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PROJETO DE INTERVENÇÃO PARA ESCOLA

TEMA: LUTAS

INTRODUÇÃO

“Se você não luta por algo, em tudo será enganado”.


Anônimo

Na busca de justificativa para nossas ações na escola, vivemos angústias,


expectativas e incertezas, pois, dificilmente conseguimos construir um
planejamento que tenha adesão total dos alunos, assim também não
contemplará o alcance de nosso(s) objetivo(s) em sua totalidade. Escolher
o conteúdo a ser trabalhado então, se traduz em uma tarefa que pode nos
abespinhar por um período longo. Para facilitar esta empreitada devemos
considerar a realidade vivida nas escolas, seu entorno e no cotidiano de
nossos alunos. Sabemos que na prática docente da Educação Física o
conteúdo “Lutas” tem sido negligenciado por vários motivos. Os mesmos
que nos levam a excluir da oferta de possibilidades de vivências, dança,
capoeira ou qualquer outro conteúdo que não dominamos.

A Educação Física Escolar não deve pretender instrumentalizar alunos para


se tornarem atletas, dançarinos, capoeiristas ou ginastas olímpicos, mas
sim para que este aluno tenha a oportunidade de vivenciar a cultura
corporal produzida historicamente pela sociedade. Sabemos que o esporte
é um dos, ou talvez o único tema “estudado” na escola, precisamos encarar
o desafio de ofertar os outros conteúdos da Educação Física como por
exemplo as “lutas”, no contexto escolar.

A partir das constatações acima apresentamos o presente projeto de


intervenção em Educação Física Escolar na busca de um meio para encarar
o desafio de, embora não tendo vivenciado este conteúdo e sabendo da
discriminação e exclusão nos planejamentos pedagógicos, proporcionar-
mos a experiência pedagógica das lutas aos educandos.
REFERENCIAL TEÓRICO

Betti define a Educação Física Escolar como sendo uma disciplina com a
finalidade de "introduzir e integrar o aluno na cultura corporal de
movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e
transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir do jogo, do esporte, da
dança, das ginásticas em benefício de sua qualidade de vida" (1998, p. 19).

Em sua monografia de conclusão de curso LANÇANOVA, entende que em


se tratando do conteúdo Lutas, não se pode reproduzir na escola o mesmo
ensino que se realiza em academias, ou seja, de caráter desportivo, de
defesa-pessoal ou como uma prática de exercícios destinado à promoção
da saúde. As Lutas devem ser incluídas no planejamento escolar pelo
professor de Educação Física de forma que possa contribuir para a
formação integral do educando. Para que este se desenvolva por completo
precisa ser estimulado a conhecer suas habilidades e capacidades e o meio
para se conhecer, aprimorar, desenvolver enfim, é através das práticas
corporais acumuladas como: esportes, jogos, ginásticas, atividades rítmicas
e expressivas, categoria onde se encaixam as lutas, sendo reconhecida
como um combate:

[...] entende-se que “luta” é um termo que pode


ser empregado de forma geral a todo combate
entre dois ou mais indivíduos, dotados estes de
treinamento especial para luta ou não.
(LANÇANOVA, p.12)

As lutas nos são apresentadas por alguns autores como disputas em


que o(s) oponente(s) deve(m) ser subjugado(s), através de técnicas e
estratégias variadas de acordo com a modalidade praticada. É muito
difícil identificarmos uma determinada modalidade como sendo “luta
brasileiras” ao buscar conhecer quais poderiam receber a etiqueta
“made in Brazil” podemos encontrar: Kombato, Gracie jiu-jitsu, Morganti
jiu-jitsu.
Para Stenhouse, citado por Alves(2003), os professores, à medida que vão
questionando suas diversas práticas, identificadas, conhecidas e analisadas
através de processos de pesquisa, são os que podem efetivar intervenções no
cotidiano das escolas, desenvolvendo alternativas às propostas oficiais.

OBJETIVOS

Conhecer as lutas produzidas pela humanidade ao longo de sua história.


Identificar as lutas praticadas no bairro onde se localiza a escola.
Saber quais são mais praticadas e por quê?
Fazer entrevista com os praticantes com questões como:
1. Em qual local o individuo faz a pratica da(s) luta(s)?
2. Por que as pessoas praticam lutas?
3. Com qual objetivo?
4. Qual a importância e relevância das lutas para o dia-a-dia de quem
as pratica?
5. Os praticantes de lutas são violentos?

CONTEUDO

Lutas e temas transversais, como luta e violência local.

ORGANIZAÇÃO METODOLÓGICA

A concepção crítico-superadora utiliza como base o discurso marxista, onde


o interesse de classes é refletido. A partir da compreensão crítica da
realidade é possível se ampliar a capacidade de interpretação das coisas
do mundo. Esta concepção possibilita que o aluno entenda os conteúdos
propostos, como parte de uma construção histórica, produzida pelo homem
e assim se sinta como sujeito desta construção. Através dos conteúdos
específicos da Educação Física: Jogo, Esporte, Ginástica, Luta e Dança, o
homem pode se apropriar da cultura corporal produzida, também,
historicamente. (COLETIVO DE AUTORES, 1992). A problematização dos
conteúdos mediada pelo professor leva o aluno a despertar para a
curiosidade e motivação para a transformação da sua realidade, o fazer
refletido.

Este projeto busca inserir em uma escola pública, em uma turma de 8ª série
o conteúdo negado neste espaço pelos professores de educação física e
coordenação pedagógica, as lutas.

Na busca de identificar a maioria das lutas existentes e praticadas ao longo


da história da humanidade, será realizado um levantamento via internet,
com duração de uma semana, das lutas produzidas historicamente no
mundo. Os alunos serão divididos em grupos de no máximo três e
organizarão as tarefas entre si.

Durante a etapa do levantamento virtual, apresentarão para o restante da


sala os resultados de suas pesquisas através do método de exposição
escolhido por cada grupo, cartaz, aula expositiva, vídeo, etc.

Após esta etapa, os grupos farão uma busca em academias, clubes,


vizinhos e outros espaços onde as lutas são praticadas no bairro onde se
localiza a escola.

Na etapa seguinte, criaremos uma entrevista semi-estruturada para os


grupos aplicarem a pelo menos 5(cinco) praticantes de lutas dos vários
locais, sendo que cada grupo escolherá um destes locais, esta fase durará
o tempo máximo de duas semanas.

Os resultados da pesquisa serão apresentados na “Semana das Lutas”,


articulada com os professores das outras disciplinas que apresentarão
trabalhos e projetos de seus alunos, criando uma interdisciplinaridade,
sendo assim trabalhados os temas transversais ligados ás lutas.

AVALIAÇÃO

Serão avaliados, assiduidade, pontualidade, envolvimento e organização


das apresentações dos resultados.

RECURSOS

Computadores com acesso a internet, TV pen-drive, papel ofício, data-


show, papel-metro.
REFERENCIAS

ALVES, Alves. Cultura e cotidiano escolar. Revista Brasileira de Educação.


2003, n. 23.
BETTI, Mauro. A janela de vidro: esporte, televisão e educação física. São
Paulo: Papirus, 1998.

COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino de Educação Física. São


Paulo: Cortez, 1992.

DIAS JUNIOR, Elson Moura. A luta enquanto conteúdo da cultura


corporal.2009, Mimeo.

Monografia: Lutas na Educação Física Escolar: alternativas pedagógicas.


LANÇANOVA, JADER E. DA S. disponível em :
http://lutasescolar.vilabol.uol.com.br/index.html acesso em 24/02/2010.

STENHOUSE, Lawrence. Investigación y desarrollo del curriculum. (1991) 3ª


ed. Madri: Morata.
ESPECIALIZAÇÃO EM METODOLOGIA DO ENSINO E
DA PESQUISA EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE
ESCOLAR

LEILIANE FELÍCIO DA SILVEIRA

PROJETO DE INTERVENÇÃO ESCOLAR


TEMA: LUTAS

Salvador
2010
LEILIANE FELÍCIO DA SILVEIRA
Projeto apresentado como
requisito parcial de avaliação
da disciplina Lutas do Curso
de Especialização em
Metodologia do Ensino e
Pesquisa em Educação Física
e Esporte Escolar, da
Faculdade Social, sob
orientação dos Profº Ms.
Neuber Leite e Elson Moura.

Salvador
2010

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