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tocante à edição das Leis Delegadas e Medidas Provisórias. É curial esclarecer que tal OBRIGATÓRIA PELOS ESTADOS E MUNICÍPIOS.
situação não retira nem afronta os poderes do Legislativo, uma vez que a competência
exercida pelo Executivo decorre diretamente da Constituição, ou seja, o Executivo exerce Devem as Constituições Estaduais e as Leis Orgânicas adotarem os mesmos atos
competência legislativa excepcional que lhe foi outorgada diretamente pelo Poder legislativos indicados no art. 59 da Carta Política. Entretanto, podem, no uso de sua
Constituinte Originário. autonomia constitucional (art. 18), suprimir a adoção de algum (Ex.: Medida Provisória).
Por ser um Poder Constituído, o Legislativo tem sua ação condicionada e limitada às O que é defeso é a adoção de ato legislativo estranho ao modelo federal, o que
regras do processo constitucional de formação de normas, delas não podendo se afastar, significaria estender a condição jurídica de ato normativo primário a diploma normativo
sob pena INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL. Vale dizer: Toda norma produzida em não reconhecido pelo Poder Constituinte Originário (PCO). Este é entendimento seguido
descompasso com os princípios e normas do Processo Legislativo possui a eiva da pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
inconstitucionalidade, mesmo que seu conteúdo esteja em absoluta conformidade com o
texto da Magna Carta.
VII – DA REGRA DO SOBRESTAMENTO (TRANCAMENTO DA PAUTA)
Portanto, podemos então concluir que estudar o Processo Legislativo é exercer verdadeiro
controle de constitucionalidade, pois é a Constituição quem vai determinar quais atos A Constituição Federal de 1988 aboliu o instrumento da APROVAÇÃO POR
normativos o Poder Legislativo pode editar, bem como definir quais os requisitos, limites,
DECURSO DE PRAZO, adotando a REGRA DO SOBRESTAMENTO (CF, art.
prazos, fases e procedimentos que devem ser obedecidos para que a norma produzida
64, § 2º).
não possua a eiva da inconstitucionalidade.
O Sobrestamento é a suspensão temporária da deliberação de qualquer
II - CONCEITO
proposição, enquanto não for decidido o motivo que ocasionou o trancamento
da pauta.
Para o insigne constitucionalista Alexandre de Moraes, o Processo Legislativo como ser
conceituado como: Logo, na forma estabelecida na Magna Carta, nos casos em que o Presidente
“Conjunto ordenado de disposições que disciplinam o procedimento a ser da República solicitar a apreciação, em REGIME DE URGÊNCIA, de projetos de
obedecido pelos órgãos competentes na produção das leis e atos normativos”. lei de sua iniciativa, se Congresso Nacional não ultimar a votação no prazo
constitucional (100 dias), a mora parlamentar não terá o condão de gerar a
Para o magistério do professor Robério Nunes dos Anjos Filho, o Processo Legislativo “é o
meio, constitucionalmente previsto, através do qual os órgãos legislativos realizam atos destinados aprovação tácita da norma em formação.
à elaboração das espécies normativas”.
O atraso terá por única e exclusiva conseqüência jurídica o trancamento da pauta, ficando
Ao nosso sentir, É O DUE PRECESS OF LAW SEGUIDO PELO PODER sobrestadas a votação de todos os demais projetos, exceção feita somente as Medidas
LEGISLATIVO NO EXERCÍCIO DE SUA FUNÇÃO CONSTITUCIONAL Provisórias que, por força de expressa disposição constitucional (art. 62, § 6º), sua
PRECÍPUA. tramitação pretere a dos projetos de lei, mesmo aqueles em regime de urgência
presidencial.
Trata-se de corolário do princípio da legalidade, uma vez que ninguém será
Além da tramitação das medidas provisórias e dos projetos de lei em regime de urgência,
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de espécie encontramos também a aplicação da REGRA DO SOBRESTAMENTO no caso de não
normativa devidamente elaborada pelo Poder Competente e em conformidade com apreciação do veto, no prazo de 30 dias (CF, art. 66, § 6º), em sessão conjunta do
as regras constitucionais de produção de atos legislativos (Processo Legislativo). Congresso Nacional.
Consiste na iniciativa de apresentação do projeto de lei ou da proposta de emenda à Constituição A proposição, aprovada em definitivo pelas Casas Legislativas, será caminhada, em
(CF, art.60, I a III, e art. 61, caput e § 2º). autógrafos, à sanção, à promulgação ou à deliberação pela outra Casa, conforme o caso.
Os autógrafos reproduzirão a redação final, aprovada pelo Plenário ou Comissão.
A iniciativa legislativa é a capacidade, constitucionalmente atribuída a uma pessoa
O autógrafo procedente de uma Casa ficará arquivado na outra.
ou órgão, de iniciar o processo legislativo, através da apresentação de projetos
de lei ao Poder Legislativo. XII.2 - DA DELIBERAÇÃO EXECUTIVA
A iniciativa pode ser:
A DELIBERAÇÃO EXECUTIVA ocorre através das seguintes ações do
1. PARLAMENTAR – é a iniciativa de lei que advém de Deputados Federais ou de Senadores da
Presidente da República:
República, quer dizer, dos membros do Congresso Nacional;
2. EXTRA-PARLAMENTAR – é a iniciativa de lei atribuída a indivíduos ou a órgãos alheios ao Poder SANÇÃO – é a aquiescência (concordância) do Presidente da
Legislativo. É exercida pelo Presidente da República, Tribunais Superiores (CF, art. 93, art. 96, República aos termos de um projeto de lei devidamente aprovado pelo
inciso II), Ministério Público (CF, art. 127, § 2º) e cidadãos (iniciativa popular de lei – CF, art. 14, Congresso Nacional.
III c/c art. 61, § 2º); Pode ser expressa, nos casos em que o Presidente manifesta-se
3. CONCORRENTE – é aquela que pertence a vários legitimados ao mesmo tempo, ou seja, que pode favoravelmente, no prazo de 15 dias úteis, ou tácita, quando silencia nesse
ser exercida por vários legitimados de uma só vez (Ex.: parlamentares e o Presidente da República); mesmo prazo.
4. EXCLUSIVA – é aquela reservada a determinado cargo ou órgão (Ex.: projetos de iniciativa E, ainda, total ou parcial, conforme concorde ou não com a totalidade do
privativa do Presidente da República – CF, art. 61, § 1º) projeto de lei já aprovado pelo Parlamento.
É na FASE INTRODUTÓRIA que se define em qual das duas casas legislativas será
iniciada a apreciação do projeto de lei (DELIBERAÇÃO PRINCIPAL) e, VETO – é a manifestação de discordância do Presidente da República
conseqüentemente, qual delas atuará como revisora (DELIBERAÇÃO REVISIONAL). com o projeto de lei aprovado pelo Poder Legislativo. É irretratável, não
podendo o Presidente mudar a sua opinião.
As espécies de deliberação podem ser assim sintetizadas, verbis: Pode ser jurídico, nos casos em que o Presidente entende ser o projeto de lei
a) Deliberação Principal – feita pela primeira casa que conhecer do projeto de inconstitucional (aspecto formal), ou político, quando entende ser
lei; contrário ao interesse público (aspecto material), e, ainda, poderá existir o
b) Deliberação revisional – feita pela casa revisora, após a deliberação principal. veto jurídico-político (por ambos os motivos).
A promulgação é a consagração pela ordem jurídica da existência da lei. É o Trata-se de comunicação dirigida a todos os que devem cumprir o ato normativo,
informando-os de sua existência e de seu conteúdo.
atestado de que ela nasceu para ser aplicada e executada.
É A ATESTAÇÃO DE EXISTÊNCIA DA LEI E PROMULGAÇÃO DE SUA É o ato que veicula e notícia o nascimento da lei, seu conteúdo e forma, decorrendo daí
EXECUTORIEDADE. sua obrigatoriedade.
A promulgação significa que a ordem jurídica foi inovada, declarando que uma lei existe, É promovida através da inserção do texto da norma no DIÁRIO OFICIAL.
que possui determinado conteúdo, que foi produzida segundo procedimento
constitucionalmente previsto e, em conseqüência, deverá ser cumprida. A promulgação A publicação também é da competência do Presidente da República, que poderá, de
forma concomitante, promulgar a lei e determinar sua publicação.
não faz a lei, mas os efeitos desta só se produzem após aquela.
Salvo previsão diversa, a lei entra em vigor na data de sua publicação. Logo, uma vez
Como já asseverado anteriormente, incide sobre um ato perfeito e acabado (a própria lei),
publicado, o ato normativo está apto a produzir efeitos jurídicos externos, possuindo
atestando sua existência e promulgando sua executoriedade.
eficácia para criar direitos e obrigações no mundo fenomênico. Com a publicação, a lei
obriga a todos ao seu cumprimento, ninguém dela podendo se escusar ao argumento de
que não a conhece.
O projeto de lei torna-se lei, ou com a sanção presidencial, ou mesmo com a
derrubada do veto por parte do Congresso Nacional, uma vez que a promulgação SEM A PUBLICAÇÃO A LEI NÃO ENTRA EM VIGOR E, VIA DE CONSEQÜÊNCA, NÃO
refere-se à própria lei. TERÁ EFICÁCIA.
XIII.2 - PUBLICAÇÃO