po ição jurídica peculiar em favor da ati fação de um intere e público, ão o
chamado contrato admini trativo , firmado pela —dmini tração Pública e regido
pela Lei de Licitaçõe e Contrato —dmini trativo , nº 8.666/93. 2

— Lei menciona diver a figura da —dmini tração (direta e indireta)


como entidade ujeita à aplicação da Lei de Licitaçõe , quando houver
nece idade em firmar contrataçõe . — im, na intenção de firmar aju te com
particular ou com outra entidade da —dmini tração, para a con ecução de intere e
público, e ainda, no molde ditado pela —dmini tração, e ta eguirá a regra
di po ta no referido diploma legal, qualificando tal aju te como contrato
admini trativo, tendo em vi ta a po ição privilegiada da —dmini tração. 2

Porém, não ob tante tai aju te configurarem a —dmini tração po ição


jurídica privilegiada, não lhe retira a natureza de cont rato con en ual, é o que
en ina Hely Lope Meirelle , em ua obra. Licitação e Contrato —dmini trativo, Ou
eja, o contrato admini trativo não configura relação em que ub i tem vantagen
apena ao Poder Público. Se a im o fo e, não haveriam intere ado em firmar
aju te com a —dmini tração Pública. 2

Ne e entido, Franci Paul Benoit, citado por Cel o —ntonio Bandeira de


Mello, aduz que ³Não é por i o que e deva meno prezar o intere e do particular
contratante. —liá , e procede e de ta maneira, é perfeitamente evidente que a
—dmini tração não encontraria contratante . É o ca o do direito do contratante a
manutenção do equilíbrio econômicofinanceiro no contrato admini trativo ,
a im como a devida contrapre tação, ou eja, a equivalência entre a pre taçõe da
relação, bem como a reciprocidade da obrigaçõe . (BÉNOÎT, Franci Paul. Lê Droit
—dmini tratif Françai , Dalloz, 1968, p. 588). 2
De outra forma, para o ilu tre doutrinador Cel o —ntonio Bandeira de
Mello, a im como outro doutrinadore por e te citado, a rotulação ³contrato
admini trativo induz a uma interpretação imprópria. I o porque, o Poder Público,
em razão de ua prerrogativa e funçõe , tem a di ponibilidade obre o erviço
público e a utilização de um bem público. —inda, exi tem po dere e proteçõe que
lhe ão inerente independente de e tarem previ to contratualmente, a im
como a po ibilidade da —dmini tração em alterar o contrato por motivo de
intere e público. De e modo, conferindolhe po ição di tinta do µacordo de
vontade  pre ente no contrato gerai e, por e e motivo, re idindo à rotulação
imprópria do chamado ³contrato admini trativo . —té me mo porque, o
podere reconhecido a —dmini tração ne te contrato nada mai ão do que ato
unilaterai , próprio da competência pública. 2

De toda forma, para evitar confu õe indevida , o autor mencionado utiliza a


me ma terminologia já utilizada na doutrina para rotular a relaçõe em que ³por
força da lei, de cláu ula contratuai ou do objeto da relação jurídica ituem a
—dmini tração em po ição jurídica peculiar em prol da ati fação de um intere e
admini trativo.2

— partir da conceituaçõe trazida pela doutrina mencionada, bem como outra ,


percebe e que, o que tipifica, e encialmente, o contrato admini trativo
di tinguindoo do contrato da e fera privada é a upremacia do poder público em
relação ao privado, para conferir a condiçõe iniciai do aju te. E a é a já dita
po ição privilegiada da —dmini tração na relação e tabelecida. Da me ma forma, a
finalidade de intere e público é outra peculiaridade empre pre ente no contrato
firmado pelo Poder Público, conferindo à —dmini tração toda a ua
prerrogativa e pre upo to nece ário a ua atuação.2

2. INTERESSE PÚBLICO 2

Como mencionado na conceituação do contrato admini trativo , o


intere e público é a razão e encial do aju te travado pela —dmini tração
Pública com particulare , ou outro ente da —dmini tração, na bu ca pela
con ecução de determinado objeto, eja ele uma compra, pre tação de erviço ou
outra nece idade inerente à realização do bem comum. Portanto, mai do
relevante, é nece ário trazer a baila o que e entende por intere e público, a fim
de e clarecer algun mito de ua qualificação.2
— priori, a expre ão intere e público, para a tradição jurídica é
identificado como o intere e de todo , ou o intere e do E tado. No entanto, faz 
e nece ário e clarecer e a afirmativa.2

Quando mencionamo que o intere e público é o intere e do todo,


importa alientar que e e ³todo não e ta di ociado do intere e de cada um.
I o porque, o intere e do todo é uma manife tação do intere e da parte . É a
egurança do indivíduo como partícipe de uma ociedade, de ter eu intere e
reconhecido e a egurado . 2

Tal afirmativa é válida, tendo em vi ta que não poderá haver um intere e


público que eja di crepante do intere e de cada um, que eja emelhante ao de
todo o membro da ociedade. Contudo, não ob tante tal afirmativa, é po ível
haverem ituaçõe em que o intere e público eja di cordante de um dado
intere e particular. É o ca o da de apropriação, em que o indivíduo terá intere e
pe oal de não ofrer de apropriação, no entanto, diante de um intere e da
coletividade, como a criação de uma e cola, ho pital ou uma liberação de rua, o
intere e público poderá vir a er utilizado em eu de favor. I o não retira a
nece idade para a parte (como indivíduo) na exi tência do in tituto da
de apropriação, como o exemplo citado. De a forma, re ta evidente que o que não
pode acontecer é que o intere e público eja contrário ao conjunto de intere e
do indivíduo quando con iderado como parte de uma coletividade/ ociedade. 2

—inda no me mo entido, faz e nece ário e clarecer a identificação do


intere e público como endo um intere e do E tado. I o não e perfaz de todo
certo. O que ocorre na verdade é que, o E tado, como legitimado a er ujeito de
intere e público, quando em um E tado Democrático de Direito, de envolve a
função de realização do intere e público , é o in trumento de te . 2

Portanto, tal função omente é atribuída ao E tado, tendo em vi ta e te er o


re pon ável pela atividade pública, reconhecendo e que o ³conceito de intere e
público é anterior ao conceito de intere e do E tado.Contudo, i o não ignifica
que o E tado não poderá er titular de intere e privado . I o pode acontecer
quando ben e empreendimento ão confi cado pela União. É o ca o da
empre a confi cada pelo E tado durante o período não democrático da no a
Hi tória. Empre a em nenhuma relação com intere e público pa aram a erem
gerida pelo E tado. Re alta e, também, a ituação da herança vacante,
di ciplinada no Código Civil Bra ileiro de 2002 (art. 1819 a 1823), na qual o E tado
pa a a er titular de ben , afa tado de qualquer intere e público.2
De a forma percebe e que não é pelo fato do E tado er o
in trumento de realização do intere e público que, todo intere e do E tado
erá público, o que e tem é uma pre unção de que o erá. 2

Ne e entido, cumpre dizer que ao E tado não é permitido bu car a


ati fação de intere e próprio como o particulare . É por i o que exi te todo o
aparato do direito admini trativo, com eu in tituto ± como o contrato
admini trativo , de ignando a forma de atuação do E tado, eja na realização do
bem comum, intere e público, eja em razão do intere e do aparato e tatal. 2

Em vi ta di o, ao falarmo µintere e público ignifica dizer,


principalmente no que tange o contrato admini trativo , ³YYY   

 
    

        



   
                
    2

3. CONTR—TO —DMINIST R—TIVO EM SENTIDO ES TRITO2

3.1 QU—IS SÃO ELES? 2

Não ão omente o princípio da upremacia do intere e público e a finalidade de


intere e público que di tinguem o contrato admini trativo do privado . —
cláu ula da     
± por meio da qual a parte e obrigam a cumprir
o convencionado fielmente  ao contrário do contrato regido pelo direito privado
ou regime contratual comum, não e manife ta no contrato celebrado pela
—dmini tração, ao meno em algun ca o . 2

I o porque, a —dmini tração Pública exerce o poder de alterar


unilateralmente o contrato em que fizer parte, a im como outra peculiaridade
incompatívei com o regime de direito privado. 2

Tal ituação demon tra e clara no contrato de conce ão de erviço ,


firmado pela —dmini tração ± única a ter di ponibilidade obre o erviço público e
a utilização de um bem público ± por meio do qual um dado particular poderá
exercer a exploração de determinado erviço público. Se o regime contratual
comum fo e aplicado ao contrato de conce ão, a —dmini tração não teria
di ponibilidade de alterálo diante de fato uperveniente , como por exemplo, na
conce ão do erviço de tran porte público cláu ula relativa a trajeto , forma de
cobrança do u uário ou ponto de parada não poderiam er adequada ao
intere e público, quando nece ário.2
De e modo, defronte tai nece idade , re tou evidente o
de envolvimento de regime típico ao contrato admini trativo , no qual
reconhece e ao Poder Público eu podere em alterar o contrato de forma
unilateral, como outra prerrogativa que adiante erão vi ta .2

Tendo em vi ta a con ideraçõe acima, para Carlo —ri Sundfeld, aber


quai ão o contrato admini trativo em entido e trito, em um a pecto apena
teórico, teria como re po ta: ³ ão aquele contendo, implícita ou explicitamente
cláu ula que, num contrato de direito privado, eriam impo ívei , inválida ou
imprópria , porque informada pelo princípio da autoridade. 2

Não ob tante, para melhor e clarecer o a unto, cumpre verificar como


foi tratado no direito bra ileiro. 2

O me mo doutrinador traz a baila à que tão da atribuição legi lativa da


União em di por obre a norma concernente ao contrato admini trativo , é o
e retira do contido no art. 22, XXVII da Con tituição da República: 2

³—rt. 22. Compete privativamente à União legi lar obre: 2

(...).2

XXVII ± norma gerai de licitação e contratação, em toda a


modalidade , para a —dmini tração pública, direta e indireta, incluída a
fundaçõe in tituída e mantida pelo Poder Público, na diver a e fera
de governo, e empre a ob eu controle ³;2

— im como compete a União legi lar obre a que tõe concernente ao


direito civil e comercial, conforme Carlo —ri Sundfeld, lógico eria atribuir lhe
competência para tratar obre a regra que implicam ao contrato
admini trativo . I to é, cumpre ao me mo ente que legi la obre a regra do
direito contratual comum, legi lar obre a regra do contrato e pecífico , ou
eja, o admini trativo .2
No entanto, ob ervar e que a União di põe apena obre a regra
gerai aplicada ao contrato admini trativo , tal competência foi exercida por
meio da criação da Lei nº 8.666/93 que di ciplina a licitaçõe e o contrato
firmado pelo Poder Público. Re ta, então, aber quai ão o contrato
admini trativo , regido pela Lei de Licitaçõe .2

O art. 1º do referido diploma legal di pô que o contrato admini trativo


eriam aquele pertinente a obra , erviço , compra , alienaçõe e locaçõe ,
e clarecendo no eu art. 6º o que entende por cada um dele . Vejamo : 2

³—rt. 6° Para fin de ta Lei, con idera e:2

I ± Obra ± toda con trução, reforma, fabricação, recuperação ou


ampliação, realizada por execução direta ou indireta; 2

II ± Serviço ± toda atividade de tinada a obter determinada utilidade de


intere e para a —dmini tração, tai como: demolição, con erto,
in talação, montagem, operação, con ervação, reparação, adaptação,
manutenção, tran porte, locação de ben , publicidade, eguro ou
trabalho técnico profi ionai ; 2

III ± Compra ± toda aqui ição remuneração de ben para fornecimento


de uma ó vez ou parceladamente;2

IV ± —lienação ± toda tran ferência de domínio de ben para a terceiro ;2

(...)2

—pe ar de não di ciplinado no referido artigo, a permi õe e


conce õe também e tão ubmetida à regra aplicada ao contrato
admini trativo , de acordo com o art. 124 da Lei de Licitaçõe . O que não poderia
deixar de er, vi to er a conce ão o mai típico contrato admini trativo.2

Re alta e, ainda, que a Lei prevê em eu art. 62, § 3 º outro contrato


que também ão regido de acordo com a norma aplicada ao contrato
di criminado no art. 1º. São o contrato de eguro, de financiamento, de locação
e ao demai cujo conteúdo eja regido, predominantemente, por norma de direito
privado.2

Importa tran crevermo o conteúdo do § 3º do art. 62: 2

³—rt. 62. (...) 2

(...)2

§3º —plica e o di po to no art . 55 e 58 a 61 de ta Lei e demai


norma gerai , no que couber: 2

I ± ao contrato de eguro, financiamento, de locação em que o Poder


Público eja locatário, e ao demai cujo conteúdo eja regido,
predominantemente, por norma de direito privado;2

II ± ao contrato em que a —dmini tração for parte, como u uária de


erviço público.2

Ora, e e aplica por inteiro o regime do Direito Público, ao contrato


em que predomina a regra de direito privado, no parece que tai contrato
pa arão a erem ujeito ao regime admini trativo. — im, na palavra de Carlo
—ri Sundfeld: 2

³De qualquer modo, a norma é clara: o contrato da —dmini tração,


li tado ou não no art . 1º e 62, §3º, ficaram ujeito ao regime típico
do contrato admini trativo em entido e trito.2

Com i o, o e tatuto terminou por adotar o critério ubjetivo para


indicação do contrato admini trativo em entido e trito. Para ele,    

    
  


     
  
       


   
 
 
    
              
YY2

Portanto, diante da caracterização do contrato admini trativo em


entido e trito, reconhecendo que e te regime po ui peculiaridade di tinta do
contrato regido pelo direito comum, nece ário entender quai ão ua
prerrogativa . 2

3.2 PECULI—RID—DES D OS CONTR—TOS —DMINISTR—TIVOS  CLÁUSUL—S


EXORBIT—NTES 2

Diante do podere inerente a —dmini tração na gerência do intere e


público, ao travar o chamado contrato admini trativo , alguma prerrogativa
lhe ão própria , pertencente ao direito admini trativo, e di tinguindo o do
contrato privado . 2

Por prerrogativa pode e entender tratar e de um privilégio, uma


vantagem. — im, em outra palavra , prerrogativa é uma faculdade que e
a egura a uma dada pe oa de poder fazer certa coi a . 2

O Poder Público po ui prerrogativa ou privilégio contratuai que lhe


ão próprio , exclu ivo . São exclu ivo na medida em que inexi tem no mundo
da relaçõe privada . 2

Sobre o a unto, Cel o —ntonio Bandeira de Mello aduz:2

³Em decorrência do podere que lhe a i tem, a —dmini tração fica


autorizada ± re peitado o objeto do contrato ± a determinar modificaçõe na
pre taçõe devida pelo contratante em função da nece idade pública , a
acompanhar e fi calizar continuamente a execução dele, a impor ançõe
e tipulada quando falta do obrigado a en ejarem e a re cindir o contrato  
  e o intere e público demandar. 2

— partir da palavra do doutrinador citado cumpre dizer que a


prerrogativa do Poder Público ão peculiaridade pre ente , ejam ela explícita
ou implícita , em todo o contrato travado com a —dmini tração. Em geral, ão
chamada de cláu ula exorbitante , e decorrem de lei ou de princípio próprio ao
Direito Público, qu e regem a atividade admini trativa. São chamada de cláu ula
exorbitante ju tamente porque e con tituem em privilégio que não ão
admitido na relaçõe de direito privado. Tai privilégio , e exi tente num
contrato de direito privado, ão tido , no plano jurídico, como nulo ou de nenhum
efeito jurídico. 2

Cumpre mencionar aqui que Marçal Ju ten Filho entende que, tratar a
prerrogativa da —dmini tração Pública apena à cláu ula parece re tritivo
demai , vi to que a prerrogativa derivam, ju tamente, da ua função perante o
admini trado . 2

— cláu ula exorbitante refletem e por meio de diver a prerrogativa


da —dmini tração, no entanto, de tacam  e alguma dela : å  



       
      ! "    

         


 # 
   

   
     
  

    pela
—dmini tração.2

Diante da cláu ula mencionada , nece ário tecer algun comentário


de cada uma dela . 2

3.1.1 —lteração e Re ci ão Unilateral 2

— po ibilidade de alteração unilateral retrata um do devere podere


da —dmini tração, mediante o qual, na intenção de realização de um intere e
público, lhe é permitido intervir no contrato e tabelecido, in erindo a modificaçõe
nece ária e adequada , pelo motivo que lhe deram cau a.2

Re alta e, contudo, que tai modificaçõe não podem e dar de forma


facultativa. Cumpre a —dmini tração interceder unilateralmente no contrato
firmado omente no que tange a chamada cláu ula regulamentare ou de
erviço . É o que en ina Hely Lope Meirele :2

³— doutrina é uniforme no admitir que o poder de alteração e re ci ão


unilateral do contrato admini trativo é inerente à —dmini tração e pode er exercido
me mo que nenhuma cláu ula expre a o con igne. Ma a alteração ó pode atingir
a denominada $     
  , i to é, aquela que
di põem obre o objeto do contrato e o modo de ua execução. 2

— po ibilidade de a —dmini tração alterar cláu ula relacionada ao


objeto do contrato ou do eu modo de execução decorre do dever de atendimento
adequado à nece idade de intere e público. — im, diante do de envolvimento
tecnológico, cumpre a —dmini tração trazer a ociedade e ao bem e tar ocial a
³mutaçõe do progre o. 2

—inda, a alteração e re ci ão unilateral não dependem de cláu ula


expre a para e concretizarem. De toda a forma, a Lei de Licitaçõe di ciplina em
eu art. 65, 77 a 80 a hipóte e em que a —dmini tração poderá exercer de tai
prerrogativa . 2

Todavia, não ob tante o poder de alteração unilateral da —dmini tração,


não poderá deixar de cumprir a di po içõe con titucionai que concedem o direito
ao contraditório e a ampla defe a. — im, diante da nece idade de re cindir,
unilateralmente, o contrato firmado com particular, a —dmini tração deverá
re peitar o devido proce o —dmini trativo, comunicando o intere ado do mot ivo
a re ci ão e oportunizandoo de apre entar defe a. 2

3.1.2 Equilíbrio econômico 2

O Equilíbrio Econômico financeiro do contrato firmado pela Poder


Público, também chamado de equação econômico financeira é o aju te inicial
travado entre a —dmini tração e o contratado. Ocorrendo alteraçõe contratuai
que impliquem em um de balanceamento de ta equação, cumpre a —dmini tração
adequar a condiçõe a fim de re tabelecer o equilíbrio econômicofinanceiro da
relação.2

E a recompo ição é previ ta na Lei de Licitaçõe na ituaçõe em que


ocorra alteração de prazo contratual, no termo do inci o I, § 1º do art. 57; no
ca o em que a —dmini tração utiliza ua prerrogativa de alterar unilateralmente o
contrato, dentro do limite e tabelecido na Lei, em conformidade com o di po to
no §§ 1º e 2º do art. 58, bem como em circun tância em que a recompo ição
decorre de fato imprevi ívei ou previ ívei , porém, de con eqüência
incalculávei , conforme di po to na alínea "d" do art. 65, endo nece ária a
demon tração da ruptura do equilíbrio econômico financeiro, para que o contratado
po a e beneficiar de qualquer um do referido artigo . 2
—inda, cumpre ob ervar que reequilíbrio da equação econômico 
financeira do contrato omente é permitida quando o de equilíbrio ocorrer apó o
início da vigência do contrato, motivo pela qual a Lei e tabelece a hipóte e de
revi ão contratual a fim de obter o equilíbrio econômicofinanceiro na condiçõe
inicialmente pactuada , re tringindo e a po ibilidade de revi ão da equação
econômicofinanceira do contrato admini trativo à hipóte e contida no texto
legal. 2

3.1.3 Reaju tamento de preço e tarifa 2

O reaju tamento de preço , ou imple mente, reaju te de preço , é a


atualização do valor inicialmente pactuado em decorrência de alteraçõe
mercadológica que repercutam no contrato, como por exemplo o cu to execução e
remuneração. Portanto, pode e traduzir por reaju te de preço a atualização do
valor do contrato, relacionado a elevação do cu to de con ecução de eu objeto ,
diante do cur o normal da economia. ³É uma forma de corrigir o efeito ruino o
da inflação. 2

O reaju te de preço e tá previ to na Lei de Licitaçõe no inci o I, art.


40, pelo qual di ciplina que deve retratar a variação efetiva do cu to de produção,
de de a data da apre entação da propo ta até a data do adimplemento de cada
parcela. Tal reaju te e dará com ba e em índice previamente fixado no contrato
e omente poderá ocorrer apó tran corrido 12 (doze) me e , a contar da data de
apre entação da propo ta ou do orçamento a que e a e referir. 2

Vê e, portanto, que o reaju te de preço é uma faculdade concedida a


—dmini tração para evitar o rompimento do equilíbrio econômico financeiro do
pacto inicial. Porém, cumpre alientar que o reaju te é in tituto diver o da revi ão.
I o porque, o reaju te é cláu ula do contrato, previamente e tabelecida, que
di põe obre a nece idade de alteração do preço decorrido o período de 12
me e , conforme dito anteriormente. I to é, para ocorrer o reaju te de preço faz
e nece ário à previ ão no in trumento contratual. De maneira diver a ocorre com
a revi ão, que poderá er manife tada independente de cláu ula previ ta, ma , na
hipóte e de obrevirem fato imprevi ívei , ou previ ívei , porém de efeito
incalculávei , conforme prevê a alínea ³d, inc. II, do art. 65 da Lei nº 8.666/93. 2

De e modo, e o contrato não contemplar previ ão de reaju te e e não


tiver ocorrido nenhuma da hipóte e apontada no art. 65, II, "d", ou no § 5º do
me mo di po itivo, qual eja, a uperveniência ou majoração de tributo ou
encargo legai , de comprovada repercu ão no preço , a revi ão também não
erá po ível e, portanto, o preço permanecerão imodificávei .2

Sobre o a unto, —rnold Wald aduz: 2

³Ju tifica e, numa matéria que tem ido objeto de relativamente pouco e tudo ,
fazer a di tinção, nem empre muito clara, nem na praxe admini trativa, nem
me mo no tribunai , entre a correção monetária e a imprevi ão. Há entre amba
uma diferença de origem, de fundamento e de grau. Enquanto a imprevi ão urgiu
# , a correção pode er legal ou convencional. — primeira e contenta para a
conce ão de reaju tamento com a variação do alário , do materiai ou do cu to
de vida, previ ta ou imprevi ta, de de que a o cilação ultrapa e uma percentagem
mínima fixada contratual ou legalmente. — egunda, ao contrário, exige um fato
imprevi ível pela parte que tenha abalado a e trutura econômica do contrato.
Enfim, a correção monetária convencional ou legal é dada independentemente da
condiçõe e pecífica do contrato, enquanto, ao contrário, em te e, a teoria da
imprevi ão omente concede o reaju tamento quando o exato cumprimento do
contrato implica em tornar in olvente o contratante particular. 2

3.1.4 Exceção do Contrato não Cumprido 2

— exceção do contrato não cumprido ou #   



 , u ada freqüentemente no contrato privado , não e aplica, a priori
em relação à —dmini tração. Somente o Poder Público, como parte da relação
contratual, poderá exercer a faculdade de ce ar o contrato quando a outra parte
não cumprir com ua obrigação. O particular, ao contratar com a —dmini tração,
não poderá exercer de tal faculdade vi to o princípio da continuidade do erviço
público, ou eja, diante de atra o da contrapre tação da —dmini tração, o
contratado não poderá re cindir o contrato ou parali ar ua execução No entanto, a
—dmini tração não poderá ubmeter o contratado a prejuízo in uportávei em
função da falta de pagamento. — im, diante de ituação in u tentável, é permitido
ao particular parali ar a con ecução do objeto. Fri a e, no entanto, que a
po ibilidade de aplicar a #  é omente da —dmini tração. 2

3.1.5 Controle do Contrato 2

Outro poder peculiar a —dmini tração é a po ibilidade de controlar o


perfeito andamento do contrato, ou eja, da con ecução do objeto avençado.
Conforme en ina Hely Lope Meirele , ao Poder Público é permitido fi calizar,
upervi ionar, intervir e acompanhar a execução do contrato. 2
Salutar mencionar que de e controle não retira do particular o direito de
executar o avençado no conforme pactuado no in trumento de contrato. Cumpre
a —dmini tração, por meio do eu poder de controle, verificar e o contratado e tá
agindo para o alcance do objeto contratado. — —dmini tração poderá intervir para
a egurar a continuidade do erviço ao verificar algum evento e tranho que
parali e ou retarde a execução do objeto. 2

De um modo geral, o poder de controle do contrato tem função de zelar


pela ³...exatidão do trabalho , dando orientação conveniente e impondo a
modificaçõe que o intere e público exigir. 2

3.1.6 —plicação de Penalidade Contratuai 2

Previ ta na Lei de Licitaçõe , inc. IV do art. 58, a aplicação de ançõe pela


inexecução total ou parcial do contrato é também uma prerrogativa do Poder
Público. Diferente do que ocorre no contrato privado , diante de hipóte e de
inexecução do contrato, é permitido no contrato admini trativo que uma da
parte ± o Poder Público ± imponha anção à outra parte, independente de
intervenção judiciária. 2

Tal prerrogativa deriva da po ibilidade da —dmini tração em controlar


o contrato firmado por ela. I o porque, diante de falta por parte do particular,
cabe a —dmini tração penalizálo de alguma forma. 2

— im, e o contratado, por exemplo, atra ar a con ecução do objeto, de


forma inju tificada, e tará ujeito a aplicação de multa pela —dmini tração, no
molde previ to no contrato e/ou in trumento convocatório que antecede u.2

Tai penalidade e tão previ ta no art. 87 da Lei de Licitaçõe , ão ela :


a advertência, a multa, a u pen ão temporária em contratar com a —dmini tração
e a declaração de idoneidade para licitar ou contratar com o Poder Público. 2

3.3 INTERPRET—ÃO DO S CONT—TOS —DMINISTR—T IVOS2

Hely Lope Meirelle en ina que na tarefa de ³interpretação do contrato


admini trativo é preci o ter empre em vi ta que a norma que o regem ão a do
Direito Público, uplementada pela do Direito Privado (Lei nº 8.666, de 1993, art.
54), e não o contrário, como, lamentavelmente, ainda e pratica entre nó .2
Re alta e, da a ertiva acima, que o atendimento ao intere e público é
finalidade de toda contratação firmada pelo Pode Público, portanto, na
interpretação de te , não poderá afa tar e da premi a precípua de tal aju te.
— im endo, ne e contrato não há como interpretar ua cláu ula voltada a
atender intere e individuai do contratado, e te é o princípio fundamental voltado
à interpretação do contrato avençado com a —dmini tração. 2

No entanto, re tam outra peculiaridade impre cindívei a interpretação


de e contrato , como o direito da —dmini tração em alterar cláu ula
regulamentare a fim de atender o melhor intere e público e a nece idade de
manutenção do equilíbrio econômico financeiro pactuado inicialmente entre a
parte . —inda, o direito a reciprocidade e equivalência do direito e obrigaçõe ,
com o devido comprometimento da —dmini tração em compen ar a upremacia do
intere e público com vantagen econômica em prol do contratado. 2

Por fim, quanto a interpretação do contrato admini trativo , vale


mencionar que o termo do edital e/ou convite que o vincularem, bem como eu
anexo , me mo não tran crito farão parte do in trumento de contrato, não
podendo afa tálo ou contrariar ua di po içõe . 2

 !" 2
Pode e concluir que o contrato —dmini trativo tem como
caracterí tica o comprometimento com o intere e público. O contrato firmado
pelo Poder Público que lhe confere prerrogativa própria que o di tingue do
Direito Comum. 2
Ob erva e, no entanto, que a finalidade de intere e público deve e tar
pre ente em   o contrato avençado pela —dmini tração, como e
demon trou durante todo o trabalho deverão ter como finalidade a con ecução de
um intere e público. 2

22

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22
B—NDEIR— DE MELLO, Cel o —ntônio.         , 14ª ed.
São Paulo: Malheiro , 2001, p. 557 2
MEIRELLES, Hely Lope .  )*          . 12 ed. São
Paulo: Malheiro , 1999, p. 175 2
SUNDFELD, Carlo —ri.  )+         . 2. ed., São Paulo:
Malheiro , 1995, p. 204. 2
JUSTEN FILHO, Marçal. å         ,- .    /,  .0)+ 1
        2. —rtigo publico na Revi ta Trime tral de Direito
Público ± 26, p. 1172
2

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