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Sentir os pregos nas nossas mãos...

A nossa vida foi-nos generosamente dada por Deus, nosso Pai,


que nos criou à sua imagem e semelhança. Tornou-nos assim
admnistradores de algo que não nos pertence, algo demasiado
precioso para nós nos descurarmos de tratá-la bem.
Com tamanha graça concedida, todo o nosso percurso terreno
vem de Deus e para Ele deve convergir. Os dons que
recebemos, adquirimos e descobrimos, por vezes leva-nos a ser
tudo aquilo que não é suposto sermos, a vivermos numa
espécie de ilusão que nos descaracteriza da nossa verdadeira essência de vida. A reflexão
a fazer é sobre o propósito da nossa vida, até que ponto estamos preparados para
assumir as nossas limitações de sermos homens e mulheres, e assim a razão de termos
que dar as nossas mãos para que aceitemos o sacrificio e a dor de não estarmos a
cumprir a vontade de Deus.
Todos os dias somos tocados por coisas boas e por coisas más que nos alegram ou nos
fazem entristecer! Tudo o que é bom, o pensamento imediato é que nós fizemos por
merecer tamanha graça... Contudo, quando algo não nos agrada, a tendência é de
colocar as culpas Naquele que tem o poder de impedir que algo de mal nos aconteça:
Deus!
Pode um Pai de amor desejar algo de mau para um dos seus filhos? A resposta óbvia é
um não redondo. Mas quando se pergunta se quererá Deus que passemos por uma "via
sacra" para assim nos podermos libertar de algo mau, que nós não nos apercebemos mas
que faz parte de nós, a resposta não será tão óbvia quanto a anterior.
Deus amou de tal modo os Homens que entregou o seu filho unigénito para morrer, fez o
Deus tornar-se homem, humilhando assim a sua natureza divina.
Que pai faria uma coisa dessas a um filho? Certamente nenhum pai o faria mas Deus,
Pai de todos os pais fê-lo! Ele que nos ama mais do que possamos imaginar. Os designios
de Deus são misteriosos para nós mas nós tentamos sempre desvenda-los numa
tentativa de compreendermos o que não está ao alcance da nossa compreenção.
Deus, desde que fomos pensados, está connosco, no silêncio, observando, mostrando-
nos o caminho e nós continuamos cegos.
O que para nós é mal, para Deus é amor! Se morrem crianças inocentes, a culpa é de
Deus ou é da estupidez do Homem? Se Deus corrigisse todo o mal com uma série de
intervenções divinas será que haveria conversão de todos os Homens? Ou toda a gente
agiria tranquilamente pensando que se fizesse algo de mal, Deus apareceria e corrigiria?
Será que se todo o Homem tomasse consciência de que é pecador deixava de haver
pecado?
É preciso mudar, é preciso sermos Homens de Deus, é preciso deixar de sermos deuses
das nossas vidas pois a vida não nos pertence a nós.
Se Deus nos pede para sofremos então aceitemos o sofrimento e soframos por amor. Se
Deus nos pede sacrificios então digamos: eis o teu servo! Se Deus nos pede para amar
então amemos sem medida. Se Deus nos pede para dar-mos as nossas mãos para
sermos nós a receber os pregos que cravaram Cristo na cruz então digamos: faça-se a
Tua vontade!
O desafio de vivermos na certeza do amor que Deus tem por nós é grande mas se não o
fizermos, continuaremos a ser apenas sombras de homens e mulheres que foram criados
para viverem em abundância e felicidade.
Cabe a cada um de nós olhar para dentro e até que ponto continuamos a acreditar que
Deus não está connosco quando na realidade nós somos a sua casa...

Rudrigus

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