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ATOS ADMINISTRATIVOS
I - DEFINIÇÃO: segundo o art. 81 do CC, temos a definição de ato jurídico: é todo ato lícito que possui por
finalidade imediata adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos.
=> é espécie de ato jurídico, é ato infralegal;
=> diferenciação: ato jurídico, fato jurídico e negócio jurídico;
=> diferenças entre ato administrativo, processo administrativo e procedimento administrativo
=> manifestação lícita e unilateral da Administração ou de quem lhe faça as vezes p/ adquirir, transferir,
modificar ou extinguir direitos e obrigações.
=> praticados pelo Estado ou por alguém em nome dele.
=> atos administrativos não são definidos pela condição da pessoa que realiza.
=> são regidos pelo Direito Público.
=> ato administrativo x ato da administração (ato praticado por órgão vinculado à estrutura do Executivo)
OBS.: Nem todo ato praticado pela Administração será ato administrativo, pois há circunstâncias em que a
Administração se afasta das prerrogativas que possui, equiparando-se ao particular, os tidos atos de gestão.
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Direito Administrativo - Atos Administrativos Marcelo Góis
ATENÇÃO: Existe, entretanto, uma polêmica doutrinária sobre quando se deverá determinar a
obrigatoriedade da motivação. Quando a lei dispõe expressamente os casos em que a motivação é obrigatória,
não existe divergência, ela irá ocorrer nos casos em que a lei nada estabelece.
Os atos administrativos, vinculados ou discricionários, deverão obrigatoriamente ser motivados, ainda que
a lei nada tenha expressado. Esse entendimento baseia-se no Princípio da Motivação (princípio implícito na
CF/88). Esse princípio decorre do Princípio da Legalidade, do Princípio do Estado de Direito e do princípio que
afirma que todos os atos que trazem lesão de direitos deverão ser apreciados pelo Poder Judiciário.
=> Existem exceções em que o ato administrativo pode validamente ser praticado sem motivação:
1) quando o ato administrativo não for praticado de forma escrita;
2) quando em um ato, por suas circunstâncias intrínsecas, o motivo que enseja a sua prática é induvidoso
em todos os seus aspectos, permitindo o seu conhecimento de plano por qualquer interessado.
5) objeto lícito: pois são atos infralegais;
=> Há certas condições para que o ato exista e há certas condições para que o ato seja válido;
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Direito Administrativo - Atos Administrativos Marcelo Góis
1) Cumprimento dos seus Efeitos: o ato existe para gerar efeitos; cumprindo todos os seus efeitos, não
há mais razão de existir sob o ponto de vista jurídico, sendo, então, considerado extinto (ex.: despacho que libera
as férias de servidor por 30 dias; passados os 30 dias, o ato cumpriu todos os seus efeitos e será extinto).
2) Revogação: retirada do ato administrativo por inconveniência ou inoportunidade por interesse público.
Somente se revoga ato válido que foi praticado dentro da Lei. Somente poderá ser feita por via administrativa.
3) Anulação: retirada de um ato administrativo do mundo jurídico por razões de legalidade e/ou
legitimidade. Pode ser realizada pelo Poder Judiciário ou pela própria Administração (autotutela).
4) Caducidade: desaparecimento do sujeito ou objeto do Ato; se sujeito ou objeto (bens) perecer, o ato
será extinto (ex: servidor em férias e falece; o ato que as concedeu será extinto por perecimento do sujeito).
5) Cassação: retirada do ato administrativo pelo fato do beneficiário ter descumprido condição
indispensável ao ato. Não se discute validade nem conveniência do ato. Se o beneficiário não atender às condições
legais, o ato será cassado.
=> os que estão em desacordo com a lei. HELY LOPES MEIRELLES fala em invalidação como sendo
gênero das espécies de anulação e revogação, sendo inválido o ato ilegal e inoportuno.
1) Categorias de Invalidade do Ato Administrativo
• Ato administrativo inexistente: tem aparência de ato administrativo, mas não existe como tal (ex: decreto
assinado pelo Presidente da República, mas não publicado. Tem a aparência de ato, mas não é, visto a falta da
publicação). O ato inexistente não traz consequência jurídicas e não produz efeitos nem obrigações.
• Ato administrativo nulo: ato com vício que não pode ser convalidado, ou seja, o ato existe, mas possui vício que
não pode ser corrigido após. Não há operação jurídica para sanar o vício. Esse ato pode gerar efeitos.
• Ato administrativo anulável: tem um vício que pode ser sanado, ou seja, é um ato que pode ser convalidado. O
vício poderá ser corrigido, posteriormente, por uma operação jurídica. Esse ato também poderá gerar efeitos.
• Ato administrativo irregular: o ato que, embora com vício, não traz prejuízo a ninguém, não traz consequência
nem perdas jurídicas para ninguém. Não há nulidade quando não há prejuízo.
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Direito Administrativo - Atos Administrativos Marcelo Góis
Alguns autores entendem que, verificado que um determinado ato é anulável, a convalidação será
discricionária, ou seja, a Administração convalidará ou não o ato de acordo com a conveniência. Outros autores
entendem que a convalidação deverá ser obrigatória, visto que, se houver como sanar o vício de um ato, ele
deverá ser sanado. É possível, entretanto, que existam obstáculos ao dever de convalidar, não havendo outra
alternativa senão anular o ato. Os obstáculos para se convalidar são:
• Impugnação do ato: se houve a impugnação, judicial ou administrativa, não há que se falar mais em
convalidação. O dever de convalidar o ato só se afirma se ainda não houve sua impugnação.
• Decurso de tempo: pode gerar um obstáculo ao dever de convalidar. Se a lei estabelecer prazo para
anulação administrativa, se o prazo impedir a anulação, o ato não poderá ser convalidado, pois o tempo o
estabilizará – o ato não poderá ser anulado e não haverá necessidade de sua convalidação.
Não se deve confundir a convalidação com a conversão do ato administrativo.
Conversão: ato adm. que, com efeitos retroativos, sana vício de ato antecedente, transformando-o em ato distinto,
de diferente categoria, desde o seu nascimento. Há um ato viciado e, para regularizar a situação, ele é
transformado em outro, de diferente tipologia (ex: concessão de uso sem prévia autorização legislativa; a
concessão é transformada em permissão de uso, que não precisa de autorização legislativa, para que seja um ato
válido – conversão).
=> o ato nulo, embora não possa ser convalidado, poderá ser convertido, transformando-se em ato válido.
1) (CESPE - 2010 - TRE-BA - Analista Judiciário - Área Judiciária) Um dos efeitos do atributo da presunção
de veracidade dos atos administrativos reside na impossibilidade de apreciação de ofício da validade do ato por
parte do Poder Judiciário.
2) (CESPE - 2010 - TRE-BA - Analista Judiciário - Área Judiciária) Apesar de o ato de revogação ser dotado
de discricionariedade, não podem ser revogados os atos administrativos que geram direitos adquiridos.
3) (CESPE - 2010 - TRE-BA - Técnico Judiciário - Área Administrativa) A autoexecutoriedade é um atributo
de todos os atos administrativos.
4) (CESPE - 2010 - TRE-BA - Técnico Judiciário - Área Administrativa) Entre as espécies de atos
administrativos, os atestados são classificados como enunciativos, porque seu conteúdo expressa a existência de
certo fato jurídico.
5) (CESPE - 2007 - TCU - Analista de Controle Externo - Comum a todos) São exemplos de atos
administrativos relacionados com a vida funcional de servidores públicos a nomeação e a exoneração. Já os atos
praticados pelos concessionários e permissionários do serviço público não podem ser alçados à categoria de atos
administrativos.
6) (CESPE - 2010 - TRE-BA - Técnico Judiciário - Área Administrativa) Compete ao Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por
membros ou órgãos do Poder Judiciário, fixando prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei. É negada ao CNJ competência para desconstituir ou rever atos praticados pelos presidentes
dos tribunais de justiça.
7) (CESPE - 2007 - TCU - Analista de Controle Externo) A declaração de sigilo dos atos administrativos, sob a
invocação do argumento da segurança nacional, é privilégio indevido para a prática de um ato administrativo, pois
o princípio da publicidade administrativa exige a transparência absoluta dos atos, para possibilitar o seu controle
de legalidade.
8) (CESPE - 2007 - TCU - Analista de Controle Externo) Os atos praticados pelo Poder Legislativo e pelo
Poder Judiciário devem sempre ser atribuídos à sua função típica, razão pela qual tais poderes não praticam atos
administrativos.
9) (CESPE - 2009 - TCE-RN - Assessor Técnico Jurídico) Atos administrativos enunciativos são aqueles em
que a administração certifica ou atesta um fato ou emite um juízo de valor acerca de determinado assunto, como,
por exemplo, as certidões e os atestados.
10) (CESPE - 2009 - TRT - 17ª Região (ES) - Analista Judiciário - Execução de Mandados) Tendo em vista
razões de conveniência e oportunidade no atendimento do interesse público, mesmo os atos administrativos dos
quais resultarem direitos adquiridos poderão ser revogados unilateralmente pela administração.
11) (CESPE - 2009 - TRT - 17ª Região (ES) - Analista Judiciário - Execução de Mandados) O direito de a
administração anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários expira em
cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.