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Informática na educação
Educação
Antes de acordar como a informática é aplicada na educação, é preciso definir este último
termo. Ela pode ser dividida em duas partes: ensino e aprendizado. O ensino está ligado à parte dos
professores e do sistema educacional como um todo. A parte do aprendizado, aos alunos. O objetivo
deste trabalho é analisar como o conceito tradicional de educação é impactado pela informática (e
tecnologia, de uma maneira geral), tanto em escolas, universidades ou cursos técnicos.
E-learning
Vivemos em uma época em que palavras como e-mail, e-businnes, e e-commerce são de uso
rotineiro. É natural, portanto, que surgisse o conceito de E-learning, que é o uso do computador de
uma maneira pedagógica dentro da sala de aula. Entretanto, a implantação de um sistema integrado na
educação esbarra em alguns problemas.
A maior dificuldade de um uso efetivo da informática está na própria escola. Nesse âmbito, o
principal problema é o próprio professor: ele pode não saber usar as ferramentas de uma maneira
correta. Às vezes, inclusive, o aluno já sabe usar um determinado software melhor do que o próprio
professor, e em uma sala de aula tradicional isso seria inconcebível, visto que num primeiro momento,
o professor deveria ser o único que detém o conhecimento.
Outro fator que contribui contra a o uso bem-feito da informática na educação são os próprios
softwares. A situação é conflitante: um software pode ser tecnicamente usável, apresentando
informações relevantes sobre o assunto, mas falhar quanto ao sistema pedagógico usado. Ao mesmo
tempo, um software pode ser pedagogicamente usável, com uma abordagem investigativa e reflexiva
no ensino, mas apresentar informações técnicas pobres.
E finalmente, o ensino público tem problemas maiores a serem resolvidos. Como cogitar um
ensino informatizado se os professores ganham uma miséria, há falta de merenda, carteiras, e toda a
base necessária para a transmissão do conhecimento? O ensino público deveria priorizar a solução de
outros problemas, antes de uma possível alternativa tecnológica para o ensino – ao menos no Brasil.
Nos EUA, por exemplo, o ensino (desde o colegial até as grandes universidades) está a anos-
luz do nosso. A primeira utilização neste país de um sistema tecnológico data de 1940, quando
simuladores de vôo eram usados no treinamento de pilotos. Quase 70 anos depois, os EUA inovam
com idéias como o One laptop per child, projeto do MIT que visa um computador para cada criança, a
um custo de 100 dólares cada. Embora o seu custo ainda não seja tão baixo (atualmente gira em torno
de 175 dólares), é uma excelente alternativa, já que o laptop sequer precisa ser ligado à tomada. Por
meio de uma manivela, a cada minuto recarregado, ganham-se 10 minutos de uso. Alguns milhões de
unidades deste laptop já foram vendidas pelo mundo afora, embora o Brasil não tenha comprado uma
sequer (apenas realizado testes em algumas escolas).
Uma alternativa brasileira ao que acontecia nos avanços da tecnologia aplicada à informação
aconteceu na década de 70. Na UFRJ, começaram a ser utilizados computadores para simulações de
química, e na UFRGS, para simulações físicas. Na UNICAMP, fundamentos da linguagem de
programação BASIC eram ensinados para os alunos de pós-graduação em Educação, para que eles
pudessem criar os seus próprios softwares, que auxiliariam o ensino. Tais faculdades, juntamente com
a UFMG e UFPE criaram o projeto EDUCOM. Tal projeto visava a escolha de algumas escolas que
seriam ‘apadrinhadas’ por cada universidade. Em tais escolas, testes com a inclusão da informática no
processo de educação seriam realizados, e os resultados de cada instituição apresentados em
seminários anuais. O projeto continua até hoje, embora com resultados nada expressivos.
O que faz o ensino americano ser tão superior ao nosso? A metodologia utilizada. Por aqui,
utiliza-se uma metodologia instrucionista, em que o conhecimento passa do professor para o aluno de
uma maneira passiva, sem muita expressão ou investigação dos “por que”s ou “como”s. Se o uso de
informática for adicionado a essa equação, o ensino continuará obsoleto. Ele será simplesmente um
ensino obsoleto informatizado.
Educação à Distância
Hoje em dia, temos a educação presencial, semi-presencial (parte presencial/parte virtual ou a
distância) e educação a distância (ou virtual). A presencial é a dos cursos regulares, em qualquer
nível, onde professores e alunos se encontram sempre num local físico, chamado sala de aula. É o
ensino convencional. A semipresencial acontece em parte na sala de aula e outra parte a distância,
através de tecnologias. A educação a distância pode ter ou não momentos presenciais, mas acontece
fundamentalmente com professores e alunos separados fisicamente no espaço e ou no tempo, mas
podendo estar juntos através de tecnologias de comunicação.
Educação a distância (EaD, também chamada de teleducação), por vezes designada
erradamente por ensino à distância, é a modalidade de ensino que permite que o aprendiz não esteja
fisicamente presente em um ambiente formal de ensino-aprendizagem, assim como, permite também
que faça seu auto estudo em tempo distinto. Diz respeito também à separação temporal ou espacial
entre o professor e o aprendiz.
A interligação (conexão) entre professor e aluno se dá por meio de tecnologias,
principalmente as telemáticas, como a Internet, em especial as hipermídias, mas também podem ser
utilizados o correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax, o celular, o iPod, o
notebook, entre outras tecnologias semelhantes.
História
O primeiro marco da educação a distância foi o anúncio publicado na Gazeta de Boston, no
dia 20 de março de 1728, pelo professor de taquigrafia Cauleb Phillips: "Toda pessoa da região,
desejosa de aprender esta arte, pode receber em sua casa várias lições semanalmente e ser
perfeitamente instruída, como as pessoas que vivem em Boston".
Em 1833, um anúncio publicado na Suécia já se referia ao ensino por correspondência, e na
Inglaterra, em 1840, Isaac Pitman sintetizou os princípios da taquigrafia em cartões postais que
trocava com seus alunos. No entanto, o desenvolvimento de uma ação institucionalizada de educação
a distância teve início a partir da metade do século XIX.
Em 1856, em Berlim, Charles Toussaint e Gustav Langenscheidt fundaram a primeira escola
por correspondência destinada ao ensino de línguas. Posteriormente, em 1873, em Boston, Anna Eliot
Ticknor criou a Society to Encourage Study at Home. Em 1891, Thomas J. Foster iniciou em Scarnton
(Pensilvânia) o International Correspondence Institute, com um curso sobre medidas de segurança no
trabalho de mineração.
Em 1891, a administração da Universidade de Wisconsin aceitou a proposta de seus
professores para organizar cursos por correspondência nos serviços de extensão universitária. Um ano
depois, o reitor da Universidade de Chicago, William R. Harper, que já havia experimentado a
utilização da correspondência na formação de docentes para as escolas dominicais, criou uma Divisão
de Ensino por Correspondência no Departamento de Extensão daquela Universidade.
A partir daí, começou a utilização de um novo meio de comunicação, o rádio, que penetrou
também no ensino formal. O rádio alcançou muito sucesso em experiências nacionais e internacionais,
tendo sido bastante explorado na América Latina nos programas de educação a distância do Brasil,
Colômbia, México, Venezuela, entre outros.
Ead no Brasil
Em 1904, escolas internacionais, que eram instituições privadas, ofereciam cursos pagos, por
correspondência. Em 1934, Edgard Roquette-Pinto instalou a Rádio-Escola Municipal no Rio de
Janeiro. Já em 1939 surgiu em São Paulo (cidade) o Instituto Monitor, na época ainda com o nome
Instituto Rádio Técnico Monitor. Dois anos mais tarde surge a primeira Universidade do Ar, que
durou até 1944. Entretanto, em 1947 surge a Nova Universidade do Ar, patrocinada pelo SENAC,
SESC e emissoras associadas.
Na década de 1970, a Fundação Roberto Marinho era um programa de educação supletiva a
distância, para ensino fundamental e ensino médio. Entre as décadas de 1970 e 1980, fundações
privadas e organizações não-governamentais iniciaram a oferta de cursos supletivos a distância, no
modelo de teleducação, com aulas via satélite complementadas por kits de materiais impressos,
demarcando a chegada da segunda geração de EaD no país.
Em 1994, teve início a expansão da Internet no ambiente universitário. Dois anos depois,
surgiu a primeira legislação específica para educação a distância no ensino superior. As bases legais
para essa modalidade foram estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases na Educação Nacional
n°9.394, de 20 de dezembro de 1996, ficam obrigatórios os momentos presenciais para avaliação,
estágios, defesas de trabalhos e conclusão de curso.
A Secretaria de Educação a Distância – SEED – foi oficialmente criada pelo Decreto nº
1.917, de 27 de maio de 1996. Entre as suas primeiras ações, nesse mesmo ano, estão a estreia do
canal Tv Escola e a apresentação do documento-base do “programa Informática na Educação”, na III
Reunião Extraordinária do Conselho Nacional de Educação (CONSED). E após uma série de
encontros realizados pelo País para discutir suas diretrizes iniciais, foi lançado oficialmente, em 1997,
o Proinfo – Programa Nacional de Informática na Educação –, cujo objetivo é a instalação de
laboratórios de computadores para as escolas públicas urbanas e rurais de ensino básico de todo o
Brasil.
Ferramentas
TelEduc
O TelEduc é um ambiente para a criação, participação e administração de cursos na Web. Ele
foi concebido tendo como alvo o processo de formação de professores para informática educativa,
baseado na metodologia de formação contextualizada desenvolvida por pesquisadores do Nied
(Núcleo de Informática Aplicada à Educação) da Unicamp.
O TelEduc foi concebido tendo como elemento central a ferramenta que disponibiliza
Atividades. Isso possibilita a ação onde o aprendizado de conceitos em qualquer domínio do
conhecimento é feito a partir da resolução de problemas, com o subsídio de diferentes materiais
didáticos como textos, software, referências na Internet, dentre outros, que podem ser colocadas para
o aluno usando ferramentas como: Material de Apoio, Leituras, Perguntas Freqüentes, etc.
A intensa comunicação entre os participantes do curso e ampla visibilidade dos trabalhos
desenvolvidos também são pontos importantes, por isso foi desenvolvido um amplo conjunto de
ferramentas de comunicação como o Correio Eletrônico, Grupos de Discussão, Mural, Portfólio,
Diário de Bordo, Bate-Papo etc., além de ferramentas de consulta às informações geradas em um
curso como a ferramenta Intermap, Acessos, etc.
Moodle
O conceito foi criado em 2001 pelo educador e cientista computacional Martin Dougiamas.
Voltado para programadores e acadêmicos da educação, constitui-se em um sistema de administração
de atividades educacionais destinado à criação de comunidades on-line, em ambientes virtuais
voltados para a aprendizagem colaborativa. Permite, de maneira simplificada, a um estudante ou a um
professor integrar-se, estudando ou lecionando, num curso on-line à sua escolha.
É desenvolvido colaborativamente por uma comunidade virtual, que reune programadores e
desenvolvedores de software livre, administradores de sistemas, professores, designers e usuários de
todo o mundo. Evolui constantemente adequando-se às necessidades dos seus utilizadores.
Constitui-se num software intuitivo e fácil de utilizar, que tanto pode dar origem a uma página de um
único professor/formador, como à página de uma Universidade, com dezenas de milhar de
alunos/utilizadores.
Os cursos Moodle podem ser configurados em três formatos, de acordo com a atividade a ser
desenvolvida:
● Formato Social – em que o tema é articulado em torno de um fórum publicado na página
principal;
● Formato Semanal - no qual o curso é organizado em semanas, com datas de início e fim;
● Formato em Tópicos - onde cada assunto a ser discutido representa um tópico, sem limite de
tempo pré-definido.
A plataforma Moodle apresenta como pontos fortes, quando utilizado para o ensino:
● Aumento da motivação dos alunos;
● Maior facilidade na produção e distribuição de conteúdos;
● Partilha de conteúdos entre instituições;
● Gestão total do ambiente virtual de aprendizagem;
● Realização de avaliações de alunos;
● Suporte tecnológico para a disponibilização de conteúdos de acordo com um modelo
pedagógico e design institucional;
● Controlo de acessos;
● Atribuição de notas.
Os recursos disponíveis para o desenvolvimento das atividades são:
● Materiais estáticos (ex.: páginas de texto, páginas de texto Web, apontadores para ficheiros ou
páginas Web, conteúdos de pastas)
● Materiais dinâmicos (atividades):
○ Avaliação do Curso
○ Chat
○ Diálogo
○ Diário
○ Fórum
○ Glossário - utilizado para descrever termos e respectivas definições, ligados à
disciplina.
○ Lição
○ Pesquisa de Opinião (referendo)
○ Questionário - com questões de diversos tipos (escolha múltipla, verdadeiro ou falso,
resposta curta, comparação) pode ser respondido on-line pelos alunos, permitindo-
lhes ver qual a sua classificação.
○ Tarefa - atividade proposta pelo professor/formador aos alunos
○ Trabalho com Revisão - o professor/formador tem acesso a trabalhos enviados pelos
alunos, pode avaliá-los e comentá-los.
○ Livro - permite disponibilizar um livro eletrónico criado pelo professor, e que pode
ser constituídos por vários capítulos, dispostos em dois níveis diferentes.