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Konrad Hesse
I
Ferdinand Lassale dizia que as questões constitucionais não são questões
jurídicas, mas sim questões políticas
Poder Econômico
Forças Ativas Poder Militar
Poder Social
Poder Intelectual
Essas Forças ativas que determinam as leis e as instituições fazendo a chamada
Constituição Real.
A Constituição Jurídica, que é tida como um simples pedaço de papel e não for
compatível com a Constituição Real, torna-se inevitavelmente um conflito, onde a
Constituição jurídica perde.
As forças políticas movem-se de acordo com suas próprias leis, que atuam
independentemente das normas jurídicas. Tanto a práxis política cotidiana quanto nas
questões fundamentais do Estado, o poder da força afigura-se sempre superior à força
das normas jurídicas, que a normatividade submete-se à realidade fática.
A condição de eficácia da Constituição Jurídica, isto é, a coincidência de
realidade e norma, constitui apenas um limite hipotético extremo. A idéia racional e
estática da Constituição Jurídica e a idéia fluida e irracional da Constituição Real
entram em conflito. A idéia de efeito determinante exclusivo da Constituição Real
significa a própria negação da Constituição jurídica. O Direito Constitucional está em
contradição com a própria essência da Constituição.
O Direito Constitucional é uma Ciência normativa. Mas ele só regula na
ausência de outro direito, colocando a Constituição Real como decisiva, ficando apenas
com as funções constatar e comentar, passando a ser uma Ciência do ser, perdendo sua
características normativa.
II
Haveria uma força determinante do Direito Constitucional ao lado das forças
ativas? Resoluções:
a) Conteúdo
Quando mais o conteúdo dela levar em conta à natureza singular do presente
(elementos sociais, religiosos, econômicos...), tanto mais seguro há de ser o
desenvolvimento de sua força normativa. Isso lhe dá de assegurar, enquanto ordem
adequada e justa, o apoio e a defesa da consciência geral. Ela deve se limitar e
estabelecer poucos princípios fundamentais. O problema é que a concretização de
interesses momentâneos, com as mudanças do tempo, pode precisar acontecer diversas
revisões na constituição, fazendo ela perder seu prestígio. A Constituição também não
deve se fixar em uma estrutura unilateral, se quiser preservar a força normativa num
mundo em processo de permanente mudança político-social.
b) Práxis
Diz-se que a Vontade da Constituição é fundamental e deve ser preservado,
mesmo que tenhamos que renunciar a benefícios ou até vantagens justas. Quem age
dessa forma está pensando na garantia de um bem da vida indispensável ao Estado.A
freqüente revisão constitucional, atribui maior valor às exigências fáticas do que à
ordem normativa vigente, abalando assim a sua confiança de inquebrantabilidade.
A interpretação adequqda é aquele que consegue concretizar de forma excelente,
o sentido da proposição nromativa dentro das condições reais dominantes numa
determinada situação, e não alterar as proposições a cada mudança. Ou seja, as
mudanças na realidade devem provocar mudanças na interpretação da Constituição e
não no seu texto, não colocando a vontade da Constituição a sacrifício.
A dinâmica existente na interpretação construtiva constitui condição
fundamental da força normativa da Constituição.
III
(1). A Constituição jurídica está condicionada pela realidade histórica. Ela não
pode ser separadas da realidade concreta de seu tempo, se quiser ser eficaz. A
Constituição deseja conferir forma e modificação a sociedade. A força ativa da
Constituição se impõe de forma tanto mais efetiva quanto mais ampla for a convicção
sobre a inviolabilidade da Constituição, portanto, a intensidade da força se apresenta
como uma questão de vontade normativa.
Quanto mais intensa for a vontade de Constituição, menos significativa serão as
restrições e os limites impostos, mas ela não pode suprimi-los. A Constituição que tem
que se conformar com os limites e se formar a partir disso.
Se em um tempo de necessidade, as forças contrárias a ela se mostrarem
dispostas a lhe homenagear, então ela configurará a verdadeira força viva capaz de
proteger a vida do Estado contra as desmedidas investidas do arbítrio.
Como Dizia Carl Schmitt, o Estado de necessidade configura ponto essencial
para a caracterização da força normativa da Constituição. Nesse momento será
importante se observar a superioridade da norma sobre as circunstâncias fáticas.
(2). A Constituição jurídica não significa simples pedaço de papel , tal como
caracterizava Lassalle. Ela não se afigura impotente para dominar a distribuição de
poder. A Constituição não está desvinculada da realidade histórica concreta de seu
tempo, mas ela está condicionada por essa realidade. Nos tempos de necessidade, a
Constituição jurídica sucumbirá em face da Constituição real.
O Direito Constitucional não se encontra em contradição com a natureza da
Constituição, portanto o Direito Constitucional não precisa largar seu posto de
disciplina científica, podendo ser até uma ciência normativa, não sendo considerada
uma ciência do ser, preservando sempre a consciência dos seus limites.
A concretização plena da força normativa constitui meta a ser almejada pela
Ciência do Direito Constitucional, competindo a ele realçar, despertar e preservar a
vontade da Constituição, que constitui a maior garantia de sua força normativa.
IV
Relevância do Tema na ordem constitucional vigente:
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