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CURSO DE DIREITO

TEORIA GERAL DO DIREITO – IED


Profª Marinely Aparecida Clemente
email:marinely@gmail.com

1. A ORIGEM DO HOMEM

Antes de adentrarmos nos aspectos da origem do Direito fazem-se necessários


algumas explanações como poderíamos discorrer sobre o direito sem admitirmos
sobre a origem do homem, a inter-relação do homem x sociedade, precisamos
refletir sobre algumas noções elementares sobre a origem do homem.

Origem do Homem: O gênero homo surgiu entre 4 milhões de anos a.C.

Os estudiosos costumam distinguir em 03 etapas na evolução do homem pré-


histórico:

Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada;

Paleolítico Inferior 500.000 – 30.000 a.C

Paleolítico Superior 30.000 – 80.000 a.C

 Surgimento dos “Homo Sapiens” Vivia em cavernas divido as baixas


temperaturas - sem conhecer a agricultura e a criação de animais, eram
“nômades”

 Surgimento da descoberta do fogo porque utilizavam restos de ossos e


pedras, para acender seu fogareiro.

 Cro – Magnon, isto é, o Homem já era homem propriamente dito,que caçava


animais grandes .

 Nascimento das artes, com representações de cenas de caça nas paredes


das cavernas.

Nova idade da Pedra ou neolítico 8.000 – 5.000 a.C

 Desenvolvimento da agricultura devido às modificações climáticas


dificuldade da caça contribuíram para o desenvolvimento da
agricultura, como o plantio de trigo, cevada, criação de gado e pastor
de ovelhas.

 Surgimento dos primeiros aglomerados urbanos.

 “Comunidades Primitivas” – o solo pertencia a todos, baseava-se em


laços de sangue, idiomas e costumes. A economia baseava-se na
exploração da natureza.
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 Posse de Propriedade individual. São comunidades típicas de


civilização.

Idade dos Metais 5.000 – 4.000 a.C

 Utilização da fabricação de instrumentos metálicos. O ser humano


começa a dominar ainda que de maneira rudimentar a técnica da
fundição.

 Surgimento das “esculturas”.

 Desenvolvimento do homem e o crescimento da população -


surgimento das primeiras cidades, civilização da história da
humanidade.

 Surgimento da Escrita.

Os historiadores acreditavam que as primeiras Sociedades se formaram a


partir do desenvolvimento de um grupo, após estabelecerem em
determinadas regiões.

2. LEI E O DIREITO

Significado da Palavra “Lei”

Segundo o dicionário: Ligação liame o que se completa pela obrigação


imposta, relação com o sentido nuclear “jus” lei que invoca a idéia de fugir,
unir, ordenar, coordenar.

 Lei: regra escrita estabelece normas de acordo com anseio social.

Direito: corresponde a exigência essencial e indeclinável de uma


convivência ordenada, pois nenhuma sociedade poderia substituir sem um
mínimo de ordem, de direção.
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Santi Romano (jurista italiano) “realização de convivência ordenada”.

“UBI SOCIETAS, IBI JUS” Onde está a sociedade esta o direito.

“IBI JUS, IBI SOCIETAS” Onde está o direito está à sociedade.

Estas relações entre os homens denominadas relações intersubjetivas,


porque envolvem dois ou mais sujeitos.

No entanto não se pode conceber qualquer atividade social desprovida de


forma e garantia jurídicas, nem qualquer regra jurídica que não se refira à
sociedade.

Miguel Reale: Define o Direito – fato/fenômeno social não existe se não na


sociedade e não pode ser concebido fora dela.

• Não podemos separar a experiência jurídica relação entre os homens


das estruturas lógicas, isto é, das estruturas normativas
(regularização) nas quais e mediante as quais ela se processa.

Direito é “a semente da ciência do Direito”

Realidade Jurídica

Ordem de Conhecimento
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Após as considerações iniciais podemos adentrar no significado do termo


DIREITO.

O que é o Direito?
Na concepção geral:

 Significado segundo o dicionário do termo: Reto, concreto, bem


sucedido, estudo das leis, estudo/ciências sociais e jurídicas.

 Palavra da origem latina “directum”.

 Não se pode, com efeito, estudar um assunto sem se ter dele uma
noção preliminar.

Direito: Aos olhos do homem comum o direito é lei e ordem, isto


é, um conjunto de regras obrigatórias que garante a convivência
social graças ao estabelecendo de limites a ação de cada um de
seus membros.

O Direito nasceu junto com a civilização, sua história é a história da própria


vida. No passado sempre vamos encontrar o Direito, ainda que em estágio
rudimentar, bem como nas relações humanas. E que os homens, obrigados
ao convívio, labutando uns ao lado dos outros, carecem de certas regras de
conduta, de um mínimo de ordem e direção. Essas regras de procedimento
disciplinadoras da vida em sociedade, recebem o nome de Direito.

Portanto, a finalidade do direito se resume em regular as relações humanas,


a fim de que haja paz e prosperidade no seio social, impedindo a desordem
ou o crime. Sem o Direito estaria a sociedade em constante processo de
contestação, onde a lei do mais forte imperaria sempre, o que resultaria o
verdadeiro caos.

Freqüentemente, costuma-se dizer que o Direito não passa de um


“sentimento” algo assim como o amor, que nasce no coração dos homens.
Não é exagero mesmo afirmar-se que todos sentem o Direito e que, de certo
modo, todos sabem o que o Direito é.

Os especialistas, entretanto, dada a precariedade dessa noção vulgar,


buscam, incessantemente, um conceito mais aprofundado do que seja o
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Direito. Na verdade para adentrarmos ao estudo da filosofia jurídica, no qual


pertence a questão, diremos que:

Direito é um complexo de normas reguladoras


da conduta humana, com força coativa.

Assim, a vida em sociedade seria impossível sem a existência certo de


normas reguladoras do procedimento dos homens, por estes mesmos
julgadas obrigatórias, e acompanhadas de punições para os seus
transgressores. De nada adiantada a lei dizer, por exemplo, que matar é
crime, se, paralelamente, não impusesse uma sanção àqueles que
matassem. A coação, ou possibilidade de constranger o indivíduo à
observância da norma, toma-se inseparável do Direito.

A justiça sustenta em uma das


mãos a balança em que pesa o direito, e na outra a
espada de que se serve para defendê-lo. A espada sem
a balança é a força brutal; a balança sem a espada é a
impotência do Direito.

Se atentarmos para a significação do vocabulário “direito”, nas diversas


expressões, verificaremos que há significados diferentes, ou seja, não
podemos nos limitar ao estudo dos vocábulos sem passar do plano das
palavras para o das realidades, vejamos:

a) O direito não permite o duelo;

b) O Estado tem o direito de legislar;

c) A educação é direito da criança;

d) Cabe ao direito estudar a criminalidade;

e) o direito constitui um setor da vida social.


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NORMA “ O DIREITO NÃO PERMITE DUELO” – “direito” significa


a norma, a lei, a regra social obrigatória.

FACULDADE “ O ESTADO TEM O DIREITO DE LEGISLAR” –


“direito” significa faculdade, o poder, a prerrogativa que o
Estado tem de criar as leis.

JUSTO “ A EDUCAÇÃO É O DIREITO DA CRIANÇA” – “direito”


significa o que é devido por justiça.

CIÊNCIA “CABE AO DIREITO ESTUDAR A CRIMINALIDADE” –


“direito” significa ciência, ou mais exatamente, a ciência do
direito.

FATO SOCIAL “O DIREITO CONSTITUI UM SETOR DA VIDA


SOCIAL” – “direito” é considerado como fenômeno da vida
coletiva. Ao lado dos fatos econômicos, artísticos, culturais,
esportivo, também direito é um fato social

Fato social: é interação dos indivíduos numa certa sociedade.

Várias concepções do conceito de Direito:

Hans Kelsen: Um conjunto de regras que possui o tipo de unidade que


entendemos por sistema.

Paulo Nader: É um conjunto de normas de conduta social impostas pelo


poder público (Estado).

Maria H.D: O direito é uma norma, um método (ciência para alcançar um


fim determinado).

Relação do Homem x Sociedade


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O ser humano é essencialmente gregário e social, em geral o individuo vive


desde o seu nascimento pertencendo sempre a um ou mais grupos sociais
da sociedade em que vive.

E essa interação em que o direito surge na medida em que o contingente de


determinados grupos sociais crescem em numero de habitantes aglutinações
de grupos ocorrem por conseqüência maior é a necessidade de uma
sistematização do direito, ou seja, para dirimir a inter-relação entre pessoas.

Código de Hamurabi

1° Código/Lei- “escrito”

Sucessor do código de Talião é um conjunto de leis escritas criadas na


mesopotâmia, Século XVIII a.C, pelo Rei Hamurabi “Olho por olho,
dente por dente” Lei das 12 Tábuas .

Grécia e Roma

Grécia: Com o aparecimento dos pólos “cidades” gregas surgiram o Direito,


desenvolvimento quanto às leis e o processo e democracia.

Roma: Nascimento das leis das 12 Tabuas – antigo direito civil, o


aparecimento dos primeiros doutrinadores (jurisconsultos é a pessoa de
notável saber legal, por seu conhecimento da ciência do Direito.

3. RAMOS DO DIREITO

Antes de fazer o estudo determinado campo do Direito, impor-se uma visão


de conjunto.

Ver o Direito como um todo, antes de examiná-lo através de suas partes


especiais.

 O direito abrange um conjunto de disciplinas jurídicas.


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 O direito divide-se em Direito Publico e Privado.

A referida classificação dicotômica (distintas) foi atribuída a Jean Domat,


que foi quem separou, pela primeira vez, as leis civis das leis publicas, no
entanto, influenciou a elaboração do código de Napoleão de 1804.

O direito deve ser definido e estudado como um grande sistema em que


tudo se harmoniza no conjunto. A divisão em ramos do Direito é meramente
didática, a fim de facilitar o entendimento da matéria “conveniência
acadêmica”.

CONCEITOS:

a) Direito Público: é o ramo que regula as relações em que o Estado é parte,


regendo a organização e atividade do Estado considerado em si mesmo, em
relação com outro Estado e em suas relações com particulares, quando
procede em razão de seu poder soberano e atua na tutela do bem coletivo,
exemplo: Direito Constitucional, Administrativo, Ambiental, Internacional,
Tributário, Financeiro, Econômico, Penal, Processual.

b) Direito Privado: é o ramo que disciplina relações entre particulares, nas quais
predomina, de modo imediato, o interesse de ordem privada, exemplo:
Direito Civil e Comercial.

Direito do Trabalho: Misto/ individuais e coletivo-difusos.

As normas do direito do trabalho pertencem ao direito privado


(contrato de trabalho)e ao direito público (as referentes ao processo do
trabalho). Há normas que disciplina a relação entre Estado e o empregador
(natureza administrativa).

Direito Individuais: São aqueles que dizem respeito a pessoa ainda que
indeterminada (art°.5,CF/88)

Direito Coletivos: São os direitos relacionados por uma relação jurídica, os


sujeitos são indeterminados, mas determináveis por grupos (sindicatos)

Direitos Difusos: São os direitos amplos indivisíveis, ou seja, para


satisfazer um de seus sujeitos deve satisfazer a todos pela sua
transindividualidade (direitos difusos e coletivos, obrigações dos sujeitos
dentro do coletivo) e pela própria indeterminação de seus sujeitos.

Exemplo: Meio Ambiente. (art°.225, C.F)


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4. Direito/Disciplina

O direito é um conjunto de estudos discriminados que abrange um tronco –


disciplina.

Porque essa Palavra Disciplina?

Aconselho vocês sempre dedicar a atenção ao significado das palavras; elas


não surgem por acaso dentro do contexto.

Disciplinador: é quem rege os comportamentos humanos e sabe impor ou


inspirar uma forma de conduta aos indivíduos.

Disciplina: sistema de princípios, regras. O que determina o que deve fazer


o que não deve fazer, dando a razão dos limites estabelecidos à ação.

Ninguém pode O comportamento do homem, a


exercer uma presença, embora indireta, do
atividade sem fenômeno jurídico, o Direito está pelo
razão do Direito. menos pressuposto em cada ação do
homem que se relacione com outro
homem. Exemplo: quando um médico
que receita para um doente
medicamento, prática um ato, mas
exerce um ato jurídico (está no
exercício da profissão garantida pelas
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O comportamento do homem, a presença embora indireta do fenômeno


jurídico o Direito esta pelo menos pressuposto em cada ação do homem que
se relacione com outro homem.

Ex: Quando o médico que receita ao uns doentes medicamentos, pratica um


ato da ciência, mas exerce também ato jurídico (esta no exercício da
profissão garantida pelas leis dos pais)

 No fato de atos elícitos não ocorrerá o manto protetor do Direito ao


contrario, seu ato provocara a repressão jurídica para a tutela de um
bem.

Direito: é um manto protetor de organização e de direção dos


comportamentos sociais.

Portanto o direito tutela comportamentos humanos para que essa garantia


seja possível é que existam regras, as normas de direito como instrumento
amparo social.

No entanto as disciplinas do Direito inter-relacionam, interage uma


com as outras.

5. Linguagem do Direito

Para a realização desse estudo, conseguimos alcançar a visão unitária do


Direito é necessário adquirir um vocabulário. Cada ciência exprime-se numa
linguagem. Dizer que há uma Ciência Física é dizer que existe um
vocabulário da Física. É por esse motivo que alguns pensadores modernos
ponderam que a ciência é a linguagem é a mesma, porque na linguagem se
expressam os dados e valores comunicáveis. Cada cientista tem sua
maneira própria de expressar-se, e isto também acontece com a Ciência do
Direito, no entanto, os juristas falam uma linguagem própria.

 E necessário, pois, que dediquem a maior atenção à terminologia


jurídica sem a qual não poderão penetrar no mundo do Direito.

 Sem a linguagem do Direito não haverá possibilidade de comunicação.


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Exemplo: Competência ser compete (adjetivo).

Quando se diz que o juiz é competente para julgar a causa significa dizer que
por força de dispositivo de lei de organização judiciária, tem o poder de
examinar e resolver determinadas ações.

6. O Direito no mundo da cultura

Devemos colocar o fenômeno jurídico e a ciência do Direito na posição que


lhes cabe das demais ciências da ação e do conhecimento. A nossa disciplina
consiste em localizar o Direito no mundo da cultura no universo do saber
humano, as relações do direito com outras ciências. É preciso que cada qual
conheça o seu mundo o que é uma forma de conhecer a si mesmo.

O Método no Direito

Para que todas as tarefas das relações dom direito e outras ciências é
necessário seguir um método que nos leve a um conhecimento.

 Método: é o caminho que deve ser percorrido para a aquisição da


verdade, ou seja, resultado exato rigoroso. Sem o método não há
ciência.

Filósofos: são adequação do nosso pensamento as coisas. Entre


seus métodos estão a dedução e a indução, que são discursivos, e a
intuição. Pela dedução, raciocina-se do geral para o particular. Pela indução,
parte-se do particular para se chegar ao geral. A intuição é forma direta de
aquisição de conhecimento.

Os métodos lógicos têm seu fundamento no Racionalismo e no Empirismo.


Para o primeiro, o conhecimento se origina exclusivamente na razão; seu
método é o dedutivo. Para o segundo, o conhecimento se adquire pela
experiência, seja externa ou interna; seu método é o indutivo. A intuição se
trata de método não discursivo. Por ela, se chega aos valores, objeto da
Axiologia. Os valores implicam a gênese de normas e princípios jurídicos. O
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fenômeno dos valores se dá na sociedade e se inter-relaciona com a cultura.


O ser humano é o valor fonte, e a Justiça, o valor fundamental. A Eqüidade é
uma espécie de Justiça e, de certa forma, a supera. A Lógica Jurídica é a
aplicação da Lógica como instrumento do Direito. O seu operador utiliza
tanto a dedução como a indução, ou seja, são métodos utilizados para sua
interpretação e aplicação. A intuição também é aplicada pelos operadores do
Direito, embora seu estudo ainda não esteja tão desenvolvido. Isso se
constata pela análise, no âmbito jurídico, dos princípios, das normas, da
doutrina e outros trabalhos, das sentenças, da jurisprudência, do costume,
da analogia e da investigação criminal. Nenhum dos métodos é utilizado de
forma isolada, para interpretação e aplicação do Direito.

Ciência: É uma verificação de conhecimentos é necessário percorremos o


mundo jurídico buscando a sua visão unitária, sem dispor de um método
adequado/cada ciência tem sua forma de verificação.

2. Sistema de Idéias Gerais do Direito

Sistemas de idéias gerais: Ao mesmo tempo em que revela os


denominados comuns dos diversos departamentos da ciência, ela se ocupa
com visão global do objeto.

IED – (Introdução ao Estudo do Direito)

O ensino do Direito pressupõe a organização de uma disciplina de base


a quem cumpre definir o objeto de estudo, indicar os limites da área de
conhecimento, apresentar as características da ciência, seus fundamentos,
valores e princípios.

A medida que a ciência evolui e cresce o seu campo de pesquisa torna-


se patente a necessidade da elaboração de uma disciplina de
base/estrutura,com o propósito de agrupar os conceitos e elementos comuns
a normas especializações.

Conceitos de IED
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Miguel Reale: IED é um sistema de conhecimentos recebidos de múltiplas


fontes de informação destinados a oferecer os elementos essenciais ao
Estudo do Direito em termos de linguagem e de método com uma visão
preliminar das partes que o compõem e de sua complementaridade bem
como de sua situação na historia da cultura.

Paulo Nader: IED é matéria de iniciação que fornece ao estudante as


noções fundamentais para a compreensão do fenômeno jurídico.

Disciplina autônoma, pois desempenha sua função exclusiva o elemento da


vida jurídica recorre aos conceitos filosóficos, sociológicos e históricos.

Relação Jurídica: é uma relação social regulada pelo direito tipificada por
norma jurídica.

Objeto da introdução ao Estudo do Direito: a disciplina Introdução ao Estudo


do Direito visa fornecer ao iniciante uma visão global do Direito, que não
pode ser obtida através de estudo isolado dos diferentes ramos do Direito.
As indagações de caráter geral, comuns a diversas áreas, são abordadas e
analisadas nesta disciplina.

• Conceitos gerais: como o de Direito, fato jurídico, relação jurídica,


lei, justiça, segurança jurídica, por serem aplicáveis a todos os ramos
do Direito, fazem parte do objeto de estudo da Introdução.

• Conceitos específicos: como o de crime, mar territorial, ato de


comércio, desapropriação, aviso prévio. Esses conceitos fogem a
finalidade da disciplina, porque são particulares determinados ramos
do direito.

Fato Jurídico: Acontecimento natural gera conseqüência jurídica.

a) Teoria da ciência jurídica: Segurança jurídica e a certeza do Direito


cumprimento da obrigação.
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Conceitos Gerais

Visão do conjunto Lineamentos da


técnica jurídica

Do Direito É um conjunto de
palavras expressões

Ramos do direito Que são utilizadas na


ciência jurídica,

Como tal tem um conjunto


de palavras

Que são próprias para o


desenvolvimento

Dos atos e documentos


ligados ao Direito.

2.1 As disciplinas Jurídicas, Ciência Jurídicas, Ciências afins.

O Direito basta por si mesmo para cumprir sua missão ?

Essa é uma discussão antiga demandada desde século passado é tomou


maior vulto quando introduzida pelo Hans Kelsen, ele entendeu o direito
como uma ciência fechada, “ o direito por si já bastaria”, neste sentido, o
direito seria puro. Puro, imune de outras ciências, o qual escreveu o livro
Teoria Pura do Direito, porque o direito deve se bastar.

O direito é uma ciência jurídica, única ou multidisciplinar?


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O direito é uma ciência jurídica multidisciplinar. No entanto, há uma


necessidade do intercâmbio com outras disciplinas da ciência, tais como:
filosofia, sociologia e psicologia. A partir do momento que o Direito começou
a buscar essas disciplinas para o mundo jurídico, aproxima o cidadão aos
valores jurídicos, ou seja, analise do homem e da sociedade deve ser uma
tarefa permanente a ser desenvolvida pelo operador do DIREITO.

Exemplo: Na área criminal, nas varas de execuções (onde o apenado cumpre


e responde pela sua pena) há uma equipe interdisciplinar que em tese
cuidaria do apenado, antropólogo, psiquiatra, assistente social. Enfim, vários
especialistas para auxiliar o juízo.

As disciplinas jurídicas dividem em duas classes: Fundamentais – Auxiliares

DISCIPLINAS FUNDAMENTAIS:

a) Filosofia do Direito: Transcende o plano meramente normativo, para


questionar o critério de justiça adotada nas normas jurídicas – são
fundamentos ao Direito (valores conhecimento). E preciso saber qual é
o seu grau de certeza e segurança para chegar a um resultado.

b) Ciência do Direito: “Dogmática Jurídica” absoluto revela o ser do


Direito, localização na coletividade nas leis nos códigos. É o direito
vigente em determinada sociedade e as questões relativas a sua
interpretação aplicação, ou seja, define e sistematiza (ordena) o
conjunto de normas que o Estado impõe a sociedade.

Ex: Códigos e Leis.

c) Sociologia do Direito: A sociologia do Direito busca a mútua


convergência entre o Direito e a Sociedade.

Conco
rrência

A Sociologia do Direito é a disciplina que examina o fenômeno jurídico


ao ponto de vista social a fim de observar a adequação da ordem
jurídica aos fatos sociais.
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As Relações entre a Sociedade e o Direito

 Adaptação do Direito a vontade Social,

 Cumprimento pelo povo das leis vigentes e a aplicação destas pelas


autoridades.

 Correspondências entre os objetivos visados pelo legislador e os


efeitos sociais provocados pelas leis.

DISCIPLINAS AUXILIARES:

a) Historia do Direito: É uma disciplina ao passado para ter por base as


leis para analise das instituições jurídicas.

Ex: costumes, sentenças jurídicas, doutrinas.

b) Direito Comparado: É o aproveitamento, por um Estado da


experiência jurídica de outro Estado da experiência jurídica de outro.

1- Orientação acerca do Direito de outros países;

2- Determinar os elementos comuns e fundamentais das instituições


jurídicas e registrar o sentido da evolução destas;

3- Criar um instrumento adequado para futuras reformas.

Ex. Lei de proibição do fumo criada pela assembléia legislativa do


Estado de SÃO PAULO, que proíbe o fumo em ambientes coletivos
fechados.

Lei do Toque de Recolher criada para os adolescentes em que


permaneçam nos locais até 23h, o qual foi utilizado em outras
cidades.

3. DIREITO COMO PROCESSO DE ADAPTAÇÃO SOCIAL.


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Natureza e Cultura

Se olharmos para o que nos cercam podemos analisar que existem homens
e coisas. O homem não apenas existem, mas coexistem, ou seja, vive
necessariamente em companhia de outros homens o qual estabelecem entre
si relações de coordenação de subordinação de integração ou de natureza,
relações essas que não ocorrem sem o concomitante aparecimento de
regras de organização e de conduta.

Relações = Pessoas + Coisas = Nexo Físico e bem econômico.

Há duas ordens de relações correspondentes a duas espécies de realidade.

a) Realidade Natural

b) Realidade Humana, Cultural e Histórica.

São essas relações que explicam as necessidades físico e material.m Neste


momento, cumpre ao homem, observar o que há ao seu redor que fatos
naturais implicam em relações de funcionalidade e sucessão, através da
experimentação seguindo determinados pressupostos teóricos, torna-se
aptos a captar os fenômenos em suas relações objetivas.

Realidade Natural: é o mundo das coisas, esse mundo das coisas é


dividido em objeto ou pensamento são de certa forma verdadeira é ver a
realidade. Podemos não acreditar na realidade assim como ela é, isso nos
torna subjetiva não acreditar na realidade em nossa volta não de forma
cética.

A realidade natural, esta ligada a realidade histórico social, o mundo do


homem, onde o homem é o principal ator em uma sociedade.

Coisas e pessoas.

Somente com o conhecimento nos proporciona algo objetivo real.

Por isso que algo é verdadeiro quando é o que parece ser.


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Sujeito + Objeto = Conhecimento – Realidade.

A verdade é o juízo a respeito da realidade.

Realidade Humana: é o qual o homem exerce a sua inteligência e a sua


vontade, adaptando a natureza a seus fins.

Constituem-se dois mundos complementares: Natural e o Cultural, do dado e


do construídos, do cru e do cozido.

Podemos dizer que aquilo que nos é “dado” mundo natural construído
é aquilo que acrescentamos a natureza através do conhecimento de suas
leis visando atingir determinado fim.

O homem se comporta de maneira diversa, mas antes procuras conhecê-las


descobrindo os nexos existentes entre seus elementos e atingindo as leis
que as governam.

 Montesquieu – Filosofo da ciência jurídica escreveu uma obra de


grande repercussão para a cultura do Ocidente “Do Espírito das Leis”
neste livro ele definiu que a lei é definida como sendo uma relação
necessária que resulta da natureza das coisas.

Leis Físicas, Matemáticas e Leis Culturais

Lei

a) Físico: Matemático ou natural

Sociológica, Histórica, Econômica, etc.

b) Cultural

Ética ou norma ética (moral, política, religiosa, jurídica)

O que é Cultura?

• É o conjunto de tudo aquilo que, nos planos materiais e espirituais o


homem constrói sobre a base da natureza, quer para modificá-la quer
para modifica-se a si mesmo.
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Não vivemos no mundo de maneira indiferente sem rumos ou sem fins. Ao


contrário a vida humana e sempre uma procura de valores. Viver é
indiscutivelmente optar diariamente, permanece temente, entre dois ou
mais valores.

O que é Valor?

• São valores subjetivos, pois representam uma tomada de posição


frente a realidade.

Podemos concluir que a afirmação feita de que a cultura implica a idéia de


valor e de fim dá-nos o critério distinto entre as duas esferas de realidades.

Se suprirmos a idéia de valor, perderemos a substancia da própria existência


humana. Viver é, por conseguinte, uma realização de fins.

Lei Física ela descreve o real, visando atingir leis que sejam síntese
do fato natural.

a) Leis Física- Matemáticas ou Natural.

São relações entre o fato (real) e a natureza sem envolver todo


ambiente existente sem modificação. (No entanto a lei física é o
retrato do fato, ou seja, a lei física matemática é subordinada ao fato,
as leis jurídicas o qual se impõe ao fato isolado o que determina certa
conduta).

É adequação de meios e fins.

b) Leis Culturais.

São leis que se caracterizam por sua teoria de valores e fins. As leis
sociológicas, culturais e as econômicas: juízo de valor – valores esses
econômicos.

Quando uma lei cultural


envolve uma tomada de posição perante realidade implicando
o reconhecimento da obrigatoriedade de um comportamento,
são criadas as regras.
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O mundo Ético

Juízos de realidade e de valor

Juízo: é o ato metal pelo qual atribuímos com caráter de necessidade certa
qualidade a um ser.

Ex. A terra é um planeta.

Sujeito – qualidade: planeta

A ligação entre o sujeito e o predicado = indicativa, imperativa


(ordem, um pedido).

No mundo jurídico sempre o sujeito de que se predica algo.

A união entre S e P = verbo copulativo

Ligação de membros da mesma natureza = Distinção


entre juízos de realidade e de valor.

SéP Conexões entre os fatos e o sujeito.

S deve ser P

Toda norma ética expressa um juízo de valor, ao qual se liga uma sanção
(aprova ou confirma), isto é, uma forma de garantir-se a conduta em função
daquele juízo é declarada permitida, determinada ou proibida.

A norma revela-se algo que deve ser e não algo que tenha de ser. A
hiperatividade de uma norma ética, ou deve ser não inclui, mas antes
pressupõe a liberdade daqueles a que ela se destina.
De
ve LIBERDADE
Do
SE SE
R R
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diferentes = MUNDO ÉTICO

Essa correlação essencial entre o dever e a


liberdade que caracteriza o mundo ético, que é o mundo do dever ser,
distinto d mundo ser, onde não há deveres a cumprir, mas previsões que
tem de ser confirmadas para continuarem para continuarem sendo válidas.

A estrutura da norma ética: é como um juízo de dever ser, o que significa


que ela estabelece, não apenas uma direção a ser seguida, mas também
medida da conduta considerada licita ou ilícita.

Se algo deve ser, seria absurdo que a norma não explicitasse, o que deve ser
feito e como deve agir. A norma é em geral, configurada ou estruturada em
função dos comportamentos normalmente previsíveis do homem comum, de
um tipo de homem dotado de tais ou quais qualidades que o tornam o
destinatário razoável de um preceito de caráter genérico, o que não impede,
haja normas complementares que prevejam situações especificas ou
particulares, que agravem ou atenuem as conseqüências contidas na norma
principal.

As regra é a medida da conduta, dentro de que limites podemos situar a


nossa pessoa dentro do social, qualquer regra que examinarem apresentará
características de ser uma delimitação do agir, regra costumeira de trato
social (convivência agradável entre as pessoas), exemplo: regras de
etiquetas, boas maneiras.

Segundo Miguel Reale:

a) Ordem moral= conduta humana dirigida para o bem;

b) Ordem jurídica= conjunto de normas;

c) Ordem religiosa= condutas humanas em relação a Deus.


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FORMAS DE ATIVIDADE ÉTICA:

- BEM INDIVIDUAL E BEM COMUM

A palavra “BEM” corresponde a várias formas de conduta que compõem, em


conjunto, o domínio da Ética. Enquanto ordenação teórico – prática dos
comportamentos m geral, na medida se destinam à realização de um bem,
pode ser vista sob dois prisma fundamentais:

a) o valor da subjetividade do autor da ação: é apreciado em função


da intencionalidade do agente, o qual visa, a plenitude de sua
subjetividade, para que esta se realize, com individualidade autônoma,
isto é, como pessoa.

b) o valor da coletividade em que o individuo atua: ação ou


conduta é analisada em função de suas relações intersubjetivas,
implicando a existência do bem social, que supera o valor do bem de
cada um, valoração objetiva. O bem social situa-se em outro campo da
ação humana, a que chamamos de Direito.

O Bem pessoal, individual, é aquele que o individuo se põe como seu dever,
realizando-o enquanto indivíduo. Exemplo: Cada pessoa tem o seu
temperamento, sem precisar de quem quer que seja. Esse temperamento
realiza-se no individuo e para o próprio. No entanto, ninguém poderá ser
justo para consigo mesmo. A Justiça é, sempre, um laço entre um homem e
outros homens, como bem do individuo, enquanto membro da sociedade,
bem de todo o coletivo.

Quando os indivíduos se respeitam mutuamente, põem-se uns perante os


outros como pessoa, só se realizando plenamente a subjetividade de cada
um em uma relação necessária de intersubjetividade. É por essa razão, que
a moral visando o bem da pessoa, visa implicitamente, o bem social, o que
demonstra a unidade da vida ética.

5. CONCEITO DE DIREITO E SUA ESTRUTURA TRIDIMENSIONAL

Conceito de Direito segundo a estrutura tridimensional:

Para o Miguel Reale: O Direito é a ordenação bilateral atributiva das


relações sociais, na medida do bem comum.
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Todas as regras sociais ordenam a conduta, tanto morais como as jurídicas e


as convencionais ou de trato social. Essa ordenação difere de uma para a
outra , é próprio do Direito ordenar a conduta de maneira bilateral e
atributiva, estabelecendo relações de exigibilidade segundo a proporção
objetiva. O Direito, porém, não visa a ordenar as relações do individuo, mas
para realizar uma convivência ordenada, o que se traduz na expressão: “
bem comum”. O bem comum não é a soma dos bens individuais, nem a
média do bem de todos; o bem comum é ordenação daquilo que cada
homem pode realizar sem prejuízo do bem alheio, uma composição
harmônica do bem de cada um com o bem de todos, no entanto, uma
estrutura social na qual sejam possíveis formas de participação e de
comunicação de todos os indivíduos e grupos.

5.1 TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO

O Direito veio demonstrar que eles correspondem a três aspectos básicos,


discerníveis em todo e qualquer momento da vida jurídica: a) aspecto
normativo ( o Direito como ordenamento e sua respectiva ciência); b) um
aspecto fático ( o Direito como fato); c) axiológico ( o Direito como valor de
justiça).

1- ONDE QUER HAJA UM FENÔMENO JURÍDICO, HÁ SEMPRE UM FATO = fato


econômico, demográfico, de ordem técnica;

2- VALOR = que confere determinada significação a esse fato, inclinando ou


determinando a ação dos homens no sentido d atingir ou preservar certa
finalidade ou objetivo, finalmente, uma regra ou norma, que representa a
relação ou medida que integra os elementos, o fato ao valor;

3- ELEMENTOS – FATO, VALOR E NORMA = coexistem em uma unidade


concreta.

ESTRUTURA DE UMA NORMA OU REGRA JURÍDICA

F= FATO

P = PRESTAÇÃO
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S= SANÇÃO

SE F é, deve ser P

SE NÃO FOR P, deverá ser S

Exemplo: uma norma jurídica que prevê o pagamento de uma letra de


câmbio na data do vencimento, sob pena do protesto do título e de sua
cobrança, gozando o credor, desde logo, do privilégio de promover a
execução do crédito. Logo, diríamos:

a) Se há um debito = FATO, DEVE SER PAGO =


PRESTAÇÃO;

b) Se não for quitada a divida = SANÇÃO.

Como se vê, um fato econômico liga-se a um valor de garantia para


se expressar através de uma norma legal que atende às relações
que devem existir entre aqueles dois elementos.

Desse modo, fatos, valor e norma se implicam e se exigem reciprocamente,


se reflete também no momento em que o advogado, juiz ou administrador
interpreta uma norma ou regra de Direito para dar-lhe aplicação.

Com o aparecimento das normas jurídicas, que é síntese integrante de fatos


ordenados segundo distintos valores, até o momento final de sua aplicação,
o Direito se caracteriza por sua estrutura tridimensional, na qual fatos e
valores se dialetizam, isto é, obedecem a um processo dinâmico = dialético.

Segundo a dialética de implicação polaridade, aplicada à experiência


jurídica, o fato e o valor nesta correlacionam de tal modo que cada um deles
se mantém irredutível a outro (polaridade) mas se exigindo mutuamente
(implicação) o que dá origem à estrutura normativa = momento de
realização do DIREITO.
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SEGUNDO DA TEORIA DA TRIDIMENSIONALIDADE O DIREITO= Direito


é a realização ordenada e garantida do bem comum numa estrutura
tridimensional bilateral atributiva.

Direito é a ordenação heterônoma, coercível e bilateral atributiva das


relações de convivência, segundo uma integração normativa de fatos
segundo valores.

VALOR = JUSTIÇA concretização de idéias

FATO = realização ordenada do bem comum NORMA =


ordenação bilateral atributiva de fatos segundo valores.

6.JUSTIÇA = PAULO NADER

A justiça é o magno tema do Direito, ao mesmo tempo, permanente desafio aos


filósofos do Direito, que pretendem conceituá-la, ao próprio legislador que movido por
interesse de ordem prática, pretende consagrá-la nos textos legislativos.

Com base da concepção de PLATÃO E ARISTÓTELES

JUSTITIA EST CONSTANS ET PERPETUA VOLUNTAS JUS SUUM CUIQUE TRIBUENDI =


Justiça é a constante e firme vontade de dar a cada um o que é seu.

A presente indagação além de retratar a justiça como virtude humana, apresenta a


idéia nuclear desse valor= Dar a cada um o que é seu = essa argumentação para
alguns ultrapassada em face da justiça social, é valida para todas as épocas e lugares .

DAR A CADA UM O QUE É SEU= é esquema lógico que comporta diferentes conteúdos e
não atinge apenas a divisão das riquezas, como pretendeu LOCKE, ao declarar que a
justiça existe apenas onde há propriedade.

SEU = Representa algo que deve ser entendido como próprio da pessoa.
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Justiça convencional = é a que decorre da simples aplicação das normas jurídicas aos
casos previstos por lei. É alcançada quando o juiz ou o administrador subministram as
leis de acordo com o seu verdadeiro sentido.

Justiça substancial = se fundamenta nos princípios, é a justiça que dá cada um que lhe
pertence.

A idéia de justiça não é pertinente apenas ao Direito. A moral, a religião e algumas


regras de trato social. A palavra justo vinculado a justiça, revele aquilo que está
conforme, que está adequado. A parcela de ações justas que o Direito considera é a
que se refere às riquezas e ao mínimo ético necessário ao bem estar da coletividade.

JUSTIÇA= é a síntese dos valores éticos. Onde se pratica a justiça, respeita-se a vida , a
liberdade, a igualdade de oportunidade . Praticar justiça é praticar o bem nas relações
sociais.

Aristóteles = A justiça reúne quatro termos: “ duas são as pessoas para quem ele é de
fato justo, a duas são as coisas em que se manifesta, os objetos distribuídos”.

A idéia de justiça faz parte da essência do Direito. Para que a ordem jurídica seja
legitima, é indispensável que seja a expressão da justiça. Para termos a noção de
justiça pressupõe a avaliação de certos critérios, dispomos em duas ordens:

Igualdade

1- Critérios Formais

JUSTIÇA Proporcionalidade

Mérito

2- Critérios Materiais Capacidade

Necessidade

- Critério Formais

Igualdade= está consagrada pelo principio da isonomia, segundo o qual todos são
iguais perante a lei.

Proporcionalidade = é o elemento essencial nos diversos tipos de repartição, é


indispensável recorrer a este critério, diante de situações desiguais.

Rui Barbosa: “ Regra da igualdade não consiste senão em aquinhoar (equiparar)


desigualmente aos desiguais, na medida em que desigualam. Nesta desigualdade
social, proporcionada à desigualdade natural, é que se acha verdadeira lei da
igualdade.

- Critérios Materiais
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Mérito= é o valor individual, é a qualidade intrínseca (essencial). O atribuir a cada


um, segundo o seu mérito, requer não um tratamento de igualdade, mas de
proporcionalidade.

Capacidade= como critério de justiça, corresponde às obras realizadas, ao


trabalho produzido pelo homem. Este elemento deve ser tomado como base para a
fixação do salário a ser pago ao trabalhador, estabelece a contribuição de cada
individuo para a coletividade, deve ser observada a capacidade de todos.

Necessidade= corresponde a justiça social, as necessidades devem ser essenciais


ao homem, são aquelas que devem ser atendidas primeiramente, minimum vital .

CLASSIFICAÇÃO DA JUSTIÇA

Justiça distributiva: é o Estado como agente, a quem compete a repartição dos


bens e dos enccargos aos membros da socidade. Exemplo: prestar assistência
médico hospitalar, efetuar doação à entidade cultural ou beneficente, o Estado
desenvolve a justiça distributiva.

Justiça comutativa: é a forma de justiça que preside as relações de troca entre


particulares entre particulares. Exemplo: contrato de compra e venda, em que o
comprador paga o preço equivalente ao objeto recebido.

Justiça Geral: Consiste na contribuição dos membros da comunidade para o bem


comum. Os indivíduos colaboram na medida de suas possibilidades, pagando os
impostos, prestando o serviço militar. E chamada legal para alguns, pois
geralmente vem expressa em lei.

Justiça Social: A finalidade da justiça social consiste na proteção aos mais pobres
e aos desamparados, mediante a adoção de critérios que favoreçam uma repartição
mais equilibrada das riquezas. A justiça social observa os princípios da igualdade
proporcional e considera a necessidade de uns e a capacidade de contribuição de
outros. No plano internacional é defendida atualmente como o objetivo de que as
nações mais ricas e poderosas favoreçam às que se acham em fase de
desenvolvimento.

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